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4 O SABER, O CAMPO DE INVESTIGAÇÃO E A INTERTEXTUALIDADE NA

5.8 OITAVA PELEJA: CORDEL “RESPEITÁVEL PÚBLICO! COM VOCÊS: TEATRO E

Do teatro e cultura brasileira O cordel vai um pouco contar Das influências culturais e étnicas

Danças dramáticas e arte popular Festa religiosa e também a profana

Do mamulengo, essa arte bacana E do palhaço pros versos coroar

A cultura que tanto se define A erudita ou a que vem massificar Vamos falar de uma plural e heterogênea

suas vergonhas do que de mostrar a cara. [...], contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.”

67 ÍNDIOS Tamoios. 2011. Disponível em: <http://tamoioscabofrio.blogspot.com/2011/05/os-indios-

tamoios.html>. Acesso em: 10 out. 2018. “O termo tamoios se refere a uma aliança de povos indígenas do tronco lingüístico tupi que habitavam a costa dos atuais estados de São Paulo (litoral norte) e Rio de Janeiro (Vale do Paraíba fluminense). O termo "tamoio" vem "tamuya" que em língua tupi significa "os velhos, os idosos, os anciãos", indicando que eles eram as mais antigas tribos tupis, os que mais prezavam os costumes tradicionais. [...]A aliança de tribos, conhecida como Confederação dos Tamoios, foi motivada pelos ataques dos portugueses e mestiços vicentinos (da atual cidade de São Vicente). Por décadas, os Tamoios foram a única resistência organizada contra a colonização portuguesa. Segundo relatos dos Jesuitas, os tamoios impuseram memoráveis vitórias utilizando apenas 160 canoas, embora algumas delas tivessem 13 metros de comprimento e 30 tripulantes.”

Que a memória cuida em resguardar É espontânea, dinâmica e ativa Na vivência de um povo ela habita Estamos falando da cultura popular [...}

As danças dramáticas brasileiras Por Mário de Andrade catalogadas

A maioria tem origem religiosa Com cortejo e peças encenadas Pastoril, Caboclinho, Quilombo, Maracatu, Boi Calemba e Congo Folguedos de riquezas infindadas [...]

E as brochurinhas em versos Por Câmara Cascudo relatadas

Penduradas em cordão Na feira eram encontradas Para um povo conta histórias Que constituem suas memórias

De pelejas bem arretadas

E para o povo nordestino O Cordel foi livramento

De um analfabetismo Que causava sofrimento Pois contada em repetição Do causo havia memorização E assim vinha o letramento [...]

E assim, O Cordel Respeitável Público! Com vocês: Teatro e Cultura Brasileira em Cordel 68, Apêndice 8 desta Monografia, produzido para a disciplina Teatro e Cultura Brasileira, ministrada, em 2016.2, pelo Professor Dr. André Carrico, do Curso de Teatro, da

68 ROCHA, Maria de Fatima Regis da. Respeitável público! Com vocês! Teatro e Cultura Brasileira em

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, busca narrar a trajetória da referida disciplina, que teve como objeto de estudo o teatro e suas relações com os movimentos populares, as manifestações culturais populares do Brasil, em especial algumas de grande incursão no universo nordestino, como danças dramáticas, a literatura do cordel e o mamulengo. Conta, ainda, a história do circo no Brasil e dos palhaços que contribuíram para a sedimentação e o reconhecimento dessa atividade.

De igual modo, o presente Cordel, assim como o Teatro Catequizador dos Jesuítas não foi produzido como requisito para a obtenção de notas. A escrita dos versos foi motivada pela riqueza do campo de investigação da referida disciplina, sobretudo: na formação da cultura brasileira; o olhar atencioso para a relação do teatro com os movimentos populares; o estudo do teatro de bonecos, em especial o de mamulengo, e a dramaturgia desse teatro: o conflito, o desenlace e o improviso marcando o seu enredo; a origem do circo e sua chegada ao Brasil69, trazido, no século XIX, por famílias circenses, nômades, vindas da Europa; e sobre Benjamim de Oliveira, o primeiro palhaço negro do Brasil e umas das figuras mais importantes do mundo do circo.

