• Nenhum resultado encontrado

A formação profissional no polo de uma universidade aberta do Brasil no Estado do Maranhão

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A formação profissional no polo de uma universidade aberta do Brasil no Estado do Maranhão"

Copied!
180
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO: ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO DE ADULTOS

A FORMAÇÃO PROFISSIONAL NO POLO DE UMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL NO ESTADO DO MARANHÃO

MARIA JOSÉ QUARESMA PORTELA CORRÊA

14 de Julho: 18 valores

Vila Real - Portugal Julho/2015

(2)

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO: ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO DE ADULTOS

A FORMAÇÃO PROFISSIONAL NO POLO DE UMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL NO ESTADO DO MARANHÃO

MARIA JOSÉ QUARESMA PORTELA CORRÊA

Orientador: Professor Doutor Armando Loureiro

Vila Real - Portugal Julho/2015

(3)

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO: ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO DE ADULTOS

A FORMAÇÃO PROFISSIONAL NO POLO DE UMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL NO ESTADO DO MARANHÃO

MARIA JOSÉ QUARESMA PORTELA CORRÊA

Banca Examinadora

_____________________________________________ Orientador: Professor Doutor Armando Loureiro – UTAD

_____________________________________________ Professor - UTAD

_____________________________________________ Professor- UTAD

Vila Real - Portugal Julho/2015

(4)

1

Dedico este trabalho a Deus, meus familiares, em especial à minha mãe Antonia Quaresma (in memoriam) que com seu simples olhar para o futuro sempre acreditou que a educação era o que nos libertaria dando oportunidades a todos de viver com dignidade.

(5)

2

Verdades da Profissão de Professor

“Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.

A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.”

(6)

3

AGRADECIMENTOS

Humildade? Gratidão? Não sei! Talvez uma mistura de sentimentos, o certo é que em primeiro lugar dirijo meus sinceros agradecimentos aos meus alunos e amigos, foram eles que me deram a coragem de continuar, de desejar melhorar minha atuação como docente, afinal, sou um exemplo de que a Educação de Adultos pode dar certo, aos 49 anos me graduei e aos 60 estou recebendo um título de MESTRA, a todos vocês meus queridos amigos o meu muito obrigada.

Este trabalho é o resultado de uma verdadeira luta entre minhas limitações e o desejo de realizar um sonho, não foi nada fácil sair do Brasil e viajar para outro país em busca dessa realização. O medo, a insegurança, o desafio, tudo isso me acompanharam no decorrer desse curso, mas ao chegar ao final constato que tudo valeu a pena, cada momento, a saudade, as dores, o frio. As pessoas que conheci no decorrer desses anos, os novos amigos, de modo especial a Lúcia de Fátima e Bruna Maldonado, ao nosso protetor Hermínio e nosso anjo da guarda Fernando Costa. Os portugueses que foram maravilhosos e me acolheram com simpatia, eficiência e seriedade.

Um agradecimento carinhoso aos meus familiares, irmã, filhos, noras e netos, vocês sempre acreditaram em mim, mesmo resistindo a essa aventura e desafio que foi estudar no exterior, mesmo temerosos me apoiaram, seu amor foi minha principal arma para vencer todos os obstáculos.

Aos funcionários e alunos do polo pesquisado pelo apoio, disponibilidade e carinho que demonstraram durante o decorrer desta pesquisa, em especial a Joelma, Jonherbet, Olenilton, Alex, Márcia, Poliana, Maria José, Jaira, Daniel, Claudionor, Rejane, Jhonyson, Deusamélia, Ilson, e a todos os demais, que me permitiram observá-los e sempre demonstraram que confiavam no meu desempenho.

A minha colega e companheira de viagem, Silvia de Fátima, sem sua companhia meus filhos não teriam permitido essa viagem.

Quero agradecer de forma especial aos meus mestres da UTAD, Professores Agostinho e Joaquim Escola, Professoras Otília, Isabel e Conceição e ao Professor Doutor Armando Loureiro, meu orientador, que sempre teve uma palavra de estímulo nos momentos de desânimo e soube conduzir o trabalho de forma tão eficaz que consegui concluir.

A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram nesta caminhada OBRIGADA A TODOS!

(7)

4

RESUMO

A realização do presente trabalho teve como ponto de partida a Educação de Adultos no contexto da Educação a Distância em um polo da Universidade Aberta do Brasil no Estado do Maranhão. Procuramos nos informar sobre o funcionamento e o público alvo desses polos, os cursos ofertados e que benefícios trazem aos alunos que frequentam esses cursos, quais as dificuldades e desafios enfrentados por todos os envolvidos no polo pesquisado. Para tal e após um estudo teórico sobre a temática estudada, optamos em realizar uma observação sistemática e entrevistas realizadas com alunos dos cursos ofertados, tutores e a coordenadora do polo fonte dessa pesquisa. A nossa análise permitiu concluir que, no caso dos cursos da Universidade Aberta do Brasil na modalidade a distância são voltados para a formação profissional de adultos, especialmente dos professores atuantes na Educação Básica. Evidenciamos que a Educação a Distância funciona de forma bem diferenciada dos cursos presenciais, onde o uso das tecnologias da comunicação e informação predomina e o papel do professor/tutor é secundário, pois concluir um curso na modalidade EaD depende muito da disciplina, do planejamento do tempo de estudo e da vontade do aluno em melhorar seus conhecimentos e práticas profissionais. Ao concluir nosso trabalho desejamos que o mesmo sirva como referência para futuros estudos e aprimoramento dos cursos ofertados nos polos da Universidade Aberta do Brasil.

Palavras-chave: Universidade Aberta do Brasil. Educação de Adultos. Educação a Distância.

(8)

5

ABSTRACT

The completion of this work was a starting point the Adult Education in the Education context Distance on a pole of the Open University of Brazil in the state of Maranhão. We seek to inform about the operation and the target audience of these poles, the courses offered and what benefits they bring to the students attending these courses, what difficulties and challenges faced by all involved in researching polo. For this and after a theoretical study on the thematic studied, we decided to conduct a systematic observation and interviews with students of the offered courses, tutors and the coordinator of polo source of this research. Our analysis showed that in the case of courses at the Open University of Brazil in the distance are focused on professional training of adults, especially of the teachers working in basic education. We show that distance education works very differently from classroom courses, where the use of information and communication technologies and the predominant role of the teacher / tutor is secondary, as complete a course in distance education modality depends largely on the discipline of planning study time and the will of the student in improving their knowledge and professional practices. Upon completion of our work we want it to serve as reference for future studies and improvement of courses offered at the poles of the Open University of Brazil.

(9)

6

RESUMEN

La realización de este trabajo fue un punto de partida la educación de adultos en el contexto Distancia Educación en un poste de la Universidad Abierta de Brasil en el estado de Maranhão. Buscamos informar sobre la operación y el público objetivo de estos polos, los cursos que se ofrecen y qué beneficios que aportan a los estudiantes que asisten a estos cursos, lo que las dificultades y desafíos que enfrentan todos los involucrados en la investigación de polo. Por esto y después de un estudio teórico sobre la temática estudiada, decidimos llevar a cabo una observación sistemática y entrevistas con los estudiantes de los que se ofrecen cursos, tutores y el coordinador de la fuente de polo de esta investigación. Nuestro análisis mostró que en el caso de los cursos de la Universidad Abierta de Brasil en la distancia se centró en la formación profesional de los adultos, especialmente de los profesores que trabajan en la educación básica. Se demuestra que la educación a distancia funciona muy diferente a los cursos presenciales, donde el uso de tecnologías de la información y de la comunicación y el papel predominante de la profesor / tutor es secundario, lo más completa un curso en la modalidad de educación a distancia depende en gran medida de la disciplina de la planificación tiempo de estudio y la voluntad del estudiante en la mejora de sus conocimientos y prácticas profesionales. Al finalizar nuestro trabajo queremos que sirva como referencia para futuros estudios y mejora de los cursos ofrecidos en los polos de la Universidad Abierta de Brasil.

