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A análise dos dados é útil para converter os dados coletados em conhecimento, ou seja, em informações relevantes para a tomada de decisão. Entretanto, antes da análise, faz-se necessário um minucioso trabalho de codificação e organização dos dados coletados. Nesta pesquisa, os dados foram tabulados e analisados com o auxílio do software STATISTICA 6.0 (STATSOFT, 2001).

Após a organização, inicia-se o processo de análise de dados. Para realizar tal atividade, o pesquisador dispõe de duas opções básicas: a estatística descritiva e a estatística inferencial (HAIR et al., 2005). No presente trabalho, foram realizados ambos os tipos de análise.

A análise descritiva foi usada com o intuito de caracterizar algumas das questões em estudo, como o perfil do gerente de compras, as organizações investigadas, a base de fornecedores, o relacionamento empresa-fornecedor, bem como outras particularidades dos processos de seleção e avaliação de fornecedores em prática na indústria brasileira de alimentos. Já a análise inferencial foi aplicada para explorar e esclarecer as relações existentes entre as variáveis estudadas, assim como para testar as hipóteses geradas.

Os testes de hipótese são técnicas estatísticas utilizadas para testar a veracidade das ideias formadas pelo pesquisador (BARBETTA et al., 2005), que neste trabalho foram formuladas durante os processos iniciais de revisão bibliográfica e levantamento das hipóteses, descritos nos itens 3.1 e 3.2. O ponto de partida para essa análise é a definição da hipótese nula (H0), aceita como verdadeira até ser provado estatisticamente o contrário, e da

hipótese alternativa (H1), aceita quando há evidências suficientes para a rejeição da hipótese

nula.

A análise estatística dos dados amostrais fornecerá as evidências necessárias para julgar uma hipótese nula como verdadeira ou falsa. Esse julgamento é realizado com base no nível de significância que representa a probabilidade de se rejeitar a hipótese nula quando, na verdade, ela é verdadeira, erro do Tipo I. Para este trabalho, foi adotado o nível de significância 5%, como é comumente adotado (BARBETTA et al., 2005). Isso significa que, se em algum dos testes for obtido um valor p>0,05, não há provas suficientes para se rejeitar a hipótese nula e aceitar a hipótese alternativa como verdadeira.

Após a definição do parâmetro de decisão representado pelo nível de significância, é preciso selecionar o teste estatístico mais adequado para as variáveis em análise. Para avaliar

as associações entre as diversas variáveis do estudo, foram utilizados diferentes testes que diferiram de acordo com os tipos das variáveis em análise e o atendimento dos pressupostos exigido por cada teste. Para a comparação entre uma variável nominal e outra ordinal ou intervalar, foi utilizado o teste de Mann-Whitney. As relações entre os dados no mínimo ordinais foram apuradas por meio do coeficiente de correlação de Spearman, enquanto o coeficiente de correlação de Pearson foi aplicado na verificação das relações entre as variáveis intervalares. Algumas variáveis ainda foram comparadas com os valores de referência mediante a aplicação do teste-t para uma única média.

O teste de Mann-Whitney é um tipo de teste não paramétrico, no qual não há suposição quanto à distribuição das variáveis e é usado para comparar a posição central de duas populações (BARBETTA et al., 2005). Já os testes de correlação medem numericamente o grau de relacionamento entre duas variáveis (HAIR et al., 2005). Enquanto o teste de correlação de Pearson mensura a associação linear entre duas variáveis métricas, o teste de correlação de Spearman é uma alternativa nos casos em que não há uma relação linear ou a escala utilizada na coleta de dados tiver sido nominal ou ordinal. Por fim, o teste-t para uma única média ou teste de significância univariado é útil para comparar uma proposição sobre uma característica da amostra em relação a um padrão previsto ou conhecido (HAIR et al., 2005).

Aplicou-se, além desses, o teste de análise fatorial comum associado ao coeficiente Alfa Cronbach. Segundo Hair et al. (2005), a análise fatorial comum usa apenas as variáveis comuns para derivar uma solução fatorial, sendo frequentemente utilizada para verificar a representação de um único construto. Ressalta-se que, para a aplicação do teste, é preciso ter um tamanho mínimo de amostra de cinco vezes o número das variáveis analisadas. Por tal razão, o teste foi aplicado em questões com no máximo quatro variáveis. O Alfa Cronbach é um tipo de teste de confiabilidade, aplicado para avaliar a coerência interna de um construto (Hair et al., 2005).

Conforme foi dito anteriormente, os testes de correlação foram empregados para medir a força do relacionamento existente entre duas variáveis. Os coeficientes de correlação resultantes dessas análises podem variar de -1,00 a +1,00, em que o zero significa a inexistência de uma associação. Os valores negativos indicam uma relação inversa e os valores positivos uma relação de mesma direção. As conclusões sobre a intensidade das relações foram baseadas na Tabela 3.1 de regras práticas sobre o valor do coeficiente de correlação constituída por Hair et al. (2005).

Tabela 3.1- Regras práticas sobre o valor do coeficiente de correlação

VARIAÇÃO DO COEFICIENTE FORÇA DE ASSOCIAÇÃO

±0,91 – ±1,00 Muito forte

±0,71 – ±0,90 Alta

±0,41 – ±0,70 Moderada

±0,21 – ±0,40 Pequena, mas definida ±0,01 – ±0,20 Leve, quase imperceptível

4 ANÁLISE DESCRITIVA

A pesquisa investigou as ferramentas e técnicas para a seleção e avaliação de fornecedores na indústria brasileira de alimentos, tendo como base uma amostra de 23 empresas. Os dados foram coletados entre maio e agosto de 2009 por meio de questionários eletrônicos, cujas questões foram divididas em 6 seções: informações gerais, englobando o perfil do gerente e da empresa, o perfil dos fornecedores da organização, o relacionamento entre a empresa e seus fornecedores, o processo de seleção, os critérios de seleção e o processo de avaliação de desempenho.

As questões abordadas em cada uma dessas seções foram detalhadamente analisadas. Os resultados encontrados por meio das estatísticas descritivas são descritos e discutidos seguindo-se a mesma estrutura do questionário.

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