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2 RAÍSSA FIDÉLIS MONTEIRO RIBEIRO CARACTERIZAÇÃO DOS ACIDENTES POR ARMA DE FOGO E ARMA BRANCA EM TANGARÁ DA SERRA-MT DE 2008 A 2010

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ESTADO DE MATO GROSSO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLÓGICAS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

RAÍSSA FIDÉLIS MONTEIRO RIBEIRO

CARACTERIZAÇÃO DOS ACIDENTES POR ARMA DE FOGO E ARMA BRANCA EM TANGARÁ DA SERRA-MT DE 2008 A 2010.

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ESTADO DE MATO GROSSO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLÓGICAS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

RAÍSSA FIDÉLIS MONTEIRO RIBEIRO

CARACTERIZAÇÃO DOS ACIDENTES POR ARMA DE FOGO E ARMA BRANCA EM TANGARÁ DA SERRA-MT DE 2008 A 2010.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Enfermagem da UNEMAT- Campus de Tangará da Serra, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem, pela Universidade do Estado de Mato Grosso, sob orientação do Professor Ms. Regis Queiroz Gonçalves e Co-orientação da Enfermeira Grazielle Gomes Faria..

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RAÍSSA FIDÉLIS MONTEIRO RIBEIRO

CARACTERIZAÇÃO DOS ACIDENTES POR ARMA DE FOGO E ARMA BRANCA EM TANGARÁ DA SERRA-MT DE 2008 A 2010

Monografia apresentada à Universidade do Estado de Mato Grosso UNEMAT – Campus Tangará da Serra, como requisito parcial, para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem, sob a orientação do Professor Ms. Regis Queiroz Gonçalves.

Resultado: ___________________________________

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________ Orientadora: Prof Ms. Regis Queiroz Gonçalves - Orientador

___________________________________________________________ Co-orientadora: Enf ª Grazielle Gomes Faria

___________________________________________________________ Examinadora: Enf ª Luana Vieira Coelho

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da vida, por estar presente nos momentos difíceis desta

caminhada, pois sem ele nada seria possível.

Ao meu orientador Régis Queiroz Gonçalves pela paciência, atenção e disponibilidade.

A minha Professora e co-orientadora Grazielle Gomes Faria, primeiramente pela oportunidade de tê-la como Professora responsável em meus estágios voluntários no SAMU e na Unidade Mista de Saúde que através destes, me motivou a realizar este trabalho e por muitas vezes me receber em sua casa, ou até mesmo no trabalho a qualquer hora do dia ou da noite sempre com muita paciência, disponibilidade e compromisso em relação a mim e a minha pesquisa.

Ao delegado do CISC (Centro Integrado de Segurança e Cidadania), Edmar Faria filho, por autorizar a realização da minha pesquisa.

A UNEMAT, que através do curso de Enfermagem possibilitou a realização de um sonho.

Aos meus pais, Nilton e Edilamar, por terem me ensinado que na vida a honestidade, humildade e o respeito são à base de tudo.

Aos meus irmãos Giovanna e Matheus que amo muito, pela paciência.

A minha sogra e amiga Marilene, que esteve ao meu lado sempre me incentivando a buscar meus sonhos e ideais e faz parte desta conquista.

Ao meu namorado Everton, por ser meu incentivador, por acreditar na minha capacidade, pelo conforto e compreensão nos momentos difíceis e pelo carinho sempre.

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RESUMO

A violência tem crescido de uma forma avassaladora no país, elevando os índices de morbidade e mortalidade por causas externas. O uso das armas de fogo e armas brancas muitas vezes, faz vítimas fatais ou que podem permanecer sequeladas. Tal fato tem aumentado o gasto público com o atendimento às vítimas e acréscimo dos anos de vida perdidos na população jovem, que constitui grande maioria dessas vítimas. Nesse sentido, este estudo tem como objetivo determinar as características dos acidentes por arma de fogo e arma branca quanto ao sexo, média de idade, cor, escolaridade, período da ocorrência, dia da semana, dia do mês, mês e ano de Janeiro de 2008 a Dezembro de 2010 em Tangará da Serra-MT. Trata-se de uma pesquisa documental, quanti/qualitativa de caráter exploratório A pesquisa foi realizada no CISC (Centro Integrado de Segurança e Cidade) onde os dados foram coletados no Mês de Fevereiro e Março de 2011 através dos inquéritos policiais e boletins de ocorrências, após, os dados foram elencados em uma planilha eletrônica e analisados com base nas principais referencias relacionadas ao tema da pesquisa. O universo compreendeu 78 casos, onde observou-se que 59% das ocorrências foram de FAF e 41% por FAB, sendo a maioria das vítimas homens (mais de 80%), de cor parda onde 44,4% relacionados a FAF e 56,3% a FAB. A média de idade no sexo feminino foi de 33,8 anos enquanto que no sexo masculino foi de 28,0 anos. As ocorrências tiveram maior incidência aos domingos (mais de 30%) entre os dias 10 a 20 nos meses de Janeiro e Agosto em FAF e 21 a 31 nos meses de Maio e Novembro em FAB. O período noturno teve maior número de ocorrências tanto em FAF quanto em FAB. Desta forma este estudo fornece subsídios para a implantação de medidas preventivas deste tipo de acidentes, tanto a nível primário quanto secundário, e assim, reduzir custos governamentais no tratamento destas vítimas.

