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Capítulo 3 - Projecto Prático – Livro (de actividades) para massajar a Imaginação

3.3 Apresentação do projecto prático

3.3.1 Livro de actividades - estrutura e conteúdo

3.3.1.2 Opções Semânticas

Sendo este um livro de actividades, a imagem é mais dominante do que o texto, tal como nos livros ilustrados para crianças. Como mencionou Linden (2011) “A diversidade do livro ilustrado é reflexo não apenas da liberdade estrutural de que desfruta, mas também das influências cruzadas do livro com ilustração e B.D., constituindo dois pólos de enquadramento da imagem” (p. 44). O livro de actividades que apresentamos é composto maioritariamente por imagens associadas, ou seja, imagens que não são nem “totalmente independentes nem solidárias por completo” (Ibid., p. 45) e que estão ligadas por uma continuidade plástica ou semântica (fig. 33). Digamos que as imagens associadas se afirmam num meio caminho entre os outros dois tipo de imagem – as imagens isoladas “no sentido em que apresentam separadas umas das outras, sem se avizinharem no espaço da dupla página”

(Ibid. p. 44) e as imagens sequenciais, compostas por várias imagens articuladas sequencialmente e que partilham características icónicas e semânticas.

Tipo de diagramação (relações entre texto e imagem)

Novamente e tal como nos livros ilustrados, neste livro de actividades existem várias possibilidades de organização das imagens e do texto. Como refere Linden (2011) embora estes tipos de organização não sejam fáceis de classificar “proponho identificar alguns desses tipos, que devem ser percebidos antes como “pólos” para os quais tendem as produções, e não como categorias estáveis e fechadas” (p. 67). Assim, podem existir 4 tipos de diagramação: a dissociação (fig.32) onde há uma “alternância entre página de texto e página com imagens” (Ibid. p. 68); a associação (página do lado direito da fig. 38), o tipo de diagramação mais utilizada em livros ilustrados, onde o texto e a imagem convivem na mesma página; a compartimentação (página do lado esquerdo da fig. 32), que se aproxima da B.D., onde o espaço da página ou da dupla página é composto por várias imagens emolduradas e o texto (quando existe) situa-se dentro de balões ou perto das molduras; e a conjunção (fig. 33 ou página do lado direito da fig. 51), onde há uma “mescla de diferentes enunciados no mesmo suporte” (Ibid. p. 69) e onde “os enunciados ficam entremeados, e não justapostos, e os textos, de modo literal, integram a imagem. Sejam elas visuais ou verbais, as mensagens revelam-se conjunta e globalmente” (Ibid.).

Mensagens linguísticas e mensagens visuais

Em muitas das composições exigem mensagens linguísticas e mensagens visuais que tornam a imagem mais rica de significados. Existem vários exemplos, principalmente na 1ª parte do livro, onde o texto é apresentado como uma imagem, como é o caso da dupla página da mala de ferramentas (fig. 33) em que o texto é apresentado de forma compartimentada como se de ferramentas se tratasse.

Por outro lado existem mensagens visuais que contribuem com mais significados, nomeadamente na página que retrata as correntes artísticas (página do lado esquerdo da fig. 36) onde foi usada uma moldura que faz referência ao suporte onde são exibidas as pinturas, e onde o texto foi colocado por baixo da imagem com o intuito de fazer lembrar a legenda de um quadro. Do mesmo modo, na actividade que apresenta os balões e que convida o leitor a escrever pensamentos e diálogos que marcaram o seu dia (página do lado esquerdo da fig. 51) são utilizados símbolos reconhecíveis por quem está familiarizado com a linguagem utilizada na B.D., pois um símbolo (segundo a teoria geral dos signos, em particular os estudos realizados por Charles Pierce) é algo que representa um objecto graças a uma convenção, e só as pessoas que a conhecem a saberão interpretar, tal como a linguagem ou a sinalização rodoviária. Neste caso são utilizados balões – os espaços da vinheta próprios para colocar as falas ou pensamentos das personagens e que têm o bico apontado para o emissor - de fala,

pensamento e fala em voz alta. Do mesmo modo, na actividade que convida o leitor a registar os seus rituais de Domingo, a ideia foi que a disposição dos rectângulos fizessem lembrar um story-board (fig. 48). Os quadrados que surgem sobrejacentes a cada rectângulo, servem para colocar o número de cada cena (que muda sempre que há uma alteração de tempo ou lugar). De qualquer modo, não é algo que impeça a realização desta actividade, e o quadrado pode também servir para indicar a ordem pela qual deve ser lida a imagem. Assim, há actividades que poderão não comunicar plenamente com o leitor, pela falta de conhecimento deste, embora consideremos que quem se interessar por este livro, conhecerá a maioria destes símbolos.