Palabras clave: Universidad Abierta de Brasil. Educación de Adultos. Educación a distancia.

(10)

7

LISTA DE SIGLAS

EaD – Educação a Distância

CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CEBs – Comunidades Eclesiais de Base

CNE – Conselho Nacional de Educação

FCTVE – Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa

FEPAM - Fundação Padre Landell DE Moura

FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação MEB – Movimento de Educação de Base MEC – Ministério da Educação e Cultura

MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra ONG – Organização Não Governamental

PROEJA – Programa de Educação de Adultos SEED – Secretaria de Educação a Distância TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação UAB – Universidade Aberta do Brasil

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação. A Ciência e a Cultura

(11)

8

ÍNDICE GERAL

INTRODUÇÃO ... 10

CAPÍTULO I - PAPEL DAS UNIVERSIDADES NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMUNITÁRIO ... 14

1.1 Conceito de Universidade ... 15

1.2 A função da Universidade ... 16

1.3 A extensão Universitária e o Apoio á Comunidade ... 18

1.4 Desenvolvimento Social e Comunitário ... 20

CAPÍTULO II - A EDUCAÇÃO DE ADULTOS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ... 23

2.1 Aprendizagem de Adultos na Educação a Distância ... 26

2.2 Perfil do aluno da Educação a Distância ... 27

2.3 Perfil do educador da Educação a Distancia ... 30

2.4 Aprendizagem dos alunos da Educação a Distância ... 34

CAPÍTULO III - A EDUCAÇÃO DE ADULTOS NO BRASIL ... 36

3.1 Educação de Adultos no Maranhão ... 38

3.2 A Criação da Universidade Aberta do Brasil ... 40

3.3 Instalação dos polos da Universidade Aberta do Brasil ... 43

3.4 Função dos Polos de Apoio Presencial ... 44

3.4.1 Os Cursos de Formação de Adultos na Universidade Aberta do Brasil ... 46

CAPÍTULO IV - FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE EDUCADORES DE ADULTOS ... 49

CAPÍTULO V - CONTEXTUALIZAÇÃO METODOLÓGICA ... 53

5.1 Definição da problemática e objetivos da pesquisa ... 53

5.2 Delimitação e caracterização do campo da pesquisa ... 55

5.3 Opções metodológicas e técnicas usadas ... 57

(12)

9

6.1 Análise e coleta dos dados da coordenadora do polo... 61

6.2. Análise e coleta dos dados dos alunos/formandos ... 72

6.2.1 Curso de Pedagogia...72

6.2.2. Curso de Filosofia ... 81

6.2.3. Curso de Matemática e Administração Pública ... 85

6.3. Análise e coleta de dados dos orientadores/tutores... 90

CONCLUSÕES ... 107

REFERÊNCIAS ... 112

(13)

10

1 INTRODUÇÃO

A relação entre a sociedade e a universidade deve ser a melhor possível, para que a universidade possa provocar a comunidade a se envolver e participar da mesma e com isso motivar a mesma a estimular o desenvolvimento local e comunitário na região onde a instituição está localizada.

O desenvolvimento comunitário ocorre através de um processo de desenvolvimento socioeconômico que deve partir da população local e para que isso ocorra faz-se necessário que a universidade e a comunidade estejam interagindo sempre em busca de alternativas para o desenvolvimento das potencialidades daquela região.

Para a realização deste estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica que nos permitiu entender melhor sobre o tema, sendo necessária uma busca sobre as várias publicações sobre o assunto, tais como artigos, teses, livros e relatórios.

Este estudo se justifica pela necessidade de se entender e refletir sobre o relacionamento entre universidade e sociedade, especificamente nas estratégias de aproximação entre ambas para que possa haver desenvolvimento pessoal e comunitário. A Educação de Adultos atualmente está em destaque, mas como forma compensatória, já que o poder público não se preocupou muito com os milhões de analfabetos existentes no Brasil e no mundo, por isso mesmo vem criando alguns mecanismos para atrair os adultos à escola e as universidades estão desempenhando um importante papel nesta modalidade de ensino.

A EAD (Educação a Distância) é uma modalidade de ensino que está acontecendo há muito tempo e seus meios devem ser constantemente atualizados. Iniciou pelos cursos por correspondência passando pelo rádio, televisão, vídeo e com uma ferramenta mais poderosa chamada de computador juntamente com a telecomunicação, que amplia as possibilidades, com vantagens que se apresentam como resposta às dificuldades de lidar com o tempo e espaços, tendo em vista que grandes contingentes podem ser alcançados em diversas áreas e com custos reduzidos (NUNES, 2009). Com os computadores interligados à internet utilizamos a Teleconferência, Videoconferência, chats e várias outras atividades.

(14)

11 O uso da Internet com critério pode tornar-se um instrumento significativo para o processo educativo em seu conjunto. Sobre isso Vasco (2008, p. 13) diz que:

O desafio se traduz em aceitar que esses ambientes são compostos de um modo próprio de apresentação e representação do conhecimento, congregando diversos aportes tecnológicos como o informático, o audiovisual e o textual e, com base nisso, propor modos de aplicação que respondam às questões e necessidades pedagógicas da escola.

O autor em sua contribuição alerta que atualmente não existe mais como se fugir das tecnologias em favor da aprendizagem, portanto, se há modos mais fáceis de aprender, porque não utilizá-los? Nesse contexto a educação de adultos pode dar certo, sabe-se que o aluno na fase adulta tem sua história de vida e tem saberes que os educadores devem respeitar, entretanto, se utilizar os recursos tecnológicos em favor da aprendizagem significativa dos alunos poderá haver uma aprendizagem para os alunos da EaD, que são alunos adultos e vão à escola, à Universidade, em busca de mais conhecimentos e assim poder concorrer no mercado de trabalho com mais chances de sucesso.

O uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) vem sendo muito utilizado na educação, já que as mesmas estão presentes no dia a dia das pessoas, portanto, cabe à escola aproveitar os recursos tecnológicos disponíveis e encontrar estratégias de ensinar aos alunos para que essa aprendizagem seja significativa.

A Educação de Adultos é uma modalidade de ensino que requer que os seus educadores busquem formas dinâmicas de tornar sua permanência na escola algo bem proveitoso para suas vidas e tornar sua aprendizagem bem significativa, já que muitos adultos ao procurarem a escola buscam uma nova oportunidade de ser inserido no mundo letrado e também de alcançarem novas oportunidades de trabalho. Nesse contexto, cabe à escola colocar todos os recursos disponíveis para obter sucesso nessa tarefa de educar adultos. (Correa, 2007)

Nas últimas décadas o país tem se desenvolvido muito economicamente e a necessidade de mão de obra qualificada tem sido um dos grandes entraves, já que o índice de analfabetismo no Brasil assume proporções vergonhosas, além das reivindicações da sociedade civil organizada o poder público brasileiro está

(15)

12 começando a investir mais na educação de adultos, apesar de serem experiências ainda tímidas em relação ao contingente populacional que necessita de uma educação formal e não formal para serem inseridos no mercado de trabalho, terem seus direitos respeitados e viverem com dignidade.

