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Oferta pública

No documento ENTIDADE REGULADORA DA SAÚDE (páginas 34-39)

4. Acesso ao PNPSO

4.1. Oferta pública

Na presente secção procedeu-se à caracterização da oferta pública de serviços no âmbito do PNPSO, traduzida pelos cuidados prestados pelos HO, disponibilizada em unidades de cuidados de saúde primários do SNS, apresentando-se dois indicadores, para o período compreendido entre 2009 e 2013, por ARS: o número de crianças e

jovens tratados e o número de tratamentos realizados. Assim, as análises que se seguem deverão ser consideradas à luz do número de HO em funções nas unidades de cuidados de saúde primários, bem como o universo de crianças e jovens em cada ARS.

De acordo com a tabela infra, a ARS Alentejo é aquela que detém maior número de HO por 100.000 habitantes em exercício de funções, seguida da ARS Algarve, ARS Lisboa e Vale do Tejo, ARS Centro e ARS Norte. Note-se também que com a exceção da ARS Norte e ARS Centro, os rácios exibidos a nível regional são superiores ao nacional.

Tabela 6 – Distribuição de HO por 100.000 habitantes e por ARS

ARS HO por 100.000 habitantes10 Norte 0,1364 Centro 0,9925 LVT 1,7528 Alentejo 2,7903 Algarve 2,2503 Portugal Continental 1,1026

Fonte: Elaboração própria com base nas respostas das ARS.

Por ofício remetido às ARS foi solicitada informação quanto ao número de utentes atendidos, por grupo de utentes beneficiários do SNS, por ano e unidade. Nas suas respostas as ARS apenas remeteram dados sobre o número de crianças e jovens atendidos, ressalvando que algumas das consultas foram realizadas pelo HO em meio escolar, pelo que a informação de algumas das ARS refere-se ao ano letivo e não ao ano civil11.

A ARS Lisboa e Vale do Tejo destaca-se neste indicador por ter apresentado um número de crianças e jovens tratados substancialmente superior às restantes ARS, a partir de 2010, atingindo o máximo em 2013 (aproximadamente 19.000 crianças e jovens tratados). No primeiro ano considerado, 2009, o número de crianças e jovens tratados atingiu o valor mínimo para as ARS Centro, Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo,

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A ARS Alentejo identificou Centro de Saúde e não ACES, e na resposta da ARS Centro foram identificadas as unidades de cuidados primários das ULS Guarda e ULS Castelo Branco e da ARS Norte a Unidade de Saúde Pública do Alto Minho (ULS Alto Minho).

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Concretamente, as ARS Norte e Alentejo enviaram informação relativa a anos letivos, e não anos civis.

sendo que a partir dessa data cresceu consecutivamente apenas para a ARS Lisboa e Vale do Tejo. Por seu turno, a ARS Algarve foi a que apresentou menos crianças atendidas por HO em todos os anos considerados, sendo esse número bastante reduzido (rondando as 100 crianças e jovens), embora tenha aumentado substancialmente para 2013 (para cerca de 550 crianças e jovens).

Analisada a taxa de crescimento anual média, a nível nacional, entre os anos de 2009 e 2013, verifica-se que o número de crianças e jovens atendidos por HO aumentou a 29,56% ao ano a nível nacional, revelando-se este crescimento mais acentuado na ARS Lisboa e Vale do Tejo e menos na ARS Alentejo. As restantes ARS exibiram uma taxa de crescimento positiva, embora inferior à nacional.

Gráfico 2 – Número de crianças e jovens atendidos, entre 2009 e 201312

Fonte: Elaboração própria com base nas respostas das ARS.

Foi igualmente solicitado a cada uma das ARS informação quanto ao número de tratamentos realizados em estabelecimentos prestadores de cuidados primários com HO, por ano, distinguindo-se o tipo de tratamento.

Por questão de disponibilidade de informação mais completa possível para as cinco ARS, foi considerado o número de tratamentos de aplicação de selantes e fluor

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A informação relativa a 2013 para a ARS Alentejo não corresponde à totalidade do ano, por se encontrar em curso a recolha de informação quanto a alguns ACES no momento da resposta ao pedido de elementos da ERS por aquela ARS.

