• Nenhum resultado encontrado

Capítulo IV – Metodologia da Investigação

4.1. Objetivos

A temática do Human Smuggling, como foi possível verificar nos capítulos anteriores, é constituída por múltiplos conceitos e características, o que a torna numa área de estudo complexa. Adicionalmente, é um fenómeno que tem uma enorme dependência das características geopolíticas, geográficas e históricas que a rodeiam (p. 32), o que pressupõe a necessidade de o investigador contextualizar o seu estudo num determinado espaço e num determinado tempo. Logo, o presente estudo insere–se na atual crise migratória europeia.

Tendo em conta esta complexidade, este estudo procura estabelecer um conjunto de objetivos, que possam contribuir para uma maior e melhor compreensão do fenómeno. Inicialmente, procurou–se perceber, através da revisão da literatura científica, que aspetos do fenómeno de Human Smuggling, no contexto da atual da crise migratória europeia, careciam de investigação científica. Percebeu–se que as perspetivas dos profissionais que trabalham diariamente, quer de forma direta quer de forma indireta, com os processos migratórios, poderiam usufruir de investigação por parte dos cientistas sociais, no que diz respeito à temática desenvolvida nesta dissertação.

Portanto, delinearam–se objetivos que permitem a obtenção dessas perspetivas, tendo por base duas características interligadas: (1) perceber qual a perspetiva dos profissionais, cuja atividade profissional se relaciona com os processos migratórios, sobre o impacto dos processos de Human Smuggling, nos atuais fluxos migratórios europeus e (2)

23 “Este paradigma encerra a crença de que existem várias realidades. Cada realidade é baseada nas perceções dos indivíduos e

muda com o tempo. O conhecimento desta realidade não tem sentido senão para uma determinada situação ou para um contexto particular (Munhall & Boyd, 1993 cit in Fortin, 2006).

39

identificar qual a perspetiva que têm sobre o papel que os migrantes desempenham no fenómeno em estudo.

Para além disso, delimitou–se um conjunto de objetivos específicos, que permitem auxiliar o enquadramento dos objetivos delimitados anteriormente:

a) Identificar os fatores de risco a que os migrantes são expostos, quando utilizam os serviços do fenómeno de Human Smuggling;

b) Delimitar as razões que levaram os migrantes a utilizar os serviços de Human Smuggling;

c) Perceber se a experiência destes migrantes nas redes de Human Smuggling afeta as relações interpessoais nos países que os acolhem.

d) Identificar possíveis medidas alternativas que auxiliem no combate ao fenómeno de Human Smuggling.

Sem querermos ser muito ambiciosos, consideramos que a delimitação destes objetivos permitirá dar um pequeno contributo há compreensão do fenómeno em estudo. Prevê–se também que, no final da investigação, possam ser formuladas hipóteses para futuras investigações científicas sobre esta temática.

4.2. Método

Um método de investigação comporta dois elementos: o paradigma do investigador e a estratégia utilizada para atingir o objetivo fixado (Norwood, 2000 cit. in Fortin, 2006). O método qualitativo, para além de permitir explorar, descrever e compreender a essência de um fenómeno, permite também considerar os diferentes aspetos do mesmo, do ponto de vista dos participantes, de forma a ser possível interpreta–lo no seu meio (Pares, 1996 cit. in Fortin, 2006).

Portanto, devido às considerações anteriores e à natureza dos objetivos traçados no presente estudo, optou–se pela escolha de um método qualitativo. Este método possibilita o estudo das perspetivas dos profissionais sobre o impacto das redes de Human Smuggling na atual crise migratória e sobre o papel dos migrantes que utilizam estas redes.

40 4.2.1 Participantes

Na perspetiva de Prodanov e Freitas (2013), as investigações científicas no âmbito das ciências sociais abrangem um enorme universo de elementos e, portanto, torna–se impraticável considerá–lo no seu todo. Por esta razão, é necessário trabalhar com uma

amostra desse universo, definida através de um conjunto de regras previamente

delimitadas.

A população–alvo para este estudo é constituída por todos os profissionais (profissionais do controlo formal, técnicos humanitários, profissionais do Ministério Público, professores universitários com investigação empírica na área, entre outros.) que lidam diariamente, de forma direta ou indireta, com o fenómeno de Human Smuggling e/ou criminalidade conexa (imigração irregular, falsificação de documentos, etc.)