A Universidade Aberta do Brasil (UAB) foi criada pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) em 2005, tendo como principal objetivo atender todos os professores da rede pública de ensino do país, pois até início deste milênio, mais de 60% dos docentes tinham apenas o Ensino Médio, e pior ainda uma grande maioria eram os chamados professores “leigos”, pois não tinham nem o Ensino Fundamental completo, e eram indicados por políticos para trabalharem nos povoados primeiro, depois quando se aproximavam as eleições novamente exigiam sua transferência para as cidades, para os políticos bastava que esses professores “leigos” soubessem ler e escrever bilhetes, ensinar as quatro operações, mas tinham muitos que nem isso sabiam. Face a esta situação e com a criação de outros programas governamentais, esses professores passaram a estudar e a maioria passou a ser professor “normalista”, isto é, o professor de nível médio, mas que tinha estudado algumas disciplinas como metodologia, psicologia e estagiado em uma escola durante uma semana sendo acompanhado pelo professor da classe ou do diretor da escola. (BRASIL, 2005)

Era esse o público-alvo da UAB na sua fundação, pois com o ensino a distância, era viável que um só professor ministrasse aulas para milhares de professores em tempo e locais diferentes, foi então que entrou em cena outro profissional da educação de adultos, o “tutor”, que deveria ser graduado e fazer um curso específico sobre as TIC, Novas Tecnologias da Informação e Comunicação, para atender presencialmente e a distância esses alunos em cada polo onde era instalada a UAB.

Ainda há inúmeros problemas com a educação de adultos no Brasil, entretanto, com a criação de vários polos da Universidade Aberta do Brasil, especialmente no estado do Maranhão, alguns desses problemas foram sendo sanados, já que o polo atende adultos de vários municípios e com os cursos que estão sendo ministrados, tais como o Curso de Técnico em Agropecuária e PROEJA (Programa de Educação de Jovens e Adultos), onde os jovens e adultos que não

(16)

13 concluíram o ensino fundamental estão tendo a oportunidade de fazer os dois cursos ao mesmo tempo. Sem falar que no primeiro semestre de 2015 vários professores irão se graduar.

O estudo da educação de adultos no polo de uma Universidade Aberta do Brasil no Maranhão ajudará a entender a importância na formação profissional dessa modalidade de ensino, já que as pessoas que procuram um polo da UAB para se inscrever num curso, fazer um vestibular ou se profissionalizar (aperfeiçoar), são pessoas que realmente desejam transformar suas vidas, a maioria não pode ou não teve oportunidade de concluir seus estudos e diante dos avanços tecnológicos entenderam que somente através de uma formação continuada, voltada para a área onde estão trabalhando ou pretendem trabalhar é que poderão modificar suas vidas profissionais para melhor.

Neste sentido, o polo de uma Universidade Aberta do Brasil-UAB no Estado do Maranhão atende os adultos do município onde está instalado o polo e de outros municípios vizinhos, trazendo oportunidade aos adultos daquela região de concluírem seus estudos. Muitos adultos conseguiram estudar uma especialização, um curso de aperfeiçoamento, uns concluíram ou estão concluindo suas graduações em Gestão Pública, Pedagogia, Matemática e Filosofia. Ainda tem um grande obstáculo, o número de evasões, que é muito grande, alunos se queixam de não saber lidar com tecnologias como o computador e internet, outros não conseguem acompanhar o ritmo dos estudos e ainda tem os que não se esforçam para conseguir.

Este trabalho tem como objetivo geral reconhecer a importância da formação profissional com a criação de um polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e em que medida os cursos poderão ajudar a melhorar a vida profissional das pessoas e da região. E seus objetivos específicos são: investigar qual o tipo de profissional que busca estudar esses cursos; identificar o perfil desses estudantes; analisar a atuação do educado de adultos na modalidade à distância; investigar quais os cursos e os benefícios que os cursos ofertados trouxeram à região, através de entrevistas aplicadas aos alunos ou ex-alunos, coordenador (a) e professores/tutores do polo da UAB (Universidade Aberta do Brasil).

(17)

14

CAPÍTULO I - PAPEL DAS UNIVERSIDADES NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMUNITÁRIO

Este capítulo destina-se ao estudo do papel da universidade no desenvolvimento social e comunitário da região onde a mesma está inserida, quais os desafios da instituição e da comunidade.

A Universidade é uma das instituições mais importantes, tem uma grande responsabilidade perante a sociedade e é uma daquelas a quem mais se têm exigido resultados positivos na comunidade onde a mesma se insere. As funções que lhe são atribuídas diversificam-se e atualmente não se espera apenas que ensine e investigue, pede-se que participe ativamente no mundo que a rodeia através da extensão. Exige-se maior participação da Universidade na resolução dos problemas na sociedade.

Para Loureiro, (1999, p. 4):

A problemática da relação entre Universidade e Sociedade tem vindo a ser discutida desde há muito tempo. Desde a formação daquela, na Idade Média, que se pede resposta para determinadas exigências às quais foi respondendo: as reflexões teológicas ocorridas no seu interior reflectiam, de algum modo, às preocupações intelectuais daqueles séculos (Marchetti, 1980:9). No entanto, a rapidez com que a mudança social se deu a partir da Revolução Industrial e, sobretudo, depois da 2ª Guerra Mundial e da década de sessenta, fez aumentar as expectativas da sociedade [...]

Dialogando com o autor, constata-se que a sociedade passou a exigir a participação da Universidade na resolução de seus problemas econômicos e sociais. Há muitas críticas, alguns autores alertam para o fato de que a relação entre a Universidade e Sociedade não funciona, outros como Simão, (1990:13) afirma que a Universidade continua alheada das necessidades das populações e do desenvolvimento agrário e industrial. Cristóvão e Portela (1992:11) defendem que a “ligação a que nos temos vindo a referir foi mais proclamada do que efetivada”.

Muitos alegam que a Universidade não tem a maleabilidade e o poder de adaptação necessário ao ritmo acelerado que as mudanças estão exigindo para o desenvolvimento da sociedade. Na verdade essa instituição tem sido desafiada cada vez mais para atender as exigências da sociedade. Mas há também os que defendem que a função da Universidade são o ensino e a investigação e tudo que

(18)

15 se afasta delas fará com que os reais objetivos universitários fujam e as mesmas fiquem sem rumo.

1.1 Conceito de Universidade

Segundo estudiosos as primeiras universidades surgiram na Idade Média à sombra da Igreja Católica como uma instituição organizada e homogênea baseada na cooperação entre professores e alunos, entretanto não há datas precisas sobre o surgimento das Universidades Medievais. Para Oliveira (1993:800-801), elas surgiram no século XII incluindo quatro áreas de “estudo”: Artes, Teologia, Direito e Medicina. Serrão (1983:11, 14-15) é da mesma opinião, porém alerta para o fato de a palavra designar uma comunidade de mestres e alunos na qual ocorria a transmissão do saber, mas sem o sentido de cooperação. São vários autores que estudam o surgimento das universidades, porém todos estão de acordo em relação à influência que as escolas “claustrais” da Igreja tiveram com o nascimento da Universidade.

De acordo com os estudos de Loureiro, (1999:8-9) a Universidade é uma organização complexa, que tem características próprias que a distingue das demais organizações e isto ocorre porque existe uma forte política na base das tomadas de decisões, com uma estrutura fragmentada e descentralizada, o que faz com que o poder esteja demasiadamente espalhado e isso provoca uma dificuldade em medir a produção na ação organizacional e não existem padrões de desempenho e compromisso com resultados.

Segundo Maechetti (1980:76-77), citado por Loureiro (1999:10), podemos afirmar a existência de duas grandes formas de ver a Universidade. De um lado, estão os que a consideram uma organização profissional, autossustentável a partir de princípios internos que determinariam a sua própria organização, para eles ela seria uma organização fechada, à qual os fatores externos não trariam alterações de funcionamento.

Outra forma de ver a Universidade é a que considera a Universidade como um sistema aberto e complexo, sujeito, por isso, a influências externas, vindas de outras instituições e da própria realidade a que se encontra ligadas. Esses autores

(19)

16 defendem que a Universidade atual só o será em plenitude se for cultural ou formativa, se técnica ou cientifica ao se ligar ao meio social e simultaneamente deixar que este participe de sua própria vida.

