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O Serviço de Aprovisionamento do CHTMAD, EPE

4. SELECÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES NO CENTRO HOSPITALAR DE

4.1. O Serviço de Aprovisionamento do CHTMAD, EPE

O Serviço de Aprovisionamento do CHTMAD, EPE, assume primordial importância pois envolve investimentos consideráveis ao desencadear todo um conjunto de actividades necessárias à aquisição de bens e serviços, para satisfazer as necessidades da instituição, no momento certo e ao menor custo possível.

As principais actividades exercidas no Serviço de Aprovisionamento são:

Compras:

• Formulação das estratégias de negociação, de agregação e de uniformização de bens e serviços;

• Planeamento de necessidades de compra;

• Negociação de contratos;

• Adjudicação de contratos de bens, serviços e empreitadas;

• Emissão de notas de encomenda aos fornecedores;

• Gestão de compras de bens no catálogo do IGIF;

• Avaliação e qualificação de fornecedores (em desenvolvimento);

• Análise técnica de propostas em articulação com outros elementos nomeados pelo Conselho de Administração do CHTMAD, EPE;

• Prestação de informação de gestão;

• Controlo dos preços e descontos financeiros (rappel);

• Gestão global dos Armazéns do CHTMAD, EPE.

Armazém:

• Registo de consumo;

• Recepção dos bens (conferência/devolução);

• Distribuição dos bens nos locais de armazenagem para consumo;

• Aferição da qualidade do fornecimento, embalagem prazo de validade dos produtos;

• Gestão global de stocks.

Recepção e conferência de facturas:

Monitorização das facturas pendentes;

• Conferência das facturas recebidas e respectivo tratamento informático;

Envio das facturas conferidas aos Serviços Financeiros.

Serviço de Reprografia:

• Registo, tratamento e envio aos CTT da correspondência interna;

• Confecção dos produtos requisitados pelos Centros de Custo (serviços utilizadores).

A Figura 4.1 mostra a articulação entre o serviço de aprovisionamento, os fornecedores e centros de custo.

Fonte: Autora

Figura 4.1 – O Serviço de Aprovisionamento do CHTMAD, EPE

Compete ao Serviço de Aprovisionamento, a adopção de uma política de compras que vá de encontro aos interesses do CHTMAD, EPE e do próprio utente. O interface entre o CHTMAD, EPE e o mercado de fornecedores desenvolve-se através do Serviço de Aprovisionamento (Compras).

Com o intuito de melhorar os procedimentos internos do Serviço de Aprovisionamento do CHTMAD, EPE e as interacções com o mercado de fornecedores e obter resultados em conjunto a nível da melhoria contínua da qualidade dos processos, mensurar o desempenho dos potenciais fornecedores, bem como obter um diagnóstico consistente, com dados credíveis, são desafios que actualmente se colocam, no sentido de atingir uma gestão eficiente da função compras.

4.1.1.Classificação dos fornecedores do CHTMAD, EPE segundo a análise ABC

O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE, rege-se pelo POCMS (Plano Oficial de Contabilidade do Ministério da Saúde). No que se refere às compras de Matérias-primas e subsidiárias de consumo, elas são diferenciadas da seguinte forma: 1. Produtos farmacêuticos:

1.1. Medicamentos;

1.3. Outros produtos farmacêuticos.

2. Material de Consumo Clínico: 2.1. Material de Penso; 2.2. Artigos Cirúrgicos 2.3. De Tratamento 2.4. De Electromedicina 2.5. De Laboratório 2.6. Próteses 2.7. Osteossíntese;

2.8. Outro Material Consumo Clínico.

3. Produtos Alimentares

4. Material de consumo hoteleiro 5. Material de consumo administrativo 6. Material de manutenção e conservação 7. Outro material de consumo.

Dada a dimensão dos artigos existentes no CHTMAD, EPE, bem como dos seus fornecedores, este estudo vai incidir sobre os fornecedores de Material de Consumo

Clínico.

Os fornecedores sobre os quais se vão definir os critérios de avaliação, serão estruturados e classificados segundo a Análise ABC (Management by exception). Reis (2005, p. 28) define como “Um método que, em função de determinado critério, permite pôr em

evidência os elementos de uma população estatística aos quais se deve dedicar maior atenção por serem os mais relevantes.”