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ABSTRACT

The violence has grown from an overwhelmingly in the country, increasing the morbidity and mortality from external causes. The use of firearms and knives often makes fatalities or sequels may remain. This has increased public spending on care for victims and increase the years of life lost in young people, who constitute the great majority of these victims. In this sense, this study aims to determine the characteristics of accidents with firearms and knives for sex, average age, color, education, period of occurrence, day of week, day of month and year from January 2008 to December 2010 in Tangara da Serra, MT. It is a documentary research, quantitative / qualitative of exploratory feature. The research was conducted in CISC (Integrated Security Center and the City) where the data were collected in February and March 2011 through police investigations and police reports, after the data was listed in a spreadsheet and analyzed based in references related to the main subject of research. The universe comprises 78 cases where was observed that 59% of the cases were gunshot wound and 41% by stab wounds, most victims being males (more than 80%) of mixed ethnicity which 44.4% related to gunshot wound and 56.3% by stab wound. The average age for females was 33.8 years while for males was 28.0 years. The occurrences on Sunday had a higher incidence (more than 30%) from 10 to 20 days in January and August in gunshot wound and from 21 to 31 in May and November in stab wound. The night period has the largest number of occurrences in both gunshot wound and in stab wound. Therefore, this study provides importance references for the implementation of preventive measures of this kind of accidents, both primary and secondary, and thereby reduce the government costs to treat these victims.

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LISTA DE GRÁFICOS

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LISTA DE TABELAS

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 12

1 REFERENCIAL TEÓRICO ... 15

1.1 CONCEITUANDO VIOLÊNCIA ... 15

1.1.1 Conceito de violência urbana ... 15

1.2 VIOLÊNCIA: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL ... 16

2 METODOLOGIA ... 22

2.1 TIPO DE PESQUISA ... 22

2.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ... 22

2.3 LOCAL DA PESQUISA ... 23

2.4 COLETA DE DADOS ... 23

2.4 ANÁLISE DE DADOS ... 24

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 25

1) INCIDÊNCIA DE VÍTIMAS POR FAF E FAB NOS ANOS DE 2008 A 2010. ... 25

2) OCORRÊNCIAS DE FAF E FAB EM RELAÇÃO AO SEXO, COR E MÉDIA DE IDADE NOS ANOS DE 2008 A 2010. ... 26

3) OCORRÊNCIAS DE FAB E FAF EM RELAÇÃO AO PERÍODO DO DIA, DIAS DA SEMANA E OS DIAS DO MÊS NOS ANOS DE 2008 A 2010. ... 30

4) OCORRÊNCIAS DE FAF E FAB EM RELAÇÃO AOS MESES DO ANO, NOS ANOS DE 2008 A 2010. ... 33

5) INCIDÊNCIA DE ÓBITOS NOS ACIDENTES DE FAF E FAB. ... 34

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INTRODUÇÃO

Segundo Minayo (et al.,1999) as causas externas são lesões, traumatismos, ou quaisquer outros agravos à saúde, intencionais ou não, como conseqüência imediata de envenenamento, violência, ou outra causa exógena. Neste grupo incluem-se as quedas, afogamentos, suicídios, lesões de transporte, homicídios, agressões, ferimentos por arma de fogo, ferimentos por arma branca, envenenamentos, queimaduras e outras ocorrências provocadas por circunstâncias ambientais.

As causas externas são a segunda causa de morte em várias regiões do país e acometem principalmente os jovens do sexo masculino, com baixo nível socioeconômico e de escolaridade, negros ou descendentes dessa etnia e residentes em áreas periféricas e/ou menos favorecidas das grandes metrópoles (VIANA, 2005).

Isto é caracterizado por um cenário marcado pela ineficiência dos órgãos de segurança pública e pela crise dos sistemas judiciário e penitenciário, o centro da discussão está no crescimento da mortalidade, violência e da criminalidade urbana. Nas grandes cidades já são perceptíveis os sinais externos de medo e insegurança: carros blindados, casas fortificadas, proliferação de agências de segurança privada, entre outros. Embora parte dessas situações possa ser explicada pela presença diária da violência veiculada através da mídia, estudos apontam para a existência de um crescimento real da violência, em particular das mortes por homicídios, desde finais da década de 1970. Esse crescimento vem sendo observado, na maioria das capitais brasileiras, com taxas mais elevadas entre os jovens (Peres e Santos, 2005).

Segundo Peres e Santos (2005) a violência é uma das principais preocupações da população brasileira e nos últimos anos, o debate sobre as armas de fogo e o seu impacto na violência vem ocupando grande espaço nos principais meios de comunicação no País. As opiniões se dividem em torno da discussão sobre o estatuto do desarmamento, há aqueles que defendem medidas mais rígidas para a posse de armas de fogo, e aqueles que afirmam o direito do cidadão de possuir armas de fogo como forma de garantir a defesa e segurança.

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morrem mais de o dobro de jovens vítimas de armas de fogo do que nas outras faixas etárias. Em 1979, as mortes por armas de fogo na população total passaram de 1% em 100.000 habitantes para 3,9%, em 2003, isto é, cresceram 2,9 pontos. Já entre os jovens, essas taxas pularam de 7,9% para 34,4% em 100.000, o que representa um aumento de 26,5%.

Os acidentes por arma de fogo e arma branca causam seqüelas nos indivíduos que podem, ou não, ser permanentes, consequentemente, geram custos ao governo devido ao atendimento às vítimas. Os custos podem ser diretos ou indiretos. Os custos diretos referem-se aos custos de exames e procedimentos diagnósticos, internações, consultas e reabilitação, locomoção e transporte para diagnóstico, tratamento e reabilitação. Os custos indiretos referem-se à perda de produção e produtividade trazidas pelo problema de saúde, como a perda de dias de trabalho, e a menor produtividade gerada por limitações físicas ou até mesmo psicológicas. Os custos indiretos devem ser estimados considerando-se também o impacto do problema de saúde sobre outras pessoas além do próprio paciente (IUNES, 1997).

