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Momento da

sessão Descrição da Atividade Objetivos Específicos Estratégias Material Duração

Diálogo inicial

Diálogo inicial entre a terapeuta e a utente; recordar sessão anterior.

- Promover comunicação interpessoal; - Promover capacidade de expressão; - Promover memória a longo prazo.

- Questionamento - Feedback verbal

-- 10’

Atividade 1

Aquecimento corporal (sofrologia):

- 3 ciclos de respiração lentos com cabeça direita; - 3 ciclos de respiração lentos com cabeça para trás e depois para a frente;

- 3 ciclos de respiração rápidos com cabeça direita; - 3 ciclos de respiração lenta

- Escutar o corpo, em posição bípede, de olhos fechados, de modo a consciencializar as sensações corporais.

- Promover ativação do corpo; - Aumentar capacidade autoconcentrativa;

- Aumentar consciência respiratória; - Aumentar consciência das sensações propriocetivas - Instrução verbal - Feedback verbal - Demonstração -- 10’ Atividade 2

Sofrologia - movimentos associados com respiração:

- Fazer elevação dos membros superiores e/ou inferiores associados com respiração, em modo de sequência (e.g. braço direito-braço esquerdo-perna direita; dois braços-perna esquerda-perna direita; etc).

- Aumentar capacidade de imitação de gestos e de sequência de

gestos/movimentos de forma coordenada;

- Melhorar noção de esquema corporal; - Trabalhar memória (sequencia); - Aumentar atenção sustentada.

- Instrução verbal - Feedback verbal - Demonstração

-- 15’

Atividade 3

Retorno à calma com mobilização passiva dos membros superiores e inferiores.

- Identificar estados de contração/ descontração;

- Aumentar acesso à passividade; - Diminuir paratonias. - Manipulação física; - Questionamento -- 5’

Reflexão final Reflexão sobre o que foi vivenciado na sessão. - Promover capacidade de reflexão; -Promover comunicação interpessoal.

-Questionamento - Feedback verbal

Relatório da sessão:

A utente veio à sessão acompanhada pelo companheiro e, como habitualmente, chegou mais cedo do que a hora marcada o que a deixa mais ansiosa por ter de estar à espera da sua consulta. Quando entrou na sala afirmou “fico muito ansiosa por estar muito tempo à espera” e apresentava tremores. Uma vez que a utente estava muito ansiosa, a terapeuta tentou explorar um pouco mais este diálogo inicial, no qual foi possível perceber um pouco mais sua da história de vida que até aqui ainda não se tinha disponibilizado a conversar:

- Os pais abandonaram-na ainda em bebé e ficou entregue aos cuidados de uns tios; contudo, aos 3 anos os tios separaram-se e colocaram a MO numa instituição (a utente refere que não se lembra nada desta fase mas esta é a história que lhe contam). Manteve-se na instituição até aos 18 anos, até que começou a trabalhar na função pública onde ficou até à reforma. Relata que namorou com o atual companheiro quando era muito nova, entretanto terminaram o relacionamento e teve outras pessoas na sua vida, até que um dia mais tarde voltou para o homem com quem está e a quem a utente se refere como “o pai da minha filha; o pai dela; o avô das netas”. Em relação à maternidade, a utente afirma que a filha não foi planeada mas foi desejada, amada e “mimada”; que “a minha filha era mais sossegada do que são as meninas dela;

as meninas são muito irrequietas e fazem birras por tudo, estão sempre a fazer barulho e depois não se querem vestir; é muito difícil doutora”.

Em relação à filha a utente descreve ainda “ela tem uma vida muito difícil, ela e o marido têm empregos sem horários fixos e nem sempre

estão muito tempo com as meninas, não é fácil para eles…eu também não tive uma vida fácil, também tive de lutar muito sempre”, “só queria estar bem para poder ajudar a minha filha”.

Enquanto falava sobre a sua vida, os tremores foram-se dissipando até se extinguirem totalmente, e a utente foi ficando mais descontraída, por vezes mostrando um ligeiro sorriso a falar da filha, com uma face quase nostálgica. Ao fim de algum tempo, a utente refere “mas estamos aqui para fazer exercícios não é?”, como se estivesse a fazer mal em falar sobre si, a sua vida, as suas preocupações. Perante esta atitude a terapeuta mostrou-lhe que aquele é um espaço para ela, onde pode falar ou não, sendo o importante é ela sentir-se bem naquele momento que é para si, para se perceber e se sentir.

Na primeira atividade a utente mostrou-se concentrada e fechou os olhos espontaneamente. Foi necessário dar instrução para fazer mais lentamente, pois a utente teve tendência para fazer os ciclos muitos rapidamente. Ao longo da tarefa a terapeuta foi introduzindo pequenas orientações para aumentar o foco de atenção da utente para a respiração e para a postura (inicialmente mantinha os ombros contraídos e foi descontraindo progressivamente com as orientações).

Na segunda tarefa, era proposto fazer uma sequência de elevação dos membros superiores e inferiores, isoladamente ou em conjunto, associando esse movimento ao ciclo respiratório. A utente mostrou alguma impulsividade na execução da tarefa, antecipando-se antes da terapeuta ter dado a instrução (e.g. “se é o braço direito agora, a seguir é o esquerdo e depois a perna direita e esquerda”). Contudo, depois de se antecipar na execução, e após a terapeuta ter explicado qual a sequência que seria, a utente fixou-se na sua ideia, mostrando alguma rigidez que condicionou a execução da tarefa. Este condicionamento parece ter-se devido à dificuldade da utente em recordar a sequência que tinha sido combinada com a terapeuta, uma vez que tinha a sua ideia inicial (antes de ter sido dada a instrução) a interferir. Foram realizadas diferentes sequências com menor e maior grau de complexidade, exigindo maior concentração da utente para memorizar a sequência estabelecida.

No retorno à calma, a terapeuta realizou manipulação passiva dos membros superiores e inferiores a partir da qual se verificou muitas paratonias e rigidez muscular, essencialmente nos membros superiores. A certa altura foi proposto à utente que fechasse os olhos, e nesta altura notou-se um maior abandono muscular em relação ao que se tinha verificado anteriormente. Ainda assim, a utente apresentou paratonias e dificuldade em aceder à passividade. Não se mostrou desconfortável com o toque. No segundo braço foi possível verifica também menor controlo do movimento por parte da utente, o que se pode dever ao facto de ter tido a experiência anterior com o primeiro braço, aumentando a previsibilidade no segundo. Nos membros inferiores notou-se menos paratonias, e a própria utente revela “nas pernas consigo

relaxar mais não é?”, após ter verificado a diferença entre a perna contraída e relaxada (com orientação verbal e visual da terapeuta).

- Será importante promover um momento de manipulação passiva nas próximas sessões, e visto que a utente já não se mostra desconfortável ou ansiosa com esta proximidade, não sendo obrigatório ser realizada no retorno à calma.

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