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Universidade de Lisboa Faculdade de Motricidade Humana. Estágio Curricular no Hospital Prof. Dr. Fernando da Fonseca Anexo 19.

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NOME:MO DATA DA SESSÃO:22/12/2014

Momento da

sessão Descrição da Atividade Objetivos Específicos Estratégias Material Duração

Conversa inicial Conversa entre a terapeuta e a utente

Promover comunicação interpessoal;

Estabelecer relação empática com a utente.

Questionamento

Feedback verbal -- 5’

Atividade 1 Esquema de tensões

Promover capacidade de identificar a existência de tensões, em que segmentos e reconhecer qual a sua intensidade. Instrução verbal - Folha do esquema - Lápis vermelho, amarelo e verde 5’ Atividade 2

Alguns itens da BPM: passividade, paratonias, imobilidade, transferência de peso (estático e dinâmico), dissociação de movimentos Avaliação. Instrução verbal Demonstração Feedback verbal -- 10’ Atividade 3

- A terapeuta e a utente encontram-se frente a frente, sentadas, e a utente é solicitada a fazer lentas elevações do braço direito até à altura do ombro, seguida de descida também lenta do segmento. Esta ação é repetida 3x. Depois o mesmo procedimento para o braço esquerdo.

- É realizado o mesmo procedimento associando o movimento ascendente e descendente com a inspiração e expiração, respetivamente.

- Promover reorganização do esquema corporal;

- Aumentar consciência dos estados tónicos;

- Aumentar controlo respiratório;

Instrução verbal Demonstração Feedback verbal

(3)

- Escuta dos segmentos mobilizados. - A utente é solicitada a levantar-se da cadeira, lentamente, e com usando a menor força possível.

Atividade 4

- A partir da posição sentada, a utente deve passar para a posição vertical usando apenas a força necessária.

- A partir da posição vertical, a utente deve deslocar-se lentamente, consciencializando a sua postura e a tensão necessária para executar este movimento, tendo presente a noção da transferência de peso de um pé para outro, bem como a posição dos ombros (experimentando a sensação de contração e descontração)

- Melhorar a consciência propriocetiva;

- Aumentar capacidade autoconcentrativa;

- Aumentar consciência dos estados tónicos.

Instrução verbal

Feedback verbal -- 10’

Atividade 5 Desenho do corpo Avaliação. Instrução verbal

- 1 Folha - Canetas/ lápis de cor

5’

Conversa final Conversa entre a terapeuta e a utente acerca do que foi vivenciado na sessão

Promover capacidade de reflexão; Promover comunicação

interpessoal.

Questionamento

Feedback verbal -- 5’

Relatório da sessão:

A utente tinha uma aparência cuidada, e foi acompanhada pelo marido, pela filha e pelas duas netas. Apresentava uma postura inibida, insegura e com a presença de tremores.

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A sessão iniciou-se com uma breve conversa na qual a utente referiu que se sente muito nervosa e ansiosa com tudo. Quando solicitada a identificar as zonas do corpo em que sentia maior tensão, a utente mostrou bastante dificuldade, aumentando a ansiedade e, consequentemente, os tremores. Após algum tempo, a utente identificou com cor vermelha a zona do peito, afirmando que onde sentia mais tensão era no coração.

Uma vez que esta era a primeira sessão, e antes de iniciar a avaliação, a terapeuta questionou a utente sobre a possibilidade de lhe tocar ligeiramente para alguns exercícios ao qual a utente assentiu, sem constrangimento ou desconforto aparente.

Na avaliação da imobilidade, a utente manteve-se em equilíbrio e sem oscilações evidentes, com os olhos abertos, com uma elevada rigidez corporal visível pelo bloqueio respiratório, pela hipertonia e pela hiperextensão dos braços e mãos. A partir da posição solicitada pelo item da imobilidade, procedeu-se à avaliação da transferência de peso de um membro inferior para o outro. Observou-se alguma dificuldade em executar esta transferência de peso exibindo exagerados balanços laterais do tronco, por vezes inclinando o tronco para a frente pela necessidade de olhar para os pés enquanto fazia este exercício. Relativamente à passividade dos membros superiores, a utente apresentou elevada dificuldade na descontração muscular, aparentando insensibilidade ao peso dos seus membros. A MO revelou ainda elevada resistência ao abandono dos braços e dificuldade marcada na descontração voluntária, com a presença de contrações proximais e distais. De seguida, a utente foi solicitada a andar lenta e livremente pela sala, sendo induzida a noção de transferência de peso de um pé para o outro, focando-se nesse movimento e o que necessita de acontecer no seu corpo para que esse movimento seja executado. Verificou-se alguma dificuldade em manter-se no seu ritmo, pois a utente seguia os passos da terapeuta como se os tivesse de copiar, mesmo quando solicitada a andar com a sua passada normal, calma e tranquilamente.

Na atividade 3, onde foram realizados alguns exercícios da relaxação ativa de Maurice Marcenot, a MO demonstrou sinais de fadiga quando solicitada a levantar lentamente cada braço e a mantê-lo à altura do ombro, sentindo a necessidade de o baixar (apesar de não transparecer a sensação de conforto aquando a descontração muscular do braço). Ao longo desta atividade, a utente foi solicitada a fechar os olhos se se sentisse confortável, o que aconteceu durante breves segundos apenas.

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Na atividade 4, quando induzida a andar pela sala pensando sobre a sua postura, especificamente sobre a posição dos ombros e sobre o que essa posição transmite, associando a contração/descontração dos ombros com ciclos respiratórios, a utente manteve-se concentrada, executando o exercício com facilidade, contudo não foi capaz de manter o seu ritmo, sendo este sempre interferido pelo ritmo da terapeuta. No final da sessão, a terapeuta avaliou novamente a passividade dos membros superiores, verificando-se uma ligeira descontração distal, pouco evidente, ainda assim relevante. Tal facto poderá dever-se a que no início da sessão a utente estivesse mais ansiosa e insegura em relação ao que iria acontecer na sessão. De realçar que ao longo da sessão foram diminuindo os tremores.

No fim da sessão, foi pedido à utente que fizesse o desenho do seu corpo, que ela recusou afirmando que “não era capaz, não sabia desenhar”. A par da recusa verbal, surgiram novamente os tremores e uma maior agitação. Perante estes sinais a terapeuta decidiu que seria melhor não insistir.

Antes de sair e de ser marcada a próxima sessão, existiu uma conversa final em jeito de reflexão, na qual a utente referiu que “foi bom, foram exercícios para relaxar”. Foi ainda reforçada a necessidade da MO aderir à terapia psicomotora.

Notou-se, ao longo da sessão, que a MO aparenta dificuldade em pensar sobre o seu corpo, dando a sensação, muitas vezes, que nunca tinha pensado em questões que foram sendo levantadas ou induzidas. Ao mesmo tempo denota-se que a utente tem um pensamento muito concreto e pouco abstrato, pelo que uma estratégia terapêutica será a consciência corporal através de pequenos exercícios também eles concretos para que lhe façam sentido de modo a que, progressivamente, a MO adquira um maior autocontrolo essencial para a descontração voluntária.

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NOME:MO DATA DA SESSÃO:08/01/2015

Momento da

sessão Descrição da Atividade Objetivos Específicos Estratégias Material Duração

Conversa inicial

Conversa entre a terapeuta e a utente - Promover comunicação interpessoal;

- Estabelecer relação empática com a utente.

Questionamento Feedback verbal

-- 5’

Atividade 1

Aplicação de itens da BPM: Autoimagem (NC) e Imitação de gestos (NC)

Avaliação psicomotora Instrução verbal Demonstração Feedback verbal

-- 5’

Atividade 2

- Andar livremente pela sala, espreguiçar, bocejar, respirar;

- Andar pela sala, com maior ou menor velocidade, enquanto mantem um balão apenas numa mão, sem o deixar cair.

- Promover a ativação geral; - Aumentar a concentração; - Promover o controlo corporal. Instrução verbal Demonstração Feedback verbal 2 balões 10’ Atividade 3

- Experimentar diferentes sensações provocadas por objetos de diferentes tamanhos, peso e textura.