Pesquisas relacionadas a ferimentos de arma branca e ferimentos por arma de fogo não são realizadas com freqüência se compararmos a outros temas referentes à urgência e emergência como acidentes automobilísticos, ou causas externas em geral e considerei de extrema importância abordar o assunto e mostrar à sociedade e aos profissionais de saúde que o governo pode investir mais em prevenção primária e secundária.

A prevenção primária poderá ser realizada através de palestras em escolas, comunidades, postos de saúde abordando temas como o álcool, drogas e violência, pois através da prevenção, as vítimas e os agressores diminuiriam e a verba destinada à causas externas poderia ser direcionada a outros tratamentos.

Já em relação à prevenção secundária, poderá ser feita através da equipagem das áreas de atendimento às emergências na rede assistencial; Sistema de resgate e transporte adequado, com atendimento hospitalar regionalizado e hierarquizado (encaminhamento do paciente ao hospital certo, no momento certo); Capacitação das equipes de saúde ao atendimento voltado à recuperação e à reabilitação das vítimas evitando, assim, seqüelas.

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pronto-socorro da Unidade Mista de Saúde e no SAMU na cidade de Tangará da Serra e principalmente pela importância da área de urgência/emergência e do papel do enfermeiro na mesma.

Neste contexto, o objetivo deste estudo é caracterizar os acidentes por arma branca e arma de fogo em Tangará da Serra/MT, estimar a incidência de vítimas por FAF e FAB, identificar os acidentes por arma branca e arma de fogo quanto ao dia da semana, dia do mês, mês e local, caracterizar as vítimas quanto ao sexo, idade, cor e escolaridade e fornecer subsídios para ações de prevenção quanto aos acidentes por FAF e FAB.

A importância de evidenciarmos um perfil epidemiológico em relação aos acidentes de arma branca e arma de fogo, constitui em traçar metas de prevenção através da identificação dos problemas e dificuldades evidenciados, visando assim a diminuição desses acidentes.

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1 REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 CONCEITUANDO VIOLÊNCIA

Segundo o Aurélio (1999), violência é: “ato violento ou ato de violentar”. Numa definição mais opulenta do termo, entende-se por violência a prática de um comportamento agressivo, por parte de um indivíduo que causa dano a outro ser vivo, ou até mesmo objeto e se materializa através do uso excessivo da força física e/ou mecanismos que causam dano físico. Trata-se de um comportamento agressor e transgressivo que resulta em um grave problema social que vem desencadeando-se ao longo dos tempos.

Segundo Minayo (2003), a violência possui três definições que abrangem tanto o nível

coletivo quanto individual, a “violência econômica”, que consiste no desrespeito e apropriação dos bens de outra pessoa contra sua vontade; a “violência física”, que está no

centro de tudo, atinge diretamente a integridade corporal e por último, mas não menos

importante, está a “violência moral e simbólica” que refere-se à dominação cultural, ofendendo a dignidade e desrespeitando os direitos do outro.

A violência pode ser caracterizada de diversas formas: violência física, violência contra a mulher, violência sexual, violência moral, violência contra o idoso e a criança, entre outras. Essas diversas formas de violência são observadas nas zonas urbana e rural, sendo mais propicio a zona urbana para desencadeá-la. Deste modo, todo esse conjunto de violências pode ser inserido no âmbito da violência urbana. (GOMES, 2008).

1.1.1 Conceito de violência urbana

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convivência dentro da família. Uma criança sem laços familiares fortes tem maior probabilidade de cometer um crime que uma criança com uma referência familiar de carinho, amor e compreensão (SOUZA, 2003).

Outros fatores são responsáveis pelo crescimento dessa violência urbana como o tráfico de drogas, desigualdade social, influencia da mídia, falta de saneamento básico, energia elétrica, iluminação, transporte, lazer, cultura, educação, segurança pública, entre outros. A solução para o problema da violência urbana envolve não apenas a questão da segurança pública, mas também questões como moradia, oportunidades de emprego, melhoria do sistema de educação entre outros fatores e requer uma grande mudança na sociedade e nas políticas públicas como um todo(GOMES, 2008).

1.2 VIOLÊNCIA: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL

A violência é um relevante problema de saúde pública no Brasil, pois as causas externas correspondem o principal fator de óbitos e internações. Neste grupo incluem-se as lesões de transporte, homicídios, agressões, quedas, afogamentos, envenenamentos, suicídios, queimaduras, lesões por deslizamento ou enchente, outras ocorrências provocadas por circunstâncias ambientais, ferimentos por arma branca e ferimentos por arma de fogo (SOARES, 2009).

As violências e acidentes geram gastos hospitalares do SUS estimados em R$ 287.000.000,00 ao ano (ou algo em torno de 0,07% do Produto Interno Bruto do País). Desse total, aproximadamente R$ 173,5 milhões são destinados ao pagamento dos serviços hospitalares (diárias e taxas), a remuneração de profissionais implica em gasto de quase R$ 72 milhões (25% do total), exames e serviços diagnósticos, R$ 14 milhões (5%), órteses e próteses, R$ 25 milhões (9%), e sangue, R$ 3 milhões (1%) (IUNES, 1997).

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custaram, em média, R$ 328,78, ou seja, cerca de 37% a mais. As internações por lesões e envenenamentos representam uma proporção relativamente menor do total de dias de hospitalização pagas pelo SUS (tempo médio de internação de 5,2 dias, comparado com 6,1 dias para todas as causas). A combinação deste dado, com o maior custo médio da internação, indica que as hospitalizações causadas por acidentes e violências apresentam um custo/dia significativamente (60%) maior que a média geral dos casos: R$ 63,11 comparados com R$ 39,44, o que sugere hospitalizações de casos mais agudos e que, portanto, tendem a consumir recursos de maneira mais intensiva (IUNES, 1997).

