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Obtenção de Recursos de:

No documento Movilizar recursos Guía2 (páginas 59-65)

Fábio de Sá Cesnik e José Mauricio Fittipald

3. Obtenção de Recursos de:

Patrocinadores, Doadores ou Investidores:

i.Empresas; ii.Distribuidoras de Filmes no

Brasil (IR sobre royalties);

iii.TVs; iv. Recursos privados de

investidores estrangeiros; v. Contribuintes estaduais e/ou municipais vi. Indivíduos 1. O produtor brasileiro apresenta o projeto audiovisual

50 11)Programa Especial de Fomento (PEF) – IN Ancine n° 66;

Mecanismos de aporte direto pelo Poder Público:

12)Prêmio Adicional de Renda (MP nº 2.228/01) – artigo 54; 13)Editais públicos e Fundo Setorial Audiovisual;

14)Programa de Incentivo à Qualidade do Cinema Brasileiro.

Os mecanismos relacionados acima podem ser usados em conjunto ou separadamente. São parte importante do planejamento de captação de recursos para realização de projetos de produção audiovisual no Brasil. A escolha do melhor deles está relacionada à origem do aporte de recursos no projeto. Adiante veremos quais são os mais adequados em cada caso.

O Programa de Incentivo à Qualidade do Cinema Brasileiro é um mecanismo de fomento à indústria cinematográfica brasileira oferecido pela Agência Nacional do Cinema. Tal programa concede apoio financeiro às empresas produtoras independentes que tenham longas-metragens brasileiros premiados ou indicados em festivais nacionais e/ou internacionais. Estão aptos a concorrer ao auxílio do Programa os produtores que: (i) receberam prêmios concedidos por júri oficial nas categorias melhor filme e/ou melhor direção; ou (ii) participaram com alguma obra cinematográfica na principal mostra competitiva de festival nacional ou internacional podem concorrer ao auxílio do Programa.

Antes no entanto de entrarmos na explicação de cada um dos mecanismos, dos seus usos e benefícios fiscais, vale apresentar algumas definições trazidas pelas normas brasileiras. Este momento é importante para entendermos um pouco das siglas apresentadas anteriormente, além das que virão. São elas:

I – ANCINE: Agência Nacional de Cinema. Trata-se do órgão regulatório e fomentador da atividade audiovisual e cinematográfica no Brasil. Esta agência é responsável por aprovar projetos para uso de incentivos fiscais, registros de contrato de co-produção etc.;

II - obra audiovisual: produto da fixação ou transmissão de imagens, com ou sem som, que tenha a finalidade de criar a impressão de movimento, independentemente dos processos de captação, do suporte utilizado inicial ou posteriormente para fixá-las ou transmiti-las, ou dos meios utilizados para sua veiculação, reprodução, transmissão ou difusão;

51 III - obra cinematográfica: obra audiovisual cuja matriz original de captação é uma película com emulsão fotossensível ou matriz de captação digital, cuja destinação e exibição sejam prioritariamente e inicialmente o mercado de salas de exibição. Observem que a legislação restringe o conceito de obra cinematográfica para aquela obra que seja inicialmente e prioritariamente veiculada no cinema, independente do uso posterior que se faça dela. Em outras palavras: a obra cinematográfica pode ganhar, depois de sua vida útil no circuito de exibição, caminho em outros mercados, como por exemplo, o home vídeo, DVD, televisão e tantos outros;

IV - obra videofonográfica: obra audiovisual cuja matriz original de captação é um meio magnético com capacidade de armazenamento de informações que se traduzem em imagens em movimento, com ou sem som. Observe que a diferença básica da obra videofonográfica para a obra cinematográfica é a possibilidade de englobar, no caso da primeira, obras audiovisuais em qualquer suporte não enquadrado na definição anterior. Um filme gravado em câmera VHS de resolução simples, por exemplo, pode ser uma obra videofonográfica;