- Mobilizar os membros superiores, cada um tendo um objeto diferente, fazendo

associação movimento-característica do objeto (e.g. dos dois objetos, um em cada mão, aquele que for mais pesado tem de realizar um movimento de ascensão do braço à frente, enquanto que o mais leve tem de realizar a ascensão do braço para

- Melhorar a consciência propriocetiva; - Aumentar capacidade autoconcentrativa; Instrução verbal Demonstração Feedback verbal Questionamento - 5 balões de diferentes texturas - 1 balão cheio de ar - 1 bola de esponja 10’

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trás.

Atividade 4

- Na posição bípede, a terapeuta e a utente devem juntar as suas mãos de modo a estarem ligadas, fazendo um corpo ação sobre o outro.

- Consciencializar o apoio dos pés no chão quando andamos para a frente, para trás.

- Promover a consciencialização corporal Instrução verbal Feedback verbal -- 10’ Conversa final

Conversa entre a terapeuta e a utente acerca do que foi vivenciado na sessão.

Promover capacidade de reflexão; Promover comunicação interpessoal. Questionamento Feedback verbal -- 5’ Relatório da sessão:

A MO apresentou uma atitude mais confiante com a terapeuta e durante a sessão, não tendo apresentado tremores em algum momento da sessão. A utente expressou visíveis arrepios, tendo optado por não retirar o casaco durante toda a sessão.

Na conversa inicial referiu o constante estado de nervosismo em relação a tudo nas últimas duas semanas, contudo expressou um sorriso ao falar da noite de natal com a filha e as netas. Quando questionada sobre o que tinha sido feito na sessão anterior, a MO apenas recordou a atividade em que tinha sido usada uma pequena bola de esponja, tendo associado a sessão ao material concreto que tinha sido usado.

Na aplicação do item “Autoimagem” a utente acertou duas vezes exatamente na ponta do nariz, e duas vezes em cima do mesmo. Durante a realização do item, a MO apresentou movimentos hipercontrolados. Por sua vez, na Imitação de Gestos a utente realizou os primeiros seis

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gestos com ligeiras distorções na proporção e na angularidade, e os últimos dois não foi capaz de os reproduzir, tendo necessidade de imitar os gestos ao mesmo tempo que eu os reproduzia.

Na primeira atividade, a MO apresentou uma postura um pouco desinteressada e indiferente. Quando a terapeuta sugeriu o uso de um balão que não podia cair enquanto fazia deslocações com maior ou menos velocidade, no sentido de dar à utente um foco de atenção durante uma tarefa que exigia controlo postural, a utente teve alguma dificuldade em deslocar-se em diferentes velocidades controlando o balão na sua mão. Considero que esta foi uma atividade pouco concreta e que não permitiu que a MO se concentrasse no movimento em si, estando demasiado preocupada obter sucesso (não deixando cair o balão). A utente evidenciou ainda sinais de frustração por não controlar o balão na sua mão, adotando sempre uma atitude de desistência da tarefa.

Na segunda atividade, verificou-se que a MO tem uma grande dificuldade em pensar sobre aquilo que sente, sendo que as suas observações e o seu pensamento atua no plano do concreto. Deste modo, quando questionada sobre as possíveis diferenças entre os diferentes objetos/texturas/pesos, a utente refere inicialmente que a diferença entre um e outro é a sua cor (característica mais observável, concreta, visível). À medida que decorre a atividade a utente foi capaz de identificar as diferentes texturas, fazendo analogia com objetos do quotidiano que a faziam lembrar da sensação que os objetos apresentados lhe davam. Numa variante desta atividade, quando foi introduzida a associação entre uma característica do objeto a um movimento da mão que tinha esse objeto, verificou-se alguma hesitação da utente na identificação da lateralidade, contudo teve sucesso na realização.

Na última atividade, em que se propunha o sentir de um movimento em que a utente é guiada pela terapeuta, e um movimento em que é ela a guiar o outro, verificou-se uma grande hesitação e dúvida da MO sobre quando tinha de me guiar. Deste modo, a terapeuta optou por acrescentar uma variante na qual focava a atenção da utente para o apoio dos pés, enquanto se movimentava para a frente ou para trás. Durante esta atividade, a MO manteve-se unida à terapeuta pelo contacto com as mãos de ambas, até determinado momento em que teve a necessidade de abandonar esse contacto. Esse abandono não foi questionado mas poderá dever-se a um cansaço associado à posição dos braços (poderia ponderar-se uma dificuldade em manter o contacto corporal com a terapeuta durante um tempo prolongado, apesar de na

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sessão anterior a utente ter permitido o toque na mobilização dos membros superiores para a avaliação da passividade). Ainda de referir que nesta atividade a MO afirmou que “nunca tinha pensado sobre isto… sobre como coloco os pés no chão…sobre que parte do pé coloco

primeiro no chão”.

Na reflexão final é notável que a utente tem dificuldade em pensar sobre como se sentiu ao longo da sessão, aparentando ter pouca crítica em relação à mesma. Mostrou-se também confusa em relação aos dias da semana e ao dia em que teria consulta de psiquiatria.

OBSERVAÇÕES:

A MO a apresenta uma postura desinteressada e desmotivada durante a realização das atividades, ao mesmo tempo que evidencia pouca emotividade na relação com a terapeuta. Parece também que apresenta pouca crítica em relação ao que é realizado na sessão, bem como não se permite sentir ou pensar sobre o que o seu corpo sente durante as atividades.

Após esta sessão considero que terei de ser mais assertiva e diretiva nas sessões com a MO, a par da estruturação de sessões mais concretas com atividades que proporcionem uma maior estimulação sensorial e de reconhecimento da propriocetivadade, nas quais o foco de atenção da utente seja o seu próprio corpo. Ao mesmo tempo, penso que será importante diminuir a racionalização das atividades, dando mais espaço para o silêncio e o questionamento/indução de pensamento da utente.

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NOME:MO DATA DA SESSÃO:15/01/2015

Momento da

sessão Descrição da Atividade Objetivos Específicos Objetivos Operacionais Estratégias Material Duração

Conversa inicial

Conversa entre a terapeuta e a utente

- Promover comunicação interpessoal;

- Estabelecer relação empática com a utente.

- A utente deve ser capaz de verbalizar como se sente, como se sentiu ao longo da última semana; - A utente deve recordar-se das atividades da sessão anterior.

- Questionamento - Feedback verbal

-- 5’

Atividade 1

- Sem sapatos, é pedido à utente que ande entre o chão e o colchão, lentamente, sentindo as diferenças propriocetivas (olhos abertos e depois fechados)

- Alternância entre o andar no chão, em cima de um colchão, em cima de 3 colchões, em cima de almofadas (olhos abertos e fechados) Nas diferentes variáveis criadas é sempre induzida a atenção na respiração, na sensação que provoca andar sobre cada superfície, ao equilíbrio, à posição do pé sobre cada superfície. - Aumentar a perceção propriocetiva; - Identificar e reconhecer as diferentes sensações provocadas; - Promover a consciencialização corporal;

- A utente deve ser capaz de andar pelas diferentes superfícies, reconhecendo as sensações que cada uma lhe provoca;

- A utente deve ser capaz de realizar as diversas variantes com os olhos fechados (se possível, identificando as diferenças sentidas com a presença e a ausência da visão)

- A utente deve realizar a atividade evidenciando atenção e

participação ativa na mesma.

- Questionamento - Indução verbal - Feedback verbal - Demonstração - colchões - almofadas 20’ Atividade 2

Exercícios de contacto e movimentos ativo-passivos (Eutonia):

- Sentada, a utente deve pressionar um bastão contra o chão, tendo em

- Promover a consciencialização corporal;

- Identificar e

- A utente deve ser capaz reconhecer as

características/sensações que percebe a partir do contacto com o

- Questionamento - Indução verbal - Feedback verbal - Demonstração

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atenção a sensação proveniente do objeto, da mão e do apoio do objeto que permite dar informação sobre a superfície;

- Sentada, a utente deve usar o bastão para o pressionar contra as suas pernas; passando de uma perna para a outra, tendo em atenção as mesmas sensações provocadas e que estão descritas acima (de olhos abertos e fechados), associando com ciclos respiratórios.

- Sentada, a utente deve usar o objeto para executar ação de uma mão sobre a outra (olhos abertos e fechados), associando com ciclos respiratórios.

