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2.2 Políticas Públicas

2.2.2 O que são Políticas Públicas

“Políticas públicas são instrumentos de intervenções responsáveis pela organização de uma determinada sociedade, transformando a trajetória e as condições de vida de sua população” (CRUZ NETO; MOREIRA, 1999, p. 8)

“É o Estado implementando um projeto de governo, por intermédio de programas, de ações voltadas para setores específicos da sociedade” (HÖFLING, 2001, p. 31).

Políticas públicas são princípios orientadores de ação do poder público; regras e normativas para as relações entre poder público e sociedade, mediações entre indivíduos da sociedade e do Estado. São políticas formuladas em documentos (leis, programas, linhas de financiamentos) que dirigem ações que, habitualmente, contemplam aplicações de recursos públicos (TEIXEIRA, 2002).

Souza (2006, p. 7) apresenta a política pública como a área do conhecimento que orquestra concomitante, “colocar o governo em ação” e/ou “analisar essa ação (variável independente) e, quando preciso, apresentar alterações no rumo dessas ações (variável dependente)”. A concepção de políticas públicas constitui-se na etapa em que os governos democráticos revelam seus escopos e plataformas eleitorais em planejamento e efeitos que produzirão resultados ou transformações na sociedade.

Para Tude (2010, p. 1), “políticas públicas depreendem variadas decisões e ações apresentadas, normalmente, por um agente estatal, em uma especificada área (saúde, educação, transporte entre outras), de forma irrestrita ou pela harmonização de esforços com específica comunidade ou setores da sociedade civil”.

Segundo Mattos e Baptista (2011, p. 12), elas “representam vários problemas que circulam entre o estado e a sociedade e que, em determinada oportunidade, transformam- se produtos de políticas ou não”. A política pública não deve se limitar ao que se desenvolve a partir dos Estados e seus governos. É necessário ater-se aos movimentos que podem propiciar a inserção de novos temas na agenda decisória do Estado.

Serafim e Dias (2012, p. 124) entendem a “política pública como uma ação ou um conjunto de ações por intermédio das quais o estado age sobre a realidade, normalmente com a meta de enfrentar alguma adversidade”.

Martins (2007, p. 4) apresenta as “políticas públicas como um conjunto arquitetado e constituído de ações que buscam modificar uma realidade em respostas a reivindicações e interesses dos autores envolvidos”.

Políticas públicas são princípios orientadores de ação do poder público; regras e normativas para as relações entre poder público e sociedade, mediações entre indivíduos da sociedade e do Estado. São políticas formuladas em documentos (leis, programas, linhas de financiamentos) que dirigem ações que, habitualmente, contemplam aplicações de recursos públicos (MARTINS, 2003).

Já que não existe um consenso sobre o conceito das Políticas Públicas, Souza (2006) sumarizou seus fatores essenciais. A política pública oportuniza diferenciar entre o que o governo deseja fazer e o que, de fato, faz. Ela engendra diversos atores e níveis de tomada de decisão, mesmo que seja substancializada por meio dos governos, e não se restringe a sujeitos formais, já que os informais são também essenciais. A política pública não se restringe a leis e regras. Ela é uma ação planejada, com propósitos a serem atingidos. A política pública é uma política de longo prazo. A política pública compreende processos consecutivos em seguida a sua decisão, ou seja, envolve também a implementação, execução e avaliação.

Na mesma perspectiva, Rua e Romanini (2013) revelam que, apesar dos numerosos conceitos mostrarem-se similares, é apenas imaginário, visto que os elementos neles contidos e ausentes demonstram uma compreensão muito variada entre os autores. Segundo esses autores, nos conceitos, por exemplo, um curso de ação selecionado para ocupar-se de uma questão de interesse comum; um conjunto de decisões inter-

relacionadas concernentes à escolha de propósitos e dos meios para alcançá-los; um conjunto de decisões empregadas e colocadas em prática face processos escolhidos que definem os recursos essenciais, sua alocação e gestão; estratégias que focam para números fins, todos esses conceitos, segundo Rua e Romanini (2013), de algum modo, almejados pelos diferentes grupos que compartilham do processo de tomada de decisão. Essas definições, segundo Rua e Romanini (2013), engendram finalidades das políticas públicas e as decisões nelas coadunadas.

Enquanto as atividades de um governo executadas por agentes públicos ou agentes da sociedade, e que modificam a vida das pessoas; uma ação contínua construída por um governo que atenda uma necessidade e se mostra na forma de propósitos organizacionais em um conjunto de diretrizes, de caráter imperativo, aceitos pela coletividade engendram dois elementos: o governo e sociedade, os agentes públicos e os agentes da sociedade (RUA e ROMANINI, 2013).

Como fluxo de decisões públicas, coadunado para preservar o equilíbrio social, ou a inserir desequilíbrios com a finalidade de alterar essa realidade, e, ainda, acrescenta as ações como omissões do governo; o processo de decisões públicas que objetiva a ações ou omissões, profiláticas ou reparadoras, designadas a transformar a realidade individual ou coletiva da vida social, por intermédio da determinação de propósitos ou táticas de atuação e da alocação dos recursos essenciais para obter os objetivos estipulados. Essas definições, segundo Rua e Romanini (2013) apresentam, em sua essência, o caráter público das decisões tomadas, o foco se desloca para a concepção de que a política pública retrata a natureza de uma interferência na realidade.

Rua e Romanini (2013) apresentam que, na falta de conformidade conceitual, um modo para compreender o que significa “política pública” é fundamental refletir sobre a conjuntura na qual elas advenham: a sociedade moderna.

Nesta sociedade, a principal característica é a diferenciação social. Seus membros possuem atributos variados (idade, sexo, religião, estado civil, escolaridade, renda, setor de atuação profissional entre outros). Eles possuem ideias, valores, interesses e aspirações diferentes e desenvolvem funções diversas no curso da sua existência. Isso faz com que a vida em sociedade seja complexa, multifacetada e entenda variados modelos de interação: cooperação, competição, conflito (RUA; ROMANINI, 2013). Segundo as autoras, à medida que a cooperação e a competição representam fatores agregadores, o conflito desagrega e pode causar o desligamento dos laços de coexistência coletiva. Isto ocorre, já que o conflito está relacionado à facilidade de aplicação da violência. Assim,

para que a convivência permaneça possível, o conflito deve ser administrável. Os indivíduos podem ter ideias e ou opiniões antagônicas, no entanto, devem obedecer aos limites indispensáveis ao bem-estar coletivo. Segundo as autoras, esta situação não ocorre naturalmente. Para que aconteça, há dois instrumentos: a coerção e a política. Para controlar ou atenuar os conflitos, se aplica a coerção que representa a repressão ou punição por infringir as normas, mediante a aplicação da violência física. Já a política engloba coerção, mas não se restringe a ela. Ao contrário, aceita outros mecanismos, designados para transformar irrelevante a própria coerção (RUA; ROMANINI, 2013).

Para uma melhor compreensão, Merigo e Andrade (2010) apresentam as características das políticas públicas. Segunda as autoras, atendem as questões de fome, doença e o desemprego; têm como função atender as necessidades sociais, tais como moradia, alimentação e educação, contemplam demandas de medicamentos para os portadores do vírus HIV, possuem objetivos específicos, as políticas públicas são temporárias e modificam a condição atual.

Diante do exposto, sucintamente, entende-se que as políticas públicas representam um conjunto de ações concebidas pelo estado conjuntamente com os atores públicos ou privados, que objetivam garantir o direito de cidadania para um específico segmento social.