Nessa relação do Teatro com o Circo e a importância de Benjamim de Oliveira, enquanto introdutor do teatro popular no circo nacional, importa trazer a registro algumas lições da professora Ermínia Silva, em seu artigo Circo-teatro: Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil, quando diz:

Tudo isso está mais interligado do que se imagina. Não se pode estudar a história do teatro, da música, da indústria do disco, do cinema e das festas populares no Brasil sem considerar que o circo foi um dos importantes veículos de produção, divulgação e difusão dos mais variados empreendimentos culturais. Os circenses atuavam num campo ousado de originalidade e experimentação. Divulgavam e mesclavam os vários ritmos musicais e os textos teatrais, estabelecendo um trânsito cultural contínuo das capitais para o interior e vice-versa. É possível até mesmo afirmar que o espetáculo circense era a forma de expressão artística que maior público mobilizava durante todo o século XIX até meados do XX. Dentro desse processo, Benjamim de Oliveira foi um dos personagens cruciais. Do final do século XIX até a década de 1910, ele atuou como ginasta, acrobata, palhaço, músico, cantor, dançarino, ator e autor de músicas e peças teatrais, assim como vários outros artistas daquela época. Nas diversas reportagens sobre Benjamim, publicadas em jornais e

69 DIA do Circo. 2016. Disponível em: <https://www.portalsaofrancisco.com.br/calendario-comemorativo/dia- do-circo>. Acesso em: 9 out. 2018. “No Brasil, a história do circo está muito ligada à trajetória dos ciganos em nossa terra, uma vez que, na Europa do século dezoito, eles eram perseguidos. Aqui, andando de cidade em cidade e mais à vontade em suas tendas, aproveitavam as festas religiosas para exibirem sua destreza com os cavalos e seu talento ilusionista. Procuravam adaptar suas apresentações ao gosto do público de cada localidade e o que não agradava era imediatamente tirado do programa. Mas o circo com suas características itinerantes aparece no Brasil no final do século XIX. Instalando-se nas periferias das cidades, visava às classes populares e tinha no palhaço o seu principal personagem.”

revistas, principalmente das décadas de 1930 e 1940, é quase unânime a ideia de que ele foi o verdadeiro introdutor do teatro popular no circo nacional.70

Assim, a partir dessa imersão no mundo do Circo, foi realizada uma oficina de palhaçaria, na qual, cada aluno, pode criar o seu palhaço. Do andar, do movimento do pescoço, de aguardar o término do aplauso para continuar a piada, de Branco - o palhaço manda-chuva -, de Augusto - o palhaço sofredor.

Figura 18 - Ordem alfabética: Calunga-Leuri, Choraminga, Biônico, Bolota, Brasinha, Florzinha, Flup, Lika, Margarina, Pintolho, Retruka, Tati-Abacate.

Para a criação da minha palhaça, busquei, numa memória afetiva, a personagem Bolota, da Revista em quadrinhos71 de idêntico nome, cuja leitura embalou a minha infância.

70 SILVA, Erminia. Circo-Teatro: Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil. São Paulo: Altana, 2007. 434 p. Disponível em: <http://www.circonteudo.com.br/stories/documentos/article/1895/Circo-

teatro_Benjamim.pdf>. Acesso em: 9 out. 2018.

71 RIBEIRO, Antônio Luiz (Org.). Bolota: Revista em Quadrinhos. 2007. Disponível em: <http://www.guiadosquadrinhos.com/personagem/bolota/3851>. Acesso em: 03 nov. 2018. Bolota apareceu pela primeira vez em 1953, como historieta complementar no número 1 do gibi americano da Brotoeja. Como o nome diz, Bolota é uma menina comilona que compensa sua gula ajudando sempre o próximo, quando se vale de sua tremenda força. Com o passar do tempo, ela deixou de ser uma coadjuvante e ganhou até sua própria revista. No Brasil, também foi muito popular nas décadas de 60 e 70, quando foi publicada em gibi próprio pela RGE.