Nas diferentes variáveis criadas é sempre induzida a atenção na respiração, à postura, ao ponto de contacto do objeto com o seu corpo.

reconhecer as diferentes sensações provocadas; - Promover a consciencialização da respiração. objeto;

- A utente deve ser capaz de realizar as diversas variantes com os olhos fechados (se possível, identificando as diferenças sentidas com a presença e a ausência da visão)

- A utente deve ser capaz de associar ciclos respiratórios aos movimentos realizados durante a atividade.

Conversa final

Conversa entre a terapeuta e a utente acerca do que foi vivenciado na sessão.

Promover capacidade de reflexão;

Promover comunicação interpessoal.

A utente deve expressar o que sentiu na sessão e de reconhecer a sua importância para o quotidiano.

Questionamento Feedback verbal

-- 5’

(12)

Tal como na sessão anterior, a MO apresentou uma atitude mais confiante quer em relação à terapeuta, quer em relação ao espaço envolvente, não tendo apresentado tremores em algum momento da sessão.

Assim que entrou na sessão, e antes da conversa inicial, tirou de imediato o seu casaco (algo que nunca tinha acontecido).

Na breve conversa inicial, a utente apresentou-se mais descontraída e disponível, demonstrando ligeiros sorrisos. Referiu que na última semana “não aconteceu nada de especial; estive bem, um bocadinho melhor”, e ainda fez referência à sua rotina diária que quando a filha está a trabalhar, ela e o marido levam as netas à creche e depois disso vai para casa fazer a lida doméstica. Quando questionada sobre a sessão anterior, recordou o uso de balões, de texturas (onde identificou que existiam “uma era mais fofa, parecia uma almofada, e a outra parecia

pedrinhas” e, com ajuda, recordou a última atividade de realizada “tinha de ter atenção à posição do pé”.

Na primeira atividade, a MO mostrou-se disponível e com capacidade de executar as diferentes tarefas com lhos abertos e fechados (abrindo apenas quando encontrava um obstáculo – almofadas – ou quando chegava ao fim do colchão e sentia que já estava no próprio chão). De referir que a utente aceitou imediatamente quando a terapeuta sugeriu que se descalçassem de modo a sentir melhor o pé no chão/colchão. A atividade decorreu com a terapeuta a realizar os mesmos exercícios que a utente, de modo a estarem as duas em consonância, à exceção da variante das almofadas em que a terapeuta se posicionou ao lado da utente por esta demonstrar alguma insegurança com presença de um ligeiro desequilíbrio. Ao longo da atividade, a MO foi capaz de expressar algumas sensações, mais concretas em relação às diferenças sentidas nas duas superfícies “no colchão é mais quente e mais mole e fofo que o chão”. Quando questionada sobre o que/como se sentiu, a utente referiu que “foi uma atividade diferente, nunca fiz”.

Na segunda atividade, como não houve possibilidade de usar bastões, a terapeuta decidiu usar duas bolas de esponja (uma para si, outra para a utente). Sentadas nas almofadas, em cima do colchão, a terapeuta frente a frente com a utente, sugeriu-lhe que palpasse a sua bola e escolhesse uma forma de a segurar e empurra contra a superfície do colchão. Depois fazer o mesmo mas com a bola a ser empurrada contra o chão, ao qual a utente refere “no chão é mais duro”. Nesta tarefa, foi verificável que a utente imprime pouca força nas mãos, facto que ela

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própria refere. De seguida, foi proposto usar esse objeto como meio de contacto entre a mão e as pernas (que estavam dobradas); primeiro só passar da perna direita para a esquerda, depois associando este movimento à respiração (com o movimento ascendente para a inspiração e o descendente para a expiração); com olhos abertos e fechados. A utente não demonstrou dificuldades, contudo realizava o exercício de forma rápida, modelando a velocidade quando induzida subtilmente a tal.

Seguidamente, foi proposto realizar o mesmo exercício mas nos braços. Primeiro no braço direito, subindo a bola parando no ombro para respirar profundamente 3x, e descendo até à ponta dos dedos (repetido várias vezes). Depois no braço esquerdo. Depois transferindo do braço direito para o esquerdo, sendo que quando a bola chegasse a meio do caminho (queixo) era necessário respirar fundo 3x, e seguir o caminho trocando de mão (braço direito leva a bola pelo esquerdo, até chegar a meio onde o braço esquerdo assume a transferência da bola para o braço direito). Na realização desta atividade foi verificável uma maior dificuldade da MO na alternância de um braço para o outro, sendo necessário repetir a instrução e executar algumas vezes antes de realizar o mesmo exercício de olhos fechados. Com a sua insegurança surge um aumento da respiração.

Perante a reação de aumento da ventilação com situações de maior insegurança, a terapeuta considerou realizar um último exercício de maior consciencialização da respiração. Em pé, uma mão na barriga e outra no peito, primeiro respirar normalmente e identificar onde sentia a sua respiração, ao qual a utente refere “que sinto mais na barriga”. Contudo, e como a terapeuta observou que a respiração era superficial, foi questionando e induzindo a utente a pensar ao que depois a utente refere “pois, também sinto no peito; sinto um bocadinho na barriga e

também no peito”. Depois, realizaram-se algumas respirações superficiais, seguidas de respirações profundas, de modo a que a utente

vivenciasse estas diferenças conscientemente.

Refletindo sobre esta última tarefa, a utente referiu que “quando estou ansiosa respiro mais rápido e não tão profundamente; controlar a

respiração seria importante para lidar com situações de stress”.

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A MO apresentou uma postura mais empática, confiante e ativa em relação à terapeuta, ao espaço e às atividades. Nesta sessão, onde a terapeuta optou por uma maior descrição verbal, no sentido de induzir e direcionar o pensamento para determinadas sensações, e a um menor questionamento (menor racionalização), verificou-se que permitiu que a utente se expressasse mais sobre as características/sensações que as tarefas lhe provocavam (apesar de ainda serem reflexões muito concretas).

Considero importante trabalhar a respiração, algo mais concreto e que perante esta sessão foi verificável que faz sentido à MO o controlo desta respiração para situações de maior ansiedade. Por outro lado, a realização de tarefas de com enfoque na propriocetividade e na concentração no corpo parecem também importantes, na medida em que permitem que a MO as continue a experienciar, tornando-as progressivamente questões conscientes.

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NOME:MO DATA DA SESSÃO:22/01/2015

Momento da

sessão Descrição da Atividade Objetivos Específicos Estratégias Material Duração

Conversa inicial

Diálogo inicial entre a terapeuta e a utente - Promover comunicação interpessoal;

- Estabelecer relação empática com a utente.

- Questionamento - Feedback verbal

-- 5’

Atividade 1

Exploração do espaço e dos materiais, dando continuidade à sessão anterior.

- Sem sapatos, é pedido à utente que alterne entre o andar no chão, em cima de um colchão, em cima de 3 colchões, em cima de almofadas, de bolas de diferentes tamanhos e texturas (olhos abertos e fechados);

- Subir para cima do trampolim e sentir as diferenças posturais necessárias para se ajustar a esta superfície; fazer transferência e peso; - Associação movimento-respiração. Nas diferentes variáveis criadas é sempre induzida a atenção na respiração, na sensação que provoca andar sobre cada superfície, ao equilíbrio, à posição do pé sobre cada superfície.

- Aumentar a perceção propriocetiva;

- Identificar e reconhecer as diferentes sensações provocadas; - Promover a consciencialização corporal; - Aumentar a capacidade autoconcentrativa; - Questionamento - Indução verbal - Feedback verbal - Demonstração - Vários materiais 20’ Atividade 2 Exercício de respiração:

- Com uma mão no peito e outra no abdómen, sentir como se encontra a respiração normal; - Executar respiração superior

- Aumentar consciência respiratória; - Promover capacidade

autoconcentrativa;

- Aumentar amplitude dos ciclos

- Questionamento - Indução verbal - Feedback verbal - Demonstração

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- Executar respiração inferior

- Notar as diferenças entre os dois tipos de respiração, associando a estados emocionais.

respiratórios;

- Diminuir o hipercontrolo respiratório

Conversa final

Reflexão final acerca do que foi vivenciado na sessão.

