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CAPÍTULO V CONTEXTUALIZAÇÃO METODOLÓGICA

5.3 Opções metodológicas e técnicas usadas

Um dos momentos importantes de um trabalho científico tendo em vista a pertinência e validade de uma investigação é a escolha dos métodos e técnicas de recolha e análise de dados, após termos definido a problemática e objetivos da investigação e delimitado/caracterizado o campo de estudo, o que foi feito nos itens anteriores. Assim sendo, a escolha entre abordagens qualitativas ou quantitativas se deparam diretamente com o objeto de investigação, isto é, o que pretendemos estudar e para quê e qual a profundidade desse estudo.

Conhecendo o objetivo do nosso trabalho optamos por entrevistas semiestruturadas, já que nesse âmbito o trabalho do investigador consiste em conhecer uma realidade do ponto de vista das pessoas envolvidas no objeto de estudo. Isso significa que os participantes neste tipo de estudo são as pessoas que vivenciam a experiência: “a análise fenomenológica implica, assim, uma descrição fina, densa e fiel da experiência relatada” (FORTIN, 2003: 149). As pessoas atingidas por esse tipo de pesquisa são consideradas referência e cria-se uma relação de intersubjetividade, investiga-se “(...) “com” e “não” para as pessoas de interesse” (F TI , 003: ).

Essa abordagem parece ser mais eficaz e apropriada, uma vez que pretendemos observar, compreender, explorar e descrever atitudes, formas de trabalhar e de se relacionar com as demais pessoas.

Após termos solicitado o consentimento esclarecido de todos os envolvidos (a responsável pela entidade, coordenadora, os professores/tutores e os formandos/alunos) garantindo o sigilo e confidencialidade dos dados que seriam recolhidos, começamos a fazer as entrevistas presenciais semiestruturadas, gravadas no local em áudio e individualmente, de forma a garantir sua transcrição e

58 posteriormente dar maior liberdade ao entrevistador. Todas as entrevistas foram integralmente transcritas, encontrando-se no anexo 2.

egundo ogdan e iklen ( : 3 ) a entrevista “é utilizada para recolher dados descritivos na linguagem do próprio sujeito, permitindo ao investigador desenvolver uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspectos do mundo”. Nesse contexto, optámos por escolher entrevistas e não questionários por desejarmos estudar com profundidade as respostas recolhidas.

A técnica mais adequada, em nosso entendimento foi a entrevista semi- estruturada e presencial, com um guião orientador do desenvolvimento da entrevista previamente estabelecido, procurando garantir que todos os participantes do mesmo seguimento respondessem às mesmas perguntas, de acordo com a sua categoria (coordenadora, professores/tutores e formandos/alunos) e dando liberdade a todos de exprimir suas opiniões livremente.

Para efetuar as entrevistas, foram criados guiões diferentes (anexo 1), um para cada categoria de entrevistados, isto é, um para aplicar à coordenadora, outro para os formandos/alunos e o último para os professores/tutores. Com esse procedimento se pôde avaliar parâmetros diferentes, tendo em vista o papel de cada um no desenvolvimento das atividades desenvolvidas no polo da UAB.

O guião aplicado aos tutores/professores é constituído de quatro partes: a primeira é dedicada a formação acadêmica, experiência, conhecimentos pedagógicos do educador de adultos; a segunda parte está voltada para os cursos ofertados no polo e como é definida a escolha desses cursos; a terceira parte está focada nos conhecimentos prévios dos alunos, participação, metodologia e avaliação; e a quarta parte está voltada para questionamentos sobre os benefícios que os cursos ofertados no polo da UAB trouxeram para a região.

Ressaltamos que o guião criado para entrevistar a coordenadora do polo é também constituído de quatro partes: no primeiro momento as perguntas são voltadas para a sua formação acadêmica, experiências nessa modalidade de ensino, especificidades dos formandos/alunos, e qualidades imprescindíveis ao educador de adultos; a segunda parte é voltada para os cursos voltados pelo Sistema Universidade Aberta do Brasil, quem os escolhe e que critérios são levados em

59 conta na escolha; na terceira parte, as perguntas voltam-se para as especificidade de sua função como coordenadora, sobre os conhecimentos prévios dos estudantes do polo, se são levados em consideração, como ocorre o acompanhamento pedagógico, a articulação entre os tutores/professores e os coordenadores de curso para se efetuar o planejamento e o tipo de metodologia utilizado no ensino na EaD. E a última parte é sobre o desenvolvimento pessoal, profissional e social provocado na região com a instalação desse polo.

Por fim temos os guiões dos formandos/alunos, este também foi subdividido em quatro partes distintas: a primeira tem o objetivo de perceber quais as expectativas em relação ao curso que frequentam ou frequentaram, recolher dados como idade, escolaridade e o curso que frequentam ou frequentaram. Na segunda parte as perguntas se voltam para os tutores/professores, se o conheciam antes, se seus conhecimentos são levados em consideração no curso que frequentam; a terceira parte volta-se para a atuação, metodologia, qualidades de um educador de EaD e os principais desafios enfrentados por esses alunos no decorrer do curso. E a quarta parte volta-se para o desenvolvimento profissional, social e econômico que esses cursos provocaram na região.

A observação direta não ocorreu de forma individualizada, foi previamente comparada com as outras fontes de dados. Escolhemos essa técnica pelo fato de nos permitir averiguar, in loco, e no momento das práticas desenvolvidas pelos (formando/alunos e professores/tutores), podendo posteriormente comparar os dados recolhidos durante as entrevistas.

Essa observação direta decorreu no âmbito das sessões de tutorias, aplicação de provas, seminários, na intenção de constatar se a metodologia aplicada nesses cursos da UAB realmente demonstrava a flexibilidade, participação ativa e crítica dos formandos/alunos e se esses instrumentos fomentavam realmente a aprendizagem, o espírito crítico e reflexivo dos formandos/alunos. Após a observação direta, constatamos que os alunos que frequentam os cursos da UAB são autônomos, durante a semana estudam em casa, fazem as atividades enviadas pelo AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem), postam essas atividades em casa mesmo ou no polo, que tem um laboratório de informática com 30 computadores interligados à internet e funcionários que lhes dão suporte na hora do envio.

60 Quanto aos professores/tutores, estes tem um horário previamente combinado com os formandos/alunos e estão no polo três dias na semana para atendimento aos que estão com dúvidas sobre determinados conteúdos e os orientam no sentido de resolver esses problemas e mensalmente aplicam as provas/avaliações das disciplinas/módulos que estão em estudo. Os seminários também são previamente agendados pelos professores das disciplinas/módulos e geralmente vem alguém da Instituição de Ensino Superior para assistir, orientar e avaliar a aprendizagem.

Por fim, constatamos que os polos da Universidade Aberta do Brasil não possuem muitos documentos, os fascículos, ou módulos vêm da IES, ficam na biblioteca do polo, onde os alunos os recolhem, assinando um termo de compromisso, onde ao concluir o curso esses módulos serão devolvidos, há fichas de frequências para as atividades desenvolvidas no polo, e mensalmente é redigido um relatório das atividades desenvolvidas em todos os cursos e enviado ao SISUAB (Sistema Universidade Aberta do Brasil) e também às IES que estão conveniadas ao polo.

Enfim, tudo o que foi descrito fez parte da pesquisa para entender o funcionamento e importância de um polo da Universidade Aberta do Brasil e chega o momento da apresentação dos resultados obtidos ao longo desta investigação.

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