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F IGURA 6-5 I NCIDÊNCIA OBLÍQUA DE UMA ONDA ELETROMAGNÉTICA NA INTERFACE PL ANA ENTRE DOIS MEIOS DIELÉTRICOS SEM PERDAS P OLARIZAÇÃO PARALELA [31].

6.2.9 P OLARIZAÇÃO P ERPENDICULAR

De seguida será efetuado o estudo do campo elétrico e do campo magnético, sob uma polarização perpendicular (Figura 6-4) analisando a onda incidente, a onda refletida (determinando o coeficiente de reflexão) a onda resultante da interferência entre a onda incidente e a onda refletida e a onda transmitida (determinando o coeficiente de transmissão).

6.2.9.1 ONDA INCI DENTE

Para o estudo da onda incidente sob uma incidência oblíqua, em primeiro lugar é necessário conhecer o vetor posição do ponto onde queremos conhecer a amplitude do campo de uma onda plana (r) que se propaga numa direção e sentido, dados pelo versor (ki). No nosso caso fez-se coincidir, sem perda de generalidade, o versor ki, com o plano y

= 0 (XOZ).

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̂ ̂ ̂ EQUAÇÃO 6-24

̂ EQUAÇÃO 6-25

O campo elétrico será perpendicular ao plano de incidência, logo “apontará” para y positivo:

⃗ ( ) ̂ ̂ ̂

( ) EQUAÇÃO 6-26

NOTA: O campo inicial Eio para a simulação a desenvolver será considerado unitário -

1V/m.

Quanto ao campo magnético incidente este pode ser determinado conhecendo a direção de propagação e o campo elétrico incidente (através do seu produto vetorial):

⃗⃗ ( ) ( ̂ )

( ̂ ̂ ) ( ) E

QUAÇÃO 6-27

O campo magnético terá assim duas componentes (segundo x e segundo z) sendo dependente da impedância do meio 1.

6.2.9.2 ONDA REFLETI DA

Na reflexão o vetor r pode ser expresso da mesma forma da onda incidente, mas agora o versor da direção de propagação é diferente.

̂ ̂ ̂ EQUAÇÃO 6-28

̂ EQUAÇÃO 6-29 Para analisar o campo elétrico e o campo magnético (refletidos) é necessário primeiramente calcular o coeficiente de reflexão Г┴, através da lei de Snell da refração e

conhecendo as características elétricas dos dois meios:

√ √ EQUAÇÃO 6-30

Quando ε1r<ε2r, para um ângulo de incidência de 90° (incidência tangencial) a reflexão

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igualmente total (para um qualquer ângulo de incidência) e a incidência normal pode ser atingida para um ângulo de incidência nulo. Para uma incidência acima do ângulo crítico, o coeficiente de reflexão terá que ser reformulado, facto que será debatido na secção 6.2.9.5.

Como o campo elétrico refletido é perpendicular ao plano que contém a direção de propagação da onda refletida para a polarização usada, este pode também ser expresso apontando para y positivo.

⃗ ( ) ̂ ̂ ̂ ( ) EQUAÇÃO 6-31

Quanto ao campo magnético da onda refletida, este pode ser determinado a partir da direção de propagação da onda refletida e do campo elétrico.

⃗⃗ ( )

( ̂ ̂ ) ( )

EQUAÇÃO 6-32

O campo magnético terá assim duas componentes (segundo x e segundo z) sendo dependente da impedância do meio 1 e do coeficiente de reflexão.

6.2.9.3 INTERFERÊNCIA ENTRE O NDA INCI DENTE E REFL ETIDA

Observar a interferência entre a onda incidente e a onda refletida também será relevante no programa a desenvolver, conhecendo o campo elétrico e magnético resultantes. Campo Elétrico Total:

⃗ ( ) ⃗ ( ) ⃗ ( )

̂ ( ( ) ( ))

EQUAÇÃO 6-33

Campo Magnético Total:

⃗⃗ ( ) ⃗⃗ ( ) ⃗⃗ ( ) ̂ ( ( ) ( )) EQUAÇÃO 6-34 ⃗⃗ ( ) ⃗⃗ ( ) ⃗⃗ ( ) ̂ ( ( ) ( )) EQUAÇÃO 6-35

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⃗⃗ ( ) ⃗⃗ ( ) ⃗⃗ ( ) EQUAÇÃO 6-36

Manipulando as expressões anteriores, podemos exprimir o campo elétrico e o campo magnético sob a forma de um produto em que um dos fatores é uma exponencial complexa função de x e outro é uma soma em função de z em tudo análoga á interferência da tensão/corrente numa linha de transmissão. As equações são as seguintes:

