1.2 Psico‐Oncologia
1.5.2 Objetivos específicos
objetivos deste estudo.
1.5.1 Objetivos gerais
O presente trabalho consiste em uma revisão da produção científica da Pós‐ Graduação Brasileira em Psico‐Oncologia em Mastologia, a partir de teses e dissertações, com vistas a traçar um panorama da produção científica em Psico‐Oncologia na Mastologia, para se verificar o estado da arte dessa nova disciplina, confrontando a experiência vivida, como uma mulher com câncer de mama, com a revisão da literatura.
1.5.2 Objetivos específicos
• Descrever a experiência pessoal em relação ao câncer de mama.
• Identificar e apresentar a modalidade de produção científica; autoria; cronologia; temática; objetivos; método; base e local de coleta de dados; amostra; fundamentação teórica; instrumentos; resultados, considerações finais e/ou conclusões.
• Apresentar a produção científica em uma sequência aproximada dos antecedentes afetivos e comportamentais das pessoas com câncer de mama, do percurso da doença experienciado pela paciente.
• Analisar o caminho percorrido nesse campo do conhecimento.
• Confrontar a experiência vivida com os dados encontrados pelos autores. • Colaborar para o direcionamento de estudos posteriores.
2 MÉTODO
Trata‐se de uma revisão da produção da pós‐graduação brasileira, dos programas de mestrado e doutorado em Ciências Humanas em Psicologia, referendados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior – Capes, focalizando a temática da Psico‐Oncologia, em Mastologia, perfazendo um total de 58 instituições. O período pesquisado limita‐se as publicações encontradas nos anos de 2005 a 2009. Seguem adiante os esclarecimentos sobre as estratégias de busca, adotadas pela autora, os procedimentos para seleção e apreciação das referências e as dimensões de análise a serem criadas. Partimos do princípio de que a mulher com câncer de mama é, antes de tudo, um indivíduo. E indivíduo é ímpar, particular e absoluto no seu todo, saúde, doença, sintomas e resposta a tratamentos, na sua visão de mundo. Por isso, a dificuldade de generalização, na contribuição dos fatores de risco a procedimentos e resultados.
Indiferente de causas e motivos que levaram a sua saúde à falência, a mulher com câncer de mama sofre profundas agressões, que começam com o diagnóstico. É o ser feminino vilipendiado por uma doença devastadora, que, na maioria das vezes, leva à mutilação, não importa se total ou parcial. Não importa a dimensão da cirurgia, porque o aniquilamento psico‐afetivo é, de toda forma, imensurável, uma vez que atinge “as mulheres no órgão cuja simbologia representa a própria essência da feminilidade” (Menke et al., 2007, p. 175).
Se no início do século XX o câncer era visto como expiação, depuração de um corpo mal habitado por uma alma mergulhada em pecados, a recente culpabilização do
doente, responsabilizado pelo controle inadequado – ou descontrole – de emoções precipitadoras de doenças, carrega consigo o mesmo estigma. Ainda prevalece nos dias atuais a associação do câncer ao sentido de purgatório.
Mas a mulher com câncer de mama é um ser social; vive na sociedade, que ajuda a construir com seus valores, refletindo os dos demais. Nessa simbiose, embora possa se nos parecer vítima de rótulos, essa mulher‐paciente está de tal forma inserida no seu meio que não só participa da construção, como reproduz os vícios que geram rotulações. Nesse sentido, Bragança (2006, p. 73) relata que, apesar de não apresentar em seu estudo qualquer questão, vinculando o estado emocional ao surgimento do câncer, “evidenciou‐se que alguns participantes procuram explicações, fazendo associação entre o adoecer e seu estado emocional dos últimos anos (...)”. É inerente ao ser humano buscar justificativas que o leve a compreender e aceitar situações inesperadas e a assimilação desse golpe comumente ocorre por meio de explicações psicológicas, filosóficas e religiosas.