A plasticidade do texto

Ao escolher uma fonte tipográfica, é necessário considerar a sua história, as suas conotações actuais e qualidades formais (LUPTON, 2004) – neste caso optámos por escrever o texto manualmente reforçando assim o carácter manual dos livros de actividades (bem como dos diários gráficos).

Na primeira parte do livro há uma grande plasticidade nas mensagens linguísticas, onde “o texto procura, visualmente, dar conta do seu significado” (LINDEN, 2011, p. 94) como é o caso da dupla página que apresenta as várias tipologias do desenho (fig. 26), a página que apresenta as correntes artísticas da pintura (página do lado esquerdo da fig. 27) ou a página que apresenta a frase de Paula Sher (fig. 43). Neste último exemplo, a forma como o texto está escrito vem reforçar o significado da mensagem - “Demorei alguns segundos a desenhar isto, mas demorei 34 anos a aprender a desenhar isto em alguns segundos”. A dificuldade que o leitor sente ao ler a frase reforça a ideia de que para se desenhar correctamente é necessário praticar muito (e isso leva o seu tempo), por isso o facto de a leitura não ser imediata foi propositado. Para intensificar esta ideia cada letra foi desenhada e apagada várias vezes, fazendo assim alusão à importância do erro como forma de aprendizagem na disciplina do desenho.

CONCLUSÃO

Durante o processo de realização do projecto prático, foram realizados alguns testes que nos ajudaram a perceber se o texto/imagem eram perceptíveis. O livro de actividades foi apresentado a 22 pessoas, sendo que 12 tinham formação artística e as restantes não, e mediante as suas reacções/objecções foram realizados alguns ajustes no texto e na imagem, pois percebemos que usámos alguns termos e símbolos demasiado específicos e apenas entendíveis por quem fosse da área artística. O grupo de pessoas a quem foi apresentado o livro de actividades reagiu de forma positiva e demonstrou interesse na sua realização. De um modo geral valorizaram os aspectos pedagógicos do livro de actividades e o facto de estas serem transversais a vários temas, permitindo-lhes ter uma noção daquilo que foram/gostavam/planeavam/imaginavam e daquilo que são hoje. Algumas pessoas (maioritariamente as que não possuem formação artística) referiram que seria uma boa forma de começar a desenhar, pois por vezes têm vontade mas não sabem por onde começar, o quê e como desenhar. Houve também quem mencionasse que seria interessante realizá-lo em diferentes fases da sua vida (para perceber o quanto mudou, ou não) e quem comentasse que seria curioso ver a mesma actividade realizada por diferentes autores (algo que também já havíamos pensado e que consideramos igualmente interessante).

Ao longo da realização do projecto prático eliminámos algumas actividades. Umas por razões estéticas, por considerarmos que a sua composição não fazia sentido e não encaixava na grelha definida inicialmente e outras por razões temáticas, pois existiam actividades com temas similares. Inicialmente estava também prevista a inclusão de diferentes tipos de papéis no final do livro para que o leitor pudesse experimentar desenhar em diferentes superfícies (folhas quadriculadas, pautadas, com diferentes texturas, cores, opacidades e espessuras). Porém esta ideia foi abandonada, por um lado pelo facto de o livro final ficar menos dispendioso e por outro por consideramos que, sob o ponto de vista estético/gráfico, após páginas sucessivas preenchidas, que conduziram o leitor, era necessário equilibrá-las apresentando algo que fosse oposto ao que tinha sido até aqui apresentado. Tal como mencionado anteriormente, um dos objectivos do livro de actividades era fazer com que o leitor sentisse vontade em iniciar uma prática constante no seu diário gráfico e que deixasse de se sentir desconfortável ou inibido perante páginas em branco. Por isso pareceu-nos adequado confrontar o leitor com o diário gráfico mais usual – com páginas em branco. De uma forma geral os objectivos foram cumpridos, nomeadamente a pesquisa de informação e análise deste tema, pois adquirimos e aprofundamos conhecimentos relativos a este género de livros (livros impressos que incentivam a prática do desenho, facultam ideias acerca do que registar e estimulam a criatividade); compreendemos a razão que torna a disciplina do desenho uma ferramentas essencial na aprendizagem de outras disciplinas “pois serve para ajustar a vista e fazer flexível a mão” (Rousseau, apud BORDES, 2001, p. 507) e contribui para desenvolver capacidades de construção diagramáticas úteis nas mais variadas situações e áreas de trabalho; entendemos porque motivos pode o livro de actividades contribuir para estimular a prática do desenho, ao facultar ideias sobre o que desenhar e as várias formas de o

