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1) Admite-se o controle abstrato de constitucionalidade de leis orçamentárias.

2) No Brasil, é utilizado o orçamento denominado programa, por meio do qual os recursos se relacionam a objetivos, metas e projetos de um plano de governo.

3) No orçamento base zero, há vinculação com aquele realizado no exercício anterior. 4) Não se aplica, no ordenamento brasileiro, o princípio da anualidade orçamentária.

5) O princípio da universalidade se refere ao mandamento de que só pode existir um orçamento para cada ente da federação em cada exercício financeiro, independente da complexidade de sua organização.

6) Os recursos legalmente vinculados a determinada finalidade, quando não utilizados no exercício em que ocorreu seu ingresso, ficam disponíveis ao atendimento de qualquer objetivo de interesse público.

7) De acordo com o entendimento do STF, não é possível o depósito do salário ou remuneração do servidor público em instituição financeiro privada, pois, embora não seja disponibilidade de caixa, o salário deve ser depositado em instituição financeira oficial, nos termos da CF.

8) As receitas dos tributos não podem ser vinculadas por expressa vedação constitucional. 9) No ordenamento brasileiro vigora a proibição absoluta da transposição, remanejamento ou transferência de recursos de uma categoria de programação para outra.

10) As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que vinculadas a fundos específicos, ficarão depositadas em conta separada das demais disponibilidades de cada ente.

11) Os créditos suplementares são aqueles destinados a despesas com programas ainda não inclusos na LOA.

12) Apenas os créditos extraordinários são excetuados do requisito da existência de recursos disponíveis.

13) O ciclo orçamentário não se confunde com o exercício financeiro.

14) O projeto das leis orçamentárias é um verdadeiro dever do executivo, e a sua omissão constitui crime de responsabilidade do Presidente da República.

15) É constitucional lei estadual que amplia os limites máximos fixados na LRF para gastos com despesas de pessoal pela União, Estados/DF e Municípios.

Respostas

1) Verdadeiro. O STF decidiu que é possível a impugnação, em sede de controle abstrato de constitucionalidade de lei orçamentária, lei de diretrizes orçamentárias e lei de abertura de crédito extraordinário (informativo 817 STF). Vale ressaltar, no entanto, que se terminar o exercício financeiro a que se refere a lei sem que a ADI tenha sido julgada, haverá perda superveniente do objeto.

2) Verdadeiro. As espécies de orçamento são: (a) tradicional – era aquele ligado apenas ao aspecto contábil, desvinculado da atenção às reais necessidades da coletividade e da administração; (b) de desempenho – apenas autoriza as despesas pelos produtos finais a obter, com ênfase limitada ao resultado, sem qualquer vinculação a um programa ou vinculação entre planejamento e orçamento; (c) programa.

3) Falso. Conforme lições de Harrison Leite, o orçamento base zero ou por estratégia, técnica de planejamento, ocorre quando todo o recurso solicitado é criticamente analisado e justificado no início de cada ciclo orçamentário, não se utilizando o orçamento anterior como parâmetro. 4) Falso. O princípio da anualidade orçamentária se refere ao intervalo de tempo em que se fixam as despesas e se estimam as receitas, qual seja, um ano, coincidente com o exercício civil. Diz-se que tal princípio existe no ordenamento pátrio porque, mesmo havendo lei orçamentária com vigência de 4 anos (PPA), bem como uma lei com vigência superior a um ano (LDO), todas essas leis convergem para a aplicação do instituído na LOA, que é de um ano. Destaca-se que não se confunde com a antiga anualidade tributária (não mais existente) e com a anterioridade tributária.

5) Falso. O enunciado trata do princípio da unidade. O princípio da universalidade afirma que todas as receitas e todas as despesas governamentais devem fazer parte do orçamento, sem qualquer exclusão.

6) Falso. LRF, Art. 8°. (…) Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. Em outras palavras, mesmo que o arrecadado não seja gasto no mesmo exercício financeiro, estará vinculado à sua finalidade para utilização em exercício diverso.

7) Falso. Em 2012, o STF (ARE 837.677 MA) afirmou que o depósito dos salários e remuneração dos servidores públicos em instituição financeira privada não havia nenhuma violação ao art. 164, §3º, porquanto não se enquadraria no conceito de disponibilidade de caixa (dinheiro não afetado a determinado fim).

8) Falso. As receitas dos impostos! (art. 167, IV da CF). Isso porque a vinculação da receita de todos os impostos dificultaria em grande escala a concretização do plano de governo, haja vista que toda a receita já teria sido direcionada pelo legislativo, violando a separação dos poderes. Destaca-se que existem exceções previstas pela própria CF.

9) Falso. É permitido desde que haja autorização legislativa (art. 167, VI da CF). 10) Verdadeiro. Art. 43, §1º da LRF.

11) Falso. Os créditos adicionais podem ser: (i) suplementares – destinados a reforço da dotação orçamentária já existente, tendo vigência limitada ao exercício em que foram concedidos; (ii) especiais – destinados a despesas com programas ainda não inclusos na LOA; (iii) extraordinários - destinados a atender despesas imprevisíveis e urgentes em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública.

12) Verdadeiro. Apenas os créditos suplementares e especiais dependem da existência de recursos disponíveis (art. 43 da Lei 4320/64).

13) Verdadeiro. O ciclo orçamentário é um conjunto de etapas que não se adstringem a um exercício financeiro.

14) Verdadeiro. Art. 10, 1 da Lei 1.079/50.

15) Falso. O STF decidiu que é inconstitucional (informativo 817 STF).

DISCURSIVAS

(PGE-PR 2a fase) É possível a penhora de faturamento em sede de execução fiscal?