O critério utilizado incide sobre o volume de compras efectuadas aos fornecedores de material de consumo clínico, no ano de 2010.

Através desta análise procedeu-se a divisão da totalidade de fornecedores de consumo clínico, em três classes: classe A, classe B e classe C.

O método utilizado na divisão dos fornecedores nas classes indicadas, conduziu à ordenação por ordem decrescente do volume de compras durante o ano de 2010, obtendo- se o seguinte resultado:

- os fornecedores da Classe A, representam 75% do volume de compras; - os da Classe B, representam 20% desse volume e;

- os fornecedores da Classe C, são responsáveis pelos restantes 5% do volume de compras. De seguida será apresentado o resultado desta análise que pode ser observado nos Quadros 4.1 e 4.2. No Anexo III, é apresentada a lista dos fornecedores da Classe C, que não foram considerados neste estudo, devido a uma menor relevância em termos de volume de compras e à sua dimensão.

Quadro 4.1- Fornecedores de Material de Consumo Clínico do CHTMAD, da Classe A

Fornecedor_ Referência Compras Anuais-2010 (€) FR (frequência relativa) FR acumulada (%)

Total das Compras de 2010 8.285.552,11

A1 909.832,27 0,11 0,11 A2 703.464,72 0,08 0,19 A3 665.656,06 0,08 0,28 A4 578.760,10 0,07 0,34 A5 532.258,18 0,06 0,41 A6 447.161,92 0,05 0,46 A7 370.848,13 0,04 0,51 A8 370.546,22 0,04 0,55 A9 356.299,77 0,04 0,60 A10 285.380,04 0,03 0,63 A11 193.498,08 0,02 0,65 A12 156.027,82 0,02 0,67 A13 134.163,30 0,016192439 0,69 A14 130.321,85 0,015728807 0,70 A15 120.633,91 0,01455955 0,72 A16 102.529,08 0,012374442 0,73 A17 95.996,69 0,011586034 0,74 A18 86.026,95 0,010382766 0,75

Quadro 4.2- Fornecedores de Material de Consumo Clínico do CHTMAD, da Classe B

Fornecedor_ Referência Compras Anuais-2010 (€) FR (frequência relativa) FR acumulada (%)

Total das Compras de 2010 8.285.552,11

B19 84.613,32 0,010212152 0,76 B20 82.655,36 0,009975842 0,77 B21 78.425,65 0,00946535 0,78 B22 73.967,31 0,008927264 0,79 B23 71.473,45 0,008626275 0,80 B24 69.396,70 0,008375628 0,81 B25 58.687,50 0,007083113 0,82 B26 55.366,69 0,006682318 0,82 B27 52.197,92 0,006299872 0,83 B28 50.266,50 0,006066765 0,83 B29 48.938,22 0,005906453 0,84 B30 46.308,64 0,005589083 0,85 B31 45.716,09 0,005517567 0,85 B32 44.879,63 0,005416613 0,86 B33 44.376,36 0,005355872 0,86 B34 41.494,38 0,00500804 0,87 B35 39.718,38 0,004793691 0,87 B36 38.354,98 0,00462914 0,88 B37 37.963,80 0,004581928 0,88 B38 35.647,51 0,00430237 0,89 B39 35.015,86 0,004226135 0,89 B40 34.458,50 0,004158866 0,89 B41 33.531,39 0,004046971 0,90 B42 31.070,84 0,003750002 0,90 B43 30.839,98 0,003722139 0,91 B44 27.965,89 0,00337526 0,91 B45 27.219,17 0,003285137 0,91 B46 25.158,76 0,003036462 0,92 B47 24.424,08 0,002947791 0,92 B48 24.315,50 0,002934687 0,92 B49 23.222,28 0,002802744 0,92 B50 22.227,65 0,0026827 0,93 B51 19.886,46 0,002400137 0,93 B52 19.642,70 0,002370717 0,93 B53 19.258,68 0,002324369 0,93 B54 18.832,18 0,002272894 0,94 B55 18.087,26 0,002182988 0,94 B56 17.606,63 0,00212498 0,94 B57 16.483,74 0,001989456 0,94 B58 16.333,70 0,001971347 0,94 B59 15.722,70 0,001897604 0,95 B60 15.306,60 0,001847384 0,95