Entre 1979 e 2003, morreram no Brasil acima de 550 mil pessoas vítimas de armas de fogo. Uma quantidade assustadora e é ainda mais apavorante saber que 206 mil deles eram jovens, cujo extermínio com armas de fogo chega a representar 41,6% do total de mortes por armas de fogo no ano de 2003; e 34,4% do total das mortes de jovens entre 15 e 24 anos de idade nesse mesmo ano. Sendo assim, em cada três jovens que morrem no Brasil, um é vitima por arma de fogo. Assim, as armas de fogo se constituem na principal causa de morte dos jovens brasileiros, permanecendo distante da segunda causa, os acidentes de transporte, que representa 15,8% da mortalidade juvenil (UNESCO, 2005).

A Aids, ainda em 2003, matou 11.276 pessoas de todas as idades. Número alarmante. No entanto, as armas de fogo mataram 3,5 vezes mais: um total de 39.284 pessoas. Entre os jovens, a Aids foi responsável por 606 óbitos.

Já as armas de fogo mataram 6.345 jovens, isto é: 27 vezes mais. Inclusive na faixa etária de maior incidência da Aids, que vai dos 30 aos 39 anos , tivemos o total de 4.295 pessoas mortas, quando as armas de fogo vitimaram 8.052 pessoas nessa faixa, quase o dobro (87,5%) que a Aids (UNESCO, 2005).

Existe uma enorme preocupação e grande mobilização, que são totalmente necessárias e justificadas, no combate a Aids. Mas para um outro fator, causador de 16.345 mortes de jovens no mesmo ano, que é a violência, são ainda escassas e bastante tímidas as reações e políticas de enfrentamento (UNESCO, 2005).

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alternativas e oportunidades para a juventude, setor da sociedade mais afetado pela mortalidade por armas de fogo. Criando as bases para a construção de uma nova cultura de paz e de respeito entre os homens e as suas diferenças e ao direito efetivo de todos os indivíduos de ter acesso aos benefícios sociais mínimos para uma vida digna: trabalho, saúde e educação. Se conseguirem implementar o desarmamento físico e cultural não é de se duvidar que o futuro será bem melhor (UNESCO, 2005).

As pesquisas relacionadas a acidentes por arma branca e arma de fogo ainda são escassas. A falta de realização em pesquisas quantitativas prejudica a renovação dos dados estatísticos e ocultam a realidade atual. É através dos dados atualizados que analisamos os resultados, podendo assim estudar estratégias e aplicar a medidas necessárias de prevenção, visando assim, diminuir a violência e os custos governamentais.

Em 1975, foi implantado no País, o Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde – SIM/MS – é administrado pelo Centro Nacional de Epidemiologia da Fundação Nacional de Saúde. Atualmente, abrange mais de 900 mil óbitos/ano, embora a sua cobertura não é ainda completa em algumas áreas, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Quanto à qualidade das informações relativas a acidentes e a violências, algumas deixam a desejar. Nesse contexto, os dados têm origem nas Declarações de óbitos (DO) preenchidas nos Institutos de Medicina Legal. A qualidade das informações é ainda discutível, na medida em que, algumas vezes, não existe detalhamento quanto ao tipo ou intencionalidade da causa externa responsável pelas lesões que provocaram o óbito. Nesses casos, sabe-se apenas que se trata de uma morte decorrente de causas externas (BRASIL, 1997).

Os Altos índices de mortalidade por agressão são registrados no Brasil, o que coloca o país entre os mais violentos do mundo. Estudo da ONU (Organização das Nações Unidas) mostra que o Brasil é responsável por 11% dos homicídios ocasionados em todo o mundo, embora tenha apenas 2,8% da população mundial. Segundo o Ministério da Saúde estima-se que anualmente mais de 50 mil pessoas são vítimas de homicídios no Brasil.

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masculina, além de armas de fogo está também mais exposta a outros fatores de risco, como uso de álcool e de drogas (BRASIL, 1997).

A partir de 1989, a morte violenta é a principal causa de mortalidade no país, com o índice de homicídios no Rio de Janeiro, em São Paulo e Recife atingindo mais de 40 para cada 100.000 habitantes, ao passo que o índice nacional supera 20 para cada 100.000 habitantes (ou, seja duas vezes o índice norte-americano do início dos anos 90 e 20 vezes o nível dos países da Europa ocidental), (FREITAG, 2002).

Comparando os períodos de 1980-84 e 1990-95, a taxa média de morte por homicídio aumentou em 24 estados, e diminuiu em apenas dois. Os Estados de Mato Grosso e Sergipe registraram o maior aumento (165 e 161%) e os estados de MG e Piauí registraram declínio (-10% e -2,3%) na taxa de morte por homicídio (FREITAG, 2002).

No início dos anos 80, os crimes violentos representavam cerca de 20% do total de crimes registrados; depois de 1984, eles passaram a representar cerca de 30% do total, chegando a 36,28% em 1996, quando houve um pico, com destaque para o homicídio doloso. As mortes violentas têm sido a segunda causa de morte no Brasil desde 1989. (SOUZA & MINAYO, 1995).

Entre 1993 e 2002, o número de homicídios cresceu regularmente a taxas de 5,5 % ao ano. Nas capitais ocorrem 34,1 homicídios para cada 100 mil habitantes, enquanto a média brasileira é de 23 mortes (SOUZA & MINAYO, 1995).

