• Nenhum resultado encontrado

Tabela 9: Tabela de FAF e FAB referente à Escolaridade.

Escolaridade FAF FAB

Analfabeto 0 0 Fundamental incompleto 2 2 Fundamental completo 0 1 Médio incompleto 0 1 Médio completo 1 1 Superior incompleto 0 0 Superior completo 0 0 Fonte: CISC de Tangará da Serra – MT.

Os dados referentes à escolaridade foram encontrados no inquérito policial, porém dos 78 casos de FAF e FAB somente 8 casos constavam a escolaridade. Apesar dos dados coletados serem escassos, houve maior incidência nas vítimas de FAF e FAB com nível fundamental incompleto.

Em um estudo realizado no ano de 2003 em Porto Grande-AP, no que diz respeito ao grau de escolaridade, observou-se que 14% das vítimas são analfabetas, 24% são alfabetizadas e 36% possuem apenas o 1º grau de escolaridade. A população com um grau de escolaridade mais elevado, 1º grau completo, 2º grau completo e incompleto, representa 26% dos casos, não tendo nenhuma vítima com nível superior.(GUIMARÃES, et al., 2005).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A violência hoje é considerada um problema de saúde pública, não só aqui no Brasil como no mundo, pois tem aumentado ano após ano. A violência pode ser caracterizada de diversas formas: violência física, emocional, psicológica, etc. Existem fatores que desencadeiam esse tipo de comportamento como a falta de cultura, educação, lazer, oportunidade, segurança pública, desigualdade social, tráfico de drogas entre outros fatores.

A violência faz inúmeras vítimas jovens por FAF e FAB e eleva os índices de morbimortalidade. Os principais fatores de óbitos e internações no país são resultado das causas externas (FAF, FAB, suicídios, acidentes de trânsito, enchentes, etc.), consequentemente aumentam ainda mais o número de atendimentos em hospitais e serviços de urgência e emergência gerando gastos para a saúde pública e consequentemente desviando o recurso que poderia ser utilizado em ocorrências que não podem ser evitadas como, por exemplo, doenças cardiovasculares.

Essas vítimas representam um custo altíssimo para o governo relacionado com o custo direto e indireto referentes a consultas, internações, exames, cirurgias e medicamentos, dias de trabalho perdidos, auxílio doença ou até mesmo aposentadoria por invalidez devido a limitações físicas e psicológicas conseqüentes desses acidentes.

Através desta pesquisa as vítimas de acidentes por arma de fogo, são caracterizadas por ser vítimas jovens do sexo masculino, concentrando-se na faixa etária dos 28 anos, o que nos leva acreditar que há um impacto negativo no mercado de trabalho, e na estrutura familiar elevando os gastos governamentais devido a internações hospitalares e tratamento de reabilitação, além do fato desses jovens deixarem de ser ativos economicamente não contribuindo com o crescimento econômico do país, e muitas vezes por carregarem consigo sequelas irrecuperáveis dependendo assim de recursos financeiros do governo como auxílio doença, aposentadoria por invalidez, acumulando assim mais ônus ao Estado.

Apesar da escassez dos dados, o estudo revelou que as vítimas eram de cor parda e nível fundamental incompleto. Tal fato pode estar relacionado a maioria dessa população residir em bairros periféricos, onde os índices de violência são considerados os mais altos.

Considera-se também que a situação econômica e educacional podem gerar um impacto negativo sobre a população em relação a violência.

Neste estudo observou-se ainda que os meses de maior incidência por FAF e FAB foram Janeiro e Agosto, Maio e Novembro, respectivamente, e o dia da semana de maior incidência foram aos domingos. Isto pode estar relacionado as festividades e ao consumo maior de bebida alcoólica criando assim, um ambiente oportuno a violência.

Evidencia-se que assim como o município, o país necessita de novas estratégias para a diminuição da exclusão social, incentivo a educação, profissionalização e capacitação aos profissionais de saúde para diminuição da violência, que ainda faz com que os índices de óbitos por causas externas continuem ocupando o primeiro lugar entre os jovens brasileiros.