B61 14.645,73 0,001767623 0,95

B62 13.037,68 0,001573544 0,95

B63 13.036,85 0,001573444 0,95

B64 12.791,25 0,001543802 0,95

Total Compras Fornecedor_ B 1.670.570,45

Da análise dos quadros 4.1 e 4.2 conclui-se que do total de compras de material de consumo clínico, efectuadas pelo CHTMAD, EPE em 2010 no valor de 8.285.552,11 euros, 6.239.405,09euros respeita aos 18 fornecedores da Classe A e que detêm 75% do volume de compras anuais, 1.670.570,45 euros aos 46 fornecedores da Classe B, responsáveis por 20% do volume de compras e os restantes 5% correspondem a 129 fornecedores da Classe C com um volume de compras de 375.576,57 euros.

O facto de se ter considerado na Classe A 18 fornecedores que, de acordo com a Lei de Pareto, correspondia a 23 fornecedores (80% do volume de compras), os mesmos foram colocados na Classe B (5 fornecedores), pelas seguintes razões:

Os fornecedores B19 e B20, fornecem material standard e em grandes quantidades daí o volume de compras ser mais elevado. São considerados fornecedores “alternativos” para o tipo de material que comercializam, pelo que não se considera serem fornecedores a incluir na classe A.

• O fornecedor B21, forneceu durante o ano em estudo (2010) material específico para combate ao vírus H1N1 (Gripe A), pelo que o seu volume de compras não é relevante, sendo considerado um fornecedor “sazonal”.

• Os fornecedores B22 e B23, apesar de fornecem produtos em poucas quantidades e a um custo elevado, não se consideram que devam ser incluído na Classe A, visto que foram substituídos por fornecedores alternativos, respetivamente, pelos fornecedores A6 e A1.

De salientar que da Classe A para a Classe C, verifica-se um aumento no número de fornecedores bem como uma diminuição no volume de compras efectuadas, pelo que se considera que os fornecedores situados na Classe A, apesar de ser constituída por um pequeno número de fornecedores, representa maior importância financeira para a instituição e por isso deve merecer um maior controlo por parte da organização.

Por sua vez, alguns destes fornecedores detêm monopólio nos produtos que comercializam, ficando o comprador sem alternativa no mercado. Por outro lado, também são fornecedores “Just in Time” de acordo com as necessidades do CHTMAD, EPE, devido aos custos elevados que estão envolvidos.

Quantos aos fornecedores da Classe B, sendo um grupo de fornecedores muito próximos dos da Classe A, requerem uma gestão cuidada pois são fornecedores com uma importância intermédia, contudo, a avaliação destes fornecedores não deve ser tão frequente. Considera-se que para os fornecedores da Classe B a avaliação deverá ser anual comparativamente aos de Classe A, uma vez que estes são considerados como estratégicos para a instituição e, como tal, devem ser avaliados num período mais curto, nomeadamente de seis em seis meses, visto que a falta de fornecimento por parte destes fornecedores, traria consequências graves para o normal funcionamento da instituição, afectando a prestação dos cuidados aos utentes.

Já os fornecedores da Classe C, sendo estes em grande número e dado o volume de compras que representam para a instituição, não foram objecto de estudo nesta investigação.

4.1.2. Caracterização dos fornecedores pelos diferentes critérios

Após a selecção e descrição dos critérios a serem considerados no modelo de avaliação (Quadro 3.1), irá proceder-se à caracterização dos fornecedores de consumo clínico do CHTMAD, EPE. Devido ao elevado número de fornecedores actuais, optou-se por aplicar a análise ABC aos mesmos e proceder ao estudo daqueles que se localizam na Classe A e na Classe B, num total de 64 fornecedores.

A recolha dos dados será através da análise documental, arquivos e registos existentes no programa informático de gestão de stocks – GHAF.

Assim, em termos de localização geográfica dos fornecedores de Material de Consumo Clínico do CHTMAD, EPE, podemos verificar, através da Figura 4.2, que há um predomínio de fornecedores nos distritos de Lisboa e Porto, com 58% e 36% respectivamente, seguidos dos distritos de Santarém e Setúbal com 2% e por fim os distritos Coimbra e Leiria com 1%.

