• Nenhum resultado encontrado

O EA2 foi criado pela Resolução GR 13/2010, em 11/03/2010, e começou a funcionar plenamente em junho de 2011. Sua gênese teve como base estudos sobre serviços de apoio ao ensino desenvolvidos em outras instituições. No projeto concei- tual do EA2, são apresentados programas da UNESP (Núcleo de Estudos e Práticas Pedagógicas da UNESP – NEPP), USP (Grupo de Apoio Pedagógico – GAP), Harvard (Derek Bok Center), MIT (Teaching and Learning Laboratory/ Laboratório de Ensino e Aprendizagem), Instituto Karolinska (Department of Learning, Informatics, Manage- ment and Ethics/ Departamento de Aprendizagem, Informática, Administração e Ética), Universidade do Porto, Universidade Complutense de Madrid, Universidade de Cambridge, Universidade de Gothenberg e da organização Professional and Organi- zational Develepoment in Higher Education Estados Unidos – POD/ Desenvolvimento Profissional e Organizacional na Educação Superior (UNICAMP, 2009).

Tendo em vista seus objetivos, suas atividades prioritárias e referências de criação, entendemos que o EA2 é uma política institucional para formação de docen- tes que promove em suas ações uma reflexão do contexto social combinando teoria e prática de alguns temas relacionados a educação superior. Os serviços oferecidos pelo EA2 não são obrigatórios e constituem uma ação da UNICAMP em compreender o docente como um profissional que também atua em ensino e que precisa ter acesso a serviços de capacitação pedagógica.

O PAG, implementado em 2012, é um programa do EA2 para obtenção de dados sobre os cursos e disciplinas de graduação junto à comunidade discente e do- cente da universidade. O processo de avaliação desenvolvido no PAG é online, ocorre semestralmente no final do período letivo e aborda todas as disciplinas teóricas e prá- ticas, com seus respectivos estudantes e docentes. Além disso, os estudantes res- pondem a questões sobre às condições gerais de oferecimento do curso (bibliotecas,

laboratórios, salas de aula, computadores, serviços da Unicamp) e sobre seu próprio perfil (atividades extras, atuação política, vida cultural, entre outros). Sendo assim, estudantes e professores participam no PAG de um processo de auto avaliação, ava- liação de curso e avaliação de disciplinas32. A participação no PAG é voluntária e

sigilosa. Apenas os resultados gerais são apresentados publicamente. Os resultados de cada disciplina são compilados em um relatório que é entregue à coordenação e aos docentes responsáveis pela disciplina.

O PAG tem como objetivos:

• diagnosticar e identificar principais aspectos do ensino de gra- duação atual (fortes/sensíveis);

• sinalizar ações imediatas que ambicionamos alcançar na exce- lência do ensino de graduação;

• reconhecer as autonomias de cada unidade; • oferecer apoio numa ação integrada do EA233.

O PAG resgata a ideia de avaliação do PAIUB (BRASIL, 1994), de um processo de auto-avaliação que nasce dentro da universidade e atende a valores da comunidade acadêmica local. O PAG ao ter como objetivo diagnosticar e identificar principais aspectos do ensino de graduação atual (fortes/sensíveis) sinaliza seguir um modelo de avaliação formativa, no sentido dado por Barreyro e Rothen (2008), para pesquisar a instituição para detectar pontos a serem melhorados e mantidos. Isso é reforçado pela integração entre PAG e EA2 para oferecer apoio aos docentes na in- terpretação dos resultados da avaliação e identificação de quais medidas podem ser tomadas para melhorar seu ensino. Sendo assim, o PAG pode ser identificado como mais um elemento do EA2 para a formação de docentes, pois coleta dados, informa- ções e opiniões sobre as atividades de ensino. Por isso, o PAG se aproxima da pro- posta de auto-avaliação do Conselho Estadual de Educação de São Paulo (CEESP, 2000) ao questionar a comunidade universitária sobre o andamento das atividades de ensino. No entanto, lembramos que o PAG não foi citado no relatório de avaliação institucional da UNICAMP 2009 – 2013.

O PAG também se alinha com elementos constituintes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) em sua concepção (RISTOFF, 1996), na globalidade dos elementos do ensino em um processo de auto avaliação, avaliação

32Documento disponível em:http://www.ea2.unicamp.br/?page_id=779 Acesso em: set. 2016 33Idem.

de curso e avaliação de disciplinas; na continuidade e comparabilidade em uma ava- liação que ocorre sistematicamente duas vezes ao ano com o mesmo instrumento (questionários); e respeito à identidade institucional, pois reconhece a autonomia de cada unidade. Por ser uma iniciativa criada na UNICAMP, o PAG ainda dissemina a cultura da avaliação, traz legitimação política e técnica ao envolver a comunidade da UNICAMP no processo e não utiliza os dados da avaliação para premiação e punição.