Promover capacidade de reflexão; Promover comunicação interpessoal. Questionamento Feedback verbal -- 5’ Relatório da sessão:

A MO chegou à consulta mostrando-se ansiosa, e pediu sair mais cedo pois tinha de ir preparar a festa de aniversário das netas. Uma vez que a utente apresenta uma ansiedade e preocupação constante em ajudar a filha com as netas, e de modo a dar-lhe a responsabilidade de ter uma consulta mais curta, a terapeuta considerou em fazer uma sessão de apenas 30 minutos.

No diálogo inicial a utente refere que vai ajudar na festa das netas para a sua filha estar mais descansada, pois tem muito trabalho e ela quer ajudar no que pode. Revela novamente a falta de paciência para as duas crianças e a irritabilidade que estas lhe causam, pois são muito irrequietas.

O facto de estar mais ansiosa evidenciou-se também na menor disponibilidade da utente, assim como na sua postura em relação às tarefas propostas. Ao mesmo tempo, mostrou-se mais receosa em realizar exercícios que implicassem o trampolim, recusando experimentar afirmando “não vou ali para cima; tenho medo; vou cair, não quero”.

Perante o medo e a oposição subtil demonstrados, a terapeuta decidiu encurtar a primeira atividade de modo a terminar com a tarefa planeada relativa à atenção na respiração. Verificou-se uma incapacidade de percecionar as diferenças entre uma respiração torácica e abdominal, sendo observável que a utente realiza normalmente uma respiração torácica e curta (indo ao encontro do estado de ansiedade) Quando é proposto que realize uma respiração consciente, mais lenta ou mais rápida, verifica-se um hipercontrolo da respiração, com contração

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muscular dos membros superiores e elevação dos ombros na inspiração, e contração muscular dos membros superiores e do pescoço na expiração denotando-se pausas na respiração. Estes sinais são mais observáveis quando a utente se encontra de olhos abertos, atenuando quando esta se encontra de olhos fechados seguindo apenas a instrução da terapeuta.

OBSERVAÇÕES:

Apesar de fechar os olhos quando lhe é proposto, a utente ainda não o faz espontaneamente nem o realiza durante muito tempo. Por vezes nota-se que a abertura dos olhos se deve à necessidade de verificar o que está a fazer, se está a fazer bem, procurando o feedback da terapeuta.

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NOME:MO DATA DA SESSÃO:29/01/2015

Momento da

sessão Descrição da Atividade Objetivos Específicos Estratégias Material Duração

Conversa inicial

- Diálogo inicial;

- Recordar sessão anterior.

- Promover comunicação interpessoal;

- Promover memória a longo prazo; - Estabelecer relação empática com a utente. - Questionamento - Feedback verbal -- 5’ Atividade 1 Em posição bípede:

- Descalça, a utente deve começar por esfregar os pés no solo, como se o fosse pôr a brilhar; - Pressionar o pé sobre um bastão; fazê-lo rolar lentamente desde o calcanhar até ao dedo grande (alternando de uma ligeira pressão para uma maior pressão);

- Imaginar o pé como se tivesse corante e tentar desenhar o contorno do pé no solo;

- Com os dois pés no chão, a utente deve levantar os dedos, afastando-os;

Entre cada parte da atividade a utente é induzida a escutar o corpo, a sensação que ficou após o movimento efetuado.

Nas diferentes variáveis criadas é sempre induzida a atenção na respiração, na sensação que provoca andar sobre cada superfície, ao equilíbrio, à posição do pé sobre cada superfície.

- Favorecer a noção de verticalidade (relaxação ativa) - Identificar e reconhecer as diferentes sensações provocadas; - Promover a consciencialização corporal; - Questionamento - Indução verbal - Feedback verbal - Demonstração - Colchões 20’

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Atividade 2

Na posição de sentada:

- A utente deve levantar lentamente os dois ombros e os dois antebraços, deve de seguida deixar cair os antebraços e, por fim, descontrair os ombros (3x);

- A utente deve esticar a mão e braço esquerdos enquanto levanta a mão e braço direitos até à horizontal (3x);

- A utente deve fazer um círculo no espaço, com cada mão, sendo que esse círculo circula lentamente; progressivamente o círculo da mão esquerda acelera, enquanto o da direita mantém o seu ritmo normal; de seguida, voltam os dois círculos ao ritmo normal, até ao braço direito aumentar a velocidade. Por fim, os dois braços encontram novamente um ritmo normal até pararem.

Entre cada parte da atividade a utente é induzida a escutar o corpo, a sensação que ficou após o movimento efetuado.

- Favorecer a dissociação de movimentos;

- Identificar e reconhecer as diferentes sensações provocadas; - Promover a consciencialização corporal; - Indução verbal - Feedback verbal - Demonstração - Cadeira 15’ Conversa final

Reflexão final acerca do que foi vivenciado na sessão.

Promover capacidade de reflexão; Promover comunicação interpessoal. Questionamento Feedback verbal -- 5’ Relatório da sessão:

(20)

A MO apresentou-se mais motivada nesta sessão e mais disponível para conversar inicialmente. Assim, no diálogo inicial a utente mostrou alguma zanga quando falou da comadre (mãe do genro), afirmando que as netas gostam mais de brincar com ela do que consigo; referiu também que antigamente na escola gostava de desenhar e gostava de artes mas que não tinha tido oportunidade de seguir os estudos nessa área. Neste diálogo a MO mencionou que não gostava de fazer ginástica e de fazer os exercícios que fazíamos ali na sessão, pois nunca tinha gostado de educação física quando andava na escola. Nesta conversa falou também que “costumava sair com amigas mas agora não tenho

vontade nem de ir tomar café com elas; que só quero estar em casa sossegada”.

Durante a sessão, a utente pediu se podíamos fazer os exercícios na posição sentada, ao que a terapeuta aceitou.

A primeira atividade decorreu como prevista, contudo a segunda sofreu alguns reajustes durante a sessão, pois alguns exercícios eram complexos e a terapeuta considerou melhor encontrar alternativas mais simples de modo a assegurar a motivação da utente na realização. No fim da sessão, a terapeuta propôs novamente à utente a realização do desenho do corpo, pelo que

desta vez ela assentiu.

O desenho o corpo da MO é pobre, com ausência de detalhes. O rosto contém sobrancelhas, olhos, nariz e boca (com ligeiro sorriso), assim como um cabelo arranjado e com a forma do próprio cabelo da utente. Os ombros e braços estão assimétricos, não estando definidos os dedos das mãos. No braço esquerdo a utente corrigiu várias vezes, notando-se os riscos sobrepostos. O tronco também sofreu uma correção, estando delimitado um primeiro traço que torna o tronco mais fino, e um segundo traço, paralelo ao primeiro, e desenhado com maior precisão. Não existe separação das pernas para os pés, não apresentando limite dos sapatos.

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A utente desenhou apenas com a cor roxa, existindo lápis e canetas de várias cores à sua disposição. Enquanto desenhava a utente referiu que “não sei desenhar; já soube mas agora já não tenho vontade”. Depois explicou à terapeuta que antigamente, na escola, gostava de desenhar e o professor colocava um objeto que ela tinha de olhar e desenhar. Por esta razão demonstrou ao lado do desenho do corpo uma folha de uma flor, como exemplo do objeto que o professor punha à vista para ser desenhado.

No fim do desenho, a MO refere ainda que “atualmente parece que só tenho 66 anos no corpo, que a cabeça tem muito mais que isso; já não

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NOME:MO DATA DA SESSÃO:06/02/2015

Momento da

sessão Descrição da Atividade Objetivos Específicos Estratégias Material Duração

Conversa inicial

- Diálogo inicial

- Recordar sessão anterior.

- Promover comunicação interpessoal; - Promover memória a longo prazo; - Estabelecer relação empática com a utente. - Questionamento - Feedback verbal -- 10’ Atividade 1 Em sentada:

- A utente deve manter-se sentada na cadeira, induzida a manter a atenção na respiração e na posição na cadeira;

- De seguida, a terapeuta faz o percurso desde a mão e braço esquerdos, costas, braço e mão direitos, com uma bola com textura.

A utente é induzida a escutar o corpo, a sensação que ficou após o movimento efetuado.

