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CAPITULO 3 A UTILIZAÇÃO DA WEBQUEST NO ENSINO DE HISTÓRIA NO IFTO-

3.7 Análises dos dados

3.7.5 Observações In Loco

Nos primeiros encontros com a turma selecionada, professora da turma e professor-pesquisador, foi apresentada a proposta de investigação. Os alunos, inicialmente, foram esclarecidos que se tratava de uma pesquisa de mestrado e que estes teriam a liberdade de escolha para participar ou não. Também foram esclarecidos que seria usada a metodologia educacional WebQuest, o que em um primeiro momento causou curiosidade, pois quando perguntados se conheciam essa ferramenta, a grande maioria afirmou desconhecer e nunca ter utilizado nas aulas de História. Ao final a turma se comprometeu em participar, sendo disponibilizado em encontro posterior o termo de consentimento livre esclarecido para que os mesmos e seus respectivos responsáveis assinassem.

Ao término desse primeiro encontro, os alunos foram informados de que seria criado um grupo no WhatsApp, para comunicação móvel e ubíqua entre alunos e professor-pesquisador, para acompanhamento das atividades e informes gerais relacionados a pesquisa.

Em encontro com a professora, acertou-se os detalhes referentes a liberação da turma e sua participação na pesquisa. Não houve objeção por parte da mesma, que demonstrou, também, interesse em conhecer um pouco da pesquisa e do uso de WebQuest’s no ensino de História, pois assim como os alunos, a docente ainda não tinha ouvido falar dessa metodologia educacional para pesquisa orientada na web.

Acertado os detalhes, em sessão posterior, alunos e professor-pesquisador dirigiram-se ao laboratório de informática 02, onde inicialmente foi disponibilizado o link de acesso a WQ e repassada a orientação acerca do acesso a sua página.

Foi possível observar no Labin 02, que os alunos já estavam bastante ambientalizados com o laboratório de informática e seus computadores, demonstrando familiaridade no uso destes aparelhos eletrônicos.

Quando acessaram a página inicial da WebQuest “Representações da identidade negra no Brasil”, os alunos começaram a explorar a WQ, navegando por suas páginas a partir de sua interface. Nesse primeiro contato com a WQ “Representações da identidade negra no Brasil”, os alunos mostraram-se bastante receptivos ao seu uso na aula de História, alguns alunos questionaram se a página apresentada era apenas um site da internet, foi explicado que não, que se tratava de uma atividade didática e que a WebQuest é uma investigação orientada, utilizando recursos provenientes da internet, a explicação foi complementada ressaltando-se que a WQ apresentada a eles havia sido feita pelo próprio professor-pesquisador.

Os alunos foram instruídos a prosseguir a navegação na WQ seguindo as orientações dadas na tela inicial. Aos poucos, os discentes foram explorando as páginas do início ao fim, clicando nos links de acesso. Observou-se neste primeiro momento que os alunos não tiveram dificuldades na navegação e foi comentado por alguns alunos em sala que “é fácil navegar nela”. Nessa primeira sessão, a instrução dada foi que seguissem navegando e explorando as páginas da WQ e que pudessem se ater inicialmente a sua introdução e a tarefa proposta.

No encontro seguinte, formaram-se os grupos para realização da tarefa proposta. Os grupos foram formados sob orientação do professor-pesquisador e com auxílio dos alunos, mesmo sob orientação, a formação dos grupos deu-se quase que espontaneamente entre os alunos, mostrando o grau de afinidade entre os discentes da turma. Nesse momento, em meio a organização dos grupos, sendo estes grupos subdividos em três grupos com quatro alunos e um grupo com cinco alunos, observou- se burburinhos entre os alunos até o final da organização destes.

Depois dos grupos formados, os alunos prosseguiram a navegação na WQ. Quase ao término desta sessão a navegação foi interrompida, por conta da oscilação e a dificuldade de acesso à internet em alguns computadores, levantando questionamentos do tipo “e agora professor?” “O que vamos fazer a net está ruim”. Colaborativamente ficou acordado que seria disponibilizado o link de acesso a WQ “Representações da identidade negra no Brasil”, também no aplicativo móvel WhatsApp, para que os grupos pudessem prosseguir a navegação e realização da

tarefa, mesmo fora do ambiente escolar, o que proporcionou uma certa calmaria nos ânimos dos participantes e do professor-pesquisador.