Figura 19: Palhaça Bolota, criada para a Disciplina Figura 20:-Esquete apresentada com o discente Mafaldo Teatro e Cultura Brasileira. Foto: autor desconhecido Mafaldo Pinto e o seu palhaço Pintolho. Foto: autor desconhecido

Figura: 21 - Portfólio Palhaça Bolota - Frente Figura 22: Portfólio Palhaça Bolota - Verso

Assim como ocorreu com os projetos de Figurino e Maquiagem, com a personagem Margarida, que ganhou o mundo, com o teatro de bonecos, que encantou os idosos atendidos pelo Núcleo de Psicologia do Instituto Federal do Rio Grande do Norte – Campus Central, Bolota, igualmente, deu suas piruetas fora do DEART, aportando no Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte, durante os eventos realizados em homenagem ao Dia da Mulher.

Para a apresentação de uma esquete, convidei a colega Hânya Pereira, servidora da referida Instituição, para fazer o papel de Brotoeja, parceira de gibi de Bolota. Os jogos realizados durante a apresentação foram os mesmos praticados na oficina realizada na disciplina Teatro e Cultura Brasileira.

Figuras 23 e 24: Hânya Pereira (Brotoeja) e Bolota – Apresentação TRE/RN Fonte: ASCOM/TRE-RN

Por fim, outro ponto a merecer destaque nessa Disciplina e que o cordel buscou registrar foram as experiências práticas com as manifestações culturais: as danças dramáticas realizadas com a professora Teodora Alves, do curso de Dança da Universidade Federal do Rio Grande do Norte; a visita à Casa do Cordel, recanto de cordelistas e repentistas da cidade do Natal; a visita ao Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão; a contação de histórias por Raul do Mamulengo e seus bonecos; a oficina de palhaçaria e as esquetes apresentadas no Departamento de Artes, com os palhaços criados e batizados pelos colegas em sala de aula; mas principalmente, o olhar voltado à Cultura Popular Nordestina, considerando sobretudo, que cultura é tradição, mas não como algo que não se altere, posto que também é reinventada, até como forma de manter-se preservada, mas no sentido de conhecer a si mesmo para conhecer o mundo e, assim, manter a sua cultura por onde for.

5.9 NONA PELEJA: CORDÉIS “PIETÁ E NOSSA SENHORA DOS AFOGADOS: UMA DRAMATURGIA DE CORPOS”

Os Cordéis Pietá e Senhora dos Afogados: dramaturgia de corpos 72, Apêndice 9 desta Monografia, foram produzidos para a disciplina Dramaturgia I, ministrada, em 2016.2, pelo Professor Dr. Alex Beigui, do Curso de Teatro, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que tinha por objetivo trabalhar a dramaturgia em um contexto cênico, a partir da

72 ROCHA, Maria de Fatima Regis da. Pietá e Senhora dos afogados: dramaturgia de corpos. Natal: UFRN, 2016. 17 f. (Curso de Licenciatura em Teatro, Departamento de Artes).

apropriação de fragmentos de textos literários e da ressignificação de objetos trazidos para sala de aula.

O Cordel Pietà é resultado da observação de uma composição coletiva e colaborativa, a partir de ações físicas executadas pelos alunos da referida disciplina e do relacionamento daquelas ações com elementos trazidos para sala de aula, dando, ao final, organicidade às imagens produzidas, resultando numa dramaturgia.

