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3. Hipóteses 1 Hipótese central

4.2. Objetivos específicos

1- Isolar e selecionar bactérias, a partir de lodo de um reator anaeróbio alimentado com bagaço de cana hidrolisado, com a capacidade de usar a xilose e arabinose em processo fermentativo.

2- Caracterizar e identificar os isolados de acordo com suas características bioquímicas e moleculares.

3- Avaliar o consumo dos açúcares xilose, arabinose e glicose, e da geração de hidrogênio e de outros produtos de fermentação, para os isolados selecionados. 4- Avaliar o efeito do uso do hidrolisado lignocelulósico no consumo dos açúcares e na

geração de produtos de fermentação, com ênfase na produção de biohidrogênio, para os isolados selecionados.

5- Avaliar o efeito dos inibidores presentes no hidrolisado lignocelulósico no consumo dos substratos e produção de hidrogênio para os isolados selecionados.

6- Avaliar o uso de carvão ativado e MIP como adsorventes em ensaios de fermentação do hidrolisado para produção de hidrogênio.

CAPITULO V 5. METODOLOGIA

A metodologia geral encontra-se descrita e resumida no fluxograma apresentado na Figura 10.

5. 1. Obtenção e seleção das culturas bacterianas 5.1.1. Isolamento das bactérias

O isolamento das bactérias foi feito a partir de amostras retiradas de um reator anaeróbio do tipo batelada, alimentado com hidrolisado de bagaço de cana-de-açúcar a 10%. Esta amostra foi gentilmente cedida pelo Prof. Sérgio Aquino do Laboratório de Química Tecnológica e Ambiental da UFOP. O hidrolisado que foi usado para alimentar o reator foi produzido por auto-hidrólise, considerando os seguintes parâmetros: temperatura de 185ºC por 35 minutos e uma relação sólido líquido (g/mL) de 1:6.0, com o objetivo de favorecer a liberação dos açúcares da hemicelulose (xilose, arabinose e glicose). A análise química do hidrolisado por HPLC encontra-se na Tabela 5 (BAÊTA, 2014).

Tabela 5.Composição do hidrolisado de bagaço-de-cana submetido a auto-hidrólise

Composto mg/L

Gl Xi Ar HF AcOH HMF FF

2,98 153,55 69,56 67,85 55,66 1,36 29,65

Gl-glicose; Xi-xilose; Ar-arabinose; HF-ácido fórmico; HAc-ácido acético; HMF-hidroximetilfurfural, FF furfural

O isolamento das bactérias foi realizado a partir de 1 mL de amostra de lodo do reator submetida a diluição seriada em solução salina (0,9% NaCl) até o fator 10-5. As duas últimas

diluições foram cultivadas em três meios de cultura sólidos, a saber: PYG (Peptona 20g/L, extrato de levedura 10g/L, Glicose 20g/L), PYX (Peptona 20g/L, extrato de levedura 10g/L, Xilose 20g/L) e EMB (Eosina azul de metileno). O cultivo foi feito por plaqueamento em superfície e inoculado em aerobiose a 36±1oC, por 24 horas. Após deste período foi

observado o crescimento de diversas colônias, as mesmas foram caracterizadas em quanto a tipo de cor e borda e um representante de cada morfotipo foi inoculado em nova placa de Petri. As placas foram incubadas nas mesmas condições descritas anteriormente.

5.1.2. Caracterização morfológica e bioquímica dos isolados

Os diferentes morfotipos foram caraterizados pela técnica de coloração de Gram e as lâminas obtidas foram visualizadas no microscópio óptico para caracterização da forma bacteriana. A caracterização bioquímica dos isolados foi feita utilizando os seguintes testes: produção de H2S, motilidade, produção de indol, vermelho de metila (VM), Voges-Proskauer

(VP), citrato, hidrólise de ureia, consumo de açúcares (glicose e lactose), produção de gás e ágar triplo açúcar e ferro (TSI) de acordo com os protocolos da American Society For Microbiology (2014). O objetivo da aplicação dos testes bioquímicos foi de agrupar isolados bacterianos definindo representantes de um grupo morfo-fisiológico similar.