V - obra cinematográfica e videofonográfica de produção independente: aquela cuja empresa produtora, detentora majoritária dos direitos patrimoniais sobre a obra, não tenha qualquer associação ou vínculo, direto ou indireto, com empresas de serviços de radiodifusão de sons e imagens ou operadoras de comunicação eletrônica de massa por assinatura. Neste caso o veículo não pode propor projetos dessa natureza, restando o seu papel como co-produtor de obra audiovisual. O produtor não-majoritário é aquele que, em uma co-produção, titulariza menos de 50% (cinqüenta por cento) dos direitos patrimoniais sobre a obra audiovisual – sendo essa a máxima participação do veículo de radiodifusão;

VI - obra cinematográfica brasileira ou obra videofonográfica brasileira: aquela que atenda a um dos seguintes requisitos:

a) ser produzida por empresa produtora brasileira registrada na ANCINE, ser dirigida por diretor brasileiro OU estrangeiro residente no País há mais de 3 (três) anos, e utilizar para sua produção, no mínimo, 2/3 (dois terços) de artistas e técnicos brasileiros OU residentes no Brasil há mais de 5 (cinco) anos;

52 b) ser realizada por empresa produtora brasileira registrada na ANCINE, em associação com empresas de outros países com os quais o Brasil mantenha acordo de co-produção cinematográfica e em consonância com os mesmos.

c) ser realizada, em regime de co-produção, por empresa produtora brasileira registrada na ANCINE, em associação com empresas de outros países com os quais o Brasil não mantenha acordo de co- produção, assegurada a titularidade de, no mínimo, 40% (quarenta por cento) dos direitos patrimoniais da obra à empresa produtora brasileira e utilizar para sua produção, no mínimo, 2/3 (dois terços) de artistas e técnicos brasileiros ou residentes no Brasil há mais de 03 (três) anos; Para facilitar a visualização abrimos abaixo as hipóteses de uma obra (cinematográfica ou videofonográfica) ser considerada brasileira; Os três itens acima geram sete possibilidades diferentes:

(i) filme dirigido por brasileiro com 2/3 de artistas e técnicos brasileiros;

(ii) filme dirigido por brasileiro com artistas e técnicos residentes no Brasil há mais de 05 anos;

(iii)filme dirigido por estrangeiro residente no país há mais de 03 anos e artistas e técnicos brasileiros;

(iv) filme dirigido por estrangeiro residente no país há mais de 03 anos com artistas e técnicos residentes no Brasil há mais de 05 anos;

(v) ser realizada por empresa produtora brasileira registrada na ANCINE, em associação com empresas de outros países com os quais o Brasil mantenha acordo de co-produção cinematográfica e em consonância com os mesmos;

(vi) ser realizada, em regime de co-produção, por empresa produtora brasileira registrada na ANCINE, em associação com empresas de outros países com os quais o Brasil não mantenha acordo de co-produção, assegurada a titularidade de, no mínimo, 40% (quarenta por cento) dos direitos patrimoniais da obra à empresa produtora brasileira e utilizar para sua produção, no mínimo, 2/3 (dois terços) de artistas e técnicos brasileiros;

53 (vii)ser realizada, em regime de co-produção, por empresa produtora brasileira registrada na ANCINE, em associação com empresas de outros países com os quais o Brasil não mantenha acordo de co-produção, assegurada a titularidade de, no mínimo, 40% (quarenta por cento) dos direitos patrimoniais da obra à empresa produtora brasileira e utilizar para sua produção, no mínimo, 2/3 (dois terços) de artistas e técnicos residentes no Brasil há mais de 3 (três) anos;

O Brasil mantém acordo de co-produção com a Argentina, Alemanha, Canadá, Chile, Espanha, França, Itália, Portugal e Venezuela. Participa também de acordos multilaterais como o Convênio de Integração Cinematográfica Ibero-Americana, Acordo Latino-Americano de Co- Produção Cinematográfica e o Acordo Latino-Americano de Co-produção. Entretanto, o Brasil não mantém acordo de co-produção com os Estados Unidos, por exemplo.

Quando a legislação fala em empresa brasileira, para efeitos da legislação de incentivos fiscais, entenda-se aquela constituída sob as leis brasileiras, com sede e administração no País, cuja maioria do capital total e votante seja de titularidade direta ou indireta, de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 (dez) anos, os quais devem exercer de fato e de direito o poder decisório da empresa.