Segundo Teixeira (2009) desde a década de 80, tem aumentado o número de mortes por armas de fogo. Os jovens são frequentemente responsabilizados por este aumento, mas sua participação é pequena nesses crimes; por outro lado, esta é a parcela da população que mais morre por causas externas, não naturais.

Em 2000, estima-se que tenham ocorrido 199 mil homicídios de jovens entre 10 e 29 anos de idade em todo o mundo. Pode-se multiplicar esse número por 30, aproximadamente, para se obter o número de vítimas de violência não fatal (TEIXEIRA, 2009).

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De 1979 a 2003, foram 550 mil mortos, o suficiente para o Brasil ficar atrás apenas da Venezuela entre os países campeões de mortandade a tiro na população em geral e em terceiro lugar quando se observa a população jovem (15 a 24 anos) depois de Venezuela e Porto Rico. [...] Entre os jovens, é pior: a população entre 15 e 24 anos cresceu 43,2%, mas morreram assassinados 742,9% a mais (TEIXEIRA, 2009, p.18).

Um estudo realizado sobre o perfil dos óbitos por causas externas no município de Cachoeiro de Itapemirim, sul do estado do Espírito Santo, 1997 a 2002 obteve os seguintes resultados: Do total dos homicídios praticados, o meio mais empregado para execução do ato foi à arma de fogo. No sexo masculino, do total de homicídios, 69,8% foi realizado por arma de fogo e no sexo feminino, 65,8%. Para os homicídios verificou-se que os jovens do sexo masculino, residentes em bairros da periferia e na faixa etária de 15 a 29 anos foram as principais vítimas (SEPÚLVEDA, 2005).

Em 1989, a contribuição das armas de fogo para o total das mortes por causas externas no Brasil atingiu a proporção de 26%, chegando a 30% no final da década de 1990, quando supera os acidentes de trânsito. Já na década de 1980 as armas de fogo foram utilizadas na maior parte dos homicídios, com maiores proporções encontradas no Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre. Em São Paulo, considerando-se os dados do Instituto Médico Legal (IML) para o ano 2000, 90% dos homicídios foram cometidos com armas de fogo (PERES & SANTOS, 2005).

No Brasil, o crescimento da mortalidade por homicídios por armas de fogo no período entre 1980 e 1996 superou o crescimento da mortalidade por homicídios. Este fato sugere que as armas de fogo foram responsáveis por uma parcela significativa do incremento nas mortes por homicídios evidenciados no País. Os dados apontam para a importância das lesões por projétil de armas de fogo como causa de morte no Brasil (PERES & SANTOS, 2005).

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A falta de confiança nas instituições judiciárias e policiais, e a impunidade, contribuem para o sentimento de medo e para a proliferação de mecanismos privados de segurança, entre os quais situa-se a posse de armas de fogo. Um dos principais motivos referidos pela população brasileira para a posse de armas de fogo é aumentar a segurança. Entretanto, a precariedade do sistema de controle e registro das armas de fogo no Brasil impede estudos mais aprofundados sobre o problema. Não se conhecem o tipo e o número de armas em circulação no País, e estima-se que é extremamente elevado o número de armas ilegais, as quais seriam utilizadas principalmente em atividades criminais (PERES & SANTOS, 2005).

Os achados indicam que a população jovem é mais vulnerável a lesões e óbitos por causas não- naturais, como conseqüência, penaliza o indivíduo, desamparam seus familiares, aumentam o número de anos potenciais de vida perdidos, minimizam a produtividade social e econômica, impõem ônus ao país, afetando a economia e o crescimento.

Através de medidas educativas e preventivas, poderíamos diminuir as taxas altas de morbimortalidade. Já em relação a diminuição das seqüelas e danos às vítimas deve ser investido em treinamento das equipes pré e pós hospitalar para que possam garantir um atendimento ágil e de qualidade sem comprometer a recuperação da vítima.

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2 METODOLOGIA

2.1 TIPO DE PESQUISA

Trata-se uma pesquisa quanti/qualitativa de caráter exploratório que segundo IBOPE (2004) as pesquisas qualitativas e exploratórias não pretendem generalizar as suas informações, ou seja, não se preocupam com a representatividade numérica, mas sim com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, já as pesquisas quantitativas têm a preocupação em trabalhar com maiores amostras, para garantir maior precisão dos resultados finais, que serão projetados para a população pesquisada.

A pesquisa realizada também é considerada uma pesquisa documental. Segundo Gil (2008), pesquisa documental assemelha-se muito a pesquisa bibliográfica. A diferença está relacionado na natureza das fontes, onde na pesquisa bibliográfica as fontes são constituídas por material impresso localizado nas bibliotecas, principalmente de livros e artigos científicos. Já na pesquisa documental as fontes são diversificadas e despersas, onde estes documentos são conservados em instituições privadas, igrejas, etc. Incluem-se documentos como fotografias, cartas pessoais, ofícios, boletins, gravações, entre outros.

A pesquisa documental apresenta uma série de vantagens, primeiramente que os documentos constituem uma fonte rica e estável de dados, outra vantagem é não exigir contato direto com os sujeitos da pesquisa. Vale lembrar que pesquisas elaboradas com base em documentos são importantes não por responderem definitivamente a um problema, mas porque proporcionam a melhor visão desse problema e conduzem a sua verificação por outros meios.

2.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

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2.3 LOCAL DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (CISC), no Município de Tangará da Serra. Está localizada na Região Sudoeste do Estado de Mato Grosso conhecida como Médio Norte localiza-se a 240 quilômetros da capital de Cuiabá. Latitude 14º 04' 38'' S - Longitude 57º 03' 45'' W. (Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE TANGARÁ DA SERRA, 2007).