De igual modo, o Cordel Senhora dos Afogados é proveniente de uma produção coletiva e colaborativa daqueles alunos, originada de fragmentos dos seguintes textos: Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues; Querô, uma reportagem maldita, de Plínio Marcos; Amor por Anexins, de Artur Azevedo; Salmo 91, de Dib Carneiro; Dois Perdidos numa noite suja, de Plínio Marcos, e ainda, das ações físicas geradas a partir da compreensão daqueles textos e do entrelaçamento que lhes foi dado.

Importa esclarecer que, por haver me submetido a duas cirurgias durante o curso da referida disciplina, estive impossibilidade de participar do processo de composição das ações físicas que resultaram na dramaturgia proveniente desses corpos, ficando a minha participação restrita ao campo de observação do trabalho produzido pelos colegas. Assim, para fins de avaliação, fui orientada a elaborar relatórios sobre o processo de criação dos colegas, os quais foram produzidos em forma de cordel.

Os Cordéis Pietá e Senhora dos Afogados: dramaturgia de corpos foram os últimos folhetos produzidos no Curso de Licenciatura em Teatro e tratam, coincidentemente, sobre intertextualidade. Assim, naqueles versos, busquei externar o que havia compreendido sobre dramaturgia, não mais partindo só do verbo ou só do corpo, mas do entrelaçamento dessas vozes. Eis, pois, algumas estrofes do Cordel

PIETÀ

E mais uma aula de Dramaturgia A contemporânea pra precisar

Sua natureza e características Beigui se põe a explicar Do texto indeciso e incompleto

Que para se tornar repleto Depende de outro a potência dar

De vários textos se originando Cada um, um diferente fio,

Que vão se entrelaçando Uma intertextualidade se apresenta

E nesse carnaval de diferença A dramaturgia vai se revelando

E no binômio que a identifica: Um pé no texto e outro na encenação

A dramaturgia desafiando a física Fazendo ao mesmo tempo ocupação De dois espaços que se complementam

E como vírgulas se apresentam De pensamentos fazendo a ligação

Se no princípio era o verbo O teatro assim deixou de ser

Hoje o verbo se fez carne E o lugar onde se vê É o lugar onde se faz E no teatro tudo é capaz De texto assim compreender

E num pacto com os deuses E seus poderes reverenciar Como Fausto fez com Mefisto

O teatro vem pactuar Com a clássica escritura Esperando de alguém desenvoltura

Para um segundo texto brotar

E na reescritura desse verbo Que pode até ser literal O que importa é o contexto Dessa sobrescrita inaugural

E como num túnel do tempo O velho sem contratempo

É sempre jovem e atual

Como forma de garantir Na avenida a evolução Não é só o escrivinhador Quem tem nesse barracão

Tem ainda o organizador E também o pensador Pra começar uma encenação

Não é no sentido das coisas Que a dramaturgia se encontra

Mas na organização dessas Que ela deve dar conta: No escrever, no pensar e organizar

No fazer e de onde falar Só assim a dramaturgia desponta [...]

6 PENSA QUE ACABOU? FOI SÓ UM CICLO QUE SE FECHOU.

Pois é, Dionísio, chegou a hora de encerrar este Ciclo. E, para cumprir requisito estabelecido pela Academia devo, ao final, apresentar resultados e apontar respostas para os problemas expostos no início desta narrativa, explicar a importância do tema e sua relevância para o meio acadêmico, para a sociedade e até para mim mesma, como crescimento pessoal, acadêmico e profissional.

Sobre o uso do cordel, enquanto ferramenta facilitadora de aprendizado no Curso de Licenciatura em Teatro, vislumbro restar comprovada a sua eficácia, porquanto, no decorrer da construção daqueles versos, consolidavam-se os saberes, apreendiam-se as lições dadas, as quais, jamais, serão esquecidas. De pés no chão no sertão ou calçados na Academia, os versos rimados sempre serão uma eficiente ferramenta de letramento.