0 5000 10000 15000 20000 25000 2009 2010 2011 2012 2013

Norte Centro LVT Alentejo Algarve

ARS Taxa

cre s cim e nto

Norte 16,00% Centro 3,34% LVT 52,55% Alentejo 0,32% Algarve 38,63% Nacional 29,56%

prestados ao grupo de crianças e jovens13 no período de 2009 a 201314, em unidades de cuidados de saúde primários. Foram ainda mencionados pelas ARS outros tratamentos realizados por HO, nomeadamente tratamentos de destartarização, polimentos e instrução e motivação higiene oral.

No que se refere ao número de selantes aplicados por HO, sintetizado no gráfico 3, a ARS Lisboa e Vale do Tejo apresenta-se como a ARS com maior número de tratamentos realizados, e a ARS Algarve como aquela que aplicou menos tratamentos, com exceção do ano de 2013, em que a ARS Norte foi aquela a apresentar o menor valor.

A aplicação de selantes teve uma taxa de crescimento anual positiva, no período considerado, com exceção da ARS Alentejo, que verificou uma quebra neste tipo de tratamento. A ARS Lisboa e Vale do Tejo apresentou a maior taxa de crescimento anual, nos cinco anos em análise. As restantes ARS, com exceção da ARS Algarve, exibiram uma taxa de crescimento positiva, mas inferior à nacional.

Gráfico 3 – Número de selantes, entre 2009 e 2013

Fonte: Elaboração própria com base nas respostas das ARS.

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Sendo as consultas realizadas pelos HO em ambiente escolar, as ARS Norte e Alentejo enviaram informação relativa a anos letivos, e não anos civis.

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A ARS Algarve identificou a realização de zero tratamentos em 2009, e a ARS Alentejo não teria disponível informação para todas as unidades de cuidados de saúde primários dotadas de HO, para o ano de 2013, pelo que a informação para esse ano se encontra incompleta. A ARS Norte remeteu informação do número de tratamentos completa do ACES Entre o Douro e Vouga I - Feira/Arouca e quanto a número de tratamentos de fluor, deste ACES e da Unidade de Saúde Pública do Alto Minho.

0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 140000 2009 2010 2011 2012 2013

Norte Centro LVT Alentejo Algarve

ARS Taxa de cre s cim e nto

Norte 25,82% Centro 4,78% LVT 50,25% Alentejo -8,66% Algarve 30,34% Nacional 34,01%

Já no que se refere aos tratamentos de aplicação de fluor, verifica-se uma tendência semelhante à dos selantes, não obstante o número de selantes aplicados ser substancialmente superior ao número de tratamentos de fluor, como se retira do gráfico de seguida apresentado.

Comparando a tendência de crescimento de aplicação de fluor com a aplicação de selantes, a ARS Norte e a ARS Alentejo apresentaram uma taxa de crescimento média anual negativa. A ARS Algarve exibiu a maior taxa de crescimento anual (54,32%), enquanto a ARS Lisboa e Vale do Tejo apresentou uma taxa superior em 23,52 pontos percentuais relativamente à taxa de crescimento nacional. Por sua vez, a ARS Centro evidenciou uma taxa de crescimento positiva, inferior à nacional, de 1,04%.

Gráfico 4 – Número de tratamentos de aplicação de fluor, entre 2009 e 2013

Fonte: Elaboração própria com base nas respostas das ARS.

Em síntese, a nível nacional verificou-se um crescimento no número de crianças e jovens tratados, bem como da aplicação de selantes e tratamentos de fluor, entre 2009 e 2013. No entanto, a realidade entre ARS foi distinta verificando-se que a ARS Lisboa e Vale do Tejo apresentou sempre uma taxa de crescimento acima da nacional e a mais elevada de todas as ARS, com exceção para o número de tratamentos de fluor. No outro extremo, encontra-se a ARS Alentejo que, durante o período em análise, exibiu a taxa de crescimento mais baixa relativamente às restantes ARS.

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000 20000 2009 2010 2011 2012 2013

Norte Centro LVT Alentejo Algarve

ARS Taxa de cre s cim e nto

Norte -3,61% Centro 1,04% LVT 48,96% Alentejo -3,75% Algarve 54,32% Nacional 25,44%

No documento ENTIDADE REGULADORA DA SAÚDE (páginas 34-39)