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O processo de análise de dados teve como base a análise de conteúdo proposta por Bardin (2010), por ser uma referência atual em análise de conteúdo, o que não impede de também se fazer uso de outros autores. A técnica foi utilizada com o intuito de responder aos questionamentos levantados neste estudo e alcançar os objetivos traçados. Para conceituar análise de conteúdo, Bardin (2010) afirma que consiste em

[...] um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens. [...]. A intenção da análise de conteúdo é a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção (ou

eventualmente, de recepção), inferência esta que recorre a indicadores (quantitativos ou não). (BARDIN, 2010, p. 40).

Vale destacar, com base em Freitas, Cunha Jr. e Moscarola (1997), que a análise de conteúdo consiste em uma metodologia refinada, a qual demanda dedicação, paciência e tempo do pesquisador, visto que, além de se apoiar em dados como um estudo teórico, por exemplo, deverá também utilizar sua intuição, imaginação e criatividade, sendo necessário, assim, haver disciplina, perseverança e rigor por parte do pesquisador. Por sua vez, Chizzotti (2008, p. 98) afirma que a análise do conteúdo visa “[...] compreender criticamente o sentido das comunicações, seu conteúdo manifesto ou latente, as significações explícitas ou ocultas”.

Ressalto que, para que fosse possível o desenvolvimento da análise de conteúdo, foi utilizado o software NVivo12, da empresa QSR Internacional, com o intuito de obter apoio para catalogação e organização dos dados das bases analisadas: mensagens veiculadas no fórum do Edmodo, complementadas pelas interações realizadas no WhatsApp. Os dados coletados do WhatsApp foram organizados a partir de uma opção que o aplicativo oferece, chamada “Exportar conversa”. Isso permitiu também que todas as mídias compartilhadas pelo grupo durante os diálogos pudessem ser guardadas.

O NVivo12 permite importar documentos, imagens, textos, áudios e filmes para um projeto criado no ambiente desse software e, com isso, categorizar (criar “nós”), criar mapas de palavras e outros tipos de mapas. Sempre que necessitar, o pesquisador dispõe de todos os seus dados a mão com fácil acesso e uso. Esse

software é de licença paga e a versão que foi utilizada foi a de estudante, com

validade por um ano.

Nesta pesquisa, o software NVivo12 foi utilizado por permitir organizar os dados, consultar frequências, fazer agrupamentos conforme os conceitos em análise emergiam, levantar hipóteses e estabelecer relações entre seus dados. Gonçalves (2015) explica que, ao acessar a plataforma do NVivo12, o pesquisador precisa, inicialmente, criar seu projeto de trabalho, abrindo uma área em que possa desenvolver diferentes ações, desde a exploração do tema trabalhado até a importação de fontes de pesquisa para formação do banco de dados. O pesquisador, a partir da ferramenta, pode exportar resultados em formas de tabelas,

mapas de nuvens, árvores de palavras, entre outros. Para que se tenha melhor noção sobre as possibilidades para exploração de um tema a partir do NVivo12, a Figura 5, a seguir, apresenta um fluxograma, que mostra as atividades realizadas por meio do software, que também foram adotadas nesta pesquisa.

Figura 5 - Caminhos possíveis com uso do NVivo12 para exploração de um tema

Fonte: Adaptada pela autora de Gonçalves (2015, p. 56).

Dessa forma, como se verifica, o uso do softwareNVivo12, nesta pesquisa, possibilitou a exploração dos dados de modo que pudéssemos alimentar o sistema com os registros sobre diálogos on-line ocorridas no fórum do Edmodo e interações registradas no WhatsApp. Isso permitiu a categorização desses dados, bem como criar mapas de palavras e árvores de palavras e acessar as informações pertinentes nas fontes de dados para possibilitar a exploração e a análise qualitativa dos dados.

É importante registrar que, de acordo com Moreira, Soares e Paulo (2008), o mapa conceitual é uma forma de organizar ideias, informações e dados que facilita a construção e a organização do conhecimento, a aprendizagem, além de promover a aprendizagem significativa. O mapa conceitual tem a função de representar relações significativas. Por sua vez, a árvore de palavras, conforme Queiroz (2010), apresenta de forma resumida uma quantidade imensa de informações buscadas em

diversas fontes, de forma a facilitar a visualização da parte exata que está sendo exibida e indicar a quais ramificações essa parte está relacionada.

No ambiente do software NVivo12, foi criado o projeto denominado Rede de

Pesquisa Colaborativa Universidade Escola, no qual se inseriram os dados que

permitiram gerar mapas de palavras. Exemplo disso é o mapa dos diálogos entre os participantes ocorridos na primeira etapa do referido projeto no espaço de interação do Edmodo, conforme mostra a Figura 6:

Figura 6 – Amostra de mapa elaborado com software NVivo 12 a partir das mensagens veiculadas no

Edmodo, Etapa I

Fonte: Elaborada pela autora com auxílio do software NVivo 12 (2018).

Os dados organizados em relação ao mapa de palavras veiculadas no fórum do Edmodo são apresentados no Quadro 7 que segue, que traz o número de vezes em que as palavras foram empregadas.

Quadro 7 – Amostra de sistematização de palavras que aparecem com o respectivo número de repetições, referente ao mapa de palavras exemplificado na Figura 6

Fonte: Elaborado pela autora com auxílio do software NVivo 12 (2018).

Esse quadro retrata a quantidade de vezes que as palavras foram citadas no fórum da plataforma Edmodo na Etapa I do projeto.

A seguir, apresento, na Figura 7, como exemplo, uma árvore de palavras que emergiu a partir dos diálogos ocorridos no fórum da Etapa I do projeto e as devidas ligações da palavra alunos no contexto da conversa.

Figura 7 – Amostra de árvore de palavras

Fonte: Elaborada pela autora com auxílio do software NVivo 12 (2018).

A árvore de palavras é gerada a partir de um software, no caso, o NVivo12, para o qual as mensagens a serem analisadas foram importadas. Esse software permite a visualização de diferentes contextos nos quais cada palavra aparece nos textos.

Com relação aos procedimentos éticos adotados nesta investigação e, de acordo com a Resolução No 466, de 12 de dezembro de 2012 (BRASIL, 2012), o projeto de pesquisa elaborado por mim foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) por intermédio da Plataforma Brasil, para apreciação. Ele foi aprovado em 5 de outubro de 2017, com o Parecer No 2.317.420 (Anexo A). Também, como exigido, os pesquisados, professores e pesquisadores, assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A).

Nesse contexto, para concluir este capítulo, é importante enfatizar que tanto foram gerados e analisados mapas de nuvens como traçadas árvores de palavras, que mostram as relações entre os dados e os agrupamentos em conceitos emergentes, conforme analisado no capítulo a seguir.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Este capítulo traz a análise e a discussão dos dados. Busco responder às perguntas de pesquisa com base na fundamentação teórica e foco na formação da CoP, na rede, na colaboração e na coaprendizagem.

Assim, a análise e a discussão desenvolvem-se no sentido de identificar como se constituiu a CoP na Rede de Pesquisa Colaborativa Universidade Escola, tendo em vista responder às seguintes perguntas de pesquisa:

· Quais características da CoP foram contempladas?

· Quais intervenções pedagógicas impulsionaram a constituição da rede entre os participantes?

· Que ações impulsionaram a colaboração e a coaprendizagem entre os participantes?