Localização do Município de Tangará da Serra, mostrando a distância em relação à capital Cuiabá. (NOTICIAS NX, 2010).

2.4 COLETA DE DADOS

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encontrados no formulário do inquérito policial. Tais variáveis foram tabuladas após uma codificação adequada das mesmas e partir daí criou-se um banco de dados pronto para as analises estatísticas possíveis e pertinentes.

2.4 ANÁLISE DE DADOS

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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

1) INCIDÊNCIA DE VÍTIMAS POR FAF E FAB NOS ANOS DE 2008 A 2010.

No gráfico 1, demonstra que do total de 78 vítimas de FAF e FAB de Janeiro de 2008 a dezembro de 2010, 59% (46 casos) correspondem as vítimas de FAF, enquanto 41% dos caso (32 casos) são vítimas de FAB.

Uma pesquisa realizada em Maringá-PR sobre ferimentos por arma branca e arma de fogo no período de Janeiro de 1998 a maio de 2005, pode-se observar que as vítimas por ferimento de arma branca tiveram maior incidência de casos (71 casos) comparando com as de ferimento por arma de fogo (33 casos). (Fagundes, et al.,2007).

Gráfico 1: Percentual das ocorrências.

FAB; 32; 41% FAF; 46;

59%

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Tabela 1: Ocorrências de FAF Tabela 2: Ocorrências de FAB

Ano Casos Aumento %

2008 10

---2009 13 30,0%

2010 23 76,9%

Ano Casos Aumento %

2008 3

---2009 11 266,7%

2010 18 63,6%

Fonte: CISC de Tangará da Serra – MT.

De acordo com a Tabela 1 e 2, nota-se consideravelmente o aumento da incidência de vítimas por perfuração de arma de fogo e arma branca. Na Tabela 1 observa-se um aumento de 76,9% das incidências de casos por arma de fogo comparando o ano de 2010 com 2009. Analisando a Tabela 2, em 2009 houve um aumento percentual significativo de 266,7% em relação ao ano de 2008. Dos estudos encontrados em relação a FAF e FAB, em nenhum deles abordavam sobre o aumento da incidência nos últimos cinco anos, não sendo possível confrontar os resultados obtidos com outros autores.

2) OCORRÊNCIAS DE FAF E FAB EM RELAÇÃO AO SEXO, COR E MÉDIA DE IDADE NOS ANOS DE 2008 A 2010.

Gráfico 2: Ocorrência de FAF em relação ao sexo.

5; 11%

41; 89%

(28)

Gráfico 3: Ocorrência de FAB em relação ao sexo.

4; 13%

28; 87%

Feminino Masculino

Fonte: CISC de Tangará da Serra – MT.

Analisando o Gráfico 2 e o Gráfico 3, mais de 80% das vítimas são do sexo masculino, variando de 89% entre os feridos por arma de fogo e 87% por arma branca.

Uma pesquisa realizada em Maringá-PR, sobre ferimentos por arma branca e arma de fogo no período de Janeiro de 1998 a maio de 2005, em relação ao sexo, observou-se também a maior incidência de vítimas do sexo masculino de FAF e FAB. Mais de 90% das vítimas eram do sexo masculino, variando de 94,3% entre os feridos por arma branca e 91%, por arma de fogo. (Fagundes, et al.,2007).

(29)

Gráfico 4: Ocorrências por FAF em relação à cor. 26,7% 44,4% 24,4% 2,2% 4,4% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%

Branca Parda Negra Indígena Não Consta

Cor F re quê nc ia

Gráfico 5: Ocorrências por FAB em relação à cor.

Fonte: CISC de Tangará da Serra – MT.

De acordo com os Gráficos 4 e 5, as vítimas de cor parda foram as mais acometidas, com 44,4% nas ocorrências por FAF e 56,3% por FAB, seguido pelas vítimas de cor branca com 26,7% nas ocorrências por FAF e 18,8% das vítimas de cor branca e negra nas ocorrências por FAB.

Um estudo relacionado ao panorama da violência urbana no Brasil, cujas taxas de homicídios em relação à raça da população comprovam os índices dos Gráficos 4 e 5 acima.

18,8% 56,3% 18,8% 0,0% 6,3% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%

Branca Parda Negra Indígena Não Consta

(30)

Negros e pardos são as vítimas mais acometidas em todas as faixas etárias, porém, com muito mais intensidade entre os 20-29 anos. Isso acontece devido a grande maioria de essa população residir nas áreas mais atingidas como periferias, favelas e bairros mais pobres e com baixa oferta de empregos. (SOUZA & LIMA, 2007).

Fonte: CISC de Tangará da Serra – MT.

De acordo com a Tabela 3, a média de idade das vítimas de FAB e FAF é praticamente a mesma, ou seja aproximadamente 28 anos. Analisando a média de idade de acordo com o sexo, nos acidentes por FAB as vítimas do sexo feminino (40,5 anos) têm a média de idade significativamente maior que a dos homens (26, 4 anos), porém se compararmos as vítimas por FAF, podemos observar que a média de idade do sexo feminino (27,0 anos) é inferior que a média de idade do sexo masculino (29,1 anos). Isso significa que nos acidentes por FAB, as vítimas do sexo masculino são mais jovens que as vítimas do sexo feminino, o que não acontece nos acidentes por FAF, onde as mulheres são as vítimas mais jovens que os homens. Uma pesquisa realizada em Maringá-PR observou-se também que a incidência de acidentes com vítimas jovens vêm aumentando drasticamente. A pesquisa foi realizada de Janeiro de 1998 a maio de 2005, em relação a faixa etária, onde houve predomínio de adultos jovens (2ª e 3ª década nos FAF e FAB, respectivamente). (Fagundes, et al.,2007).