Para Nogueira, (2008. p.1):

A universidade existe para produzir conhecimento, gerar pensamento crítico, organizar e articular os saberes, formar cidadãos, profissionais e lideranças intelectuais. O desempenho dessas nobres e decisivas funções, porém, não é algo que se resolva no plano abstrato. Do mesmo modo que as demais instituições, a universidade está sempre historicamente determinada. Pode funcionar bem ou mal, cumprir com maior ou menor efetividade suas atribuições, ser mais ou menos admirada e respeitada. Ela não é perfeita nem inquestionável.

Diante do estudo desses teóricos, chega-se a um conceito de Universidade como uma organização complexa, cuja dinâmica é explicada por estímulos externos e internos e da qual se espera uma contribuição para o desenvolvimento onde está inserida, onde a sociedade aguarda resultados através de sua própria “produção”.

1.2 A função da Universidade

A universidade desempenha importantes papéis para o desenvolvimento humano, regional e sustentável na sociedade contemporânea. Ela tem a missão não apenas de possibilitar aos alunos a obtenção de um diploma, ofertar um curso de extensão ou formação técnica ou profissional para que a pessoa consiga um emprego e remuneração satisfatória, mas deve ser capaz de produzir novos conhecimentos e aplicá-los à realidade social, considerando a necessidade de ser acessível a toda a sociedade, em todos os níveis sociais para que haja inclusão social, exercendo tanto uma função social quanto política de desenvolvimento sustentável. (Luckesi, 1998)

A universidade tem o dever de retribuir o investimento que recebe da comunidade, desenvolvendo estudos, pesquisas e projetos de extensão compatíveis com as reais necessidades da população em benefício comum, ou seja, ela deve contribuir para solucionar os atuais problemas da sociedade. Outra função da universidade é auxiliar os alunos para que eles tenham uma opinião crítica diante da realidade social para que haja um avanço científico, tecnológico e cultural, isto é, a

(20)

17 universidade tem como função o dever de estar comprometida com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

As circunstâncias internas da instituição - seu corpo docente, sua estrutura administrativa, seus dirigentes, estatutos e tradições - incidem sobre sua imagem e seu desempenho. Em certa medida, cada época, cada sociedade e cada Estado tem a universidade que podem ter, por mais que a instituição universitária, por sua própria natureza, tenha luz própria e possa, justamente por isso, operar com alguma liberdade em relação às circunstâncias histórico-sociais que lhe estão na base. Não se trata de dependência ou limitação, mas de determinação, determinação essa de mudar a sociedade onde a mesma está inserida incentivando o desenvolvimento e o conhecimento científico.

Edificada no decorrer da evolução histórica, cuja origem remonta à Idade Média, a universidade se consolidou como um agregado de pessoas possuidoras de certas qualidades e unidas pela “missão” de produzir e transmitir conhecimento, acumular e disseminar pensamento crítico, formar outras pessoas, especialmente os jovens, formando cidadãos, profissionais e lideranças intelectuais capazes de promover uma mudança na sociedade.

A Universidade é uma instituição eminentemente social, cuja razão de ser é publicamente reconhecida e legitimada, já que a mesma tem que se reportar o tempo todo à sociedade e ao Estado, à cultura, à política e à economia, provocando desenvolvimento científico, social, econômico e cultural aos que nela estudam ou trabalham.

É sustentada pelos princípios da autonomia, do saber, da liberdade de expressão e da reflexão, a universidade é uma instituição como sujeito simultaneamente ativo e reativo. Tem a função de absorver demandas e expectativas sociais variadas, às quais precisa corresponder, e ao mesmo tempo agir para propor pautas e agendas, contribuir para a construção da autoconsciência social, alargar fronteiras culturais e submeter à crítica a realidade, as estruturas sociais e as relações de dominação. Por isso funciona melhor quanto mais republicana e democrática for, o Estado com o qual se relaciona.

(21)

18 Para Sefidvanh, (1994, p. 1):

Na universidade os estudantes não apenas recebem informações para serem instruídos, mas é o lugar onde eles procuram conhecimentos e estão sendo educados. [...] Na universidade o ensino e pesquisa são gêmeos inseparáveis. A universidade tem o papel de fazer principalmente a pesquisa básica através da qual surgem ideias que beneficiam o futuro do país e da humanidade.

A universidade recebe uma “delegação” da sociedade, que transfere a ela determinadas responsabilidades e incumbências. Tudo o que é humano lhe interessa e diz respeito, tudo o que há de mais típico nas épocas históricas e nas estruturas sociais reverbera em seu interior, dando a ela uma existência dinâmica e socialmente referenciada. Seus movimentos como instituição seguem as demandas e expectativas da sociedade, ainda que não se submetam passivamente a elas.

1.3 A extensão Universitária e o Apoio á Comunidade

A Universidade pode e deve contribuir para o desenvolvimento das comunidades que a rodeiam, em particular para o desenvolvimento da sociedade em geral. A Universidade deve optar pela concepção de desenvolvimento defendida por alguns teóricos pós-modernos, ou seja, aquela que defende o afastamento da ideia da existência de uma única forma de conhecimento, a científica, que afaste a intemporalidade de suas verdades e que desconfie das suas abstrações e generalizações, pois essas características do conhecimento moderno são as responsáveis pela destruição de formas de conhecimentos estranhas só pelo fato de serem, o eu significou um empobrecimento irreversível do horizonte e das possibilidades do conhecimento.

A Universidade se deseja realmente afirmar-se como instituição ligada à comunidade, terá que diretamente com ela e com outras instituições estabelecer parcerias, ou seja, se exige das Universidades que atuem de maneira harmonizada, aproveitando as potencialidades da comunidade, estabelecendo parecerias entre ambas para que haja corresponsabilidade na realização das ações. A parceria entre as Universidades e os diversos setores da sociedade, quer público ou privados permitirão desenvolver propostas para a melhoria da qualidade de vida, superando problemas sociais, tendo em vista o desenvolvimento da sociedade como um todo.

(22)

19 Há muitas regiões desfavorecidas que se caracterizam pela insuficiência de serviços, o que se constitui um elemento cerceador de seu desenvolvimento. A constituição de estratégias entre instituições pode ser uma solução para o reforço de dinâmicas locais, desde que esse processo seja efetivo e se dirija para as reais necessidades econômicas, sociais e culturais da comunidade onde está inserida.

A educação é a chave do desenvolvimento sustentável, autossuficiente – uma educação fornecida a todos os membros da sociedade, segundo modalidades novas e com a ajuda de tecnologias novas, de tal maneira que cada um se beneficie de chances reais de se instruir ao longo da vida. Devemos estar preparados, em todos os países, para remodelar o ensino, de forma a promover atitudes e comportamentos que sejam portadores de uma cultura da sustentabilidade.

É neste contexto que entram em jogo as Universidades, assim como todos os estabelecimentos de ensino superior, que assumem uma responsabilidade essencial na preparação das novas gerações para um futuro viável. Pela reflexão e por seus trabalhos de pesquisa básica, esses estabelecimentos devem não somente advertir, ou mesmo dar o alarme, mas também conceber soluções racionais. Devem tomar a iniciativa e indicar possíveis alternativas, elaborando esquemas coerentes para o futuro. Devem fazer com que se tome consciência dos problemas e das soluções através de seus programas educativos e dar, eles mesmos, o exemplo.

As universidades e equivalentes instituições de ensino superior formam as futuras gerações de cidadãos e possuem conhecimentos de especialidade em todos os campos da investigação, tanto em tecnologia como nas ciências naturais, humanas e sociais. Na verdade, as universidades são cada vez mais chamadas a desempenhar um papel preponderante no desenvolvimento de uma forma de educação multidisciplinar e eticamente orientada, de forma a encontrar soluções para os problemas ligados ao desenvolvimento. Elas devem, portanto, assumir um compromisso para com um processo contínuo de informação, educação e mobilização de todas as partes relevantes da sociedade. (Silva, 2011).