O PAG possui três questionários respondidos pelos estudantes referentes a avaliação das disciplinas, condições de oferecimento e perfil do discente. Além des- ses, o PAG tem dois questionários, perfil do docente e avaliação do docente, que são respondidos pelos docentes. O questionário Avaliação das Disciplinas possui as se- guintes questões34:

1 - Ao iniciar a disciplina, o professor disponibilizou o programa (contendo objetivo, conteúdo programático, cronograma, sistema de avalia- ção, bibliografia)? (Categorias de respostas: Sim; Parcialmente; Não; Não te- nho condições de avaliar);

2 - O programa apresentado foi cumprido? (Categorias de res- postas: Em sua totalidade; Em sua maior parte; Grande parte não foi cum- prida; o programa não foi apresentado; Não sei avaliar);

3 - O professor esclareceu os critérios e métodos de avaliação? (Categorias de respostas: Sim; Parcialmente; Não);

4 - Os métodos de verificação/avaliação de aprendizagem foram coerentes com o conteúdo programático e com as atividades desenvolvidas na disciplina? (Categorias de respostas: Sim; Parcialmente; Não; Não sei avaliar);

5 - Os resultados da avaliação de aprendizagem foram disponi- bilizados em tempo hábil para você acompanhar o seu desempenho na dis- ciplina? (Categorias de respostas: Sim; Parcialmente; Não);

6 - Os resultados da avaliação de aprendizagem foram discuti- dos e auxiliaram no seu desenvolvimento na disciplina? (Categorias de res- postas: Sim; Parcialmente; Não);

7 - As aulas parecem ter sido planejadas pelo professor? (Cate- gorias de respostas: Sim; Parcialmente; Não; Não sei avaliar);

8 - O professor procurou estimular a capacidade de reflexão crí- tica e a criatividade dos alunos na área de conhecimento? (Categorias de respostas: Sim; Parcialmente; Não; Não tenho condições de avaliar);

9 - O professor indicou recursos extras de estudo, tais como bi- bliografia complementar, visitas de campo, páginas da internet, etc? (Catego- rias de respostas: Sim; Parcialmente; Não; Não tenho condições de avaliar); 10 - A carga horária da disciplina foi adequada ao conteúdo pro- gramático? (Categorias de respostas: Sim; Parcialmente; Não; Não sei ava- liar);

11 - A dedicação extraclasse exigida na disciplina (leituras, listas de exercícios, estudos individuais, relatórios, trabalhos em equipe etc.) foi compatível com o número de créditos da disciplina? (Categorias de respos- tas: Sim; Parcialmente; Não; Não sei avaliar);

12 - A dedicação extraclasse exigida na disciplina (leituras, listas de exercícios, estudos individuais, relatórios, trabalhos em equipe, etc.) foi

34Documento disponível em: https://pag.ea2.unicamp.br/admin/rel_geral.php?formulario_id=3 Acesso

compatível com o número de disciplinas do semestre? (Categorias de res- postas: Sim; Parcialmente; Não; Não sei avaliar);

13 - Houve aulas canceladas por ausência de professor que não tenham sido repostas? (Categorias de respostas: Não; Até duas vezes; Três ou mais; Não tenho condições de avaliar);

14 - O professor cumpriu o horário de aula? (Categorias de res- postas: Sempre; Na maioria das vezes; Algumas vezes; Nunca; Não se aplica; Não tenho condições de avaliar);

15 - Como você avalia a contribuição do estagiário PED nessa disciplina? (Categorias de resposta: Muito significativa; Significativa; Pouco significativa; Não contribui; Não tenho condições de avaliar);

16 - Como você avalia a contribuição do monitor PAD nessa dis- ciplina? (Categorias de resposta: Muito significativa; Significativa; Pouco sig- nificativa; Não contribui; Não tenho condições de avaliar);

17 - Como ocorre o acompanhamento do estágio pelo professor? (Categorias de resposta: Em campo; Orientações presenciais; Através de re- latório final; Não há acompanhamento; Não tenho condições de avaliar);

Notamos no questionário Avaliação das Disciplinas 5 grupos de questões. As questões 1, 2, 3, 5, 9, 13 e 14 são de controle das atividades do docente e são de caráter administrativo. Esse grupo de questões segue o modelo somativo descrito por Gatti (2014), pois tem base métrica para determinar o cumprimento de metas estabe- lecidas.