Num outro estudo em Porto Grande-AP realizada em 2003, pode-se observar um predomínio de pessoas do sexo masculino (90%) e maior incidência na faixa etária de 20 a 24 anos (40%), seguida pelas faixas de 15 a 19 anos (24%), de 25 a 30 anos (16%) e de 31 a 39 anos (10%), perfazendo uma média de 26 anos (GUIMARÃES, et al., 2005).

Estudos sobre causas externas realizado no Município de Campina Grande-PB em 2005, comprovam os estudos acima, onde 31,3% das vítimas tinham entre 19 e 28 anos, a média de idade em comparação dos sexos foi de 39,7 ± 16,3 para os homens e de 43,7 ± 21,2 anos para as mulheres. (CAVALCANTI & MONTEIRO, 2008).

Tabela 3: Média idade (em anos) em relação às causa e ao sexo.

Feminino Masculino Total

FAB 40,5 26,4 28,3

FAF 27,0 29,1 28,9

33,8 28,0

Sexo

(31)

3) OCORRÊNCIAS DE FAB E FAF EM RELAÇÃO AO PERÍODO DO DIA, DIAS DA SEMANA E OS DIAS DO MÊS NOS ANOS DE 2008 A 2010.

Tabela 4: Ocorrências de FAB em relação ao período.

Tabela 5: Ocorrências de FAF em relação ao período. Período Casos

Matutino 1

Vespertino 9

Noturno 21

Não consta 1

Período Casos

Matutino 3

Vespertino 6

Noturno 36

Não consta 1 Fonte: CISC de Tangará da Serra – MT.

De acordo com as Tabelas 4 e 5 os dados revelaram que as ocorrências de FAB e FAF foram registradas principalmente no período noturno, seguido do período vespertino.

Segundo Cavalcanti e Monteiro (2008), um estudo realizado em 2005 no Município de Campina Grande-PB relacionado à mortalidade por causas externas revelaram que 32,2 % dos óbitos foram registrados à noite, 22,9% no turno da tarde, 18,4% no período da manhã e 12,0% durante a madrugada.

(32)

Gráfico 7: Ocorrências de FAB em relação aos dias da semana.

6,5%

15,2% 15,2% 10,9%

4,3% 15,2% 32,6% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%

seg ter qua qui sex sab dom

Dia da semana

Fre

qu

ên

cia

Fonte: CISC de Tangará da Serra – MT.

Nos gráficos 6 e 7 pode-se observar o registros dos casos em relação aos dias da semana. Nas ocorrências por FAF a predominância foram nos domingos (43,8%), seguido dos sábados (18,8%), terças-feiras (9,4%) e quartas-feiras (9,4%), quintas-feiras (6,3%) e sextas-feiras (6,3%) e segundas-sextas-feiras (6,3%), já nas ocorrências por FAB, os domingos (32,6%)

Gráfico 6: Ocorrências de FAF em relação aos dias da semana.

6,3% 9,4% 9,4% 6,3% 6,3%

18,8% 43,8% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%

seg ter qua qui sex sab dom

Dia da semana

Fre

qu

ên

(33)

permanecem sendo o dia mais incidente, seguido dos sábados (15,2%), terças-feiras (15,2%) e quartas-feiras (15,2%), quintas-feiras (10,9%), segundas-feiras (6,5%) e sextas-feiras (4,3%).

Um estudo sobre causas externas realizada em Campina Grande-PB em 2005, observou-se também que os dias da semana com maior predominância de casos foram nos domingos (21,4%), seguidos dos sábados (18,2%). (CAVALCANTI & MONTEIRO, 2008).

Já em Porto Grande-AP, um estudo epidemiológico sobre FAB no ano de 2005, o dia da semana com maior incidência de casos foi nos sábados (48%), seguido dos domingos (20%)(GUIMARÃES, et al., 2005).

Tabela 6: Ocorrências de FAF em relação aos dias do mês.

Tabela 7: Ocorrências de FAB em relação aos dias do mês. Dia Frequência

01 a 09 14 10 a 20 19 21 a 31 13

Dia Frequência 01 a 09 8 10 a 20 9 21 a 31 15 Fonte: CISC de Tangará da Serra – MT.

(34)

4) OCORRÊNCIAS DE FAF E FAB EM RELAÇÃO AOS MESES DO ANO, NOS ANOS DE 2008 A 2010.

Gráfico 8: Ocorrências de FAF em relação ao meses do ano.

15,6%

0,0% 3,1% 6,3%

12,5% 12,5% 12,5%15,6%

6,3% 3,1% 6,3% 6,3%

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Mês do ano

Fr

eq

nc

i

Gráfico 9: Ocorrência de FAB em relação aos meses do ano.

8,7% 6,5% 10,9% 2,2%

15,2% 13,0% 6,5%

2,2% 8,7% 0,0%

15,2% 10,9% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Mês do ano

Fr

eq

nc

i

Fonte: CISC de Tangará da Serra – MT.

(35)

meses com maior predominância foram os meses de Maio (15,2%) e Novembro (15,2%), seguido por Junho (13,0%), Março (10,9%) e Dezembro (10,9%), Janeiro (8,7%) e Setembro (8,7%), Fevereiro (6,5%) e Julho (6,5%), Abril (2,2%) e Agosto (2,2%) e Outubro (0,0%). Não foram encontradas pesquisas sobre FAF e FAB em relação ao número de ocorrências nos meses do ano.

5) INCIDÊNCIA DE ÓBITOS NOS ACIDENTES DE FAF E FAB.