Para Silva, (2011, p. 119)

A extensão universitária é uma forma de interação que deve existir entre a universidade e a comunidade na qual ela está inserida, uma espécie de ponte permanente entre a universidade e os diversos setores da sociedade. Funciona como uma via de duas mãos em que a universidade leva

(23)

20

conhecimentos e/ou assistência à comunidade e recebe dela influxos positivos em forma de retroalimentação, tais como suas reais necessidades, anseios e aspirações. Além disso, a universidade aprende com o saber dessas comunidades.

A autora demonstra em suas palavras que a extensão universitária é uma forma de interação entre a universidade e a sociedade e que a mesma deve produzir conhecimentos, adquirir conhecimentos e propor soluções para o desenvolvimento social e comunitário.

1.4 Desenvolvimento Social e Comunitário

Um país só é desenvolvido socialmente quando seus habitantes tem qualidade de vida, para que se saiba se essa população tem um ótimo nível de vida é necessário comparar entre as populações de outros países para se avaliar o nível de desenvolvimento social de um país.

Ter qualidade de vida é ver a população atendida em suas necessidades básicas (alimentação necessária para atender os índices nutricionais mínimos, moradia, trabalho, assistência médica e hospitalar, saneamento básico, educação de qualidade, etc), em segundo lugar deve-se comparar o nível de vida da população deste país entre regiões. Como por exemplo: o nível de vida da população da Região Sudeste do Brasil, com o da população das Regiões Norte e Nordeste, neste sentido observa-se que o nível de vida da população nortista e nordestina é bem inferior à da população da região Sudeste. (Baquero, 2003)

Medir ou avaliar o desenvolvimento social de um país é muito complexo, mas pode ter conceito redefinido de acordo com cada situação e os índices sociais e econômicos poderiam ser usados como um meio de compreensão da realidade e não como um único instrumento de consideração ao se analisar a situação de vida da população de um país ou região, já que existe a questão cultural das populações de algumas regiões.

Nesse sentido vai o conceito de desenvolvimento social proposto por Righi, Paschee Akerman (2006, p. 11):

Promover o desenvolvimento social é refutar a ideia de que somente o crescimento econômico possa gerar melhorias nas condições de vida através da teoria do “gotejamento”, ou que, “só com o crescimento do bolo” é que se pode levar benefícios aos mais pobres. Com isso entende-se o

(24)

21

desenvolvimento não só como melhoria do capital econômico (fundamentos da economia, infraestrutura, capital comercial, capital financeiro, etc.) e do capital social (valores partilhados, cultura, capacidades para agir sinergicamente e produzir redes e acordos voltados para o interior da sociedade).

Nesse contexto, segundo os autores o desenvolvimento social não pode ser visto apenas o crescimento econômico para provocar melhores condições de vida, ou seja, entende-se que o desenvolvimento social é uma mistura de fatores como: infraestrutura, capital comercial e financeiro, valores compartilhados, cultura e capacidade de agir e produzir acordos voltados para o interior da sociedade.

A ideia de desenvolvimento comunitário surgiu no período pós-guerra com a divisão do mundo em blocos capitalistas e socialistas e no início da guerra fria, foi uma estratégia dos países capitalistas preocupados em garantir sua ordem social e teve como fundamento a ideia de que a pobreza tornava o povo vulnerável e receptivo à propaganda comunista e que a ajuda aos povos subdesenvolvidos poderia se reverter em benefícios econômicos aos EUA. A ação proposta de desenvolvimento comunitário consistia na implementação de programas de assistência técnica e social nos países pobres especialmente na América Latina.

Nos anos 50 a ONU (Organização das Nações Unidas) passou a divulgar o desenvolvimento comunitário como:

“processo através do qual cada povo participa do planejamento e da realização de programas que se destinam a elevar o padrão de suas vidas. Isso implica na colaboração indispensável entre os governos e o povo para tornar eficazes os esquemas de desenvolvimento viáveis e equilibrados” (AMMANN, 1981, p.147)

Nesse contexto, o desenvolvimento comunitário é um processo que exige a participação popular no planejamento das ações e programas que tem como objetivo elevar o padrão de vida das populações envolvidas nesse tipo de ação de desenvolvimento comunitário. O equilíbrio entre o governo e o povo é essencial para que esse desenvolvimento possa se tornar viável e equilibrado.

No Brasil os primeiros projetos de desenvolvimento comunitário se desenvolveram na década de 1940 com a realização de convênios na produção de alimentos, educação rural e industrial. Um dos principais projetos ocorreu na década de 1960, com o fortalecimento do Movimento de Educação de Base (MEB) originado pela Igreja Católica de Natal (RN) e encampado pela preocupação em ministrar

(25)

22 aulas e organizar as comunidades rurais para participarem melhor do desenvolvimento comunitário em suas localidades (Desenvolvimento Comunitário, Projeto BNDS, 1996, p. 6).

No Brasil o desenvolvimento social e comunitário

vem ocorrendo lentamente, porém neste século há mais mecanismos democráticos de participação popular, e os movimentos sociais, as ONGs (Organizações Não Governamentais) e sociedade civil têm contribuído muito para que a maioria desses projetos/convênios funcione, mesmo com muito desvio de recursos, há muitas coisas que estão melhorando na vida dos brasileiros.

O papel das universidades neste desenvolvimento social e comunitário é relevante, pois são elas que promovem ações voltadas para que ocorra esse desenvolvimento tão desejado por toda a população brasileira.

(26)

23

CAPÍTULO II - A EDUCAÇÃO DE ADULTOS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Este capítulo se destina a um estudo mais profundo sobre a Educação à Distância, uma das principais modalidades de ensino voltada para os alunos adultos e que é ministrada nos polos da Universidade Aberta do Brasil.

Objetivando analisar o tema com maior aprofundamento, é necessário que se faça um breve percurso histórico sobre a Educação a Distância (EaD), conhecendo sua história, para daí compreender como surgiu e como foi o seu desenvolvimento ao longo do tempo.

A EaD apresenta-se como uma modalidade educativa oferecida para as pessoas que não tiveram oportunidade de estudar na idade certa, ou por falta de oportunidades não puderam fazer uma graduação, além desse aspecto ainda há o de inclusão, pois muitas pessoas que residem na zona rural podem estudar qualquer curso, pois os gastos são bem menores e o aluno não necessita sair de sua casa para estudar. Desta forma, e tendo a classificação proposta por Loureiro (2008), trata-se de uma modalidade que pode ser, nestes casos, considerada incluída na educação compensatória de adultos.

Cronologicamente, a EaD teve início no século XVIII, quando foi oferecido um curso por correspondência em uma Instituição em Boston (EUA). No século XIX, a Europa e Estados Unidos passaram a oferecer mais cursos por correspondência. No início do século XX países como Austrália, Alemanha, Noruega, Canadá, França e África do Sul iniciam atividades educativas nessa modalidade. Entretanto, foi somente na segunda metade do século XX que a educação à distância se fortaleceu e começou a se estabelecer como uma modalidade de ensino que poderia ser a solução de problemas espaciais e temporais (Luzzi, 2007).

Na Inglaterra, em 1969, ocorre a abertura da British Open University, importante fato para a evolução e credibilidade da EaD, pois esse acontecimento veio com muitas inovações, tais como: maior comunicação entre alunos e professores, instalação do sistema de tutoria, encontros presenciais e envio de material didático com maior eficiência (Lima, 2013).