Algumas limitações foram encontradas no decorrer da elaboração desta monografia. Uma refere-se aos dados incompletos Boletim de Ocorrência e Inquérito policial o que impossibilitou a coleta dos dados completa referente à variável da escolaridade. Outra refere- se a escassez de pesquisas relacionadas ao tema, mostrando assim a necessidade de mais discussões e estudos em torno da violência, principalmente as causadas por FAF e FAB.

A prevenção tem como objetivo evitar que aconteça algo e exige uma ação antecipada, a fim de evitar o surgimento de doenças específicas, reduzindo sua prevalência e incidência nas populações.

Portanto, espera-se contribuir de forma reflexiva a conscientização dos profissionais da área da saúde e da sociedade que é de extrema importância a implantação de novas estratégias de prevenção a violência, com o objetivo de reduzir as taxas de morbidade e mortalidade das vítimas por FAF e FAB e consequentemente diminuir os custos governamentais gerados por estes acidentes.

Através de palestras sobre álcool, drogas e violência em escolas, centro comunitários e postos de saúde, assim como através da capacitação das equipes de saúde em relação aos atendimentos primário e secundário.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADORNO, S. Exclusão socioeconômica e violência urbana. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/soc/n8/n8a05.pdf > Acesso em: 02 de outubro de 2010.

ALVAREZ, M.C. Democracia, Cidadania e Políticas Públicas de Segurança. Disponível em: <http://www.nevusp.org/downloads/down123.pdf > Acesso em: 02 de novembro de 2010.

AQUINO, H. Juventude x violência. Disponível em: < http://www.jusvi.com/artigos/24965 > Acesso em: 12 de novembro de 2010.

Aurélio, B. H. Novo dicionário de língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

BARROS, F.S. et al. Mortalidade por homicídios em Município da Região Sul do Brasil,

1996 a 2005. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415790X2008000300010&lng=p t>. Acesso em 05 de outubro de 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Redução de Morbimortalidade por Acidentes e Violências. Portaria MS/GM n°737 de 16/05/01 publicada no DOU n° 96 seção IE, de 18/05/01. Série E. Legislação de Saúde; n.8. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

FAGUNDES, M.A.V. et al. Estudo retrospectivo de janeiro de 1998 a maio de 2005, no Hospital Universitário de Maringá, sobre ferimentos por arma branca e arma de fogo.

Disponível em:

<http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHealthSci/article/view/1084/537 > acesso em: 28 de julho de 2010.

FERREIRA, I.C.B.; VASCONCELOS, A.M.N.; PENNA, N.A. Violência urbana: a vulnerabilidade dos jovens da periferia das cidades. Disponível em: <http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1188.pdf> Acesso em: 20 de novembro de 2010.

FREITAG, B. Cidade e Violência. Disponível em: <http://e- groups.unb.br/ics/sol/itinerancias/grupo/barbara/cidade_violencia.pdf > Acesso em: 06 de outubro de 2010.

GAWRYSZEWSKI, V.P. et al. As causas externas no Brasil no ano 2000: comparando a

mortalidade e a morbidade. Disponível em:

<http://www.criancasegura.org.br/downloads/pesquisa/Artigo%202.pdf > Acesso em: 05 de novembro de 2010.

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GOMES, C.C.S. A face da violência urbana: Questões atuais. Disponível em: <http://www.meuartigo.brasilescola.com/atualidades/a-face-violencia-urbana-questoes-

atuais.htm > . Acesso em 4 novembro de 2010.

GUIMARÃES, J.M.X. et al. Estudo epidemiológico da violência por arma branca no município de Porto Grande, Amapá. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v10n2/a22v10n2.pdf > Acesso em: 20 de novembro de 2010.

IUNES, R.F. Impacto econômico das causas externas no Brasil: um esforço de

mensuração. Disponível em:

<http://www.criancasegura.org.br/downloads/pesquisa/Artigo%2014.pdf > Acesso em: 20 de novembro de 2010.

LOES, T. Causas externas. Disponível em:

<http://www.saude.rio.rj.gov.br/media/traumaseagravos.pdf > Acesso em: 05 de novembro de 2010.

LOZADA, E.M.K. et al. Informações sobre mortalidade por causas externas e eventos de intenção indeterminada, Paraná, Brasil, 1979 a 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csp/v25n1/24.pdf > Acesso em: 07 de novembro de 2010.

