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4.3 ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

4.3.3 Matriz SWOT

4.3.3.3 Oportunidades

Segundo Embrapa (2020) e IBGE (2019), o Brasil é o segundo maior produtor de carne de frango do mundo, com uma produção em 2019 estimada e 13,355 mil toneladas, representando cerca de 5,72 bilhões de cabeças abatidas. Apesar da produção de aves no país já ser extremamente grande e das incertezas decorrentes da situação com o Coronavírus, ainda há a perspectiva de crescimento dessa produção nos próximos anos. De acordo com Ipea (2020), devido ao fato de que haverá uma queda na renda domiciliar, as famílias irão substituir proteínas mais caras por produtos como carne de frango e ovos. Sendo assim, a previsão deste instituto para 2020 é que o PIB decorrente da pecuária de aves cresça cerca de 3,9% enquanto a pecuária bovina deve cair 6%. Ademais, a política externa adotada pela Ministra da Agricultura Tereza Cristina é promissora, buscand o a abertura de novos mercados e desenvolvimento dos mercados existentes. Conforme Avinews (2020), somente em março de 2020 onze ações de abertura ou ampliação de mercados foram concretizadas junto ao Ministério da Agricultura.

No tocante ao mercado de leite, ainda segundo o IPEA (2020), o PIB agropecuário referente a venda de leite deve crescer em 2,3% no ano de 2020. De acordo com a Scot Consultoria (2020) , devido ao Coronavírus houve uma procura maior por produtos como leite longa vida, muçarela, creme de leite, entre outros. Ao mesmo tempo, a demanda por queijos, achocolatados, leites fermentados e leite em pó são prejudicadas pela situação devido ao

fechamento de restaurantes e escolas. Consoante Embrapa (2019) e ABLV (2018) , o Brasil é atualmente o terceiro maior produtor de leite do mundo com cerca de 32,3 bilhões de Kg de leite produzidos no território nacional. Todavia, o Brasil ainda se mantém como um importador de lácteos devido à ainda baixa produtividade e ao “custo Brasil”. O país ainda tem um potencial grande de expansão da produção com a possibilidade de se tornar um exportador, uma vez que aqui tem-se abundância dos fatores de produção (terra, capital, trabalho e tecnologia).

Como já explorado no tópico 4.2.1.2.1, devido à cadeia integrada da produção de frangos e ao mercado extremamente concentrado, os grandes abatedouros são importantíssimos como potenciais clientes. Deste modo, a cada novo cliente de grande porte que a Atid conseguir, há o potencial de vender milhares unidades a mais do KlorVet e AtVet. Assim sendo, o esforço de venda desses dois produtos é muito menor, pois deve-se criar um relacionamento de fornecimento com poucas empresas. Em contrapartida, a possibilidade de realizar parcerias com laticínios e as necessidades para difundir o nome do BlueVet são bastante distintas. A fim de ganhar a escala desejada, as vendas do BlueVet devem atingir cerca de 156 mil estabelecimentos produtores de leite nos 8 estados priorizados, e para atingir essa capilaridade com os produtores de leite não é tão simples quanto na cadeia de frangos já que a cadeia não é integrada. Neste âmbito, a parceria com grandes laticínios e a participação em eventos de produtores ou associações empresariais relacionadas são importantíssimas para tornar o BlueVet conhecido pelos seus potenciais consumidores. Além disso, para atingir esse tipo de capilaridade nos estados selecionados é possível utilizar também revendedores de produtos agropecuários dessas regiões, com o revés de que, evidentemente, o preço final do produto para o consumidor final ficaria maior devido a margem de lucro que o revendedor terá em cima do produto.

A parceria com os laticínios poderia funcionar de um modo que essas grandes empresas poderiam dar abertura para a Atid divulgar o BlueVet na sua rede de fornecedores. Os grandes laticínios tipicamente têm o chamado “dia de campo”, o qual é um dia dedicado à capacitação técnica e a exposição de novas tecnologias e cond utas comerciais para produtores de leite. Nesses dias pode haver a apresentação de novos produtos e tecnologias que possam ajudar os produtores a produzir leite de maneira mais eficiente. Logo, a Atid pode negociar algum tipo de contrapartida para os laticínios a fim de expor o BlueVet nesse tipo de evento. Em adendo, a fim de divulgar o produto, também é possível buscar parcerias com cooperativas regionais e fazer publicidade em revistas e sites especializados.