Campo Elétrico Total:

⃗ ( ) ̂ ( )

EQUAÇÃO 6-37

Campo Magnético Total:

⃗⃗ ( ) ̂ ( )

EQUAÇÃO 6-38

⃗⃗ ( ) ̂

( ) EQUAÇÃO 6-39 A sobreposição resulta numa onda que se propaga ao longo da fronteira x e tem um padrão de interferência ao longo de z. Podemos falar de dois comprimentos de onda: um ao longo x (x) dado pela Equação 6-40 e outro ao longo de z (z) dado pela Equação 6-41,

em que β1 e β2 são as constantes de fase dos meios 1 e 2 em meio livre, respetivamente.

EQUAÇÃO 6-40

EQUAÇÃO 6-41

Significa então que, λx diminui com o ângulo de incidência e λz aumenta com o ângulo de

incidência. Se for efetuada uma incidência normal, numa polarização perpendicular, a componente do campo magnético segundo z é nula e λx é infinito produzindo uma onda

que se propaga em “barras” verticais. À medida que o ângulo de incidência vai aumentando, λz também aumenta, produzindo uma onda praticamente na forma de

“barras” horizontais para um ângulo de incidência próximo dos 90°. Para uma incidência tangencial (θi=90°) Г┴ = -1 (para a polarização perpendicular) e a soma da onda incidente

com a onda refletida é nula. Por uma questão de simplificação de cálculos e para uma mais fácil compreensão, as componentes H1x e H1z do campo magnético, serão

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6.2.9.4 ONDA TRANSMITI DA

Para uma correta compreensão da onda transmitida, é necessário conhecer o coeficiente de transmissão Т┴ previamente, que para uma polarização perpendicular pode ser

calculado de igual forma às linhas de transmissão.

EQUAÇÃO 6-42 Na transmissão, numa polarização perpendicular, o campo elétrico transmitido é perpendicular ao plano que contém a direção de propagação da onda transmitida e o campo magnético pode ser determinado conhecendo a direção de propagação e o campo elétrico. ̂ ̂ ̂ EQUAÇÃO 6-43 ̂ EQUAÇÃO 6-44 ⃗ ( ) ̂ ( ) EQUAÇÃO 6-45 ⃗⃗ ( ) ( ̂ ̂ ) ( ) EQUAÇÃO 6-46

Se a incidência for tangencial ou o meio 2 for um condutor perfeito, não haverá onda transmitida.

6.2.9.5 ANÁLI SE DA INCI DÊNCI A PARA UM ÂNGULO SUPER IOR AO ÂNGULO CRÍ TIC O

Anteriormente, já foi abordado na Equação 6-20, a expressão para o seno do ângulo de transmissão. Para a obtenção dos campos envolvidos acima do ângulo crítico, como o seno do ângulo de transmissão será superior à unidade, também seria interessante obter uma expressão para o cosseno do ângulo de transmissão, representado na Equação 6-47.

EQUAÇÃO 6-47

Como sinθt >1, cosθt será complexo e terá duas soluções possíveis:

EQUAÇÃO 6-48

Para esta situação o módulo do coeficiente de reflexão será unitário e para se escolher uma das soluções possíveis para cosθt, teremos que partir das equações que descrevem a

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⃗ ( ) ̂ ( )

̂ ( √ ) ̂ √

EQUAÇÃO 6-49

De forma à onda transmitida se atenuar segundo z positivo, terá que se escolher a solução negativa de cosθt:

EQUAÇÃO 6-50

Teremos assim uma onda transmitida que se propaga segundo x (apresenta um λx)

atenuando-se com z. O valor de λx é menor que λ2 ou seja a onda no meio 2 viaja com

uma velocidade inferior à que se propagaria para uma incidência abaixo do ângulo crítico (porque sinθt>1). Temos a chamada onda evanescente, em que os campos transmitidos

ficam “presos” junto à fronteira.

Na incidência acima do ângulo crítico, o coeficiente de reflexão toma assim a seguinte forma: √ ( √ ) √ ( √ ) √ √ EQUAÇÃO 6-51

O coeficiente de reflexão tem módulo unitário e fase variável com o ângulo de incidência. Quanto ao coeficiente de transmissão, este dependerá apenas de Г┴.

Apesar de toda esta análise ter sido realizada para a polarização perpendicular, o mesmo se aplica para a polarização paralela (a lei de Snell da refração não depende da polarização) e portanto não será repetida no capítulo da polarização paralela.