VII - obra cinematográfica ou videofonográfica de curta metragem: aquela cuja duração é igual ou inferior a quinze minutos;

VIII - obra cinematográfica ou videofonográfica de média metragem:aquela cuja duração é superior a quinze minutos e igual ou inferior a setenta minutos;

IX - obra cinematográfica ou videofonográfica de longa metragem: aquela cuja duração é superior a setenta minutos;

X - obra cinematográfica ou videofonográfica seriada: aquela que, sob o mesmo título, seja produzida em capítulos;

XI - telefilme: obra documental, ficcional ou de animação, com no mínimo 50 (cinqüenta) e no máximo 120 (cento e vinte minutos) de duração, produzida para primeira exibição em meios eletrônicos.

54 XII - minissérie: obra documental, ficcional ou de animação produzida em película ou matriz de captação digital ou em meio magnético com, no mínimo, 3 (três) e no máximo 26 (vinte e seis) capítulos, com duração máxima de 1.300 (um mil e trezentos) minutos;

XIII - programadora: empresa que oferece, desenvolve ou produz conteúdo, na forma de canais ou de programações isoladas, destinado às empresas de serviços de comunicação eletrônica de massa por assinatura ou de quaisquer outros serviços de comunicação, que transmitam sinais eletrônicos de som e imagem que sejam gerados e transmitidos por satélite ou por qualquer outro meio de transmissão ou veiculação;

XIV - programação internacional: aquela gerada, disponibilizada e transmitida diretamente do exterior para o Brasil, por satélite ou por qualquer outro meio de transmissão ou veiculação, pelos canais, programadoras ou empresas estrangeiras, destinada às empresas de serviços de comunicação eletrônica de massa por assinatura ou de quaisquer outros serviços de comunicação que transmitam sinais eletrônicos de som e imagem;

XV - programação nacional: aquela gerada e disponibilizada, no território brasileiro, pelos canais ou programadoras, incluindo obras audiovisuais brasileiras ou estrangeiras, destinada às empresas de serviços de comunicação eletrônica de massa por assinatura ou de quaisquer outros serviços de comunicação que transmitam sinais eletrônicos de som e imagem, que seja gerada e transmitida diretamente no Brasil por empresas sediadas no Brasil, por satélite ou por qualquer outro meio de transmissão ou veiculação;

XVI - proponente: empresa produtora brasileira cujo objeto social inclua a atividade de produção audiovisual, que, a partir da entrega do projeto de obra audiovisual à ANCINE, torne-se responsável por todos os procedimentos e compromissos necessários à realização do mesmo, respondendo administrativa, civil e penalmente, perante ANCINE e demais órgãos e entidades públicas, nos termos da legislação vigente.

Os proponentes têm diferentes níveis para a ANCINE. Os iniciantes podem captar menos recursos para seus projetos, enquanto os mais experientes

55 podem buscar aprovação de projetos em valores maiores. São estabelecidos sete níveis de classificação que vão de “01” a “07”; Os chamados “estreantes” (nível 1) podem captar na soma até R$ 1 milhão em projetos. Os de nível máximo (nível 7) chegam a captar R$ 36 milhões.

XVII - programas para televisão de caráter educativo e cultural: obra audiovisual brasileira de produção independente, produzida para primeira veiculação nos mercados de serviços de radiodifusão de sons e imagens e de comunicação eletrônica de massa por assinatura, que tenha como temática a cultura, a educação ou o meio ambiente brasileiros, e com a quantidade mínima em seu conteúdo, de 95% (noventa e cinco por cento) das imagens produzidas no Brasil;

Os conceitos explanados acima são de fundamental importância para o entendimento da exposição seguinte, ou seja, para compreender QUAIS incentivos fiscais estão disponíveis e para que tipo de atividade e para saber COMO utilizar cada uma destas ferramentas de forma isolada ou conjugada. A seguir um pequeno resumo de cada um deles:

1. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/93) – ARTIGO 1O

No documento Movilizar recursos Guía2 (páginas 59-65)

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