Figura 4.2- Localização geográfica dos Fornecedores de Material de Consumo Clínico do CHTMAD, EPE

Na Figura 4.3 pode observar-se, que o maior número de fornecedores tanto os da Classe A como os da Classe B localizam-se nos distritos de Lisboa e Porto, contudo, é nos fornecedores da Classe B que se verifica uma maior dispersão geográfica.

Figura 4.3- Distribuição dos Fornecedores por Classe e Localização geográfica

Na Figura 4.4 pode observar-se em termos percentuais a média da percentagem de descontos concedidos pelos fornecedores de acordo com o número de dias de pagamento do CHTMAD, EPE. Verifica-se que dos 64 fornecedores em estudo apenas 25 ou 39% dos fornecedores, fazem referência nas propostas de concurso analisadas às percentagens de

descontos concedidos de acordo com o prazo de pagamento. Desses 25 fornecedores, 8 são fornecedores da Classe A (44%) e 17 são fornecedores da Classe B (37%). Apesar de o CHTMAD, EPE, considerar como 90 dias, o prazo médio de pagamento aos seus fornecedores, com esta análise observa-se que a média da percentagem de desconto apresentada é mais elevada, de 3,2% para pagamentos considerados até 15 dias, seguindo- se 2,5% para pagamentos que vão de 16 até 30 dias. O valor mais baixo corresponde aos prazos mais alargados que vão de 61 dias até 90 dias, com uma percentagem média de desconto de 1,1%. De salientar que são os fornecedores da Classe A os que mais fazem referência a descontos de pagamento nas suas propostas com 44%, já dos fornecedores da Classe B, apenas 37% fazem essa referência.

Figura 4.4- Média da percentagem de desconto por número de dias de pagamento

Ao nível do número de dias de entrega da mercadoria pelos fornecedores de material de consumo clínico, eles têm como limite mínimo 1 dia e limite máximo 30 dias. No entanto da análise da Figura 4.5, podemos referir que os Fornecedores da Classe A são os que entregam a mercadoria num prazo máximo de 7 dias, já os Fornecedores da Classe B pode ir até aos 30 dias. Contudo, os prazos de entrega mais praticados pelos nossos Fornecedores abrangem essencialmente os 3 dias, seguido de 1 dia e por fim 5 dias.

Figura 4.5- Prazo de entrega da mercadoria por Classe de Fornecedores

Como podemos verificar na Figura 4.6, quer os Fornecedores de Classe A quer de Classe B, apresentam falhas ao nível da pontualidade na entrega da mercadoria. Face aos resultados podemos ainda constatar que numa avaliação de fornecimento, os 6% e 2% de fornecedores que não cumprem, seriam penalizados neste item. Considera-se serem fornecedores que necessitam de desenvolvimento, para melhorar a avaliação de desempenho, que por sua vez se traduzirá numa melhoria da prestação de cuidados aos utentes.

De acordo com a Figura 4.7 importa observar que dos fornecedores em estudo, 54 não impõem valores mínimos para a elaboração das encomendas feitas pela instituição, enquanto 10 desses fornecedores exigem um valor mínimo para a emissão de uma nota de encomenda, por forma a não serem cobrados custos de transporte/portes.

Figura 4.7- Valores mínimos de encomenda por Classe de fornecedores

No que concerne aos custos de transporte/portes a cobrar pelos Fornecedores, a Figura 4.8 mostra que dos 64 fornecedores estudados, 54 já incluem na apresentação dos preços dos seus produtos/bens os custos relativos ao transporte, contudo existem 6 fornecedores que não definem este valor e por fim 4 fornecedores da Classe B referem que cobram custos de transporte e que por sua vez estes estão associados a valores de encomendas inferiores ao indicado pela empresa fornecedora.

Apesar de na Figura 4.7, existirem três fornecedores da Classe A que impõem valores mínimos para as encomendas efetuadas, esta situação deve ser confirmada conforme demonstrado na Figura 4.8, em que não existe nenhum fornecedor da Classe A que cobra custos de transporte, uma vez que, o que pode estar em causa são os valores mínimos da encomenda serem superiores aos definidos pelos fornecedores.

