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O presente do processo de instalação do Parlamento e sua composição

Capítulo 4 – Parlamento do Mercosul

4.1. O presente do processo de instalação do Parlamento e sua composição

O Parlamento do Mercosul é a mais recente instituição criada pelo bloco comercial. Em nove de dezembro de 2005, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai firmam o Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul. No que diz respeito à forma de composição, o próprio Protocolo em diferentes artigos estipula diferentes etapas para a concretização do tipo e modo de representação. O processo se

divide em duas etapas21, uma primeira etapa de transição a partir de 31 de

dezembro de 2006 até 31 de dezembro de 2010 e uma segunda etapa de transição a partir de primeiro de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2014. Na primeira etapa, a integração parlamentar será composta por 18 parlamentárares de cada país membro, deixando que cada parlamento nacional estabeleça as modalidades de eleição dos seus parlamentáres. Na segunda etapa, a representação parlamentar deverá realizar-se através de eleições direitas, universais e secretas. Posteriormente, a proposta do Parlamento do Mercosul, o CMC estabelecerá “o dia do Mercosul cidadão” na qual se realizarão eleições para

o parlamento da forma simultânea em todos os países membros22.

Esta concretização por etapas da composição e funcionamento do Parlamento tem sofrido e sofre luzes e sombras. Em primeiro lugar, a insteriorização por parte dos Parlamentos Nacionais e a posterior concretização do Parlamento do Mercosul foi bastante acelerada. A assinatura do Protocolo foi realizada em dezembro de 2005 e o ultimo país ao aprovar-lo no seu Parlamento

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Art.1 e Disposições Transitórias em Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul. 22

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Nacional foi o Brasil em Janeiro de 2007. Apesar desta celeridade, a devida

instalação no dia 31 de Dezembro de 200623, atrasou-se até 5 de maio de 2007,

quando se efetivou a primeira Sessão. Com respeito à finalização da primeira etapa e começo da segunda, a situação em Novembro de 2009, indica que não estariam dadas as condições para que todos os paises possam cumpri-las. Esta situação particular demonstra vários dos problemas atuais e até crônicos do Mercosul, quanto a coordenação, falta de projeção e consenso sobre o projeto de integração.

Na sua terceira disposição transitória referente à eleição, o Protocolo Constitutivo dispõe sobre a realização de eleições diretas anteriores à primeira etapa. Antes da realização de eleições se deverão realizar acordos-chave, como a definição da “representação cidadã” o que significa especificamente a proporcionalidade de representação para cada país. Como primeira condição, Argentina, Paraguai e Uruguai colocaram a necessidade de que a pauta a discutir ocorresse a partir de uma proporcionalidade atenuada, condição aceita pelo Brasil. A dificuldade se encontrava na firme posição liderada por Paraguai e secundada por Argentina e Uruguai, na qual se sustentava que a bancada brasileira não deveria ter por si mesma uma maioria absoluta no plenário. A negociação ocorrida no mês de abril de 2009 em Assunção do Paraguai definiu que a proposta de representação parlamentar estaria composta por 75 representantes do Brasil, 43 da Argentina e em igual numero, 18, para Paraguai e Uruguai. Não obstante, para a segunda etapa, Brasil e Argentina, decidiram, pensando em ajustes orçamentários, diminuir sua representação em 37 e 26 representantes, respectivamente. Como se pode verificar, a resolução manteve as petições do que o Brasil não possua maiorias por ele mesmo, dado que a somatória dos demais

países da uma superioridade de 79 a 7524.

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Art. 1 Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul

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Informaçao recolhida a partir de diversos sítios jornalísticos e no próprio Parlamento do Mercosul http://www.parlamentodelmercosur.org, www.uol.com.br, www.clarin.com.

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A passagem da primeira etapa para a segunda com a condição de realizar uma eleição antes do 31 de Dezembro de 2010, pareceria no poder efectivizarse. A proposta aprovada pelo Parlamento do Mercosul, encontra alguns reparos nos governos e parlamentos nacionais. Brasil, que deve aprovar uma lei eleitoral com um ano de antelação da data a fazer o processo eleitoral. Não tem conseguido submeter, até agora, a discussão no Plenário o Projeto Legislativo 5279/2009 realizado pelo Deputado Carlos Zarattini do PT. O projeto, de caráter provisório, toma a propostas do Parlamento do Mercosul de 37 representantes, realizando a eleição simultaneamente com as eleições à presidência em otubro de 2010. Atualmente (Novembro de 2009) o projeto se encontra na Comissão de Finanças e Tributação.

Com respeito a esta situação, na XX Sessão Ordinária do Parlamento do

Mercosul foi tratada a Proposta de Declaração (105/2008/DE/SO XIII), a qual mandava a os Parlamentos Nacionais de Argentina, Brasil e Uruguai, garantir a eleição de seus representantes no Parlamento do Mercosul. O debate no

plenario25 levou a arquivar esta proposta, alegando diferentes motivos. Alguns dos

motivos se centraram numa improcedência na media que os diferentes Governos e Parlamentos Nacionais ainda estavam discutindo a aprovação para a realização das eleições (Dep. Rosinha, p. 66). Outro dos motivos foi declarado pela falta de tempo político, dito pela delegação do Uruguai, considerando necessário esperar o resultado das eleições nacionais, feitas em novembro de 2009, para depois começar as nogociações no nível interno (Dep. Martínez Huelmo, pág. 69). Argumento-se também a necessidade de chegar a acordos sobre a proporcionalidade, situação que já teria sido resolvida por parte do próprio Parlamento (Sen. Viudez, p. 67-68).

Este debate no Plenário demonstra o estado em que se encontra a capacidade de cumprir a eleição direta no ano 2010. A situação, que pareceria comprometida, não estaria sendo cumprida numa primeira instância pelo Brasil, na

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medida em que ainda não tem aprovada uma lei correspondente. Na Argentina a situação se encontra no nível de estúdio por parte do Parlamento Nacional. No Paraguai já foi aprovada e os 18 parlamentares atuais tem sido escolhidos mediante uma eleição direita e representam exclusivamente a seus cidadãs ante o Mercosul. No Uruguai ainda não tem se discutido devido à espera do reultado da eleição de 2009, o que levaria a discusão para a nova legilsatura a partir de fevereiro de 2010.

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