Importante para o nosso estudo é o estado emocional no pós‐diagnóstico e não a sua acepção como um dos fatores geradores da doença. Para isso, buscamos respaldo na Psico‐Oncologia, em que serão consideradas de modo amplo a postura e a conduta da paciente em todo o processo, que envolve a representação da perda da mama, carregada de significado feminino.
Lima (2003) citado por Oliveira (2009, p. 20) ressalta que a reação ao diagnóstico varia de acordo com cada indivíduo:
[...] a partir do momento em que sofre o impacto da comunicação de seu diagnóstico, cada indivíduo faz uso de seus recursos egóicos para enfrentar tal
situação. Os recursos egóicos são aqueles que permitem ao ego, instância psíquica de acordo com o modelo psicanalítico, adaptar‐se a novas situações. Sendo assim, cada indivíduo possui diferentes condições egóicas, o que permite uma grande variabilidade de reações perante a mesma situação.
Apesar de particularizada a reação ao diagnóstico, alguns sentimentos são comuns a essas pacientes, como o medo da cirurgia, mastectomia, e a certeza de morte.
“A mastectomia é um procedimento cirúrgico agressivo acompanhado de conseqüências
traumatizantes nas experiências de vida e saúde da mulher. Desde o diagnóstico de câncer e a possibilidade de mastectomia são geradas incertezas, medos e ansiedades.” (Viana & Campos, 20091) E as sequelas psicológicas decorrentes desse procedimento “podem ser mais graves que a própria deformidade deixada [...]”
Também são objetos de análise o envolvimento e as respostas de familiares da mulher com câncer de mama, obrigados a viver essa nova realidade. “O câncer impõe aos pacientes e suas famílias uma série de obstáculos que outras famílias normalmente não enfrentam, para se adaptar diante das mudanças impostas pela doença, a família sofrerá alterações em seu modo costumeiro de funcionar.” (Oliveira, 2009, p. 44)
A reinserção social dessa paciente, modificada pela mutilação no seu corpo e levada a redimensionar a própria vida, em todos os sentidos, também será analisada neste estudo. Uma realidade que também é nossa e impôs limite ao campo pesquisado neste estudo. A seguir, serão relatadas as estratégias de busca do material a ser investigado. 1 Câncer de mama e mastectomia: cenário de atuação de enfermeiros Disponível em: <www.webartigos.com/.../CANCER‐DE‐MAMA.../pagina1.html>. Acesso em: 19 maio 2009.
2.1 Estratégias de busca
As teses e dissertações dos programas de mestrado e doutorado das universidades brasileiras foram obtidas por meio de consultas feitas ao portal Capes sobre as universidades credenciadas e que realizam programas de pesquisa em Psicologia. Foram criteriosas as buscas on‐line pelos programas, excluindo‐se aqueles que não contemplam pesquisas em Psico‐Oncologia em Mastologia.
Após localização das instituições, priorizaram‐se as buscas do serviço de bibliotecas dessas universidades, em segunda opção a busca ocorreu via Programa de Comutação Bibliográfica (Comut), diante da necessidade de se recuperarem algumas referências não disponíveis on‐line, na íntegra. Em última instância, foram mantidos contatos com o próprio autor, quando a publicação disponível on‐line não oferecia informações adequadas.
Em 16 de setembro de 2009, a partir das nove horas, iniciou‐se o processo de buscas on‐line, na biblioteca da Universidade Federal de Uberlândia, da produção científica brasileira, em Psico‐Oncologia-Mastologia.
A bibliotecária sugeriu que a busca fosse feita via Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT – considerado um dos maiores e melhores indexadores de produção científica.
A biblioteca do IBICT possui um acervo especializado em biblioteconomia, ciência da informação e áreas correlatas, formado por monografias, publicações seriadas, anais de eventos, relatórios, memória técnica, documentos eletrônicos, multimeios e obras de referência. É referência em projetos voltados ao movimento do acesso livre ao conhecimento, ao lançamento da incubadora do Sistema Eletrônico de Editoração de