MELIONE, L.P.R.; MELLO J.; PRADO, M.H. Gastos do Sistema Único de Saúde com internações por causas externas em São José dos Campos, São Paulo, Brasil. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 311X2008000800010&lng=pt > Acesso em: 04 de novembro de 2010.

MINAYO, M.C.S. Violência social sob a perspectiva da saúde pública. Disponível em: Acesso em: < http://www.scielo.br/pdf/csp/v10s1/v10supl1a02.pdf > Acesso em 25 de julho de 2010.

MINAYO, M.C.S.; DESLANDES, S.F. A complexidade das relações entre drogas, álcool e violência. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csp/v14n1/0123.pdf >Acesso em: 25 de julho de 2010.

MINAYO, M.C.S.; SOUZA, E.R. É possível prevenir a violência? Reflexões a partir do campo da saúde pública. Disponível em: <http://br.monografias.com/trabalhos2/possivel- prevenir-violencia/possivel-prevenir-violencia.shtml > Acesso em: 25 de julho de 2010.

MINAYO, M.C.S.; SOUZA, E.R. Violência para todos. Disponível em: Acesso em: < http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/cd26/43897.pdf > Acesso em 25 de julho de 2010.

PESCE, L.; IGNÁCIO, S. Metodologia de Pesquisa. Disponível em:< ,

http://www.slideshare.net/lucilapesce/anlise-de-dados>. Acesso em 03 de fevereiro de 2011.

ROCHA, A.P. Violência Urbana: Crime organizado e exploração da força de

RODRIGUES, R.I. et al. Os custos da violência para o sistema público de saúde no Brasil: informações disponíveis e possibilidades de estimação. Disponível em: < http://www.scielosp.org/pdf/csp/v25n1/03.pdf > Acesso em: 07 de novembro de 2010.

SANCHES, S.; DUARTE, S.J.H.; PONTES, E.R.J.C. Caracterização das vítimas de ferimentos por arma de fogo, atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

em Campo Grande-MS. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902009000100010> Acesso em: 02 de novembro de 2010.

SEPÚLVEDA, H.V.R. Perfil dos óbitos por causas externas no Município de Cachoeiro de Itapemirim, Sul do Estado do Espírito Santo, 1997 a 2002. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&b ase=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=490886&indexSearch=ID> Acesso em: 06 de novembro de 2010.

SILVA, J.S. Considerações sobre juventude e violência urbana. Disponível em: < http://www.pos.eco.ufrj.br/ojs-2.2.2/index.php/revista/article/viewFile/172/159 > Acesso em: 13 de novembro de 2010.

SOARES, B.A.C.; SCATENA, J.H.G.; GALVÃO, N.D. Acidentes e violências na grande Cuiabá: o que retrata a demanda dos serviços de emergência. Disponível em: <http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/ess/v18n3/v18n3a09.pdf> Acesso em: 02 de novembro de 2010.

SOUZA, E.R.; LIMA, M.L.C. Panorama da violência urbana no Brasil e suas capitais. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/csc/v11s0/a11v11s0.pdf > Acesso em: 12 de novembro de 2010.

TEIXEIRA, C.J. O fenômeno da morte na adolescência sob o olhar de jovens em conflito com a lei. Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde- 15122009-122043/pt-br.php > Acesso em: 06 de outubro de 2010.

TOURINHO, M.F.P.; SANTOS, P.C. Mortalidade por homicídios no Brasil na década de 90: o papel das armas de fogo. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v39n1/08.pdf>. Acesso em: 22 de novembro de 2010.

trabalho de adolescentes. Disponível em:

<http://www.estudosdotrabalho.org/anais6seminariodotrabalho/andreapiresrocha.pdf> Acesso em: 16 de outubro de 2010.

UNESCO. Mortes matadas por arma de fogo no Brasil. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001399/139949por.pdf>. Acesso em: 22 de outubro de 2010.

YWATA, A.X.C. et al. Custos das mortes por causas externas no Brasil. Disponível em: <http://www.fcav.unesp.br/RME/fasciculos/v26/v26_n3/A2_Alexandre.pdf > Acesso em: 07 de novembro de 2010.

Documentos relacionados