representar; e por fim compreendemos e explicamos de que modo é que o registo diário do desenho nos representa e reflecte aquilo que somos, pois ao registarmos o que nos motiva, ao olharmos devagar e ao mergulharmos profundamente nas formas (João Catarino)33, escolhemos as linhas que nos cozem à realidade (Filipe Leal Faria)34 através de registos que representam a nossa forma de estar/apreender no/o mundo. Relativamente aos objectivos operacionais, devemos referir que não é ainda possível avaliar o sucesso (ou insucesso) do livro no mercado, pois ainda não foi apresentado a editoras - algo que será feito brevemente. Este é um trabalho sem conclusão imediata pois abriu novos caminhos de investigação sobre um tema actual que está em crescente desenvolvimento. Esperamos que o livro de actividades possa suscitar a curiosidade do leitor para o uso de novas formas de representação e ensinar de forma lúdica. Em última instância esperamos que o leitor comece a fazer do registo do desenho uma prática constante, pautando a sua vida e organizando a sua história naquele que (por vezes) é o melhor companheiro de viagem.

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http://diariografico.com/htm/outrosautores.htm 34

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ANEXOS

Fig. 1 – Olympia, Edouard Manet, 1863

(http://www.sedefscorner.com/2011/05/gauguin-and-cezanne-revisit-manets.html)

Fig. 2 – Nu azul, Matisse, 1952

Fig. 3 – da série Desenhos Habitados, Helena Almeida, 2004 - fotografia

(http://dasartesplasticas.blogspot.pt/2008/01/helena-almeida-lisboa-portugal-arte.html)

Fig. 4 – da série Pintura Habitada, Helena Almeida, 1975 - tinta acrílica sobre fotografia (http://dasartesplasticas.blogspot.pt/2008/01/helena-almeida-lisboa-portugal-arte.html)

Fig. 5 – da esquerda para a direita e de cima para baixo: William Kentridge (Stereoscope), Raymond Pettibon (título desconhecido), Robin Rhode (He Got Game ) e Kara Walker (Grub for Sharks: A Concession to the Negro Populace)

Fig. 6 – The pillow book of Sei Shonagon, 1991

Fig. 7 – desenhos de Leonardo da Vinci (Estudo para a cabeça de Leda de 1505-7, estudos do braço mostrando os movimentos feitos pelo biceps de 1510 e projeto para uma máquina de vôo de 1488)

(http://www.drawingsofleonardo.org/)

Fig. 8 – Página de um dos diários de Lewis and Clark (1803-1806)

Fig. 9 – A carroça de feno, John Constable, 1821

(http://abstracaocoletiva.com.br/2012/12/20/john-constable-biografia/)

Fig. 10 – diário gráfico de Eduardo Salavisa (http://diariografico.com/htm/viagem00.htm)

Fig. 11 – diário gráfico de Richard Câmara (http://richardcamara.blogspot.pt/)

Fig. 12 – diário gráfico de Maira Kalman

Fig. 13 – diário gráfico de Enrique Flores

(http://travelsketch.blogspot.pt/2007/07/enrique-flores-sketches-everywhere.html)

Fig. 14 – diário gráfico de Edward Hopper (http://diariografico.com/htm/outrosautores.htm)

Fig. 15 – diário gráfico de Eugene Delacroix (http://diariografico.com/htm/outrosautores.htm)

Fig. 16 – diário gráfico de Pedro Salgado

Fig. 17 – diário gráfico de Manuel João Ramos

(http://diario-grafico.blogspot.pt/2008_04_01_archive.html)

Fig. 18 – diário gráfico de Le Corbusier

Fig. 19 – diário gráfico de Pablo Picasso

(http://diariografico.com/htm/outrosautores.htm)

Fig. 20 – diário gráfico de Frida Kahlo

Fig. 22 – Finger Paintings, Jorge Colombo

(http://www.jorgecolombo.com/fingerpaintings/index.htm)

Fig. 23 - David Hockney, 2012, pinturas realizadas no ipad e que estiveram expostas no Museu Guggenheim em Bilbao

(http://www.nytimes.com/2012/05/18/books/david-hockney-a-rakes-progress-by-christopher-simon-sykes.html?_r=0)

Fig. 24 – Keep our secrets de Jordan Crane, 2012

Fig. 25 – Nova Iorque em pijarama de Michael Leblond e Frédérique Bertrand, 2012

Fig. 28 – The Scribble Diary, Lisa Currie, 2012

http://www.amazon.com/Scribble-Diary-Brain-Right-Now/dp/0399537457/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1370976855&sr=1-1&keywords=The+Scribble+Diary

Fig. 29 - Fill in the Blank: An Inspirational Sketchbook, Vahram Muratyan e Elodie Chaillous, 2012

Fig. 30 - Drawing Your Life: Learn to See, Record, and Appreciate Life's Small Joys, Michael Nobbs, 2013

(http://www.barnesandnoble.com/w/drawing-your-life-michael-nobbs/1111307200?ean=9780399161131)

Fig. 32

Fig. 34

Fig. 36

Fig. 38

Fig. 40

Fig. 42

Fig. 44

Fig. 46

Fig. 48

Fig. 50

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