Perante estas considerações, o estudo optou por utilizar uma amostra não

probabilística intencional, definida por um conjunto de critérios de inclusão e exclusão

que asseguram a relevância dos dados recolhidos. Os critérios de inclusão que foram definidos a priori são os seguintes: (1) profissionais que tenham um bom conhecimento sobre o fenómeno Human Smuggling; (2) profissionais que tenham tido contacto direto ou indireto com a problemática, através de experiências derivada do desempenho das suas atividades profissionais e (3) profissionais que estejam neste momento a desenvolver as suas atividades profissionais no âmbito desta tipologia criminal, quer por via das instituições de segurança formal, quer por organizações humanitárias e/ou académicas. Por sua vez, os critérios de exclusão são: (1) profissionais que não tenham conhecimento sobre o presente fenómeno criminal; (2) profissionais que não tenham tido contacto prático com a presente problemática e (3) profissionais que não exerçam, atualmente, a sua atividade profissional relacionada com o fenómeno em estudo.

Importa ainda referir que, tal como Bryman (2012 cit. in Baker & Edwards, 2012 p.18) descreve, a forma mais comum de determinar o número de participantes num estudo qualitativo, assenta no conceito de “saturação teórica”. Este termo refere–se ao processo em que o investigador vai recolhendo dados até que nenhuma informação nova seja descoberta. Por outras palavras, e contextualizando este conceito no presente estudo, foram realizadas entrevistas até que se verificou que a continuidade do processo de recolha de dados não iria identificar novas informações.

41

Assim sendo, colaboraram neste estudo 6 profissionais, cujas as suas funções estão estritamente relacionadas com a problemática em estudo, tanto em termos de formação académica, como em termos de atividade profissional (Tabela 2). Esta amostra é particularmente heterogénea, o que proporciona a obtenção de perspetivas e significados de áreas de intervenção distintas, possibilitando a recolha de um conjunto de dados diversificados.

Tabela 2. Caracterização da amostra quanto à formação académica e profissão atual24

Formação Académica Profissão atual

E1 Serviço Social Assistente Social

E2 Direitos Humanos Jurista – Oficial de

proteção

E3 Sociologia Docente Universitário(a)/

Investigador(a).

E4 Psicologia Docente Universitário(a)

E5 Antropologia Docente Universitário(a)

E6 Direito Docente Universitário(a)

No que diz respeito ao sexo dos participantes deste estudo, a amostra é constituída maioritariamente pelo sexo feminino (67%, n = 4). Os participantes do sexo masculino constituem apenas 33% (n = 2) da mostra total, tal como é observável no gráfico seguinte (gráfico 1).

24 De forma a assegurar a continuidade de preservação do anonimato e da confidencialidade dos participantes deste estudo, os

42 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 20-30 31-40 41-50 > 50

Gráfico 2. Caracterização da amostra quanto à variável Escalão Etário

Relativamente á idade dos participantes em questão, a média de idades corresponde a 41 anos, sendo que o participante mais novo tem 26 anos e o mais velho tem 55 anos. A maioria dos participantes encontram–se no escalão etário de 41–50 anos, representando 50% da amostra total (gráfico 2).

33,00%

67%

Gráfico 1 – Caracterização da amostra quanto à variável sexo

Masculino Feminino

43

Por fim, foi pedido aos participantes que descrevessem que tipo de experiencia profissional lhes possibilitou obter o conhecimento que dispõem sobre o fenómeno em causa (tabela 3). Apesar da utilização deste item não ser muito comum, pareceu–nos extremamente relevante para a presente investigação, porque por um lado, permite uma maior caracterização dos participantes e das suas funções enquanto profissionais, e, por outro lado, proporciona uma maior compreensão do significado dos dados recolhidos, bem como a contextualização em que esse conhecimento foi adquirido.

Tabela 3. Experiência prática e profissional relacionada com o Human Smuggling25

Experiência prática relacionada com o Human

Smuggling Número de Participantes Experiência no âmbito do trabalho Humanitário

– Colaboração com a Plataforma de Apoio com refugiados, em Lesbos (campos de refugiados) e em Portugal;

– Projetos de integração com migrantes irregulares do continente africano;

– Consultadoria de Projetos do Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR);

– Acolhimento de Refugiados. 5 (83%) Experiência no âbmtio da investigação científica

– Investigação científica relacionada com o Human Smuggling e Tráfico de Seres Humanos;

– Investigação científica relacionada com movimentos migratórios mistos;

– Investigação científica sobre refugiados, migrações, exploração sexual, a nível nacional e internacional.

6 (100%)

Como é possível verificar na tabela anterior, 83% (n = 5) dos participantes têm experiência humanitária que se interliga de forma direta ou indireta com o fenómeno de Human Smuggling, a atual crise migratória e os fluxos migratórios mistos. Relativamente à experiência no âmbito de investigação científica, é possível observar que todos os

25 De forma a assegurar a continuidade da confidencialidade e anonimato dos participantes, optou–se por omitir a

correspondência entre as experiências profissionais e os entrevistados, uma vez que se quer evitar associações que permitam a identificação dos mesmos.

44

participantes (n = 6) concretizaram e/ou continuam a desenvolver investigação cientifica sobre os processos inerentes a temática desta dissertação.

