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Para a organização e análise dos dados optou-se pela Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011). Tal opção constituiu-se pela possibilidade de alcançar satisfatórios resultados na investigação do objeto de estudo, permitindo assim a obtenção da compreensão da realidade que está sendo pesquisada, por meio da estruturação de categorias, que foram organizadas a partir de etapas propostas neste método de análise.

A Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011, p. 48) tem como finalidade:

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitem a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) dessas mensagens. Na Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011) são apresentadas fases distintas que resultam posteriormente nas categorias que serão discutidas. As fases apresentam-se sistematizadas em três momentos distintos: 1) pré-análise; 2) a exploração do material; 3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação (BARDIN, 2011, p. 125).

A primeira fase a pré-análise, se refere à leitura flutuante do material coletado, retirando informações análogas de maneira exaustiva, não desprezando nenhuma informação. Outro fator importante corresponde à escolha dos documentos, sendo os mesmos selecionados a partir das questões norteadoras da pesquisa, amparadas nas questões problemáticas que orientam e delimitaram o objeto de pesquisa (BARDIN, 2011).

Desta forma, a opção foi por seguir as regras para constituição da Análise de Conteúdo levantadas por Bardin (2011), as quais seriam: regra da exaustividade, não sendo desprezando nenhum dado; regra da homogeneidade em que os documentos seguem alguns padrões estabelecidos como correspondência, evitando dados muito individuais; regra da pertinência em que os documentos devem estar coadunados com os objetivos da pesquisa.

Nesse seguimento, o momento da pré-análise concedeu a organização dos dados, permitindo levantar algumas hipóteses que inicialmente puderam indicar elementos que se propunha a investigar, realizando assim, o encaminhamento da fase final da pesquisa, período compreendido pelo tratamento dos resultados, permitindo a inferência e interpretação dos dados (BARDIN, 2011).

Por meio da exploração do material coletado e do referencial teórico proposto na pesquisa, conduziu-se a codificação e classificação da análise, período em que ocorreu a conversão de dados brutos coletados na pesquisa por meio das observações das aulas, dos dados das entrevistas e das respostas dos questionários. Tais dados foram primeiramente organizados em unidades, realizando recortes no texto a partir da designação da temática edificada na pesquisa, originando assim as categorias elaboradas para posterior análise e discussão.

Os dados obtidos nas entrevistas foram organizados a partir de classificações que atendiam ao propósito da investigação, identificar os saberes e conhecimentos docentes dos professores para a tematização do esporte nas aulas de EF dos anos finais do ensino fundamental. As observações permitiram captar informações que contribuíram na interpretação da realidade estudada, analisar os saberes e conhecimentos utilizados pelo professor para tematizar o esporte nas aulas de EF dos anos finais do ensino fundamental. Todos os dados coletados apresentaram especificações de aspectos relacionados ao objeto de estudo, surgindo assim às categorias agrupadas de acordo com semelhanças para posteriormente serem analisadas. O questionário aplicado aos alunos possibilitou verificar a origem dos conhecimentos dos alunos sobre o esporte, bem como obter informações básicas sobre os escolares.

A fase de inferência permitiu a interpretação das informações coletadas amparadas no referencial teórico proposto. A inferência corresponde à conclusão por meio do exercício lógico de mensagens captadas dos sujeitos da pesquisa por meio da coleta de dados, obtida por meio de duas etapas a “[...] descrição (a enumeração das características do texto, resumida após o tratamento) [...] a interpretação (a significação concedida a estas características) [...]” (BARDIN, 2011, p. 45). Fase que pretendeu respaldar as ideias e discernimentos evidentes, através do exercício útil dos efeitos que irão gerar credibilidade na pesquisa.

3.4.1 As categorias de análise

De forma a condensar o vasto número das questões obtidas relacionadas ao tema da pesquisa, utilizou-se o processo de categorização, que consiste em “[...] uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto por diferenciação e, em seguida, por reagrupamento segundo o gênero (analogia), com os critérios previamente definidos” (BARDIN, 2011, p. 147). Nesse processo as categorias facilitam o tratamento do pesquisador em relação aos dados, permitindo evidenciar conceitos que realmente irão contribuir com a pesquisa, por meio da ordenação dos dados resultantes da coleta de dados.

Portanto, para concretizar a elaboração das categorias houve a articulação “[...] entre os pressupostos teóricos do estudo e os dados da realidade” (LÜDKE; ANDRÉ, 2014, p. 55). Desta forma, buscou-se focar o estudo no objeto de pesquisa e nos fundamentos teóricos em que a investigação está amparada, a partir dos resultados dos dados obtidos por meio dos instrumentos de coleta (observação, entrevista, questionário) realizaram-se enumerações e ordenações que deram origem as categorias de análise (BARDIN, 2011).

Analisando os dados obtidos por meio das observações das aulas de EF, com um roteiro pré-estabelecido, porém considerando-se as várias situações observadas que foram registradas no diário de campo (APÊNDICE I), das entrevistas por meio das transcrições da fala dos professores, para a qual se utilizou um guia de temáticas para orientar o encaminhamento da entrevista (APÊNDICE II), sendo também considerada a análise das respostas contidas no questionário aplicado aos alunos(APÊNDICE III).

Os dados coletados tiveram como propósito sustentar as discussões e análise para identificar e analisar os saberes e conhecimentos docentes para a tematização do esporte nas aulas de EF dos anos finais do ensino fundamental, bem como os conhecimentos dos alunos sobre o esporte. As análises e discussões foram articuladas ao referencial teórico que subsidia o estudo.

As categorias a seguir são decorrentes dos dados coletados por meio das entrevistas com os professores e das observações das aulas de EF das turmas dos 8º e 9º anos do ensino fundamental, resultando numa melhor interpretação dos dados. Foram elaboradas cinco categorias: categoria I – A influência do esporte na escolha profissional e formação inicial; categoria II – Críticas sobre a gestão do Estado em relação às escolas e a disciplina de Educação Física; categoria III – A mídia como recurso para o desenvolvimento do esporte nas aulas de Educação Física; categoria IV – A origem dos conhecimentos dos alunos sobre o

esporte; categoria V – Os saberes e conhecimentos docentes dos professores de Educação Física.

As categorias foram estabelecidas a partir da análise do material coletado, dos objetivos elencados e das questões norteadoras presentes na problemática da pesquisa. A seguir serão abordadas as discussões realizadas em cada uma das categorias.