No final de 2018 o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabeleceu novas regras com relação à qualidade do leite dos produtores brasileiros (Instruções Normativas 76 e 77). Segundo Senar Paraná, Faep e Sindicato Rural (2019) essas regras entraram em vigor em setembro de 2019 e, dentro dos parâmetros de qualidade alterados, estabelecem que o leite coletado das vacas devem ter uma contagem bacteriana total (CBT) máxima de 300 mil UFC/mL e uma contagem de células somáticas (CCS) máxima de 500 mil CS/mL. A CBT especifica a quantidade total de bactérias no leite cru, enquanto a CCS identifica a quantidade de leucócitos no úbere, o que pode representar uma inflamação no úbere caso a CCS esteja acima de 200 mil CS/mL. O produtor ou laticínio que não cumprir com esses parâmetros pode cumprir uma série de penalidades estabelecidas pelo MAPA. Essa diretriz governamental e estabelecimento desses parâmetros de qualidade é extremamente benéfica para a Atid pois o BlueVet é efetivo tanto para a redução da CBT quanto da CCS. Por conta dessa exigência governamental, tanto grandes laticínios quanto os produtores de leite têm interesse em produtos que garantam a redução de CCS e CBT para dentro dos parâmetros estabelecidos pelo MAPA.

O fato de os produtos serem importados de Israel é um fator positivo para a imagem da Atid e dos seus produtos. De acordo com Israel Trade And Investment Brazil (2018), Israel possui um dos melhores índices mundiais de educação e satisfação de vida entre seus cidadãos, uma das menores taxas de desemprego do mundo (5%) e faz parte da OCDE. O país é o número 1 em patentes médicas per capita, em startups fora do vale do silício, em doutores per capita e país número 3 em empresas de tecnologia listadas na Nasdaq. Além da imagem positiva, conforme exposto pela Câmara Israel-Brasil de Comércio e Indústria (2010) desde 2010 está em vigor o Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e Israel, o qual desde então vem promovendo uma expansão do comércio entre os países. Para a Atid esse acordo é relevante pois a empresa não terá de pagar imposto de importação para os produtos. Tratando- se ainda de benefícios fiscais, o estado de Goiás tem um programa chamado Produzir o qual oferece redução da alíquota de ICMS. Devido a maneira como a Atid foi registrada a empresa já está enquadrada no programa, o que é um fator relevante para a formação do preço final do produto.

O Acordo entre Mercosul-UE que foi concluído no dia 28/06/2019 e está previsto para entrar em vigor entre 2021 e 2023 tem possíveis efeitos distintos para a produção

nacional de frango e leite. Segundo Agência Senado (2019) e Milkpoint (2019), esse acordo terá efeitos benéficos para a exportação da carne de frango ao liberar cotas anuais de exportação de 480 mil toneladas sem tarifas, porém provavelmente terá um efeito negativo para os produtores nacionais de leite. Isso acontece pois a Europa possui grande tradição nesse segmento e tem uma indústria de leite e laticínios mais competitiva que a brasileira, e o acordo prevê uma liberação gradual de cotas de importação de queijos, leite em pó e fórmula infantil livre de tarifas.

Um aspecto qualitativo, mas que pode beneficiar os produtos de desinfecção em geral é a crescente conscientização das pessoas com relação à importância da higienização e desinfecção devido à pandemia de Coronavírus. Isso pode fazer com que a população exija que produtores e indústrias agropecuárias passem a se preocupar mais com procedimentos de higienização na sua cadeia de suprimento. Caso isso ocorra, pode haver um aumento de demanda com relação aos produtos desinfetantes em geral., ainda que o desinfetante não seja focado no controle desse vírus em específico.

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