4.2.2. Instrumento

Segundo Haguette (1997, p.86), a entrevista pode ser vista como “um processo de interação social entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador, tem por objetivo a obtenção de informações por parte do outro, o entrevistado”. Para a autora, a entrevista, como qualquer outro instrumento utilizado numa investigação científica, deve obedecer a um conjunto de regras que garantam a obtenção objetiva de dados. Para alem disso, devem ser evitadas “contaminações indesejáveis”, por parte do investigador ou por parte de outros fatores externos, que possam alterar a realidade que se deseja conhecer e descrever.

A fase da preparação da entrevista é um dos pontos mais importantes, requerendo um planeamento conciso, organizado e que deverá ter sempre presente o objetivo a ser alcançado pelo estudo.

A escolha do entrevistado é também um passo crucial, que deve garantir a familiaridade do participante com o tema a ser explorado. Para além disso, devem ser asseguradas as condições necessárias que possam garantir total liberdade aos depoimentos do entrevistado, de forma a obter respostas verdadeiras e ricas em conteúdo. Por fim, e não menos importante, a formulação do guião de entrevista. O guião deverá conter questões relevantes para os objetivos do estudo e deverão ser despostas numa ordem lógica, que possibilite o desencadeamento coerente dos aspetos abordados (Lakatos, 1996 cit. in Boni & Quaresma, 2005).

Neste estudo optou–se pela utilização de uma entrevista semiestruturada, em vez de uma entrevista estruturada ou de uma entrevista aberta, cujo o guião foi elaborado especificamente para este estudo (anexo A). Esta permite uma maior elasticidade quanto à duração da entrevista; permite uma abordagem mais profunda sobre os assuntos tratados; favorece a espontaneidade das respostas do entrevistado; possibilita o desenvolvimento de uma ligação de confiança com entrevistador, que se traduz na veracidade das respostas, e aumenta a possibilidade de identificar novas questões e dados

45

sobre a temática que não foram previstos no desenho da investigação (Boni & Quaresma, 2005, p.75).

4.2.3. Procedimentos

Após a aprovação do presente estudo pela Comissão Ética da Universidade, foi dado início ao contacto com os participantes (determinados pelos critérios referidos anteriormente), através de correio eletrónico, a solicitar a sua colaboração na presente investigação. Nesse primeiro contacto explicou–se de forma sucinta a temática abordada, os objetivos da investigação, o instrumento a ser utilizado e o contexto em que as entrevistas iriam decorrer (Anexo B).

Numa primeira fase, foram contactados 21 potenciais participantes, do qual se obtiveram respostas positivas de 6 profissionais. Dentro do conjunto das 15 pessoas que não foi possível obter a sua colaboração, 8 afirmaram que neste momento já não se encontravam a desenvolver investigação cientifica sobre a temática e, portanto, não teriam informação relevante que pudessem partilhar; 3 já não desenvolvem a sua atividade profissional relacionada com o Human Smuggling e 4 não responderam ao pedido de colaboração.

Para além do contacto direto com os participantes, foi também enviado um pedido de autorização a duas instituições, a Guarda Nacional Republicana (GNR) e o Serviço de Estrageiros e Fronteiras (SEF) (anexo C). Após dois meses sem resposta, foi enviando novamente um novo pedido de colaboração, ao qual também não obtivemos resposta (facto que será discutido nas conclusões desta dissertação).

De forma a conduzir as entrevistas com o menor de transtorno possível para os participantes, o investigador deslocou–se ao local de trabalho deste, de acordo com o agendamento previamente feito onde foi garantido um espaço propicio à realização da entrevista (um espaço que permitisse uma entrevista confidencial e privada).

Antes de se iniciar a entrevista, foi pedida a assinatura dum consentimento

informado, por forma a garantir o cumprimento de todas as normas e regras dos

princípios éticos e deontológicos de uma investigação científica, assegurando o anonimato do participante e a confidencialidade no tratamento dos dados (anexo D).

46

Para além deste consentimento informado, foi também pedido aos participantes que assinassem a solicitação da gravação áudio, para que fosse possível recolher os depoimentos através dum gravador (Anexo E).

No seguimento da assinatura dos documentos suprarreferidos, foi pedido aos participantes que registassem alguns dados sociodemográficos num formulário próprio para o efeito (Anexo A), de forma a ser possível efetuar uma caracterização objetiva da amostra.

No decorrer das entrevistas, foi evitado o registo de qualquer referência de alguma informação que pudesse identificar o participante. A duração das entrevistas foi, em média, 30 minutos.

Após a conclusão de cada entrevista, os dados foram transcritos de forma a ser possível efetuar a posterior análise de conteúdo da mesma. Consequentemente, com o objetivo de garantir que todos os dados tinham sido registados, os registos escritos foram novamente confrontados com os ficheiros de áudio. Feito esta verificação, os ficheiros de áudio foram destruídos.