As questões 4, 6, 7, 8 e 17 avaliam o desempenho do docente no ensino e da forma como foram escritas podem levar o docente a uma reflexão sobre o método de avaliação do desempenho do estudante, planejamento das aulas, abordagem dos conteúdos para reflexão crítica e desenvolvimento da criatividade, e atividades de es- tágio. Verificamos que o EA2 possui serviços que tratam desses temas, como o Pro- jeto para Aprimoramento da Docência Universitária, por exemplo.

A disciplina em si é avaliada nas questões 10, 11 e 12 que tratam sobre carga horária e tempo em atividades extraclasse. A questão 15 e 16 abordam, res- pectivamente, os programas PED e PAD.

Ressaltamos que esses cinco grupos de questões não são isolados. A questão sobre carga didática, por exemplo, pode ser atribuída a forma como docente conduz a disciplina (avaliação do docente) ou/e a ausência do docente em algumas aulas (controle das atividades docentes). No entanto, entendemos que maioria das questões do questionário Avaliação das Disciplinas diz respeito ao docente. Por isso, o PAG com esses questionários realiza uma avaliação do docente no ensino, que seu modelo e acompanhamento com as atividades do EA2 configura uma avaliação ana- lítico construtiva, no conceito de Gatti (2014), focado no desenvolvimento de pessoas

e de caráter formativo. Porém, 7 questões, de um total de 17 questões, são de controle em um modelo de avaliação docente funcionalista-pragmatista.

O questionário Avaliação do docente possui as seguintes questões35:

1 - No início do semestre, o programa da disciplina foi disponibi- lizado aos alunos? (Categorias de respostas: Sim; Parcialmente; Não);

2 - Qual(is) item(s) relacionado(s) abaixo constava(m) do pro- grama da disciplina? (Categorias de respostas: Ementa; Objetivos; Conteú- dos; Critérios de Avaliação; Cronograma; Bibliografia; Horário de atendimento extraclasse; O programa não foi apresentado);

3 - O programa apresentado foi cumprido? (Categorias de res- posta: Em sua totalidade; Em sua maior parte; Grande parte não foi cumprida; O programa não foi apresentado);

4 - No início da disciplina os critérios e métodos de avaliação de aprendizagem foram esclarecidos? (Categorias de respostas: Sim; Parcial- mente; Não);

5 - Os resultados das avaliações de aprendizagem foram dispo- nibilizados em tempo hábil para que o aluno pudesse reorientar-se pra me- lhorar seu desempenho na disciplina? (Categorias de respostas: Sim; Parci- almente; Não);

6 - Os resultados das avaliações foram discutidos com os alunos e promoveram avanço na aprendizagem? (Categorias de respostas: A totali- dade ou mais da metade; Sim, porém menos da metade; Não)

7 - As avaliações de aprendizagem foram coerentes (quanti-qua- litativamente) com o conteúdo programático e atividades desenvolvidas na disciplina? (Categorias de respostas: Integralmente; Parcialmente; Não foram coerentes; Não sei avaliar);

8 - A bibliografia indicada estava disponível? (Categorias de res- posta: Sim, na biblioteca; Meio eletrônico; Outros; Parcialmente; Não);

9 - Você considera ter preparado as aulas adequadamente? (Ca- tegorias de respostas: Sim; Parcialmente; Não);

10 - Você procurou estimular a capacidade de reflexão crítica e a criatividade dos alunos? (Categorias de respostas: Sim; Parcialmente; Não);

11 - Você estimulou os alunos a utilizar/acessar recursos adicio- nais de estudo? (Categorias de respostas: Sim; Eventualmente; Não);

12 - A carga horária da disciplina foi adequada ao conteúdo pro- gramático? (Categorias de respostas: Sim; Parcialmente; Não);

13 - A dedicação extraclasse exigida na disciplina (leituras, listas de exercícios, estudos individuais, relatórios, trabalhos em equipe, etc.) foi compatível com o número de créditos da disciplina? (Categorias de resposta: Sim; Parcialmente; Não, menor que a prevista; Maior que a prevista);

14 - Você teve de se ausentar da(s) aula(s) sem que a(s) mesma(s) tenha(m) sido reposta(s)? (Categorias de resposta: Não; Até duas vezes; Três ou mais);

15 - Você cumpriu o horário de aula? (Categorias de resposta: Sempre; Na maioria das vezes; Algumas vezes; Nunca; Não se aplica; Não sei avaliar);