- Promover a consciencialização corporal;

- Aumentar a concentração no corpo;

- Indução verbal - Feedback verbal - Demonstração - Cadeira 15’ Atividade 2 Na posição bípede:

- A utente deve colocar-se com as costas contra a parede, percecionando o toque de toda a sua coluna com a parede; a redução da lordose na parte lombar;

- De seguida deve rodar o corpo para cada lado de modo a aumentar essa perceção;

- A utente deve esticar um braço lateralmente, contorná-lo com uma bola, “preenchendo-o” de seguida com a mesma bola”; deve realizar de seguida com o outro braço;

- Identificar e reconhecer as diferentes sensações provocadas; - Promover a consciencialização corporal; - Aumentar a capacidade autoconcentrativa; - Indução verbal - Feedback verbal - Demonstração -- 15’

(23)

A utente é induzida a escutar o corpo, a sensação que ficou após o movimento efetuado.

Conversa final Reflexão final acerca do que foi vivenciado na sessão.

Promover capacidade de reflexão; Promover comunicação interpessoal.

Questionamento Feedback verbal

-- 5’

Relatório da sessão:

A sessão da MO começou cerca de 15 minutos mais tarde, e decorreu na sala pequena. Quando entrou na sala, a utente estava novamente mais ansiosa que as últimas sessões, com uma ligeira demonstração de tremor global.

Após um diálogo inicial, na posição de sentada, em que a utente deve primeiramente focar-se na sua respiração e postura cadeira, verificou-se alguma dificuldade e maior demonstração dos tremores. De seguida, quando a terapeuta induziu a sensação de peso e textura provocadas pela bola, a utente mostrou-se desconfortável mesmo quando incitada a verbalizar se se sentisse desconfortável.

Na segunda atividade, a utente mostrou-se mais focada no exercício, contudo o seu tempo de atenção é escasso. A certa altura a MO altera o seu próprio ritmo para fazer ao mesmo que a terapeuta.

OBSERVAÇÕES:

- Na primeira atividade senti que a utente não estava implicada e que estava desconfortável, pelo que não será por este tipo de exercícios mais passivos que deverei seguir a intervenção;

- Na segunda atividade senti a dificuldade da utente em prosseguir o exercício ao seu próprio ritmo, deixando de o executar para fazer ao mesmo tempo que eu. Uma estratégia será apenas demonstrar e depois ela reproduz, não fazendo ao mesmo tempo que ela.

- A utente refere que tem falta de memória, que se quer lembrar das coisas e que não consegue (sendo isso que está atualmente a trabalhar na TO).

(24)

NOME:MO DATA DA SESSÃO:13/02/2015

Momento da

sessão Descrição da Atividade Objetivos Específicos Estratégias Material Duração

Conversa inicial

- Diálogo inicial

- Recordar sessão anterior

- Promover comunicação interpessoal; - Promover memória a longo prazo; - Estabelecer relação empática com a utente. - Questionamento - Feedback verbal -- 10’ Atividade 1 Exercício de autoconcentração:

- Atenção na respiração, realizando diferentes ciclos respiratórios: normal, mais lento, mais rápido, apenas pelo nariz, etc.

- Aumentar a capacidade de atenção e concentração;

- Diminuir hipercontrolo na respiração; - Diminuir ansiedade. - Questionamento - Instrução verbal - Feedback verbal -- 5’ Atividade 2

- A terapeuta realiza um determinado movimento/desenho numa parte do corpo da utente;

- Através da perceção desse movimento, a utente tem de representar o que sentiu na folha com o corpo humano desenhado, desenhando na parte do corpo que a terapeuta fez o

movimento/desenho.

- Criar e realizar sequência de movimentos de acordo com o que está representado no papel (e.g. se anteriormente, a utente representou no braço direito um círculo grande e preenchido, agora terá de recordar qual foi o tipo de toque que a terapeuta realizou nessa zona e executá-lo novamente, em sequência com outros escolhidos);

- Variantes da sequência desses movimentos.

- Aumentar consciência das sensações propriocetivas;

- Aumentar a capacidade de atenção e concentração;

- Aumentar capacidade representativa do corpo, de gestos e movimento;

- Trabalhar memória sensorial e de trabalho;

- Melhorar noção de esquema corporal.

- Instrução verbal - Feedback verbal - Demonstração - Folha com corpo humano; - Lápis. 25’

(25)

Conversa final Reflexão inicial acerca do que foi vivenciado na sessão.

Promover capacidade de reflexão; Promover comunicação interpessoal.

Questionamento Feedback verbal

-- 5’

Relatório da sessão:

A sessão da MO atrasou um pouco devido á consulta anterior, pelo que quando entrou na sala a utente mostrou-se muito ansiosa. Para além da ansiedade expressa, a utente mostrou pressa dizendo que podia apenas ficar 20 minutos na sessão porque as netas estavam doentes e tinha de ir para casa tomar conta delas.

Depois de um diálogo inicial onde a MO explicou a situação de ter de ajudar a filha quando as netas estão doentes e da forma como se sente obrigada a isso, e revoltada ao mesmo tempo por não se sentir capaz de ajudar como devia.

Após esta conversa apenas foi possível realizar um breve exercício de relaxação, contudo verificou-se que a utente estava muito desconcentrada e indisponível para a tarefa e expressava muita ansiedade, pelo que a terapeuta considerou terminar a sessão ao fim dos 20 minutos que a utente tinha pedido inicialmente.

Uma vez que este plano de sessão não se cumpriu, será usado na próxima consulta. OBSERVAÇÕES:

Mais uma vez verifica-se que a utente coloca sempre o seu sentimento de incapacidade de ajudar a filha em primeiro lugar, sendo essa a razão que a traz mais ansiosa para as sessões. Por um lado a incapacidade de ajudar, por outro lado a necessidade de ajudar. Esta ambivalência traz sofrimento e angústia à MO, que afirma “sinto-me inútil, não consigo fazer nada para a ajudar”.

(26)

NOME:MO DATA DA SESSÃO:20/02/2015

Momento da

sessão Descrição da Atividade Objetivos Específicos Estratégias Material Duração

Conversa inicial

- Diálogo inicial

- Recordar sessão anterior

- Promover comunicação interpessoal;

- Promover memória a longo prazo; - Estabelecer relação empática com a utente. - Questionamento - Feedback verbal -- 10’ Atividade 1 Exercício de autoconcentração:

- Atenção na respiração, realizando diferentes ciclos respiratórios: normal, mais lento, mais rápido, apenas pelo nariz, etc.

- Aumentar a capacidade de atenção e concentração; - Diminuir hipercontrolo na respiração; - Diminuir ansiedade. - Questionamento - Instrução verbal - Feedback verbal -- 5’ Atividade 2

- A terapeuta realiza um determinado movimento/desenho numa parte do corpo da utente;

- Através da perceção desse movimento, a utente tem de representar o que sentiu na folha com o corpo humano desenhado, desenhando na parte do corpo que a terapeuta fez o

movimento/desenho.

- Criar e realizar sequência de movimentos de acordo com o que está representado no papel (e.g. se anteriormente, a utente representou no braço direito um círculo grande e preenchido, agora terá de recordar qual foi o tipo de toque que a terapeuta realizou nessa zona e executá-lo novamente, em sequência com outros

- Aumentar consciência das sensações propriocetivas;

- Aumentar a capacidade de atenção e concentração;

- Aumentar capacidade

representativa do corpo, de gestos e movimento;

- Trabalhar memória sensorial e de trabalho;

- Melhorar noção de esquema corporal. - Instrução verbal - Feedback verbal - Demonstração - Folha com corpo humano; - Lápis. 25’

(27)

escolhidos);

- Variantes da sequência desses movimentos. Conversa final Reflexão inicial acerca do que foi vivenciado na

sessão.

Promover capacidade de reflexão; Promover comunicação interpessoal.

Questionamento Feedback verbal

-- 5’

Relatório da sessão:

A utente veio à consulta acompanhada pelo marido e apresentou-se mais tranquila em relação à sessão anterior. Contudo, como teve de estar um pouco à espera que a terapeuta terminasse uma consulta, quando entrou na sala disse de imediato “fico muito nervosa quando tenho de

esperar pela consulta”.