No encontro que se seguiu, os alunos, já esclarecidos da atividade, deram início a resolução da tarefa proposta. Observou-se que alguns grupos estavam mais articulados e que haviam se organizado também fora do espaço escolar, constatação feita a partir da interação entre esses grupos e mediante a organização destes no labin, evidenciado, por meio das suas anotações em cadernos e a dinâmica de resolução da tarefa, na qual cada componente se revezava na navegação e acesso as páginas, ora lendo os textos online ora discutindo sobre os vídeos apresentados e fazendo anotações. Nesta sessão o professor-pesquisador pouco interviu, já que a orientação era que continuassem acessando a página do processo para levantamento das informações necessárias a resolução do desafio.

Na introdução da WQ, os discentes foram desafiados a tornarem-se guias do Museu Nacional, para apreender mais sobre a História do nosso país, sendo portanto, a porta de entrada para resolubilidade da tarefa, os discentes demonstraram-se surpresos e ao mesmo tempo motivados, já que muitos nunca saíram das suas cidades e nem tiveram acesso a um museu.

Nas sessões posteriores para realização da tarefa, mesmo com a internet “lenta”, foi possível aos alunos continuarem a realização da mesma. Observou-se nesses encontros uma maior interação e colaboração entre estes, já que conheciam a tarefa a ser realizada, cabendo agora focar na sua resolução. Neste encontro os componentes dos grupos somaram esforços e apoiaram-se em prol desse objetivo, evidenciando, assim, que os discentes entenderam ser necessário realizar a tarefa em grupo para obter sucesso e conseguir completa-la.

O fato dos alunos compreenderem a necessidade de trabalhar em grupo, já é um sinal positivo, demonstrando que o uso de WebQuest’s pode favorecer a aprendizagem em colaboração, a troca de informações e produção de conhecimento entre os discentes.

As observações seguiram, e à medida que se envolviam mais com a tarefa, era possível constatar algumas reflexões apontadas pelos alunos e compartilhada com os demais alunos participantes independentemente de grupos, como se observa na fala de uma aluna e tomada como nota pelo professor-pesquisador: “professor essas teorias eram racistas e o quadro retrata um pouco disso, mas hoje em dia não é diferente dessa época”, em meio a reflexão posta por esse aluno, iniciou-se alguns

comentários e discussão sobre questões raciais no labin. Nesse momento percebeu- se uma euforia entre os discentes ao discutir sobre as relações étnicas e raciais vigentes no país, alguns alunos ainda sugeriram que esse deveria ser um tema discutido na semana “Afro com Ciência” do Câmpus.

A soma desses esforços e reflexões em torno do tema e por meio do acesso via WQ, aponta para o que Abar e Barbosa (2008, p. 15) ressaltam que, “Somente o entendimento entre o grupo e a valorização do conhecimento de cada um garante o sucesso na produção final”.

Ao término das sessões destinadas a realização da tarefa, foi solicitado aos alunos que compartilhassem os links das suas produções em formato de page flip, no grupo criado por meio de aplicativo móvel, permitindo o acesso e visualização ao professor-pesquisador e discentes integrantes dos demais grupos, esse compartilhamento tornou-se um incentivo aos alunos dos distintos grupos a conhecerem e acompanharem o produto final resultante da execução da tarefa da WebQuest, conforme demonstra as figuras 10, 11 e 12.

Figura 10-Dialogos Grupo de Pesquisa

Figura 12- Dialogos Grupo de Pesquisa

No último encontro, realizado no labin 01, foram apresentados as page flip por grupos e realizada uma discussão referente a participação na atividade. Os alunos se demostraram satisfeitos em participar da pesquisa e sinalizaram positivamente para o uso da WebQuest nas aulas de História.