Em 1970, na Espanha houve a criação da niversidade acional de Educação a Dist ncia, surgindo com ideias atrativas para estudantes de graduação e pós-graduação do mundo inteiro, com grande parcela de alunos latino-americanos. a América atina, países como osta ica, enezuela, El alvador, é ico, hile,

(27)

24 Argentina, olívia e Equador também implantaram programas de Educação a Dist ncia (Lima, 2013).

Para Medeiros (2003) a EaD inclusive ficou dividida em diferentes etapas ou gerações, conforme apresentação abaixo.

Na primeira fase a educação a distância é vista como a geração textual (1890 a 1960), que se caracterizou pelo estudo por correspondência. Nessa geração a interação não existia, era baseada numa atitude isolada de autoaprendizagem apenas com o uso do material impresso. Geralmente era organizado em material impresso, o denominado “guia de estudos”, nele constavam os conteúdos a serem estudados, exercícios escritos e tarefas a ser realizadas e enviadas pelos correios, ao ser devolvida a atividade proposta, a mesma era corrigida por um instrutor. Nesta etapa, a EAD era voltada especialmente para uma parcela da população que não tinha outra possibilidade de acesso à educação e os principais instrumentos da EaD eram os materiais impressos e o correio. (Medeiros, 2003).

Veio então à geração analógica que iniciou no Reino Unido em 1969, com a instalação das Universidades Abertas, nessa fase, além do material impresso, havia interação entre professor e alunos, eram organizados encontros presenciais e já se contava com a ajuda de tutores para ajudar os alunos em suas tarefas. Além desses encontros, havia a transmissão dos conteúdos pelo rádio ou então através de gravação. Foi grande a contribuição dessa fase da EaD, já que entra em cena a Televisão, com seus recursos audiovisuais que já ajudavam melhor no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Nessa época o material impresso não perdeu sua importância, mas havia outros recursos para auxiliar muito mais na aprendizagem dos alunos.

A terceira geração surgiu a partir da década de 1990, quando os estudos passam a contar com a INTERNET, impulsionando a EaD, pois com o surgimento dessas tecnologias, havia maiores chances de se aprender mais, pois além do material impresso e correio, do rádio, televisão, tutoria, havia um computador interligado a rede de internet onde os alunos podiam efetuar pesquisas, assistir videoaulas, web conferências, participar de fóruns, chats, enviar e-mail para os professores, etc.

Neste processo, segundo Moran (2008) é importante reforçarmos a utilização de recursos que favoreceram grandemente a EaD. Abaixo listaremos alguns e identificaremos seu valor nesta modalidade.

(28)

25

 Material Impresso – constam os livros, apostilas, provas, exercícios escritos, é um dos principais recursos da EaD, pois sem estudos, leituras não há tecnologia que funcione, os livros são fundamentais no ensino aprendizagem;

 Correios – este instrumento continua ativo, apesar do advento da internet, os correios ainda são utilizados para transportar os equipamentos, os livros, as provas, etc;

 Rádio – atualmente não se utiliza muito o rádio, entretanto não se pode negar a importância que o mesmo teve e continua tendo nesta modalidade de ensino, ainda hoje se utiliza o rádio para se enviar recados ou avisos para alunos que residem distantes dos polos, especialmente aqueles que residem na zona rural;

 Televisão – ainda hoje a TV é uma ferramenta importantíssima na EaD, apesar de ter havido uma época (anos 1980 e início dos anos 1990) que ela era considerada a principal ferramenta, pois seus recursos audiovisuais permitiam uma melhor compreensão dos conteúdos estudados pelos alunos;

 Computadores ligados á internet – foi nos anos 1990 que a internet veio revolucionar essa modalidade de ensino sem descartar nenhum dos demais recursos já citados, apenas tornou mais viável a educação à distância, pois permite aos alunos maiores chances de aprendizagem, dentre as vantagens que a internet proporciona, estão: e-mail, web conferências, vídeo aulas, fóruns, chats, pesquisas, etc;  Há ainda DVDs, celulares, telefones, revistas, livros, todos ocupam um

lugar importante na EaD, um depende do outro para que se tenha uma educação de qualidade.

Moran (2008), ainda falando sobre a EaD como modalidade educativa, tece um importante comentário que queremos chamar atenção:

Na sociedade da informação todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicarmos, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social. Uma mudança qualitativa no processo de ensino/aprendizagem acontece quando conseguimos integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais. Passamos muito rapidamente do livro para a televisão e vídeo e destes para o computador e a Internet, sem aprender e explorar todas as possibilidades de cada meio (MORAN, 2008, p. 137).

(29)

26 O autor reforça o valor da EaD por destacar sua íntima relação com as tecnologias. No entanto, enfatiza a importância de conhecermos muito bem esta ferramenta, para não cairmos no modismo e não nos apropriarmos bem desta como aconteceu com outras tecnologias.

Nesta modalidade, a sala de aula é diferente das convencionais, pela associação de espaço/tempo que ultrapassa a ideia de espaço físico e tempo determinado. O significado que o termo assume atualmente enfatiza mais a questão da dist ncia enquanto “espaço” que ela seja contornada com a presença das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).

2.1 Aprendizagem de Adultos na Educação a Distância

A educação de jovens e adultos é hoje uma necessidade. A sociedade requer a formação continuada, ao longo da vida, por toda a vida, isto significa que o poder público tem de encontrar estratégias para colocar na escola os adultos e jovens que não tiveram oportunidade ou não quiseram estudar na idade adequada, para isso a EaD é uma alternativa, desde que o aluno saiba ler, escrever, ter uma certa noção de informática, com isso esses alunos poderão ir longe, ou seja, se graduarem, estudar uma pós-graduação ou até mesmo mestrado, além de poderem estar em contínua formação.

Para Moran (2000), na EaD não há uma concepção de educação específica, então é necessário investigar o que é mais viável em termos de orientação pedagógica para tornar viável a aprendizagem de alunos adultos, que é a maior demanda da EaD e a formação do indivíduo como um todo, para os dias atuais

Knowles (1977 p.21), afirma que "A teoria da aprendizagem de adultos apresenta um desafio para os conceitos estáticos da inteligência, para as limitações padronizadas da educação convencional...".

Foi proposta uma pedagogia para o ensino do aluno adulto, por Knowles na década de 1970: a andragogia, do grego antigo andros (adulto) e gogos (educar), que signnifica um caminho educacional específico para o adulto, como arte de ensinar aos adultos (OLIVEIRA, 2009).

(30)

27 Os princípios da andragogia formam um conceito da educação do ser humano que não deve ser restringido, mas sim ampliado. O termo andragogia está relacionado com educação de adultos, com aplicações em educação continuada e na graduação universitária.

Assim, a andragogia pode ser conceituada como a arte de ensinar aos adultos, que são pessoas com uma história de vida, possuindo experiência, um conhecimento que vem da realidade (escola da vida). Esse aluno ao entrar na escola busca desafios e soluções de problemas, que o ajudarão a melhorar suas vidas. Espera encontrar na vida acadêmica realização tanto profissional como pessoal, e aprende melhor e mais rápido quando o assunto é de seu interesse.

A aprendizagem dos alunos adultos está centrada na independência, na autogestão, para aplicação prática em sua vida, com utilidade no enfrentamento de desafios pessoais e profissionais, (Moran, 2000). A motivação e a experiência são fundamentais na metodologia de ensino/aprendizagem do aluno adulto. Isto significa que o educador de adultos deve procurar conhecer a realidade da vida de seus alunos, encontrar estratégias capazes de desafiar e estimular os alunos a aprenderem.

Seguindo esse raciocínio entra em cena a educação a distância, e sobre isso afirma Belloni (2009, p.33):

“EAD é uma metodologia desenhada para aprendizes adultos, baseado no postulado que, estando dada sua motivação para adquirir conhecimento e qualificações e a disponibilidade de materiais apropriados para aprender, eles estão aptos a terem êxito em um modo de autoaprendizagem”.

