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C ONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

5.1. Conclusões

Com base nos resultados obtidos ao longo da campanha experimental realizada é possível concluir a que, das fibras que foram selecionadas, seria de esperar que as fibras de vidro ou basalto apresentassem os melhores resultados, e de facto, nos ensaios que indicam a resistência do material, isso verificou-se. Em relação às fibras que se esperaria um pior comportamento: banana e sisal, também foi observado que tiveram o pior desempenho em parte dos ensaios que foram realizados.

Relativamente à razão água/ligante para a otimização do compósito, chegou-se à conclusão que a mistura que necessita de uma menor razão é a padrão e a que necessita de maior é a de fibras de polipropileno, seguindo-se das fibras de banana.

Nos ensaios de controlo de temperatura das misturas, concluiu-se que o sisal tem a maior temperatura de hidratação em relação às restantes e também é aquela que tem o menor tempo de hidratação. As misturas de banana e de basalto tem curvas de hidratação semelhantes, com as menores temperaturas de hidratação e maiores tempos de hidratação.

Com a realização do ensaio para estabilização da perda de massa verificou-se que a mistura com fibras acrílicas apresentou maior perda de massa e a mistura com fibras têxteis apresentou menor perda de massa.

No ensaio de ultra-sons, ao fim de 24 horas todas as misturas tem a velocidade de onda de ultra- sons estabilizada. Neste ensaio, o compósito de banana apresenta menor velocidade de onda de ultra-sons, enquanto que a mistura padrão apresenta a maior.

No ensaio de flexão, a mistura com fibras de vidro apresenta o melhor comportamento e a mistura com fibras de banana apresenta o pior, um dos resultados que se estariam à espera de acordo com as características das fibras. No entanto, é de destacar que a mistura padrão apresenta melhor comportamento que outros compósitos nos provetes 4x4x16 cm3.

Já para o ensaio de compressão nos provetes 4x4x16 cm3, a mistura com fibras têxteis é a mistura

que apresenta melhor comportamento, enquanto que a banana apresenta o pior.

Na compressão uniaxial, a mistura com fibras têxteis voltou a apresentar o melhor comportamento, enquanto que a mistura com fibras de sisal apresentou o valor inferior. Para o

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módulo de elasticidade a mistura com fibras têxteis apresenta o valor mais elevado do módulo de elasticidade e a mistura com fibras de banana o menor. Desta forma, as fibras inseridas no compósito garantem maior ductilidade ao compósito

Nos ensaios de absorção por imersão verifica-se que o compósito com fibras de banana é o que tem maior absorção, sendo por isso o que deverá ter maior índice de vazios e, consequentemente, pior comportamento (o que se verificou na generalidade dos ensaios). Já a mistura padrão apresentou menor absorção por imersão.

Relativamente à absorção por capilaridade, verificou-se que a mistura com fibras de basalto apresenta maior coeficiente de absorção por capilaridade e a mistura com fibras têxteis o menor.

Em conclusão geral, os resultados para melhores comportamentos são o que se estariam à espera: melhor comportamento para as fibras de origem mineral: basalto e vidro. Em relação ao compósito com fibras têxteis como não foi possível caracterizar as propriedades mecânicas da própria fibra, este compósito surpreendeu pelos bons resultados.

No ensaio de flexão para obtenção da energia de fratura, as misturas com fibras de vidro e com fibras de basalto apresentaram os melhores resultados. Mesmo as fibras que têm pior características mecânicas conferiram ao compósito um comportamento mais dúctil quando comparados com a mistura sem fibras.

Conclui-se, então, que todas as fibras cumprem um papel importante no compósito. Nos ensaios de flexão nos provetes 4x4x16cm3 não se verificou esta tendência o que levou à conclusão que

para estes tipos de compósitos (com incorporação de fibras) estes ensaios não são fidedignos pois não tiveram capacidade para controlar as transmissões na zona das fendas.

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5.2. Desenvolvimentos futuros

Para esclarecimento de algumas dúvidas que ficaram suspensas ao longo este trabalho, propõe-se as seguintes investigações futuras:

 Efetuar o tratamento para melhoramento das fibras naturais com plasma, NaOH, entre outros. Este tratamento terá como objetivo promover a dispersão das fibras e melhorar a adesão à matriz de gesso.

 Caracterizar microestruturalmente o compósito: verificação da superfície de rotura das fibras (rotura por arrancamento ou deslizamento das fibras) e analisar a distribuição das fibras (número de fibras por unidade de área).

 Avaliar o comportamento dos compósitos com diferentes percentagens de fibras.  Efetuar ensaios acústicos e térmicos ao compósito.

 Efetuar ensaios de tração ao compósito.

 Estudar a influência da variação da humidade versus perda de peso ao longo do tempo para os compósitos.

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