5.1.3. Identificação dos isolados bacterianos pelo sequenciamento do DNAr 16S

A extração do DNA genômico foi feita segundo Cheng e Jiang (2006), 1 mL das células em suspensão foi centrifugado a 8.000g por 2 minutos; o sobrenadante foi removido e as células lavadas com 400 µL de tampão STE (100 mM NaCl, 10 mM Tris/HCl, 1 mM EDTA, pH 8.0) e centrifugadas a 8.000g por 2 minutos; o pellet foi ressuspendido em 200 µl de tampão TE (10 mM Tris/HCl, 1 mM EDTA, pH 8.0); adicionou-se 100 µL de fenol saturado em Tris (10 mM) e a mistura foi agitada por 60 segundos e centrifugada a 13.000g por 5 minutos a 4oC; transferiu-se 160 µL da fase aquosa para um novo tubo acrescido de 40

µL de tampão TE e 100 µL de clorofórmio; centrifugou-se a 13.000g por 5 minutos a 4oC;

repetiu-se a transferência da fase aquosa e adição de TE e clorofórmio como descrito anteriormente até que não houvesse mais uma interface branca.

Após a extração do DNA, o gene DNAr 16S foi amplificado, com os iniciadores Epsilon 10 (5´-GAGASTTGATCMTGGCTCAG-3´) e 1541R (5’-AAGGAGGTGATC CAGCC-3’) para o domínio Bacteria. A mistura de PCR continha: 2,5 µl de Tampão (1X), 2,0 µl de MgCl2 (2,0 mM),1,25 µL de cada iniciador (0,5 pmol/µL), 0,5 µl de dNTP (0,2

mM), 0,125 µL de Taq polimerase (1,25 u/µL fermentas) e 2,0 µL de DNA e água para um volume final de 25 µL.

a 72oC; e uma extensão final de 10 minutos a 72oC. As amostras amplificadas foram

visualizadas em gel de agarose a 1%.

Os amplicons foram purificados em gel de agarose de acordo com o seguinte protocolo (AITKEN; RAGUZ; ANTONIOU, 1998): a banda com DNA foi cortada e colocada em um microtubo em banho-maria a 65ºC até derreter a agarose. Colocou-se a mesma quantidade de fenol. O microtubo foi agitado e centrifugado por 10 minutos a 12.470g. A fase aquosa foi transferida para outro tubo, adicionou-se o mesmo volume de fenol/clorofórmio. Agitou-se e centrifugou-se a 12.470g por 10 minutos e a fase aquosa foi transferida para outro tubo. Mediu-se o volume novamente e adicionou-se 1/10 desse volume de acetato de sódio 3M pH 5,5. Adicionou-se o dobro do volume medido anteriormente de etanol 100%. Agitou-se e centrifugou-se a 12470g durante 15 minutos. O etanol foi removido e foram adicionados 500 µL de etanol 70%, a seguir, centrifugou-se por 2 minutos na velocidade máxima e descartou-se todo o etanol. Deixou-se os microtubos secarem ao ar, e ressuspendeu-se o pellet em 20 µL de água destilada. As amostras foram enviadas para sequenciamento na empresa Genomic Engenharia Molecular Ltda. e os resultados obtidos foram analisados no programa Ribosomal Database Program (RDP, Release 8.1), segundo Wang e colaboradores (2007).

5.1.4. Ensaio inicial para screening dos isolados com capacidade de fermentar xilose e arabinose

O meio mínimo mineral utilizado nos ensaios continha por litro: 3.4g de K2HPO4,

1.3g de KH2PO4, 2.0g de (NH4)2SO4, 0.005g de FeSO4.7H2O, 0.2g de MgSO4.7H2O, 0.02g

de CaCl2.2H2O, 0.25g de NaHCO3 e 1g de extrato de levedura com pH ajustado para 6,5.

Em todos os ensaios foi feito um pré-inóculo, o cultivo foi realizado em tubos de ensaio fechados contendo 4,75 mL de meio mínimo mineral líquido e enriquecido com 1 g/L da fonte de carbono (xilose, glicose ou arabinose). Os tubos foram incubados sob agitação a 170 rpm por 18-24 horas a 36±1oC. Mediu-se a densidade óptica (DO

550nm) para cada cultura

Para os ensaios de fermentação, foram utilizados frascos lacrados de 50 mL com um volume de trabalho de 30 mL de meio mínimo mineral estéril e atmosfera anaeróbia (purgado com N2). Inoculou-se 100 µL do pré-inóculo e 1 g/L da fonte de carbono. Os frascos foram

incubados sob agitação a 170 rpm e 36±1oC. O crescimento foi avaliado pela medida da

DO550nm de 1 mL da cultura. Adicionalmente, retirou-se uma alíquota de 1 mL da cultura

para avaliação do consumo de substratos e quantificação dos produtos de fermentação (metodologia descrita no item 3.2).

5.2. Métodos analíticos para análise dos substratos e produtos da fermentação