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Onde se diz? Caracterizando as fontes dos documentos

O termo revista vem do inglês rewiw que significa rever ou fazer uma segunda leitura de alguma coisa, tendo sido utilizado pela primeira vez com este sentido em 1704, quando Daniel Defoe lançou em Londres “A weeking Rewiw of the affairs of France”. No Brasil, o gênero surgiu em 1812 com o lançamento em Salvador, Bahia, de “As variedades ou Ensaios de Literatura”, produzido pelo tipógrafo e livreiro português Manuel Antonio da Silva Seva (Henrique, 2002). Atualmente

[...] dá-se o nome de revista semanal de informação a qualquer edição que vá às bancas de

22 The Gift, 2002, EUA, Documentário, 62 min. Este filme da diretora Louise Hogarth aborda a questão barebacking e tornou-se referência para o tema. Doug, um jovem gay de 19 anos, quer ser infectado com o HIV. Para ele, possuir o vírus HIV significa fazer novas amizades, não ser rejeitado nas salas de bate-papo e ter uma vida sexual intensa e sem preocupações. Para atingir seu objetivo ele conversa, via Internet, com homens HIV - positivos e pede que em nome de ajuda ao próximo se disponham a infectá-lo. Assim sendo, Doug faz sexo com um doador eleito que o fascinou ao dizer que iria energizá-lo com o vírus e conseguiu alcançar seu objetivo. Disponível em: <http://www.documen.tv/asset/The_Gift.html>

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sete em sete dias (óbvio, salvo exceções de edições antecipadas por feriados), em formato de revistas (papel couchê ou jornal), bem ilustrada (fotos e gravuras) e que traga não apenas o resumo das notícias da semana, mas assuntos gerais como serviço e comportamento, furos de reportagem, fatos e análises sobre os temas que os jornais vêm abordando diariamente (HENRIQUE, 2002, p. 135).

Já Bernardo Kucinski (1999) considera as revistas semanais como fundamentais para preencher a necessidade importante de leitura no Brasil, devido à sua longevidade e alcance nacional, especialmente entre as classes médias que não compram jornais diários, tendo função determinante na agenda e produção de consenso, atuando como usinas ideológicas dirigidas às classes médias, inclusive no reforço de seus preconceitos. Assim sendo, de 1812 aos dias atuais, muita coisa mudou neste gênero de impressão, revistas surgiram e sumiram, poucas permaneceram (Veja, Isto É) e outras continuam a surgir (Época).

a) Revista Veja

Veja é uma revista semanal brasileira publicada pela Editora Abril. Foi criada pelos jormalsitas Victor Civitá e Mino Carta. Lançada em 11 de setembro de 1968, o primeiro número da publicação tinha por título Veja e leia. Em 1972 é implantada a operação de assinaturas, que ao final de quatro anos alcançou os primeiros 100 mil assinantes, número considerado significativo para uma publicação que pretendia alcançar todo o Brasil (Villalta, 2002).

Atualmente Veja é a revista de maior circulação no Brasil e a quarta maior revista semanal do mundo superada apenas pelas revistas americanas Time, Newsweek e U.S. News & Report, com uma tiragem superior a um milhão de exemplares.

Aborda temas a respeito do cotidiano da sociedade brasileira e, por vezes mundial, como política, economia, cultura, comportamento, guerras, bem como conflitos e negociações diplomáticas. Seus textos são elaborados em sua maior parte por jornalistas, porém, nem todas as seções são assinadas. Trata também temas como tecnologia, ecologia, religião com certa regularidade. Possui seções fixas sobre cinema, literatura, música e guias práticos sobre assuntos diversos, especialmente saúde.

b) Revista Isto É

Isto É é uma revista semanal brasileira de informações gerais, publicada pela Editora Três. Lançada em 1976 , atualmente possui uma tiragem de 150 mil exemplares e é considerada uma das quatro principais revistas semanais a circularem no Brasil. Criada por Mino Carta23, inovou ao publicar um caderno especial sobre direitos do consumidor.

Tem sua história marcada por reportagens de qualidade e foi vencedora de prêmios importantes. No Brasil, o site da revista na internet foi, pelo segundo ano consecutivo em 2006, o mais acessado em sua área, com média mensal de 30 milhões de pageviews, além de publicar a edição especial Personalidades do Ano. Entretanto, apesar de todo sucesso, Isto É foi superada em termos de tiragens pela Revista Época.

c) Revista Época

Lançada em 1998 pela editora Globo, a Revista Época é a segunda revista semanal mais lida no Brasil. A partir de uma campanha agressiva de marketing feita pelo Grupo Globo, cujo carro chefe é a Rede Globo de Televisão difundida por todo o Brasil, em 1999 a Revista Época atinge o público de 1 milhão de leitores. Em 2001 causou grande polêmica ao ter uma reportagem de capa como o titulo ―Eu fumo maconha‖, onde pessoas famosas assumiram publicamente o hábito, garantindo assim um recorde de cartas e e-mails jamais recebidos por uma revista nacional anteriormente (Henrique,2002, p.148)

Periódicos

De acordo com Nelson Traquina (2005) a partir do século XIX a introdução de anúncios publicitários nas páginas dos jornais fez com que eles passassem a ser pensados enquanto empresas e passíveis de obterem lucros com suas operações. Desse modo, ao assumirem um

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Como aconteceu com a Revista Veja anteriormente, Mino Carta saiu da Revista Isto É e em 1994 cria nova publicação, Carta Capital.