Diante da afirmação, pode-se constatar que a EaD deve permitir que esses alunos possam resolver problemas que enfrentam em seu cotidiano, a independência desses alunos faz com que seus professores façam o possível para que eles permaneçam em sala de aula, melhorem suas vidas profissionais e pessoais, por isso o educador de adultos tem uma grande responsabilidade, a de fazer com esse aluno aprenda mesmo cansado, permaneça na escola e fazer com que essa permanência ajude esse aluno em sua vida.

(31)

28 Os estudantes da EaD geralmente são pessoas adultas, com mais de 30 anos, trabalham fora de casa e não têm tempo ou condições financeiras de estudar em tempo integral, por isso mesmo, o perfil dos alunos da educação a distância são distintos de um aluno do ensino regular.

Para estudar um curso a distância é necessário que os estudantes da EaD sejam pessoas autônomas, com vontade de aprender, por isso mesmo destacamos aqui algumas características que complementam o perfil desses aluno:

 Organização de seu tempo;  Ter disciplina;

 Ter capacidade de aprender sem a presença física do professor;  Ter noção de informática;

 Interagir com professores, tutores e colegas, etc.

Organização de seu tempo: como os alunos da EaD são pessoas que, dispõem de pouco tempo, devem se organizar de forma a não atrapalhar sua vida profissional e familiar e poder estudar pelo menos uma ou duas horas diárias para ler o material impresso, assistir vídeo aulas, fazer suas tarefas e interagir com seus colegas, professores e tutores. (Correa, 2007).

Disciplina: a disciplina é algo indispensável ao aluno da EaD, estudar sozinho, sem a presença de alguém que cobra suas atividades, exige que o mesmo estude um determinado assunto é bem mais difícil do que para os alunos de cursos regulares.

Capacidade de aprender sem a presença do professor: para muitos alunos é algo muito difícil, é quase como se esse aluno fosse um autodidata, pois ainda estamos acostumados a fazer as coisas que nos mandam fazer, esse aluno deve ser alfabetizado, capaz de ler e interpretar o que leu e descobrir o que o professor deseja em determinada tarefa, eis um dos motivos das muitas evasões escolares, pois muitos não conseguem aprender sozinhos.

Noção de informática: outra característica essencial, a EaD é uma modalidade que necessita das Tecnologias da Informação e Comunicação para que os alunos consigam aprender, daí a importância do aluno saber lidar com computadores interligados à internet, saber digitar suas atividades, salvar e enviar arquivos, enviar e-mail para os professores, além disso necessita saber lidar com as outras mídias, como celulares, data-show, televisão, etc.

(32)

29 Interação: a interação também é algo fundamental nos cursos de EaD, sem ela o aluno não conseguirá ter sucesso, para tirar suas duvidas ele necessita saber se comunicar com os professores e tutores, conversar em chats e fóruns, comunicar-se com os colegas para tirar dúvidas ou discutir sobre determinado assunto, ou comunicar-seja, a interação também é importante demais em qualquer curso de EaD.

Tornaghi (2010, p. 12) afirma que:

[...] a aprendizagem envolve acesso a diferentes meios de informação e comunicação, atividade do aluno na produção de conhecimento, interatividade, cooperação, autoconhecimento e diferentes tipos de integração: teoria/prática; conhecimento prévio/novo conhecimento pessoa/profissional; cidadão/grupo social. (Tornaghi, 2010, p. 12).

Para o autor, os alunos da EaD devem aprender lidar com os mais diversos meios de comunicação, todos são adultos, possuem conhecimentos de vida, sua cultura e necessitam estar abertos aos mais diversos conhecimentos, novas culturas, sua prática vai melhorar através das aulas teóricas que o mesmo vai ter e seu conhecimento profissional consequentemente vai melhorar, só que para que isso ocorra faz-se necessário que este aluno consiga interagir com os docentes, tutores e colegas e adquira o hábito de ser cooperador.

Os cursos à distância são mais adequados para pessoas mais velhas, com maior capacidade de autogerenciamento. Normalmente, os jovens precisam do contato presencial mais frequente, pois necessitam de quem os oriente presencialmente, porém isso não significa que os jovens não possam estudar na educação a distância, há jovens que por não terem oportunidades de estudar num curso regular, optam pela EaD, e uma grande parcela desses jovens conseguem se destacar, pois esses não temem cometer erros como os mais velhos, que ficam temerosos de parecer ridículos, esses também dominam melhor as novas tecnologias.

Nos cursos a distâncias em Instituições credenciadas pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) existem os momentos presenciais, estes são fundamentais para que o aluno interaja melhor com seus colegas, com seu tutor presencial e troque experiências.

Tornaghi (2010, p. 12) ainda afirma que:

As sessões presenciais em um curso a distância possuem importância especial: são preparadas para potencializar as contribuições da comunicação direta, transcorrendo sob a orientação de um formador, previamente preparado, para torná-las grandes momentos de ensino e aprendizagem, no qual todos ensinam e todos aprendem.

(33)

30 Todos sabem que esses poucos momentos presenciais são de grande importância, neles os alunos estão diante de pessoas preparadas para tirar suas dúvidas, frente a seus colegas, que se veem raramente devido a natureza do curso, por isso tudo todos aprendem algo novo, até o tutor/professor, já que cada aluno é uma pessoa com uma história de vida e que pode trazer algo novo para todos.

Nesse contexto, cabe aos alunos da EaD buscarem novas formas de aprender, estarem abertos ao uso das novas Tecnologias da Comunicação e Informação, pois não importa a modalidade de ensino, se presencial ou a distância, o importante mesmo são os conhecimentos adquiridos, as conquistas que estes alunos poderão ter através de seus cursos, suas formações continuadas, suas graduações e até pós graduações, o diploma desses alunos não virá diferenciado dos demais e o mercado de trabalho ganha profissionais qualificados sem que os alunos tenham de deixar seus trabalhos para estudar, as famílias continuam com a presença física de seus pais/mães e com grandes perspectivas de mudanças em suas vidas. (Alonso e Allegreti, 2003)

2.3 Perfil do educador da Educação a Distancia

A arte de educar atualmente é colaborar para que professores e alunos transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. Cabe ao professor, especialmente ao educador da EaD ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional, no seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e profissionais e tornar-se cidadãos realizados e produtivos.

Para Belloni (2009, p. 81):

Em EaD como na aprendizagem aberta e autônoma da educação do futuro, o professor deverá tornar-se parceiro dos estudantes no processo de construção do conhecimento, isto é, em atividades de pesquisa e na busca da inovação pedagógica. (grifo da autora).

A autora afirma que o papel do educador da EaD é tornar-se um parceiro dos estudantes, ele não é mais o detentor do conhecimento, sabemos que cada aluno que opta por um curso a distância tem uma história de vida, seus

(34)

31 conhecimentos adquiridos fora da escola devem ser valorizados, por isso mesmo ele deve ser um mediador entre o aluno e o conhecimento.

Para Freitas (2010, pp. 335-362)

Hoje, o aluno traz para a escola o que descobre na internet para discutir com seus colegas e professor. Ele não vê mais o professor como um transmissor ou principal fonte de conhecimento, mas espera que ele se apresente como um orientador das discussões travadas em sala de aula ou mesmo nos ambientes online integrados às atividades escolares.

(...) A possibilidade de pesquisar, ler e conhecer os mais variados assuntos por meio da internet confere ao aluno um novo perfil de estudante, que exige um novo perfil de professor.

(...) Cabe ao professor estar atento a essa nova fonte de informações, para transformá-las, junto com os alunos, em conhecimento. O professor é parte inerente e necessária a todo esse processo, possui um lugar insubstituível de mediador e problematizador do conhecimento; ele aprende com o aluno.

