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4.2 Análise de dados

4.2.8 Organização do trabalho: Turnos

As questões relacionadas com os turnos de trabalho abrangem aspetos ligados com as pausas ao longo dos turnos de trabalho, o descanso durante um turno, o cansaço psicológico e o cansaço físico no final de uma jornada de trabalho. Poder-se-á referir que estes aspetos estão diretamente conectados com as tarefas e a sua organização, nomeadamente no que concerne ao ritmo de trabalho e à repetitividade de tarefas.

A Figura 24 evidencia que a grande maioria dos trabalhadores inquiridos consegue fazer pausas ou descansar em qualquer turno de trabalho. No entanto, verifica-se que o descanso ou a realização de pausas durante o turno da tarde são mais propícios que no turno da manhã, existindo também um grupo considerável que refere conseguir fazer pausas ou descansar durante o turno da manhã.

Figura 24 – Descansar ou fazer pausas durante o turno de trabalho

Comparando o ritmo de trabalho elevado em cada turno com a possibilidade de fazer pausas ou descansar, constata-se, como o demonstra a Figura 25, que em ritmo de trabalho mais elevado não se proporciona descansar ou fazer uma pausa.

Figura 25 – Ritmo trabalho elevado, descansar/fazer pausas durante turno de trabalho

16% 24% 84% 76% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Turno Tarde Turno Manhã

Fazer pausas ou descansar durante o turno | Turno de trabalho

Fazer pausas ou descansar durante o turno: Sim Fazer pausas ou descansar durante o turno: Não

84% 76% 45% 55% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Turno Tarde Turno Manhã

Ritmo de trabalho elevado | Conseguir fazer pausas ou descansar

Ritmo de trabalho elevado: sim (73%)

68 Tratamento e Análise de Dados

Relativamente ao cansaço físico e psicológico, estes são mais declarados no turno da tarde, apesar da maior percentagem de descanso ou de pausas se centrar no turno da tarde. Na realidade, aquando da análise da organização do trabalho relativa às tarefas mencionou-se que o evidenciado cansaço físico e psicológico no turno da tarde deverá estar interligado com a realização de tarefas mais diversificadas, apesar de o turno da manhã se caracterizar por uma maior repetitividade de tarefas, como realça a Figura 26.

Figura 26 – Cansaço físico e psicológico no final do turno de trabalho.

4.2.9 Mudanças na profissão

As alterações ou mudanças propostas pelos inquiridos na profissão que exercem, estão diretamente aliadas à satisfação profissional dos trabalhadores, sendo reveladoras de importantes fatores muitas vezes escondidos ou dissimulados nas respostas a outras questões. Desta forma, é muito importante analisar mais profunda e criticamente todas as respostas, podendo até detetar-se alguns problemas não menos relevantes.

Figura 27 – Alteração ou mudança na profissão, mudar de profissão

56% 44% 61% 39% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Turno Tarde Turno Manhã

Cansaço físico e psicológico | Turno de trabalho

Cansaço psicológico Cansaço físico 90% 10% 42% 58% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Não Sim

Alteração ou mudança na profissão | Mudar de profissão

Alterava ou mudava alguma coisa na sua profissão Mudava de profissão

Como se verifica na Figura 27, existe uma percentagem considerável de indivíduos (58%) que alteravam ou mudavam algum fator na profissão que exercem. Comparativamente, é bem notório que são poucos os que mudariam de profissão: apenas 10% dos trabalhadores mudavam de profissão.

Da análise da Figura 28, constata-se que o grupo de trabalhadores que mudavam de profissão tem idades compreendidas entre os 20 e 30 anos e o 12º ano de escolaridade. Justificam essa mudança de profissão, por ser “muito cansativo psicologicamente e fisicamente” e “gostar de trabalhar noutra área”.

Figura 28 – Caracterização indivíduos mudavam profissão: idade, grau de escolaridade

Contrariamente, os indivíduos que não mudavam de profissão indicam como motivo principal “gosto do que faço”, “gosto da minha profissão” e “gosto de trabalhar com idosos”.

Perante as respostas indicadas pelos trabalhadores inquiridos, é possível destacar que, apesar das dificuldades e contrariedades a que estes trabalhadores estão expostos diariamente, o conhecimento da profissão, o gosto na sua realização, uma menor escolaridade e uma idade limitadoras de perspetivas de mudanças, os profissionais gostam da sua profissão e acima de tudo gostam do que fazem diariamente.

Relativamente às alterações ou mudanças indicadas pelos trabalhadores inquiridos, que a Figura 29 expõe, sobressaem as mudanças nos horários, nos turnos, nos métodos de trabalho, nos equipamentos utilizados e na retribuição que auferem. Menos focados os aspetos relativos ao número de pessoas por equipa, a consideração da entidade empregadora pelos trabalhadores, a união e compreensão entre colegas de trabalho.

É importante compreender e clarificar as principais alterações ou mudanças indicadas pelos trabalhadores, pois poderão ser reveladoras de pontos fulcrais a carecer de intervenção/ponderação.

100% 100%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Idade: 20 - 30 anos Grau de escolaridade: 12º ano

Mudar de profissão | Idade | Grau de escolaridade

70 Tratamento e Análise de Dados

Figura 29 – Alterações ou mudanças na profissão indicadas pelos trabalhadores

Analisando o gráfico da Figura 29 torna-se importante realçar os seguintes pontos:

Quando citam turno fixo e horários, estão a referir-se a horário de trabalho fixo, propondo a alteração do trabalho por turnos para o trabalho com um horário fixo. Os métodos de trabalho e equipamentos utilizados dizem respeito às formas de

realização das tarefas, à repetitividade de tarefas a que estão submetidos em alguns turnos de trabalho, ao ritmo de trabalho elevado a que são obrigados a incutir ao longo dos turnos de trabalho, à quantidade de tarefas que têm de realizar até ao final do turno de trabalho, ao insuficiente número de trabalhadores por equipa para realização das tarefas mais penosas, aos equipamentos disponíveis para realização de determinadas tarefas, nomeadamente na movimentação e manuseamento dos idosos;

A baixa retribuição que auferem relativamente ao trabalho árduo e penoso que desempenham;

A consideração pelos trabalhadores, subentende-se a diminuta apreciação e/ou estima por parte do empregador, por não corresponder com o devido valor e reconhecimento. A falta de união e compreensão entre os colegas de trabalho poderá revelar

incompatibilidades relacionadas com o elevado número de tarefas que cada trabalhador tem de cumprir até ao final do seu turno de trabalho e com o reduzido número de trabalhadores por equipa. De facto, a realização de determinadas tarefas torna indispensável a interajuda entre trabalhadores e a consequente interdependência, pois de contrário colocará em causa a realização do trabalho e simultaneamente poderá gerar quezílias e mau ambiente de trabalho.

Por forma a resumir todos os gráficos anteriormente expostos e analisados, foi organizado um quadro resumo que consta no Anexo G.

40% 33% 13% 7% 7% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

turno fixo e horários métodos de trabalho e equipamentos utilizados ordenado consideração pelos trabalhadores união e compreensão entre os colegas de trabalho

Alterações ou mudanças na profissão

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A partir do estudo efetuado, foram evidenciados no tratamento e análise de dados vetores importantes necessários de serem examinados. Por outro lado, reconhece-se a premência de um reconhecimento devido ao profissional outorgando a necessária nobreza à profissão, realçando-se os seguintes aspetos que importa analisar e discutir, i) denominação da profissão, ii) acesso à profissão: formação e certificação, iii) organização do trabalho: equipas e pausas; iv) medidas técnicas: ajudas técnicas ou ajudas mecânicas.