Tabela 8: Índices e porcentagem dos óbitos de FAF e FAB em relação ao ano.

Anos FAF FAB % óbitos FAF % óbitos FAB

2008 6 3 ---

---2009 5 3 -16,7% 0

2010 13 4 160,0% 33,3%

De acordo com a Tabela 8, do total das vítimas de FAF 24 foram a óbito e 10 vítimas de FAB. Nota-se que houve um aumento percentual significativo de 160% do óbitos por FAF e 33,3% por arma branca se compararmos o ano de 2010 com o ano de 2009 .

(36)

6) OCORRÊNCIAS DE FAF E FAB REFERENTES À ESCOLARIDADE NOS ANOS DE 2008 A 2010.

Tabela 9: Tabela de FAF e FAB referente à Escolaridade.

Escolaridade FAF FAB

Analfabeto 0 0

Fundamental incompleto 2 2 Fundamental completo 0 1 Médio incompleto 0 1

Médio completo 1 1

Superior incompleto 0 0 Superior completo 0 0 Fonte: CISC de Tangará da Serra – MT.

Os dados referentes à escolaridade foram encontrados no inquérito policial, porém dos 78 casos de FAF e FAB somente 8 casos constavam a escolaridade. Apesar dos dados coletados serem escassos, houve maior incidência nas vítimas de FAF e FAB com nível fundamental incompleto.

(37)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A violência hoje é considerada um problema de saúde pública, não só aqui no Brasil como no mundo, pois tem aumentado ano após ano. A violência pode ser caracterizada de diversas formas: violência física, emocional, psicológica, etc. Existem fatores que desencadeiam esse tipo de comportamento como a falta de cultura, educação, lazer, oportunidade, segurança pública, desigualdade social, tráfico de drogas entre outros fatores.

A violência faz inúmeras vítimas jovens por FAF e FAB e eleva os índices de morbimortalidade. Os principais fatores de óbitos e internações no país são resultado das causas externas (FAF, FAB, suicídios, acidentes de trânsito, enchentes, etc.), consequentemente aumentam ainda mais o número de atendimentos em hospitais e serviços de urgência e emergência gerando gastos para a saúde pública e consequentemente desviando o recurso que poderia ser utilizado em ocorrências que não podem ser evitadas como, por exemplo, doenças cardiovasculares.

Essas vítimas representam um custo altíssimo para o governo relacionado com o custo direto e indireto referentes a consultas, internações, exames, cirurgias e medicamentos, dias de trabalho perdidos, auxílio doença ou até mesmo aposentadoria por invalidez devido a limitações físicas e psicológicas conseqüentes desses acidentes.

Através desta pesquisa as vítimas de acidentes por arma de fogo, são caracterizadas por ser vítimas jovens do sexo masculino, concentrando-se na faixa etária dos 28 anos, o que nos leva acreditar que há um impacto negativo no mercado de trabalho, e na estrutura familiar elevando os gastos governamentais devido a internações hospitalares e tratamento de reabilitação, além do fato desses jovens deixarem de ser ativos economicamente não contribuindo com o crescimento econômico do país, e muitas vezes por carregarem consigo sequelas irrecuperáveis dependendo assim de recursos financeiros do governo como auxílio doença, aposentadoria por invalidez, acumulando assim mais ônus ao Estado.

Apesar da escassez dos dados, o estudo revelou que as vítimas eram de cor parda e nível fundamental incompleto. Tal fato pode estar relacionado a maioria dessa população residir em bairros periféricos, onde os índices de violência são considerados os mais altos.

(38)

Neste estudo observou-se ainda que os meses de maior incidência por FAF e FAB foram Janeiro e Agosto, Maio e Novembro, respectivamente, e o dia da semana de maior incidência foram aos domingos. Isto pode estar relacionado as festividades e ao consumo maior de bebida alcoólica criando assim, um ambiente oportuno a violência.

Evidencia-se que assim como o município, o país necessita de novas estratégias para a diminuição da exclusão social, incentivo a educação, profissionalização e capacitação aos profissionais de saúde para diminuição da violência, que ainda faz com que os índices de óbitos por causas externas continuem ocupando o primeiro lugar entre os jovens brasileiros.

Algumas limitações foram encontradas no decorrer da elaboração desta monografia. Uma refere-se aos dados incompletos Boletim de Ocorrência e Inquérito policial o que impossibilitou a coleta dos dados completa referente à variável da escolaridade. Outra refere-se a escasrefere-sez de pesquisas relacionadas ao tema, mostrando assim a necessidade de mais discussões e estudos em torno da violência, principalmente as causadas por FAF e FAB.

A prevenção tem como objetivo evitar que aconteça algo e exige uma ação antecipada, a fim de evitar o surgimento de doenças específicas, reduzindo sua prevalência e incidência nas populações.

Portanto, espera-se contribuir de forma reflexiva a conscientização dos profissionais da área da saúde e da sociedade que é de extrema importância a implantação de novas estratégias de prevenção a violência, com o objetivo de reduzir as taxas de morbidade e mortalidade das vítimas por FAF e FAB e consequentemente diminuir os custos governamentais gerados por estes acidentes.

(39)

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Imagem

Gráfico 1: Percentual das ocorrências.
Gráfico 2: Ocorrência de FAF em relação ao sexo.
Gráfico 3: Ocorrência de FAB em relação ao sexo.
Gráfico 4: Ocorrências por FAF em relação à cor.  26,7% 44,4% 24,4% 2,2% 4,4% 0,0% 10,0%20,0%30,0%40,0%50,0%60,0%70,0%80,0%90,0%100,0%
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