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caráter capitalista as empresas jornalísticas passam a oferecer um novo produto: as notícias, que devem se basear em fatos e não em opiniões.

Nesta perspectiva o padrão utilizado pelos periódicos no Brasil é classificado de acordo com o Modelo Ocidental de Jornalismo, que segundo Jorge Pedro Souza (2002)

[...] preconiza que a imprensa deve ser independente do Estado e dos poderes, tendo o direito a reportar, comentar, interpretar e criticar as atividades dos agentes de poder, inclusive dos agentes institucionais, sem repressão ou ameaça de repressão. Teoricamente, os jornalistas seriam apenas limitados pela lei (tida por justa), pela ética e pela deontologia. (SOUZA, 2002, p.33).

Desse modo, este modelo estaria baseado na liberdade de imprensa e na independência econômica em relação ao Estado, fato possível devido à venda de anúncios publicitários e venda de exemplares, possibilitando ao campo jornalístico um mercado onde a diversidade de idéias e opiniões pudessem ser expostas ao público de maneira imparcial.

Nota da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), diz que apesar da modernização tecnológica e da expansão de novas mídias, como a internet, o jornal impresso é apontado como a principal fonte de informações para leitores de diversas partes do mundo. Segundo a ABI, pesquisa realizada pela consultoria Pricewaterhouse Coopers (PwC), com a Associação Mundial de Jornais (WAN, sigla em inglês), a credibilidade seria a principal vantagem do jornal impresso frente aos outros meios de comunicação, sendo que ―[...] sua periodicidade (24 horas) também é bastante elogiada, (...) é apreciado, ainda, por sua portabilidade: pode ser levado de um lugar a outro, sem a preocupação com cabos, conexões, eletricidade, baterias, entre outros aspectos‖ (ABI, 2009) 24.

a) Jornal do Brasil

Fundado em 1891 por Rodolfo Epifânio de Souza Dantas, com intenção de defender o regime monárquico recém deposto. De nível elevado, contava com a colaboração de José Veríssimo, escritor; Joaquim Nabuco, político, diplomata, historiador, jurista, jornalista e um

dos fundadores da Academia Brasileira de Letras; Aristides Spínola, advogado, político, abolicionista, espírita; Ulisses Viana, político; José Maria da Silva Paranhos Júnior, Visconde do Rio Branco; Oliveira Lima, escritor, crítico e embaixador dentre outros. O periódico inovou por sua estrutura empresarial, parque gráfico, pela distribuição em carroças e a participação de correspondentes estrangeiros, como Eça de Queirós. De orientação conservadora, defendia a monarquia recém- derrubada, até que Rui Barbosa (1849-1923) assumiu a função de redator-chefe (1893). Tradicionalmente tem sido voltado para as classes média e alta que se concentram na Zona Sul do Rio de Janeiro, uma elite diminuta mas com altíssimo poder de formação de opinião, a nível nacional25 .

b) Jornal Folha de São Paulo

“Fundada em 1921, a Folha é, desde a década de 80, o jornal mais vendido no país (no ano passado, a circulação média foi de 302 mil exemplares em dias úteis e 365 mil aos domingos). De acordo com os editores do site do jornal, seu crescimento foi calcado nos princípios editoriais do Projeto Folha: pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência. Organizado em cadernos temáticos diários e suplementos, tem circulação nacional. Foi o primeiro veículo de comunicação do Brasil a adotar a figura do ombudsman e a oferecer conteúdo on-line a seus leitores‖ 26.

Weblogs

De acordo com Solange Gallo (1992) os Weblogs podem ser definidos como web sites pessoais estruturado numa ordem cronológica onde as informações podem ser atualizadas com freqüência e são apresentadas em textos curtos, linguagem coloquial. Desse modo se pode produzir uma discussão contextualizada onde é possível refutar, reafirmar, desdobrar aquilo que foi escrito primariamente.

Para Maria Regina Momesso de Oliveira (2004) os weblogs são espaços que possibilitam interação e troca veloz entre pessoas, sobre temas do cotidiano, suas preferências, gostos, necessidades, opiniões e reações frente a situações, ou seja, permitem que visões internas de

25 Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornal_do_Brasil 26 Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/conheca/

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indivíduos sejam expostas e postas à prova, tornado os weblogs

[...] espaço garantido de expressão pública, servindo de álbum de fotografia, agenda virtual, exposição de idéias, fã clube, jornal on-line, diário pessoal, caderno de divulgação de serviços, de pesquisa, de artigos, etc. (Oliveira, 2004, p. 201).