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Ontologia de van Kralingen, Visser e Bench-Capon 4 A ontologia de Robert van Kralingen, Pepijn Visser e

SUMÁRIO

5. Manutenção e Evolução: é essencialmente um processo de responsabilidade da organização Além

3.5 Trabalhos correlatos

3.5.1 Ontologia de van Kralingen, Visser e Bench-Capon 4 A ontologia de Robert van Kralingen, Pepijn Visser e

Trevor Bench-Capon (KVB) é uma ontologia legal com três entidades genéricas do domínio legal. O foco do trabalho dos pesquisadores se concentra em conceitos primitivos, usados para modelar o domínio legal. Sua premissa é que robustas ontologias conceituais e formais do domínio legal são necessidades para reduzir a tarefa de dependência de especificações de conhecimentos jurídicos.

A ontologia de KVB tem os conceitos baseados em blocos e dividem o conhecimento jurídico em três entidades: (a) normas, (b) atos e descrições e, (c) conceito.

Figura 16: Ontologia de KVB Fonte: elaborada pelo autor

Na figura 16 pode-se observar como a ontologia de KVB é representada. O bloco da Norma contém os elementos mais importantes dos sistemas jurídicos. Para Van Kralingen (1997), a Norma deve transmitir informações que cumpram a sua função

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Base Robert van Kralingen (1997) e Pepijn Visser e Trevor Bench-Capon (1996)

Ontologia de KVB Norma Conceito Ato identificador da norma tipo da norma promulgação alcance condições de aplicação sujeito a norma modalidade legal identificador do ato identificador da norma promulgação alcance agente tipo de ato modalidade de meios modalidade de maneira aspectos temporal aspectos espaciais aspectos circunstanciais causa da ação objetivo da ação intencionalidade do ato estado final conceito tipo de conceito prioridade promulgação escopo condições instâncias

de comunicar os padrões de comportamento. Assim, uma Norma pode ser vista como um esquema de intepretação da conduta humana.

O importante nesta abordagem é o pressuposto de que os sujeitos jurídicos podem aprender o comportamento esperado por normas estabelecidas. Consequentemente, as normas devem responder a perguntas sobre o comportamento esperado de sujeitos de direitos. Brouwer (1990, p. 62), apud Van Kralingen (1997), formulou cinco perguntas sobre o comportamento que devem ser respondidas por uma Norma:

1. Quem é obrigado ou autorizado a fazer alguma coisa? 2. Existe uma obrigação ou uma permissão para fazer algo ou deixar de fazer?

3. O que deve ser feito ou se privar?

4. Onde deve ser feito alguma coisa ou se privar? 5. Quando algo deve ser feito ou se privar?

Os sujeitos jurídicos sintonizaram seus comportamentos estabelecidos nas normas para evitar a violação das mesmas. As normas são as regras gerais, normas e princípios de comportamento com que os sujeitos de direito são intimados a cumprir. Na ontologia proposta por Van Kralingen (1997) uma norma abrange oito elementos:

a) identificador: usado como um ponto de referência para a norma;

b) tipo: norma de conduta ou norma de competência; c) promulgação: a fonte da norma;

d) alcance: a faixa de aplicação da norma;

e) condições de aplicação: as circunstâncias em que a norma é aplicável;

f) sujeito: pessoas a quem a norma é dirigida;

g) modalidade legal: obrigação, proibição, permissão e concessão; e,

h) identificador do ato: referência à descrição separada do ato.

Já os Atos representam os aspectos dinâmicos que efetuam mudanças no estado do mundo. Dentro da categoria de Atos existem duas distinções. A primeira distinção é entre os eventos e processos.

Eventos representam uma mudança instantânea entre dois estados, enquanto que os processos têm duração. A segunda distinção é entre os atos institucionais e atos físicos. Os primeiros são legais (institucionais), interpretações dos atos (físicos) que ocorrem no mundo real (mais precisamente: um ato institucional é uma qualificação jurídica de um ato físico). Por exemplo, o ato físico de homicídio pode ser qualquer um dos atos institucionais de assassinato, homicídio, ou homicídio justificável. Nota-se que essas duas distinções resultam em quatro tipos diferentes de atos. Todos os Atos apresentam catorze elementos:

a) identificador: usado como um ponto de referência para o ato;

b) promulgação: a fonte da descrição do ato; c) alcance: a faixa de aplicação da descrição agir;

d) agente: um indivíduo, um conjunto de indivíduos, um agregado ou um conglomerado;

e) tipo de ato: atos que tenham sido especificados;

f) modalidade de meios: objetos materiais usados no ato. Por exemplo: uma pistola;

g) modalidade de maneira: a maneira em que os objetos tenham sido utilizados ou sub atos foram realizados. Por exemplo: de forma agressiva;

h) aspectos temporais: uma especificação de tempo absoluto. Por exemplo: no primeiro dia de agosto, aos domingos, à noite, etc;

i) aspectos espaciais: a especificação do local onde o ato ocorre. Por exemplo: na Holanda ou em um trem;

j) aspectos circunstanciais: a descrição das circunstâncias em que o ato tem lugar. Por exemplo: durante uma guerra;

k) causa da ação: a especificação do motivo(s) para executar a ação. Por exemplo: vingança;

l) objetivo da ação: a meta visualizada pelo agente. Por exemplo: com vista à ilegalmente apropriado de um objeto;

m) intencionalidade do ato: o estado de espírito do agente. Por exemplo: de voluntariado; e,

n) estado final: os resultados e consequências de uma ação; por exemplo, a morte da vítima).

Por fim, os Conceitos podem ser descritos por definições ou disposições que entendam de que caso sua aplicação pode ser determinado definitivamente. No caso de definições da descrição, fornece condições necessárias e suficientes. No caso das disposições, considerando a descrição, estabelece uma ficção legal. Finalmente, há conceitos descritos por diversos fatores, que querem estabelecer uma condição suficiente ou indicar alguma contribuição para a aplicabilidade do conceito (a ser considerado em relação a outros fatores). Descrições de Conceitos compreendem sete elementos:

a) conceito: descrição do conceito;

b) tipo: definição, a prestação considerar, fator; c) prioridade: o peso atribuído a um fator;

d) promulgação: a fonte da descrição do conceito;

e) escopo: o intervalo de aplicação do conceito de descrição;

f) condições: em que um conceito é aplicável; e, g) instâncias: enumeração de instâncias do conceito.

Como observação, a Ontologia de KVB traz um modelo bastante simplificado do Direito, no entanto, consiste em conceitos primitivos que estabelecem um ponto inicial no modelo adotado neste estudo.