16 - Compare o desempenho dessa turma com outras experiên- cias nessa disciplina: (Categorias de resposta: Acima da média; Na média; Abaixo da Média; É a primeira vez que ministro);

35Documento disponível em: https://pag.ea2.unicamp.br/admin/rel_geral.php?formulario_id=4 Acesso

17 - Como você realiza a supervisão do estágio? (Categorias de resposta: Em campo; Presencial/ meio eletrônico; Acompanhamento não pre- visto; Através de relatório final; Duas ou mais das anteriores; Não tenho con- dições de avaliar)

O questionário Avaliação do docente possui 4 grupos de questões. As questões 1, 2, 3, 4, 5, 8, 9, 11, 14 e 15 são de controle das atividades do docente e são de caráter administrativo. As questões 6, 7, 10 e 16 avaliam o desempenho do docente no ensino e podem suscitar a uma reflexão sobre o método de avaliação do desempenho do estudante, planejamento das aulas, abordagem dos conteúdos para reflexão crítica e desenvolvimento da criatividade, e atividades de estágio. As questões 12 e 13 abordam elementos da disciplina, no caso a carga horária e tempo em atividades extraclasse. A questão 17 é sobre as atividades de estágio.

Ressaltamos novamente que esses quatro grupos de questões não são isolados e podem se relacionar. Identificamos que a maioria das questões do questi- onário Avaliação do docente são ligadas as atividades do docente e, da mesma forma que o questionário Avaliação das disciplinas, possui uma metodologia de avaliação analítico construtiva, no conceito de Gatti (2014).

O PAG constitui assim um ciclo onde a avaliação tem que gerar consequên- cias para a melhoria das atividades de ensino da graduação, enquanto que o EA2 oferece serviços para o desenvolvimento profissional do docente na área de ensino. Esse ciclo tem como peça fundamental o diálogo entre estudantes e docentes. Diz Mara Regina Lemes de Sordi, coordenadora do PAG, que:

Estamos dando seguimento à lógica de tentar compreender a qualidade dos cursos com esta ‘provocação’ aos alunos e professores para que se manifestem. Buscamos agora dar uma consequência mais intensa aos resultados obtidos, provavelmente revisitando o próprio instrumento avalia- tivo e dialogando com as unidades para aproveitar as práticas de avaliação locais. Queremos que o PAG se enraíze na vida da graduação36

O enraizamento da cultura de avaliação é visto como um desafio perma- nente e que deve ser abordado com a participação coletiva da comunidade universi- tária e liderança dos coordenadores de curso. Sordi, em análise realizada no segundo semestre de 2016, diz que:

36 Documento disponível em: http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2013/07/04/professoresealunos-

Continua sendo importante o princípio da adesão voluntária, num processo de contaminação positiva para que mais pessoas percebam a importância da sua contribuição. Senda a adesão voluntária, o índice de 18% não é nada desprezível. Os participantes têm oferecido uma série de dados relevantes que localizam as áreas nevrálgicas e incitam à formulação de es- tratégias37.

Reside na fala da Sordi a preocupação em envolver a comunidade uni- versitária da UNICAMP no PAG. O desafio está no elemento disseminação da cultura de avaliação, do conceito de avaliação institucional de Ristoff (1996). A comunidade precisa entender a proposta do PAG e serem ativos na construção de conceitos de avaliação que sejam legítimos e que respeitem as características intrínsecas de cada curso. Esse deve ser um trabalho sistemático, já que todo ano entram na universidade novos estudantes e docentes que precisam compreender e se envolver nas políticas institucionais da UNICAMP e mostrar seus valores, oriundos de suas trajetórias pes- soais, para reconstrução do conceito de qualidade. Valores esses que como podemos ver no instrumento de avaliação do PAG, são majoritariamente ligados a uma con- cepção de qualidade de ensino focada na avaliação do docente. Para Sordi:

a avaliação da qualidade das disciplinas e dos cursos ministra- dos envolve invariavelmente refletir sobre a qualidade da docência e dos do- centes embora esta relação não deva ser pensada de modo dissociado de outros fatores que sobre esta qualidade atuam (SORDI, 2012, p. 1)

Sobre a qualidade da docência, Sordi alerta um cenário similar ao apre- sentado por Penin (2010), onde a formação para pesquisa se sobrepõe a formação pedagógica, retrato ainda da Reforma Universitária de 1968. Para Sordi, a falta de uma formação pedagógica dos docentes universitários e a pressão pela cobrança de bons resultados na pesquisa sob o viés do produtivismo das publicações científicas denunciam o lugar periférico que as atividades de ensino vêm ocupando nas atuais políticas de avaliação pondo em risco a qualidade da formação dos futuros profissio- nais (SORDI, 2012, p. 2).

