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OBTENÇÃO DE HALETOS A PARTIR DOS INTERMEDIÁRIOS 44, 45,

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1.3 INSETICIDAS DE ORIGEM VEGETAL

3.1.4 PREPARAÇÃO DOS AGENTES ALQUILANTES

3.1.4.3 OBTENÇÃO DE HALETOS A PARTIR DOS INTERMEDIÁRIOS 44, 45,

A literatura reporta inúmeros métodos para a preparação dos mesmos. Na maioria da vezes, os cloretos são facilmente obtidos a partir da reação de um álcool com cloreto de tionila (SHINKAI et al., 1985). Podem também ser obtidos a partir da reação de um álcool

com POCl3 (GOPALAKRISHNAN et al., 1995) ou por reação com tricloretro de fósforo (PCl3) (SOLOMONS, 1996), bem como, com o pentacloretro de fósforo (PCl5), (BAYDAR

et al., 1988). Uma outra alternativa envolve a preparação de derivados clorados utilizando

HCl concentrado, na presença de um ácido de Lewis, ZnCl2, sendo o álcool dissolvido em diclorometano (BAYDAR et al., 1988; SOLOMONS, 1996).

Além dos derivados clorados, outros halogenetos podem ser utilizados como eletrófilos em reações de substituição nucleofílica. A literatura reporta a metodologia na qual se emprega compostos a base de fósforo, do tipo R3PX2, visando preparar brometos a partir de álcoois correspondentes, seja alquil ou aril, ressaltando como característica básica neste tipo de reagente o fato de promover reação de substituição sem que ocorra eliminação ou rearranjo (WILEY et al., 1964).

Elegemos então a metodologia que utiliza o cloreto de tionila, pois este reagente, em geral, propicia resultados satisfatórios, tendo a seu favor o fato dos subprodutos gerados serem todos gasosos (SO2 e HCl), o que facilita o isolamento do produto gerado, tendo ainda como vantagem o baixo custo do material utilizado, quando comparado aos demais reagentes citados (MORRISON & BOYD, 1973). O emprego desta metodologia forneceu os produtos conforme o Esquema 22.

Esquema 22. Reação de formação dos halogenetos com cloreto de tionila (SHINKAI et al., 1985)

Inicialmente, esta reação se mostrou muito eficiente, sem formação de subprodutos, sendo ainda de fácil purificação e isolamento na obtenção dos compostos 50 e 52. Por outro lado, para os compostos 48, 49 e 51, constatou-se grande formação de subprodutos. Para sanar este problema, desenvolveu-se uma metodologia própria para obtê-los em condições mínimas para a caractetização da estrutura química e o uso. Através da experiência adquirida ao longo das tentativas de sintetizá-los, observou-se que temperaturas acima de 40ºC, contato prolongado com sílica (usado na tentativa de purificação) e permanência do produto por muito tempo no meio reacional, proporcionava um aumento drástico da formação de subprodutos, acompanhado por CCF. A questão da temperatura foi facilmente resolvida, condicionando o evaporador a trabalhar em temperaturas menores que 40ºC. Em relação à permanência do produto no meio reacional, foi acompanhado rigorosamente cada reação e estipulado o tempo médio de 6 horas para que fosse consumido o máximo do reagente de partida. Por último, uma coluna de vidro de aproximadamente 15 cm de altura por 5 cm de diâmetro com a base de vidro sinterizado foi acoplada a um Kitazato com uma saída para vácuo. Esta coluna foi preenchida com silica gel e uma vez determinado o fim da reação, o meio reacional foi vertido rapidamente na coluna sob vácuo constante. Após o término da

OH R R1 39 R= OC6H5, R1= H 44 R= OCH2O 45 R, R1= OCH3 46 R= OCH3, R1= OCH(CH3)2 47 R= OCH3, R1= OCH2C6H5 Cl R R1 48 R= OC6H5, R1= H 49 R= OCH2O 50 R, R1= OCH3 51 R= OCH3, R1= OCH(CH3)2 52 R= OCH3, R1= OCH2C6H5 i. TEA/ CH2Cl2/ CH3SO2Cl i. 90-95%

adição da mistura reacional, adicionou-se 400 mL de uma solução de hexano/acetato de etila 9:1. Este procedimento durou aproximadamente 10 minutos. A solução do fundo do Kitazato foi imediatamente levada ao evaporador rotatório. Um outro problema observado após a finalização deste procedimento foi a impossibilidade de estocagem destes produtos, mesmo em temperatura mais baixas. O mesmo foi resolvido, realizando esta metodologia na eminência da utilização do haletos como agente alquilante. Todos os produtos foram submetidos a esta metodologia e obtidos em rendimentos que variaram entre 90-95%.