No diálogo inicial, a utente relatou que “a festa das meninas correu bem mas foi muita confusão para a minha cabeça; elas fazem muito

barulho”. Nesta conversa aprofundou um pouco a sua relação com a comadre, e a terapeuta tentou explorar esta relação pela zanga expressa

numa sessão anterior. A MO refere “ela é boa senhora, não me inferioriza por ela conseguir fazer mais que eu; eu é que vejo que não consigo

fazer e que ela consegue e sinto-me menos que ela; eu quero ajudar a minha filha e não consigo; ela também está reformada mas ainda faz umas coisas de trabalho e é muito mais ativa que eu; as meninas gostam mais dela porque ela brinca mais com elas”.

Na realização da atividade principal da sessão, a MO mostrou várias dificuldades. No início, quando a terapeuta desenhava algo no seu corpo, foi sentida alguma estranheza da utente, que se diluiu ao longo do exercício; alguma dificuldade em perceber qual tinha sido o movimento/desenho realizado pela terapeuta e em representá-lo na folha que tinha o corpo humano desenhado; na sequência de movimentos a partir daqueles realizados anteriormente, a utente mostrou dificuldade em recordar que movimentos tinham sido feitos, mesmo olhando para a sua representação gráfica, pelo que foi também difícil realizar as sequências.

(28)

A imagem que se segue foi o resultado da representação gráfica da utente sobre as sensações corporais provocadas pela terapeuta:

Na reflexão final a utente surgiu com um tema que nunca tinha sido abordado tão diretamente: a sua doença. A utente questionou a terapeuta “quando é que isto me vai passar? Quando é que vou ficar boa? Só queria acordar

e estar já tudo bem”, questionando também sobre a medicação dada pela sua psiquiatra, ao que a terapeuta

respondeu que as questões da medicação têm de ser tratadas diretamente com a médica. A utente refere que a Dr.ª psiquiatra a acha melhor, mas ela própria não vê melhorias nenhumas. Questionou ainda “quando eu ficar

boa deixo de vir aqui? Quando é que vou deixar de vir às consultas?”, “acha que tendo eu 66 anos ainda consigo voltar ao antigamente? Ainda tenho hipótese de melhorar?”. Nestas questões colocadas pela utente foi evidente a

sua angústia de continuar a sentir-se doente e incapaz, associando também a sua idade e a possibilidade de

nunca vir a melhorar. A terapeuta conduziu as respostas no sentido de mostrar que é impossível prever quando não irá precisar mais de terapia, ou que rumo irá levar essa terapia, contudo foi reforçado o esforço da utente em comparecer às sessões, e o facto de não se saber se volta a ser como antigamente, mas que o importante era a partir do presente pensar como poderá ser o futuro. Contudo, após as questões citadas anteriormente, a utente questiona novamente a terapeuta “mas não me vai deixar pois não? Não me vai abandonar e mandar embora

da terapia pois não? Eu faço o exercícios que mandar”. Perante esta angústia a terapeuta tentou confortar a MO, afirmando que ninguém a iria

abandonar e iria sim ajudá-la no que fosse possível a melhorar e a sentir-se melhor. OBSERVAÇÕES:

Esta conversa final sugeriu várias questões, nomeadamente a ambivalência entre a postura de indiferença perante a terapeuta e as tarefas propostas, e o medo de abandono dos médicos e terapeutas que a estão a ajudar a melhorar. Se pensar no percurso de vida da utente, é possível fazer aqui a ponte à sua infância quando era ainda indefesa e foi abandonada numa instituição pelos pais e depois pelos tios, tendo ela de lutar para ser alguém na vida.

(29)

Apesar de continuar a manter um locus externo na realização das tarefas, a utente mostra-se mais empática e disponível nas sessões e com a terapeuta. Para além de se manter mais tempo nas tarefas, verifica-se uma maior abertura para falar de si, do que sente, do que perspetiva melhorar.

(30)

NOME:MO DATA DA SESSÃO:06/03/2015

Momento da

sessão Descrição da Atividade Objetivos Específicos Estratégias Material Duração

Diálogo inicial

Diálogo inicial entre a terapeuta e a utente; recordar sessão anterior.

- Promover comunicação interpessoal; - Promover capacidade de expressão; - Promover memória a longo prazo.

- Questionamento - Feedback verbal

-- 10’

Atividade 1

Relaxação de Jacobson (membros superiores): - Contração e descontração da mão, do antebraço e do braço (em repouso)

- Associação entre a alternância

contração/descontração da mão/braço (em repouso) e ciclo respiratório

- Associação entre a alternância

contração/descontração da mão/braço e ciclo respiratório, com a flexão do antebraço e punho; Reflexão: que sensações ficaram depois de movimentar apenas o braço direito? O que sente de diferente em relação ao braço esquerdo?

- Promover consciencialização tónica; - Identificar estados de contração/ descontração;

- Aumentar consciência das sensações propriocetivas;

- Aumentar capacidade autoconcentrativa.

- Instrução verbal - Demonstração - Feedback verbal - Questionamento - 2 sacos de areia 15’ Atividade 2 Na parede:

- Com a parte posterior do corpo encostada à parede sentir quais as partes do corpo que estão em contacto; de que forma se pode colocar de modo a pôr em contacto outras partes da parte posterior; empurrar a parede (contrair) e abandonar (descontrair);

- Com um balão na curvatura da coluna: o que muda? Que movimentos se podem fazer com este

- Aumentar consciência das sensações propriocetivas;

- Promover consciencialização do corpo em ação

- Aumentar atenção sustentada;

- Aumentar consciencialização de estados de contração/ descontração. - Instrução verbal - Demonstração - Feedback verbal - Questionamento - 2 balões 15’

(31)

objeto entre o corpo e a parede? Qual a diferença sentida quando se está apenas apoiada no balão e quando se apoia no balão e nos glúteos,

omoplatas, cabeça e mãos em contacto com a parede?

Reflexão final Reflexão sobre o que foi vivenciado na sessão. Promover capacidade de reflexão; Promover comunicação interpessoal.

Questionamento Feedback verbal

-- 5’

Relatório da sessão:

A MO chegou mais cedo em relação à hora marcada para a sessão, o que fez com que tivesse de esperar algum tempo. Quando a terapeuta a chamou na sala de espera verificou-se que a utente estava com o companheiro mas separados por uma cadeira, mantendo uma fácies inexpressiva ao pé dele. Quando entrou na sala adotou uma postura mais disponível, embora se mantenha a ansiedade expressa dentro da sessão.

No diálogo inicial a utente mostrou-se confusa quanto à data da última sessão (2 semanas atrás), pensando que tínhamos tido psicomotricidade na semana passada. Referiu-se às netas que estão novamente doentes evidenciando a sua preocupação sobre ter de ajudar a filha; falou também sobre a sua consulta com a psiquiatra dizendo que não houve alterações da medicação e que esta a tinha achado melhor. Quando questionada sobre o que ela própria acha, a MO diz “não sei; tem dias que me sinto melhor mas outros dias que não; hoje por

exemplo não estou bem, dói-me a garganta” (havendo também aqui uma ligação direta com o mais concreto e não ao que sente em relação à

doença, à sua motivação ou pensamentos negativos).

Como na sessão anterior a utente tinha mostrado dificuldade em fazer Relaxação Progressiva de Jacobson quando lhe foi proposto realizar contração e descontração da mão e braços com uma bola; pelo que desta vez a terapeuta realizou o mesmo exercício mas com sacos de areia (mais mole) de modo a perceber se a utente continuava com a mesma dificuldade ou se na sessão anterior o problema estava a dureza das

(32)

bolas usadas. Com esta alteração a utente conseguiu sentir e expressar a diferença dos estados tónicos, evidenciando os músculos contraídos durante o processo, assim como o que se verificava de diferente na mão quando se fazia mais ou menos força (cor dos dedos, veias salientes, etc).

