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Objetivos específicos

No documento BARBARA LUISA SILVA DE ALMEIDA MORAIS (páginas 114-118)

1.2 Psico‐Oncologia

1.5.2  Objetivos específicos

objetivos deste estudo. 

 

1.5.1 Objetivos gerais   

O  presente  trabalho  consiste  em  uma  revisão  da  produção  científica  da  Pós‐ Graduação Brasileira em Psico‐Oncologia em Mastologia, a partir de teses e dissertações,  com  vistas  a  traçar  um  panorama  da  produção  científica  em  Psico‐Oncologia  na  Mastologia,  para  se  verificar  o  estado  da  arte  dessa  nova  disciplina,  confrontando  a  experiência vivida, como uma mulher com câncer de mama, com a revisão da literatura. 

   

1.5.2 Objetivos específicos   

• Descrever a experiência pessoal em relação ao câncer de mama. 

• Identificar  e  apresentar  a  modalidade  de  produção  científica;  autoria;  cronologia;  temática;  objetivos;  método;  base  e  local  de  coleta  de  dados;  amostra;  fundamentação teórica; instrumentos; resultados, considerações finais e/ou conclusões. 

• Apresentar  a  produção  científica  em  uma  sequência  aproximada  dos  antecedentes  afetivos  e  comportamentais  das  pessoas  com  câncer  de  mama,  do  percurso da doença experienciado pela paciente. 

• Analisar o caminho percorrido nesse campo do conhecimento. 

• Confrontar a experiência vivida com os dados encontrados pelos autores.   • Colaborar para o direcionamento de estudos posteriores. 

2 MÉTODO   

Trata‐se de uma revisão da produção da pós‐graduação brasileira, dos programas  de  mestrado  e  doutorado  em  Ciências  Humanas  em  Psicologia,  referendados  pela  Coordenação  de  Aperfeiçoamento de  Pessoal do  Nível  Superior  –  Capes,  focalizando  a  temática da Psico‐Oncologia, em Mastologia, perfazendo um total de 58 instituições.   O período pesquisado limita‐se as publicações encontradas nos anos de 2005 a  2009.  Seguem adiante os esclarecimentos sobre as estratégias de busca, adotadas pela  autora, os procedimentos para seleção e apreciação das referências e as dimensões de  análise a serem criadas.   Partimos do princípio de que a mulher com câncer de mama é, antes de tudo, um  indivíduo.  E  indivíduo  é  ímpar,  particular  e  absoluto  no  seu  todo,  saúde,  doença,  sintomas  e  resposta  a  tratamentos,  na  sua  visão  de  mundo.  Por  isso,  a  dificuldade  de  generalização, na contribuição dos fatores de risco a procedimentos e resultados. 

 Indiferente  de  causas  e  motivos  que  levaram  a  sua  saúde  à  falência,  a  mulher  com câncer de mama sofre profundas agressões, que começam com o diagnóstico. É o  ser feminino vilipendiado por uma doença devastadora, que, na maioria das vezes, leva à  mutilação, não importa se total ou parcial. Não importa a dimensão da cirurgia, porque o  aniquilamento  psico‐afetivo  é,  de  toda  forma,  imensurável,  uma  vez  que  atinge  “as  mulheres  no  órgão  cuja  simbologia  representa  a  própria  essência  da  feminilidade”  (Menke et al., 2007, p. 175).  

 Se  no  início  do  século  XX  o  câncer  era  visto  como  expiação,  depuração  de  um  corpo mal habitado por uma alma mergulhada em pecados, a recente culpabilização do

doente,  responsabilizado  pelo  controle  inadequado  –  ou  descontrole  –  de  emoções  precipitadoras de doenças, carrega consigo o mesmo estigma. Ainda prevalece nos dias  atuais a associação do câncer ao sentido de purgatório. 

 Mas a mulher com câncer de mama é um ser social; vive na sociedade, que ajuda  a construir com seus valores, refletindo os dos demais. Nessa simbiose, embora possa se  nos  parecer  vítima  de  rótulos,  essa  mulher‐paciente  está  de  tal  forma  inserida  no  seu  meio que não só participa da construção, como reproduz os vícios que geram rotulações.   Nesse sentido, Bragança (2006, p. 73) relata que, apesar de não apresentar em  seu estudo qualquer questão, vinculando o estado emocional ao surgimento do câncer,  “evidenciou‐se que alguns participantes procuram explicações, fazendo associação entre  o  adoecer  e  seu  estado  emocional  dos  últimos  anos  (...)”.  É  inerente  ao  ser  humano  buscar  justificativas  que  o  leve  a  compreender  e  aceitar  situações  inesperadas  e  a  assimilação  desse  golpe  comumente  ocorre  por  meio  de  explicações  psicológicas,  filosóficas e religiosas. 