Portanto, cabe ao professor, seja na EaD ou no ensino regular, se adequar à nova realidade, ou seja, entender que ele media o conhecimento, não é mais o que sabe tudo, o transmissor desses conhecimento, os alunos atualmente são mais autônomos e buscam através das mídias o que acham relevante aprender, além disso, gostam de debater e esperam que o professor seja o mediador desse conhecimento, isto é, temos um novo perfil de estudante e torna-se necessário que o professor tenha também um novo perfil.

Na EaD, o professor aprende com o aluno, ele planeja os conteúdos específicos do curso e os adéqua aos conhecimentos dos alunos, tornando-os sistematizados, esse desafio ao professor é bom, pois ele não pode e nem deve acomodar-se, dizer: “sou graduado”, por isso mesmo já estudei o suficiente para dar minhas aulas, ele deve está atento aos problemas mundiais ou os alunos falarão numa linguagem desconhecida para ele.

Atualmente o professor tem de ser pesquisador, deve saber lidar com as tecnologias, esse ainda é um dos grandes problemas educacionais, a resistência dos educadores em lidar com as novas tecnologias afinal vive num mundo globalizado, os alunos não entendem o professor quando ele não sabe lidar com essas tecnologias, pois elas transmitem as notícias em tempo real e os alunos estão atentos a tudo isso. (Valente e Prado, 2003).

Os alunos da EaD e também do ensino presencial não vêem mais o professor como o sabe-tudo, eles o enxergam como um parceiro que pode ajudá-los a sistematizar seus conhecimentos e ajudá-los no conhecimento científico, ou seja, um aprende com o outro.

(35)

32 Neste cenário de cursos de EaD, surge a figura do tutor, que geralmente é um professor, para cursos a distância nas Instituições de Ensino Superior vinculadas oficialmente ao Estado são dois os tutores que acompanham a aprendizagem dos alunos, que para Correa, (2007) que são:

 Tutor à distância ou tutor online que é aquele que tem acesso às notas, ou seja, aquele que corrige as atividades dos alunos; faz as intervenções online; envia e-mail, convoca os alunos para determinadas atividades, posta comentários nos fóruns, na verdade ele faz o papel de professor online;

 Tutor presencial, este é aquele profissional que em determinados dias da semana, previamente combinados com os alunos, está no polo de apoio presencial para ajudar os alunos, este também faz o papel de professor, só que presencial, mas também ajuda os estudantes em suas atividades, ensina como realizar uma pesquisa, aos alunos com mais dificuldades em informática ele ajuda-os inicialmente a manusear um computador, se conectar à internet, ensina enviar e-mail, anexar ou salvar um arquivo, aplica as provas, promove momentos de estudos e seminários.

Segundo Correa (2007, p. 85):

Nos últimos tempos, o trabalho da tutoria começa a se fazer cada vez mais presente nos ambientes acadêmicos, sobretudo quando está em pauta a discussão dos elementos essenciais na adequação do processo educativo. No entanto, é preciso rever e discutir o papel da tutoria como uma ação pedagógica necessária nas diversas etapas de uma proposta em EaD. Nesse sentido, cumpre pontuar e entender os conflitos enfrentados pela tutoria na busca de se adequar a um ritmo individual e coletivo de tempos e espaços curriculares, o que implica, a necessidade de desenvolver uma pedagogia que se alicerce em uma nova compreensão do processo educativo, exigindo das instituições formadoras e, consequentemente, da tutoria a a construção de novas competências para desenvolver propostas pedagógicas em EaD

A autora alerta que o trabalho de tutoria é complexo, esse profissional precisa desenvolver uma ação pedagógica que gere aprendizagem, o que nem sempre é fácil, já que os alunos da EaD, vivem em espaços diferentes e seu tempo também é diferente dos demais colegas, já que é essa flexibilidade que atrai os alunos aos cursos a distância. Outra dificuldade para o tutor é que os currículos não são elaborados por ele e sim pelos professores e coordenadores do curso e ter que se adaptar a esses currículos não é nada fácil, porém com esforço e criatividade muitos tutores conseguem desenvolver suas tarefas a contento e seus alunos aprendem muito com a ajuda desse “professor”, que nem sempre é valorizado.

(36)

33 Os professores da EaD devem lembrar que o aluno estuda sozinho, nesses casos, os textos produzidos devem considerar esse aspecto. Os textos produzidos devem atender as necessidades e demandas desta modalidade de ensino, de modo a fazer com que o aluno aprenda, por isso, deve encorajar e se “apro imar” dos alunos, isto é, as atividades devem ser uma forma de promover a aprendizagem.

Corrêa (2007, p. 31)alerta que para que isso ocorra é necessário:

- auxiliar os alunos levando-os a utilizar as informações abordadas no texto; - estabelecer o diálogo com os alunos;

- estimular e encorajar os estudantes ao desenvolvimento contínuo dos seus estudos (o que fazer e como fazer);

- capacitar os alunos a fazer intervalos de reflexão e de notação de conceitos e informações importantes;

- organizar o texto conforme a aprendizagem dos alunos, bem como o desenvolvimento de competências ou de capacidades.

Na citação acima se percebe pelo posicionamento da autora que ser um professor da EaD é uma tarefa que requer um cuidadoso planejamento, cada etapa dever ser levada em consideração, os alunos pelo fato de viverem em locais diferentes, com realidades e ritmos diferentes, as vezes torna-se difícil se desenvolver a contento, daí a razão das muitas evasões em cursos a distância.

O professor especialista e os tutores dessa modalidade à distância devem ser dinâmicos, não ficar muito tempo sem comunicar-se com os alunos, deve estar atento aos acessos e procurar se informar sobre a causa da ausência dessa falta de acesso, é uma forma de demonstrar que mesmo sendo a distância, esse aluno é importante, o aluno sente-se valorizado, as vezes quer desistir, mas o fato dos profissionais que atuam na área se preocuparem com ele o estimula e incentiva a vencer as dificuldades. ( Knuppel, 2013).

A formação, o envolvimento e o compromisso dos coordenadores dos cursos, dos professores e tutores no processo educacional da EaD é fundamental, repensando o processo ensino/aprendizagem. Considera-se importante ao professor conhecer as possibilidades metodológicas que as tecnologias trazem para trabalhar o conteúdo, através de atividades criativas, de um processo de desenvolvimento consciente e reflexivo do conhecimento, usando pedagogicamente os recursos tecnológicos, com perspectiva transformadora da aprendizagem escolar.

Uma das principais vantagens da EAD é a flexibilidade, característica que faz com que essa modalidade seja atrativa para os alunos que trabalham o dia inteiro e não conseguem estudar num curso regular e ao se falar em flexibilidade,

Referências

Documentos relacionados

The present study evaluated the potential effects on nutrient intake, when non- complying food products were replaced by Choices-compliant ones, in typical Daily Menus, based on

13 Assim, a primeira fase no momento da dispensa de um MSRM é a validação da receita, por isso, independentemente do modo de disponibilização da prescrição, a receita

Conclusão: a mor- dida aberta anterior (MAA) foi a alteração oclusal mais prevalente nas crianças, havendo associação estatisticamente signifi cante entre hábitos orais

O relatório encontra-se dividido em 4 secções: a introdução, onde são explicitados os objetivos gerais; o corpo de trabalho, que consiste numa descrição sumária das

Os principais resultados obtidos pelo modelo numérico foram que a implementação da metodologia baseada no risco (Cenário C) resultou numa descida média por disjuntor, de 38% no

Classificação, em etapas silvigenéticas Machado & Oliveira-Filho, 2008a, dos 19 fragmentos de florestas estacionais da região do Alto Rio Grande MG, tendo como base a porcentagem

(...) o controle da convencionalidade em sede internacional seria um mecanismo processual que a Corte Interamericana de Direitos Humanos teria para averiguar se o direito

A acção do assistente social não se fundamenta em intuições ou suposições sobre a leitura e diagnóstico do problema em análise /estudo, suporta-se no método que orienta