A Figura 4.9 mostra que 37,4% dos fornecedores em análise alteraram o preço contratualizado com a instituição durante o ano de 2010, apresentando como principal motivo, o facto de se verificar um acréscimo nos preços da matéria-prima. Como se pode constatar, são os fornecedores da Classe A, que fazem mais alterações ao nível do preço acordado, com 22,2%, enquanto os fornecedores da Classe B apenas 15,2% alteram esses preços. Considera-se que, o facto de os fornecedores da Classe A fornecerem bens estratégicos para a instituição, não existindo na maior parte das vezes alternativas no mercado, leva a que estes fornecedores abusem da sua posição de poder negocial, entrando em incumprimento relativamente ao contratualizado.

Figura 4.9-Percentagem de Fornecedores que alteram o preço contratualizado

A Figura 4.10 mostra as diferenças entre os Fornecedores da Classe A e Classe B no que respeita à conformidade da documentação apresentada, sendo que, 63% dos Fornecedores da Classe B apresentam os seus documentos contabilísticos sem incorrecções, enquanto em apenas 33,3% dos Fornecedores da Classe A a documentação está conforme.

Figura 4.10-Conformidade na documentação por Classe de Fornecedores

A Figura 4.11 mostra as não conformidades relativamente à documentação apresentada pelos fornecedores, sendo que das 47 não conformidades detectadas em 29 fornecedores, 34 dizem respeito a correcções aos valores da factura, 9 referem-se à apresentação de facturas em duplicado e 4 respeita a artigos que são facturados e não fornecidos. Poder-se- á dizer que, o que distingue os dois tipos de fornecedores em estudo é o facto de os Fornecedores da Classe B apresentarem mais não conformidades no que respeita a duplicação de facturas, enquanto os fornecedores da Classe A, facturam mais artigos que por sua vez não são fornecidos.

Na Figura 4.12 podemos observar que foram feitas reclamações/devoluções de mercadoria a 31 fornecedores, dos quais em 20 não foi definido o motivo da reclamação/devolução, 7 foram artigos devolvidos que tinham sido fornecidos em duplicado, 2 fornecedores forneceram e faturaram artigos que eram de outro Hospital e por fim foram devolvidos a 2 fornecedores artigos, em que um entrou em desuso e outro apresentava não conformidades técnicas no artigo. Podemos concluir que, do total de fornecedores em estudo, 48,4% são alvo de reclamações/devoluções pelo CHTMAD, EPE.

Figura 4.12-Tipo de reclamações/devoluções feitas aos Fornecedores

De acordo com a Figura 4.13 constata-se que das 46 reclamações/devoluções feitas aos fornecedores durante o ano de 2010, estas tiveram mais incidência nos Fornecedores da Classe B, com 27 casos (58,7%), comparativamente aos Fornecedores da Classe A, com 19 casos (41,3%). Em ambos os fornecedores verifica-se em maior número, as devoluções/reclamações que não têm um motivo definido. Também é de referir um maior número de artigos devolvidos que são fornecidos em duplicado. De salientar que devido à não conformidade técnica do artigo, surgem 2 casos no Fornecedor da Classe B, e em contrapartida os artigos fornecidos e facturados incorrectamente bem como os artigos que entraram em desuso respeitam aos Fornecedores da Classe A, com 3 e 1 caso, respectivamente.

Figura 4.13-Número de reclamações por Fornecedor

Ao nível da qualidade, salienta-se a existência de fornecedores que apresentam documentos comprovativos ao nível da qualidade da empresa, dos seus produtos e/ou processos e outros nada referem quanto a este critério. A Figura 4.14 demonstra que 76,6% dos Fornecedores em estudo apresentam comprovativos da garantia de qualidade dos seus artigos, nomeadamente o certificado CE - Directiva 93/42/CEE, que refere no seu Artigo 2º que "(...)os dispositivos médicos apenas possam ser colocados no mercado e entrar em

serviço caso não comprometam a segurança e a saúde dos utentes, dos utilizadores, e, se aplicável, de terceiros, quando correctamente instalados, manutenciados e utilizados em conformidade com a respectiva finalidade."

No que concerne à certificação de qualidade, verifica-se que 48,4% dos fornecedores apresentam comprovativos dos sistemas de gestão da qualidade implementados nas suas empresas, através das normas: ISO 9001:20009 e ISO 13485:200310.