Quando a esta tarefa foi adicionada a associação com o movimento de elevação do braço, verificou-se que a utente deixava de contrair o objeto quando elevava o braço, pelo que a terapeuta introduziu uma regra de contar até 5 enquanto mantivesse o braço elevado, e depois da contagem baixava novamente. Esta estratégia ajudou, contudo verificou-se que a utente deixava de fazer a sua contagem para imitar o movimento da terapeuta. Com este comportamento, a terapeuta foi questionando a utente, o que a levou a concluir que se tinha esquecido de contar até 5 porque estava a imitar; a partir daqui a utente começou a fazer a sua contagem para si (de forma muito rápida), esperando pelo ritmo da terapeuta até esta terminar.

Verificou-se também necessidade da terapeuta executar ao mesmo tempo que a utente, caso contrário a MO não consegue compreender a instrução apenas verbal, sendo necessário um modelo de demonstração.

De seguida foi realizado uma tarefa na parede, primeiro sem balão, depois com balão; a utente verificou maior indiferença a esta tarefa, mostrando-se mais impaciente para que terminasse. Com esta postura, diminuiu a sua atenção para o corpo e para as sensações, sendo necessário um maior reforço para focar a sua atenção.

Na reflexão final a utente refere “nunca fui muito boa nisto, em ginástica”. A terapeuta encorajou novamente a utente em relação à sua participação na sessão, e ao facto de estar mais disponível para pensar sobre o que vai sentindo ao longo da sessão.

(33)

NOME:MO DATA DA SESSÃO:20/03/2015

Momento da

sessão Descrição da Atividade Objetivos Específicos Estratégias Material Duração

Diálogo inicial

Diálogo inicial entre a terapeuta e a utente; recordar sessão anterior.

- Promover comunicação interpessoal; - Promover capacidade de expressão; - Promover memória a longo prazo.

- Questionamento - Feedback verbal -- 10’ Atividade 1

- Dentro de um saco encontram-se diversos materiais de diferentes texturas, tamanhos, funções.

- Escolher um objeto de cada vez, e em cada um deles: explorar e identificar a sua textura, e associar a um objeto/imagem do quotidiano, associar a uma sensação positiva ou negativa. - Depois de retirar todos os objetos, nomear aqueles que referiu anteriormente como tendo sensações positivas ou negativas, agrupando-os por esta categoria.

- Agrupar os objetos por outras categorias (e.g. funcionalidade, cor, textura, etc)

- Aumentar consciência das sensações propriocetivas;

- Promover associação simbólica objeto-sensação;

- Aumentar atenção e concentração; - Melhorar memória de trabalho; - - Questionamento - Feedback verbal - Instrução verbal - Saco - Diversos materiais 20’ Atividade 2

- Escutar a respiração normal e a respiração profunda, percebendo as diferenças na inspiração, na expiração e no esforço aplicado pela utente;

- A utente e a terapeuta têm de passar o balão uma para a outra usando apenas a respiração (se necessário: primeiro através de uma mesa, depois sem base de apoio)

- Aumentar capacidade autoconcentrativa; - Aumentar consciência respiratória;

- Diminuir hipercontrolo na expiração profunda. - Questionamento - Feedback verbal - Instrução verbal - Demonstração - 1 Balão 10’

(34)

Reflexão final Reflexão sobre o que foi vivenciado na sessão. Promover capacidade de reflexão; Promover comunicação interpessoal.

Questionamento Feedback verbal

-- 5’

Relatório da sessão:

A MO veio à consulta acompanhada pela filha. Enquanto íamos em direção à sala, a filha acompanhou-nos e questionou-se se algum dia podia assistir a uma consulta, justificando que gostava de saber como era pois a mãe não gosta de se deitar nos colchões. Dito isto, e uma vez que nunca foi proposta nenhuma atividade que exigisse que a utente ficasse em decúbito dorsal, perguntei diretamente à MO à frente da sua filha se alguma vez tínhamos feito algo parecido, ao que a utente responde que não, parecendo um pouco constrangida com a questão. Perante a proposta da filha, expliquei que este era um espaço para a MO e que a terapia é feita individualmente para cada utente, não sendo usual os familiares assistirem.

Já dentro da sala, a utente mostrou sinais de ansiedade com a presença de tremores, essencialmente no início da sessão.

Na primeira atividade, de exploração dos diferentes materiais, verificou-se alguma estranheza da utente perante a proposta. À medida que ia tirando um objeto, a utente ia respondendo às sugestões da terapeuta, levantando hipóteses sobre que objeto seria aquele, que sensação provocava, qual do objetos era o que dava uma sensação mais negativa e positiva. Contudo, no fim de todos os objetos, e quando foi pedido que a MO dissesse novamente os que tinham provocado a sensação negativa e positiva, a utente nomeou outros objetos que não os que tinha dito inicialmente.

Na proposta de agrupar os objetos por categorias a utente manteve-se participativa, contudo mostrando dificuldades e mantendo-se num plano muito concreto. Uma dificuldade marcada foi no agrupamento por cores, a utente agrupar uma colher branca com um saco de areia azul, no grupo dos objetos azuis, só por este ter 6 bolinhas brancas pintadas, ao invés de criar um novo grupo para objetos brancos.

(35)

Na última atividade, a terapeuta provocou duas situações diferentes de modo a permitir à utente sentir a diferença entre a expiração forçada, hipercontrolada e que travava a saída do ar, e a expiração fluida e contínua. A utente refletiu sobre esta diferença, sendo que o balão como mediador foi importante para haver um objeto externo que a utente tinha de controlar, não mantendo a atenção unicamente sobre si própria. NOTA:

A sugestão que a filha da utente fez em vir assistir à sessão, relatando que a mãe não gosta de se deitar, levou-me a pensar sobre aquilo que a MO pode dizer em cada sobre a terapia, pois nunca foi proposta nenhuma tarefa na posição de deitada uma vez que cheguei a questionar a utente sobre essa eventualidade e ela opôs-se. Ao mesmo tempo, esta sugestão e a forma demasiado protetora/controladora com que a filha fala com a mãe pode ser indício de ser um pouco controladora e que fomenta a dependência da mãe sobre si.

(36)

NOME:MO DATA DA SESSÃO:27/03/2015

Momento da

sessão Descrição da Atividade Objetivos Específicos Estratégias Material Duração

Diálogo inicial

Diálogo inicial entre a terapeuta e a utente; recordar sessão anterior.

- Promover comunicação interpessoal; - Promover capacidade de expressão; - Promover memória a longo prazo.

- Questionamen to - Feedback verbal -- 10’ Atividade 1 Ativação geral:

- Andar pela sala ao seu ritmo com atenção à respiração;

- Andar ao ritmo das palmas

- Promover ativação geral do corpo; - Aumentar capacidade de escuta interna; - Trabalhar noção de ritmo (associação ritmo-movimento) - Feedback verbal - Instrução verbal - Demonstração -- 5’ Atividade 2

- Criar movimentos com os membros superiores e inferiores;

- Imitação de gestos/movimentos da terapeuta; - Reprodução dos mesmos gestos/movimentos ao contrário (movimentos opostos);

- Representação gráfica dos gestos/movimentos

- Melhorar capacidade de imitar

gestos/movimentos de forma coordenada; - Aumentar capacidade de criar novos gestos/movimentos;

- Aumentar capacidade representativa do corpo e dos gestos/movimentos;

- Aumentar atenção sustentada.

- Questionamen to - Feedback verbal - Instrução verbal - Demonstração - Quadro e caneta 20’

Atividade 3 Retorno à calma 5’

Reflexão final

Reflexão sobre o que foi vivenciado na sessão. Promover capacidade de reflexão; Promover comunicação interpessoal.

Questionamen to

Feedback verbal

(37)

Relatório da sessão:

Estratégia: Ir questionando a utente em cada atividade para aumentar significação e impacto das tarefas. A utente veio à sessão apresentando-se com uma postura disponível e empática.

Como hoje foi possível estar na sala grande, aproveitou-se explorar mais o espaço de modo a desafiar a utente a fazer algo que não é habitual (a MO prefere fazer tarefas sentada, e o facto das suas sessões serem normalmente na sala pequena condiciona este facto).

Na ativação geral, a utente demonstrou boa capacidade de andar ao ritmo de um som externo, apresentando pequenas hesitações e ligeiros desequilíbrios na mudança do ritmo, contudo reconhece os ritmos e adequa o seu movimento a eles. Quando não havia ainda ritmo imposto pela terapeuta e foi sugerido que a MO andasse livremente pela sala verificou-se maior dificuldade, o que pode ser devido à dificuldade em realizar tarefas menos dirigidas. Neste caso, a utente parava ao fim de alguns segundos e olhava para baixo ou para a terapeuta como que afirmando “já fiz”.