O processo da transcrição dos dados das entrevistas, é, tal como afirma Flick (2005), a passagem dos dados verbais e/ou visuais, para um texto. Para o mesmo autor, este passo é crucial na construção da realidade que se quer estudar, uma vez que estes textos são a base das interpretações e conclusões que o investigador vai retirar do seu estudo. Para Bordieu (1999, cit. in Boni e Quaresma, 2005), o processo de transcrição não deve ser “um ato mecânico de passar para o papel o discurso gravado do informante”. O investigador tem a obrigação de transcrever tudo o que o entrevistado descreveu durante a entrevista. No entanto, o autor adverte para a clareza do pesquisador, ou seja, o texto deverá ser “aliviado” de algumas frases confusas e redundantes, bem como interjeições irrelevantes e “tiques de linguagem” (i.e., “Hum”, “ah”, “Oh) Bordieu considera também relevante a preocupação do investigador em não trocar palavras e não alterar a ordem das perguntas.

Portanto, e com base nas considerações mencionadas pelos dois autores suprarreferidos, optou–se pela transcrição integral das entrevistas recolhidas. Apenas as interjeições e os “tiques de linguagem” foram eliminados, uma vez que não são relevantes para a informação recolhida (Bordieu, 1999, cit. in Boni & Quaresma, 2005).

47

Na etapa seguinte, procedeu–se ao tratamento, análise e interpretação dos dados. Tal como afirma Mozzato e Gryzbovski (2011, p. 3), qualquer técnica de análise de dados, em última instância, corresponde a uma metodologia de interpretação, envolvendo uma preparação objetiva dos dados. Quando o investigador reflete sobre qual a técnica mais adequada ao tratamento dos dados recolhidos, depara–se apenas com dados brutos que só farão sentido após serem trabalhados.

A técnica de análise utilizada para o tratamento de dados no presente estudo, corresponde à Análise de Conteúdo. Segundo Coutinho (2014, p. 217), a Análise de Conteúdo é “um conjunto de técnicas que permitem analisar de forma sistemática um corpo de material textual, por forma a desvendar e quantificar a ocorrência de palavras/frases/temas.”.

Para Ghiglion & Matalon (1997, cit. in Coutinho, 2014), existem dois tipos de análise de conteúdo: um tipo de análise que contempla a utilização de categorias definidas a priori e um tipo de análise que não utiliza o sistema de categorias.

A utilização da técnica de análise de conteúdo é, devido à sua própria natureza, um processo constante que indubitavelmente requer uma leitura recorrente dos dados. É, claramente, um processo trabalhoso e que requer tempo. Ao longo do tratamento de dados no presente estudo, identificaram–se frases, parágrafos e palavras–chave que posteriormente foram agrupadas em categorias definidas a priori. Estas categorias foram delimitadas com base nas perguntas e nos temas definidos no guião de entrevista administrado.

Para além disso, foi também tido em conta um conjunto de características, que asseguram a qualidade das categorias definidas: (1) exclusão mútua, (2)

homogeneidade, (3) pertinência, (4) objetividade e (5) produtividade (Bardin, 2011;

Esteves, 2006 cit. in Coutinho, 2014).

Todavia, e devido à possibilidade que as entrevistas semiestruturadas dão ao investigador de identificar dados que não foram previstos pelo instrumento utilizado, foram também agrupadas subcategorias que surgiram das respostas registadas (Anexo F).

48 Capitulo V – Resultados

No subcapítulo que se segue, serão expostos os principais resultados da presente investigação cientifica. Tal como Soriano (2004) afirma, “expor as ideias de maneira clara e precisa, num estilo elegante, é uma exigência básica da comunicação cientifica”.

Os resultados obtidos através das entrevistas, foram alvos de todo o tratamento metodológico necessário, de forma a garantir a sua validade e pertinência. Os dados foram analisados através de uma análise de conteúdo, onde se procedeu a uma pré-análise, sucessivas leituras da informação e o seu posterior tratamento.

Portanto, e de forma “a manter vivo o interesse do leitor conforme avança na leitura” (Soriano, 2004), os resultados serão apresentados de forma sequencial, distribuídos pelas respetivas categorias e subcategorias.

As categorias de análise (Anexo F) foram concebidas previamente à leitura e ao tratamento dos dados, enquanto que as subcategorias emergiram da análise de conteúdo. Toda a análise foi conduzida com o objetivo de extrair a maior quantidade possível de dados, sempre tendo em conta a pertinência dos mesmos para as perguntas de investigação delineadas nesta dissertação. No entanto, foi possível recolher informação que embora não diretamente relacionada com os objetivos gerais, mostrou–se deveras importante para o conhecimento do fenómeno no contexto atual.

5.1. O conceito teórico de Human Smuggling

Documentos relacionados