9 A norma ISO 9001estabelece os requisitos mínimos que uma organização deve seguir ao nível da organização da empresa, dos seus processos e actividades, para garantir que os seus produtos ou serviços

Quanto ao sistema de auditoria, nota-se um menor número de fornecedores (37,5%) que apresentam certificados de auditoria emitidos por entidades acreditadas (tais como: SGS ICS - Serviços Internacionais de Certificação, Lda; BSI (British Standards Institution); TUV - Rheinland Portugal, Inspecções Técnicas, Lda; APCER - Associação Portuguesa de Certificação; IPQ - Instituto Português da Qualidade, entre outras) que após a realização de uma auditoria à empresa por uma entidade externa, em como a organização dispõe de um sistema de gestão implementado e cumpre com as Normas aplicáveis, dá lugar à emissão de um certificado.

Figura 4.14- Comportamento dos Fornecedores ao nível da qualidade

Após a caracterização efetuada, procede-se à quantificação dos critérios de avaliação.

4.1.3.Quantificação dos critérios de avaliação

Após a definição dos critérios e respectivos itens a serem avaliados, torna-se necessário atribuir uma importância quantitativa para cada um deles. No entanto, tendo em consideração a actividade da instituição em estudo, um hospital, existem bens que devem

estão em conformidade com o pedido do cliente ou as condições contratuais estabelecidas. Esse conjunto de requisitos, por sua vez constitui o Sistema de gestão da Qualidade (SGQ).

10 A certificação de acordo com a ISO 13485:2003 evidencia que uma organização possui capacidade para fornecer Dispositivos Médicos, bem como os serviços associados, que cumprem, de forma consistente, os requisitos dos clientes e os requisitos regulamentares aplicáveis. Todos os requisitos desta Norma são específicos para as organizações que fornecem dispositivos médicos, independentemente do tipo ou tamanho da organização. Apesar de ser um documento autónomo, em geral ela é harmonizada com a norma ISO: 9001.

ser tratados de forma diferenciada devido à sua complexidade e exclusividade. No caso de o fornecedor ser único para determinado bem, em que não existe similar no mercado ou o custo/benefício de aquisição noutro fornecedor é impraticável, a importância quantitativa a atribuir aos factores de avaliação será mais elevada para os factores de qualidade (inovação) em detrimento dos factores atendimento ou comerciais. Contudo, estas situações requerem algum cuidado, na medida em que é fundamental a empresa fornecedora possuir certificação de conformidade – Diretiva 93/42/CEE emitido por um organismo notificado (Instituto Português da Farmácia e Medicamento); sistema de qualidade: a) certificação pela NP EN ISO 13485: Sistema de gestão da qualidade para dispositivos médicos; b) certificação do sistema de gestão da qualidade – NP EN ISO 9001: pelo Instituto Português da Qualidade (IPQ), esta por sua vez não sendo forçosamente necessária, demonstra a preocupação dos fornecedores na satisfação dos clientes que por sua vez se traduz na garantia da qualidade dos bens fornecidos. De acordo com a legislação em vigor, dependendo dos bens a comercializar também pode ser fundamental apresentação de outras certificações de conformidade.

Perante os critérios de avaliação definidos no ponto 3.4.4, cada critério tem uma pontuação de acordo com o seu grau de importância relativa aos demais para a instituição em estudo, cuja soma de todas as pontuações atribuídas resulta na avaliação final. Com o propósito de atribuir uma importância quantitativa aos critérios definidos, iremos apresentar e discutir os resultados obtidos do inquérito por questionário, aplicado aos colaboradores da Unidade Hospitalar de Vila Real do CHTMAD, EPE, envolvidos no processo de decisão de compra e que por sua vez integram a comissão de análise de propostas dos fornecedores. A nossa amostra é constituída por 38 respostas (válidas), nomeadamente de colaboradores da secção de compras, pessoal médico e de enfermagem.

A Figura 4.15 apresenta a percentagem de respostas aos questionários. Como poderemos verificar há uma maior percentagem de pessoal de enfermagem a responder, sendo que o pessoal médico e compras têm igual representatividade. Ao nível do pessoal de enfermagem e médico, incidiu essencialmente nos colaboradores que desempenham funções nos serviços de maior consumo ao nível de material de consumo clínico, como por exemplo; Bloco Operatório, Serviço de Cardiologia, Serviço de Urgência, Serviço de Medicina, Serviço de Cirurgia e Serviço de Ortopedia.

Figura 4.15- Colaborador que responde ao questionário

De modo a caracterizar a nossa amostra, analisaremos os colaboradores inquiridos de

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