Pode abranger os valores relativos aos honorários advocatícios?

Sim, de acordo com a jurisprudência do STJ, é possível existir penhora sobre faturamento na execução fiscal. O Tribunal já decidiu que existem alguns requisitos a serem observados, são eles: a) esgotamento das vias ordinárias para obtenção de bens; b) nomeação de depositário/administrador para gerir os recursos arrecadados; c) fixação de percentual que não inviabilize a atividade da empresa.

Vale ressaltar que em alguns julgados, o Tribunal considera o percentual de 5% como justo, não existindo problemas quanto a continuidade da empresa. Já em relação aos honorários

advocatícios devidos, o Tribunal também entende que seja possível, já que a penhora, em execução fiscal, engloba toda a execução.

(PGM-Curitiba 2a fase) Quais são os fundamentos da desapropriação? Justifique

sua resposta.

Inicialmente, cumpre destacar que a desapropriação pode se fundamentar em diferentes aspectos: a) constitucional; b) infraconstitucional e c) político. No plano constitucional, diversos artigos fundamentam a intervenção supressiva da desapropriação, tais como o Art. 5º, inciso XXIV, artigo 182, parágrafo 4º, inciso III, artigo 184, parágrafo 2º, artigo 216, parágrafo 1º, e artigo 243, da Constituição da República de 1988.

No âmbito infraconstitucional, temos a utilidade pública, necessidade pública e interesse social ( Decreto-lei nº 3365/41 e 4132/62), a lei da reforma agrária (8629/93) e emissão na posse ( Decreto-lei 1075/70). Por fim, os fundamentos políticos são a supremacia do interesse público, função social da propriedade e domínio iminente sobre os bens.

(Direito Civil) Contrato de “vaca-papel”. Ocorrência e consequências (Questão

discursiva)

De forma bem direta, contrato vaca-papel é o nome dado à “simulação de contratos entre parceiros agrícolas”.

É que, via de regra, eles ocultam a ocorrência do mútuo feneratício (empréstimo de dinheiro a juros) com valores, de forma parecida com o fenômeno da agiotagem.

De modo simples: um parceiro-proprietário simula entregar ao outro, parceiro- arrendatário, certa quantidade de gado, cem cabeças, por exemplo. O outro parceiro obriga- se, após determinado prazo (três anos, por exemplo), a entregar a mesma quantidade de gado acrescida de vinte e cinco a cinquenta por cento. Contudo, não há entrega de gado pelo parceiro-proprietário, mas simples entrega de dinheiro, correspondente àquelas cem cabeças, originalmente devidas.

Assim, além de não haver a entrega das vacas objeto da parceria, o que caracteriza simulação, a taxa de juros cobrada do parceiro-arrendatário excede os limites da Lei de Usura.

Tanto que, o que acontece na jurisprudência dos Tribunais?

Limita os juros cobrados ao percentual permitido:

PELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA INCERTA. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO. CITAÇÃO VÁLIDA EM AÇÃO EXECUTIVA ANTERIORMENTE PROPOSTA. ALEGAÇÃO DE SIMULAÇÃO. VACA-PAPEL. OCORRÊNCIA. APLICAÇÃO DAS NORMAS LEGAIS AO CONTRATO DE MÚTUO. SENTENÇA REFORMADA. SUCUMBÊNCIA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO 1. Verifica-se dos autos que houve interrupção do prazo prescricional quando da propositura da primeira ação executiva e respectivo embargos à execução, cujo trânsito se deu em 14 de junho de 2012. Diante dessa realidade, interrompida a contagem do prazo prescricional, não há falar em prescrição na hipótese dos autos. 2. Do conjunto probatório tem-se por evidenciada simulação de contrato de parceria pecuária, bem como a entabulação de contrato a título de mútuo feneratício, devendo prevalecer, para todos os efeitos, obrigação com as mesmas características, ou seja, incidência de juros remuneratórios de 12% ao ano, sem capitalização, mais correção monetária e, no caso de inadimplência, o acréscimo de juros moratórios de 12% ano. 3. Ante a sucumbência, condena-se a parte apelada ao pagamento de honorários advocatícios, arbitrados em 10% do proveito econômico auferido (correspondente à diferença entre o valor da execução em trâmite e o valor efetivamente devido), nos termos do art. 85, § 2º, do CPC. (TJMS; AC 0800378-48.2013.8.12.0036; Quinta Câmara Cível; Rel. Des. Sideni Soncini Pimentel; DJMS 09/10/2018; Pág. 117)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. PARCERIA PECUÁRIA. SIMULAÇÃO. CONTRATO DE MÚTUO. “VACA PAPEL”. JUROS DE 6% (SEIS) POR CENTO AO ANO. CORREÇÃO MONETÁRIA PELO IGPM-FGV. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. MANTIDOS. SENTENÇA CONFIRMADA. RECURSOS CONHECIDOS E NÃO PROVIDOS. Comprovada a simulação do contrato, o qual na verdade é contrato de mútuo (vaca papel) e não de arrendamento pecuário, devem ser aplicadas as regras do mútuo, de acordo com as determinações do Decreto-Lei nº 22.626/33 e os artigos 1.062 e 1.262 do Código Civil de 1916, fazendo incidir sobre o débito juros de 6% ao ano e correção monetária pelo IGPM Não merece reparo a verba honorária fixada de forma equitativa, observando-se os requisitos contidos no artigo 20, § 3º, do Código de Processo Civil. (TJMS; APL 0143063-32.2007.8.12.0001; Rel. Des. Sérgio Fernandes Martins; DJMS 21/07/2017; Pág. 154)

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