Diz ainda Sordi que o campo da avaliação da qualidade educacional pode ser compreendido como “alvo de disputa ferrenha na definição das políticas públicas de modo a exercer controle sobre o padrão de qualidade que se quer imprimir às universidades de modo a que estas atendam aos caprichos mercadológicos” (SORDI, 2012, p. 3).

37 Idem.

Essa interpretação de Sordi demonstra uma forte pressão externa oriunda das políticas da CAPES, que tiveram início com o sistema de avaliação de pares para a pós-graduação e do perfil do profissional docente definido pelo Estatuto do Magis- tério Superior, em 1965, e da Reforma da Educação Superior, de 1968. Conforme apresentado anteriormente nesta tese, o modelo de avaliação CAPES influenciou muito o perfil do profissional docente em um modelo de avaliação docente funciona- lista-pragmatista (GATTI, 2014).

A avaliação do PAG, na concepção de Sordi, tem o intuito do desenvolvi- mento do docente no ensino, colocando-se a serviço das aprendizagens, colaborando formativamente com o docente, aos estudantes e aos gestores para reverem seus avanços e vulnerabilidades em um processo de comunicação plural para construírem possibilidades de superação, indo ao “alcance das competências pactuadas à luz do projeto pedagógico”(SORDI, 2012, p. 6).

Notamos então que o PAG na concepção de Sordi busca se aproximar do Projeto Pedagógico dos Cursos. Lembramos que o desenvolvimento do Projeto Pe- dagógico dos Cursos foi identificado pela UNICAMP no seu relatório de avaliação ins- titucional 2009 – 2013 como sendo um dos pontos fortes nas ações de melhoria do ensino de graduação. O primeiro passo para a avaliação nessa perspectiva é a cons- trução de um referencial de qualidade que esteja de acordo com as metas do Projeto Pedagógico dos Cursos. Avaliar então pressupõe a revelação de concepções que são discutidas para eleição de referentes de qualidade para ancorar o processo de tomada de decisões para alcançar as metas definidas no Projeto Pedagógico do Curso. No PAG, essa construção coletiva deve ser criada internamente pelos membros da uni- versidade que vão significar seus conceitos de qualidade e promover um processo de diálogo que trata das questões específicas de seu ambiente. Diz Sordi que:

A avaliação constitui-se importante instrumento de controle so- cial sobre a qualidade da formação na educação superior, por isso pressupõe e implica a participação de todos os atores no processo. Reclama pelo diá- logo e pela transparência valorativa. Se as políticas de avaliação de larga escala tem exercido grande influência nas dinâmicas curriculares dos cursos de graduação, definindo de fora para dentro o que deve ser levado em conta na formação de seus egressos, confirmando seu forte poder indutor e usur- pador do currículo, que pelo menos, se concebam políticas internas de avali- ação que induzam a uma formação mais ampla e sensível ao entorno social (SORDI, 2012, p. 8).

Essa fala da Sordi denota um confronto para preservação da identidade institucional na construção interna de processos de desenvolvimento de significados de qualidade que sejam fortes ao ponto de se contraporem a políticas externas de avaliação. A construção coletiva do conceito de qualidade a ser adotado institucional- mente segue os parâmetros de uma avaliação formativa uma vez que tem como pres- supostos a teoria crítica que defende sobre à avaliação da aprendizagem:

 visão processual;

 as circunstâncias de criação;  forças atuantes;

 condições objetivas para sua existência;  cultura;

 compromisso com a recuperação das fragilidades e inconsis- tências tanto no campo da qualidade formal como política (SORDI, 2012, p. 8).

O PAG foi criado com esse entendimento da avaliação, como um instru- mento a serviço das aprendizagens que se orientou por pressupostos de uma avalia- ção orientada pelo pilar da emancipação (SORDI, 2012, p. 9). O uso da avaliação nessa lógica visa “avaliar para qualificar; avaliar para conhecer; avaliar para interferir de modo coletivo e negociado nas fragilidades que despotencializam um ensino de graduação sintonizado com os desafios do século XXI” (SORDI, 2012, p. 9).

O entendimento de que o objeto da avaliação era o ensino de graduação implicou o afastamento de instrumentos focados na díade professor/ estudante. Foram incluídos no PAG dimensões que interferem, direta ou indiretamente, na qualidade do