 Importante para o nosso estudo é o estado emocional no pós‐diagnóstico e não a  sua acepção como um dos fatores geradores da doença. Para isso, buscamos respaldo na  Psico‐Oncologia, em que serão consideradas de modo amplo a postura e a conduta da  paciente  em  todo  o  processo,  que  envolve  a  representação  da  perda  da  mama,  carregada de significado feminino. 

Lima (2003) citado por Oliveira (2009, p. 20) ressalta que a reação ao diagnóstico  varia de acordo com cada indivíduo: 

  

 [...]  a  partir  do  momento  em  que  sofre  o  impacto  da  comunicação  de  seu  diagnóstico,  cada  indivíduo  faz  uso  de  seus  recursos  egóicos  para  enfrentar  tal 

situação.  Os  recursos  egóicos  são  aqueles  que  permitem  ao  ego,  instância  psíquica  de  acordo  com  o  modelo  psicanalítico,  adaptar‐se  a  novas  situações.  Sendo assim, cada indivíduo possui diferentes condições egóicas, o que permite  uma grande variabilidade de reações perante a mesma situação. 

 

 Apesar  de  particularizada  a  reação  ao  diagnóstico,  alguns  sentimentos  são  comuns a essas pacientes, como o medo da cirurgia, mastectomia, e a certeza de morte. 

“A mastectomia é um procedimento cirúrgico agressivo acompanhado de conseqüências 

traumatizantes  nas  experiências  de  vida  e  saúde  da  mulher.  Desde  o  diagnóstico  de  câncer e a possibilidade de mastectomia são geradas incertezas, medos e ansiedades.”  (Viana  &  Campos,  20091)  E  as  sequelas  psicológicas  decorrentes  desse  procedimento  “podem ser mais graves que a própria deformidade deixada [...]”   

Também são objetos de análise o envolvimento e as respostas de familiares da  mulher com câncer de mama, obrigados a viver essa nova realidade. “O câncer impõe  aos pacientes e suas famílias uma série de obstáculos que outras famílias normalmente  não  enfrentam,  para  se  adaptar  diante  das  mudanças  impostas  pela  doença,  a  família  sofrerá alterações em seu modo costumeiro de funcionar.” (Oliveira, 2009, p. 44) 

 A  reinserção  social  dessa  paciente,  modificada  pela  mutilação  no  seu  corpo  e  levada  a  redimensionar  a  própria  vida,  em  todos  os  sentidos,  também  será  analisada  neste estudo. Uma realidade que também é nossa e impôs limite ao campo pesquisado  neste estudo.  A seguir, serão relatadas as estratégias de busca do material a ser investigado.  1 Câncer de mama e mastectomia: cenário de atuação de enfermeiros  Disponível em:  <www.webartigos.com/.../CANCER‐DE‐MAMA.../pagina1.html>. Acesso em: 19 maio 2009. 

2.1 Estratégias de busca   

As  teses  e  dissertações  dos  programas  de  mestrado  e  doutorado  das  universidades  brasileiras  foram  obtidas  por  meio  de  consultas  feitas  ao  portal  Capes  sobre  as  universidades  credenciadas  e  que  realizam  programas  de  pesquisa  em  Psicologia.  Foram  criteriosas  as  buscas  on‐line  pelos  programas,  excluindo‐se  aqueles  que não contemplam pesquisas em Psico‐Oncologia em Mastologia.  

Após  localização  das  instituições,  priorizaram‐se  as  buscas  do  serviço  de  bibliotecas  dessas  universidades,  em  segunda  opção  a  busca  ocorreu  via  Programa  de  Comutação  Bibliográfica  (Comut),  diante  da  necessidade  de  se  recuperarem  algumas  referências  não  disponíveis  on‐line,  na  íntegra.  Em  última  instância,  foram  mantidos  contatos  com  o  próprio  autor,  quando  a  publicação  disponível  on‐line  não  oferecia  informações adequadas.  

Em  16  de  setembro  de  2009,  a  partir  das  nove  horas,  iniciou‐se  o  processo  de  buscas  on‐line,  na  biblioteca  da  Universidade  Federal  de  Uberlândia,  da  produção  científica brasileira, em Psico‐Oncologia-Mastologia. 

A  bibliotecária  sugeriu  que  a  busca  fosse  feita  via  Instituto  Brasileiro  de  Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT – considerado um dos maiores e melhores  indexadores de produção científica.  

A biblioteca do IBICT possui um acervo especializado em biblioteconomia, ciência  da informação e áreas correlatas, formado por monografias, publicações seriadas, anais  de eventos, relatórios, memória técnica, documentos eletrônicos, multimeios e obras de  referência.  É  referência  em  projetos  voltados  ao  movimento  do  acesso  livre  ao  conhecimento,  ao  lançamento  da  incubadora  do  Sistema  Eletrônico  de  Editoração  de 

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