Por sua vez, considero que foi na experiência da intertextualidade, no encontro de vozes, da minha voz com tantas outras vozes, como a de Aristófanes, Shakespeare, Goethe, Tchekhov, Becket, Brecht, Ariano Suassuna, Câmara Cascudo, Leandro Gomes de Barros, os corpos dos feirantes e transeuntes das feiras visitadas, que emprestaram suas pisadas para eu caminhar sobre elas, permitindo-me contar as suas histórias e as minhas histórias também. Foi essa polifonia que tornou a produção dos cordéis tão peculiar.

As leituras realizadas sobre os assuntos abordados, as pesquisas de campo realizadas nas feiras do interior, nas ruas da Ribeira, nos espaços de cultura da Cidade e tantos outros espaços, as conversas - ouvidas ou participadas -, na hora do café ou num corredor de sala de aula, com os colegas, professores ou artistas da Terra que transitavam pelo Departamento de Artes, foram essas experiências que tornaram esse caminhar tão instigante e edificante para o meu aprendizado.

Sobre a importância dessas investigações para o meio acadêmico, as quais resultaram na produção de cordéis sobre vários campos de estudo afetos ao Curso de Licenciatura em Teatro, cujos folhetos encontram-se depositados na Biblioteca Setorial do Departamento de Artes da UFRN, espero e confio que esses possam contribuir como uma singela fonte de pesquisa para os alunos do Curso de Licenciatura em Teatro, em especial: na construção de um figurino e uma maquiagem, desde a caracterização até a sua materialização; no campo da dramaturgia, compreendendo-a não somente como verbo, como era no princípio, mas também como carne, com o corpo do ator, numa verdadeira polifonia; da leitura e reescritas, através dos versos, de clássicos do teatro grego, do universo Shakespeareano e de tantos outros

dramaturgos; e ainda, fomentar a leitura da dramaturgia nordestina de Ariano Suassuna, das poesias de Patativa do Assaré, dos contos do folclorista potiguar Câmara Cascudo.

De igual modo, desejo que os alunos do Curso de Licenciatura em Teatro leiam esses cordéis para seus pais, seus avós, seus filhos, na espera do ônibus-circular, na hora do intervalo de aula, que se inspirem na criação de mais versos sobre o assunto, contribuindo, desse modo, não somente para o entrelaçamento do Teatro com a Cultura Popular, mas sobretudo, por criar rodas de saberes, e assim, ser mais um agente transmissor e receptor de conhecimentos.

Do ponto de vista pessoal, nos sonhos mais improváveis,

NUNCA SONHEI Nunca sonhei que um dia O palco do Alberto Maranhão

O teatro de minha infância Que me trazia tanta emoção

Eu estivesse como atriz Fazendo uma encenação

Nunca sonhei que um dia Que a escrita de pequenos versos

Quando ensinava minhas filhas Me levasse a esse universo De produzir trabalhos acadêmicos

De assuntos mais diversos

Nunca sonhei que um dia Dos cinquenta já passando

Uma prostituta de cabaré Eu estaria personificando De Natal da Segunda Guerra

E da Ribeira que tanto amo

Nunca sonhei que um dia Meu corpo fosse desafiar Mas um tal de Grotowsky

Um convite veio me formular: Leve o seu corpo ao impossível E sua capacidade vai ultrapassar

Nunca sonhei que um dia Como escada pudesse estar

Para ele, Mafaldo Pinto, O grande humorista potiguar Ele, como o palhaço Pintolho Eu, como Bolota, a lhe imitar

Nunca sonhei que um dia À feira-livre fosse visitar Lugar de tantas memórias

Mas agora para observar Os corpos daqueles feirantes E mímese corpórea trabalhar

Nunca sonhei que um dia Minha família abrisse mão

De um tempo tão escasso E viesse me dar a mão Para que eu não desistisse E completasse minha missão

Nunca sonhei que um dia Tantas coisas viesse a imaginar Mas percebi que não estava sozinha

Muitos estavam comigo a sonhar E quando se sonha junto Em realidade vai se transformar.

REFERÊNCIAS

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