Na espectrometria de I.V., o registro de algumas bandas de absorção para os compostos 48 (Espectro 45, página 207), 49 (Espectro 49, página 209), 50 (Espectro 53, página 211), 51 (Espectro 57, página 213) e 52 (Espectro 61, página 215) indicam a principal mudança de função química, que é o desaparecimento da banda de O-H, em ca. 3400 cm-1. Ao comparar com os espectros de seus precursores, observa-se um aumento considerável das bandas de absorção na região de 1300-1200 cm-1, que é uma região característica de deformação angular simétrica fora do plano de CH2 localizada para o grupamento CH2-Cl, indicando a presença deste tipo de ligação nestes compostos. Na Tabela 6 são apresentados algumas das principais bandas de absorção similares identificadas, bem como um resumo das principais atribuições.

Tabela 6. Atribuições das absorções observadas no infravermelho para os compostos 48, 50, 51 e 52

Comparando-se com os espectros de RMN 1H de seus precursores, a ausência do sinal na forma de um singleto largo de δ 1,74 a 2,00 ppm, referente ao hidrogênio do grupamento O-H, confirma a transformação química para obtenção dos compostos 48 (Espectro 48,

48 50 51 52

Tipos de vibrações Detalhes

ν C-H (C, sp2)

3063 cm-1 3082 cm-1 3067 cm-1 3063 cm-1 para o anel aromático ν C-H (C, sp3

) 2959 cm-1 2958 cm-1 2977 cm-1 2941 cm-1 presença da metila e/ou metileno ν C=C (C, sp2

) 1586 cm-1 1600 cm-1 1593 cm-1 1590 cm-1 vibração do esqueleto aromático ν C=C (C, sp2) 1487 cm-1 1515 cm-1 1511 cm-1 1514 cm-1 vibração do esqueleto aromático

ν C-O-C 1254 cm-1 1266 cm-1 1266 cm-1 1267 cm-1 para o éter

δ CH2-Cl 1214 cm-1 1241 cm-1 1234 cm-1 1230 cm-1 vibração assimétrica fora do plano

Produtos Bandas de Absorção

página 208), 49 (Espectro 52, página 210), 50 (Espectro 56, página 212), 51 (Espectro 60, página 214) e 52 (Espectro 64, página 216).

Ao comparar os espectros de RNM 13C de seus precursores, nota-se que os valores dos carbonos da posição 1 e 2 aparecem em campo mais alto (48 - Espectro 46, página 207; 49 - Espectro 50, página 209; 50 - Espectro 54, página 211; 51 - Espectro 58, página 213; 52 - Espectro 62, página 215), indicando que a provável mudança de um grupo funcional mais eletronegativo para um menos eletronegativo, é a principal influência responsável por esta mudança. Desta forma, confirma-se a troca do grupamento O-H por Cl (Tabela 7). Outras atribuições encontram-se na parte experimental (Tabela 27, página 135; Tabela 28, página 136; Tabela 29, página 138, Tabela 30, página 140; Tabela 31, página 142, para os respectivos produtos 48, 49, 50, 51 e 52).

Tabela 7. Comparação das atribuições de RMN 13C das posições 1 e 2 para os haletos 49, 50, 51, 52 e os álcoois correspondentes

Para os espectros de massas, nota-se os íons moleculares m/z 218, m/z 170, m/z 186, m/z 214 e m/z 262 para os produtos 48 (Espectro 47, página 208), 49 (Espectro 51, página 210), 50 (Espectro 55, página 212), 51 (Espectro 59, página 214) e 52 (Espectro 63, página 216), respectivamente. O fragmento mais importante é aquele que indica a perda do radical cloro e formação de um íon do tipo “tropílio substituído”, conforme mostrado no Esquema 23. 44 45 46 47 Posição 1 65,1 65,0 65,1 65,1 2 134,8 133,5 134,0 137,0 49 50 51 52 Posição 1 46,6 46,7 46,6 46,6 2 131,3 129,9 130,1 130,4 Produtos RMN 13C (δ, ppm) RMN 13C (δ, ppm) Álcoois Haletos

Esquema 23. Proposta de fragmentação comum para os compostos 48, 49, 50, 51 e 52

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