Na segunda atividade a utente manteve-se atenta, concentrada e empenhada. Numa primeira fase a terapeuta realizava um gesto/movimento e a utente imitava; depois foi proposto à utente que executasse o movimento oposto ao eu a terapeuta tinha realizado; por fim foi proposto à utente que ela própria criasse novos gestos/movimentos. Em cada um dos gestos criados, a utente representou-os no quadro, como é possível confirmar na figura seguinte:

(38)

A MO não mostrou dificuldades significativas na imitação dos gestos, contudo tem de permanecer a olhar para a terapeuta no sentido de obter feedback, revelando insegurança no desempenho, e no sentido de confirmar a posição dos vários segmentos corporais, alternando o olhar entre si própria e a terapeuta.

Quando foi sugerido que representasse os gestos no quadro, inicialmente a utente mostrou-se relutante, contudo após a terapeuta ter exemplificado a MO foi capaz de fazer as seguintes representações. Ainda assim, com alguma lentificação e hesitação principalmente nos primeiros gestos que desenhou.

(39)

NOME:MO DATA DA SESSÃO:10/04/2015

Momento da

sessão Descrição da Atividade Objetivos Específicos Estratégias Material Duração

Diálogo inicial

Diálogo inicial entre a terapeuta e a utente; recordar sessão anterior.

- Promover comunicação interpessoal; - Promover capacidade de expressão; - Promover memória a longo prazo.

- Questionamento - Feedback verbal

-- 10’

Atividade 1

Aquecimento corporal (sofrologia):

- 3 ciclos de respiração lentos com cabeça direita; - 3 ciclos de respiração lentos com cabeça para trás e depois para a frente;

- 3 ciclos de respiração rápidos com cabeça direita; - 3 ciclos de respiração lenta

- Escutar o corpo, em posição bípede, de olhos fechados, de modo a consciencializar as sensações corporais.

- Promover ativação do corpo; - Aumentar capacidade autoconcentrativa;

- Aumentar consciência respiratória; - Aumentar consciência das sensações propriocetivas - Instrução verbal - Feedback verbal - Demonstração -- 10’ Atividade 2

Sofrologia - movimentos associados com respiração:

- Fazer elevação dos membros superiores e/ou inferiores associados com respiração, em modo de sequência (e.g. braço direito-braço esquerdo-perna direita; dois braços-perna esquerda-perna direita; etc).

- Aumentar capacidade de imitação de gestos e de sequência de

gestos/movimentos de forma coordenada;

- Melhorar noção de esquema corporal; - Trabalhar memória (sequencia); - Aumentar atenção sustentada.

- Instrução verbal - Feedback verbal - Demonstração

-- 15’

Atividade 3

Retorno à calma com mobilização passiva dos membros superiores e inferiores.

- Identificar estados de contração/ descontração;

- Aumentar acesso à passividade; - Diminuir paratonias. - Manipulação física; - Questionamento -- 5’

Reflexão final Reflexão sobre o que foi vivenciado na sessão. - Promover capacidade de reflexão; -Promover comunicação interpessoal.

-Questionamento - Feedback verbal

(40)

Relatório da sessão:

A utente veio à sessão acompanhada pelo companheiro e, como habitualmente, chegou mais cedo do que a hora marcada o que a deixa mais ansiosa por ter de estar à espera da sua consulta. Quando entrou na sala afirmou “fico muito ansiosa por estar muito tempo à espera” e apresentava tremores. Uma vez que a utente estava muito ansiosa, a terapeuta tentou explorar um pouco mais este diálogo inicial, no qual foi possível perceber um pouco mais sua da história de vida que até aqui ainda não se tinha disponibilizado a conversar:

- Os pais abandonaram-na ainda em bebé e ficou entregue aos cuidados de uns tios; contudo, aos 3 anos os tios separaram-se e colocaram a MO numa instituição (a utente refere que não se lembra nada desta fase mas esta é a história que lhe contam). Manteve-se na instituição até aos 18 anos, até que começou a trabalhar na função pública onde ficou até à reforma. Relata que namorou com o atual companheiro quando era muito nova, entretanto terminaram o relacionamento e teve outras pessoas na sua vida, até que um dia mais tarde voltou para o homem com quem está e a quem a utente se refere como “o pai da minha filha; o pai dela; o avô das netas”. Em relação à maternidade, a utente afirma que a filha não foi planeada mas foi desejada, amada e “mimada”; que “a minha filha era mais sossegada do que são as meninas dela;

as meninas são muito irrequietas e fazem birras por tudo, estão sempre a fazer barulho e depois não se querem vestir; é muito difícil doutora”.

Em relação à filha a utente descreve ainda “ela tem uma vida muito difícil, ela e o marido têm empregos sem horários fixos e nem sempre

estão muito tempo com as meninas, não é fácil para eles…eu também não tive uma vida fácil, também tive de lutar muito sempre”, “só queria estar bem para poder ajudar a minha filha”.

Enquanto falava sobre a sua vida, os tremores foram-se dissipando até se extinguirem totalmente, e a utente foi ficando mais descontraída, por vezes mostrando um ligeiro sorriso a falar da filha, com uma face quase nostálgica. Ao fim de algum tempo, a utente refere “mas estamos aqui para fazer exercícios não é?”, como se estivesse a fazer mal em falar sobre si, a sua vida, as suas preocupações. Perante esta atitude a terapeuta mostrou-lhe que aquele é um espaço para ela, onde pode falar ou não, sendo o importante é ela sentir-se bem naquele momento que é para si, para se perceber e se sentir.

(41)

Na primeira atividade a utente mostrou-se concentrada e fechou os olhos espontaneamente. Foi necessário dar instrução para fazer mais lentamente, pois a utente teve tendência para fazer os ciclos muitos rapidamente. Ao longo da tarefa a terapeuta foi introduzindo pequenas orientações para aumentar o foco de atenção da utente para a respiração e para a postura (inicialmente mantinha os ombros contraídos e foi descontraindo progressivamente com as orientações).

Na segunda tarefa, era proposto fazer uma sequência de elevação dos membros superiores e inferiores, isoladamente ou em conjunto, associando esse movimento ao ciclo respiratório. A utente mostrou alguma impulsividade na execução da tarefa, antecipando-se antes da terapeuta ter dado a instrução (e.g. “se é o braço direito agora, a seguir é o esquerdo e depois a perna direita e esquerda”). Contudo, depois de se antecipar na execução, e após a terapeuta ter explicado qual a sequência que seria, a utente fixou-se na sua ideia, mostrando alguma rigidez que condicionou a execução da tarefa. Este condicionamento parece ter-se devido à dificuldade da utente em recordar a sequência que tinha sido combinada com a terapeuta, uma vez que tinha a sua ideia inicial (antes de ter sido dada a instrução) a interferir. Foram realizadas diferentes sequências com menor e maior grau de complexidade, exigindo maior concentração da utente para memorizar a sequência estabelecida.

No retorno à calma, a terapeuta realizou manipulação passiva dos membros superiores e inferiores a partir da qual se verificou muitas paratonias e rigidez muscular, essencialmente nos membros superiores. A certa altura foi proposto à utente que fechasse os olhos, e nesta altura notou-se um maior abandono muscular em relação ao que se tinha verificado anteriormente. Ainda assim, a utente apresentou paratonias e dificuldade em aceder à passividade. Não se mostrou desconfortável com o toque. No segundo braço foi possível verifica também menor controlo do movimento por parte da utente, o que se pode dever ao facto de ter tido a experiência anterior com o primeiro braço, aumentando a previsibilidade no segundo. Nos membros inferiores notou-se menos paratonias, e a própria utente revela “nas pernas consigo

relaxar mais não é?”, após ter verificado a diferença entre a perna contraída e relaxada (com orientação verbal e visual da terapeuta).

(42)

- Será importante promover um momento de manipulação passiva nas próximas sessões, e visto que a utente já não se mostra desconfortável ou ansiosa com esta proximidade, não sendo obrigatório ser realizada no retorno à calma.

Referências

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