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Organização Internacional de Sanidade Animal (OIE)

CAPÍTULO 2. A REGULAMENTAÇÃO INTERNACIONAL DOS TRANSGÊNICOS

2.1.4. Organização Internacional de Sanidade Animal (OIE)

Trata-se de organização internacional intragovernamental que, em 2003 surgiu sucedendo a Organização Internacional de Epizootias, que existia desde 1924. Tem sede em Paris e atualmente conta com 178 membros, dentre eles o Brasil. Desde 1996, cuida da segurança e saúde dos animais transgênicos e do desenvolvimento de remédios e vacinas obtidos pela transgênese. De forma mais específica, dentro da OIE criou em 2005, um Grupo Ad Hoc sobre Biotecnologia, que tem como um de seus objetos de estudo as biotecnologias reprodutivas aplicadas a animais (transgênese e clonagem).

No entanto, a OIE faz ressalva quanto aos transgênicos, afirmando ser a Codex

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OCDE, Promoting Sustainable Consumption – GOOD PRACTICES IN OECD COUNTRIES. 2008. Disponível em: http://www.oecd.org/greengrowth/40317373.pdf Acesso em 13.09.2013.

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OCDE. Environment, Health& Safety News. No. 29. February 2013. Disponível em: http://www.oecd.org/env/ehs/EHSnewsletter_February13.pdf Acesso em 13.09.2013.

Alimentarius a responsável por cuidar da segurança e aspectos nutritivos dos mesmos. Tampouco cuida dos riscos de animais transgênicos que não tenham sido submetidos ao processo de transferência nuclear de célula somática (TNCS).

Em seu Código Sanitário para Animais Terrestres esclarece:

Na primeira reunião do Grupo ad hoc sobre Biotecnologia foi recomendado que o Subgrupo de Biotecnologias reprodutivas animais deve elaborar recomendações sobre a análise de risco com base no ciclo de vida para os animais derivados da biotecnologia. Uma proposta de definição do termo "Biotecnologia Reprodutiva Animal" "a geração de animais por meio da utilização de tecnologias reprodutivas assistidas, que vão desde a inseminação artificial por meio de tecnologias que envolvem componente importante in vitro, por exemplo, fertilização in vitro, transferência de embriões, a bipartição embrionária e reprodução assexuada, como transferência nuclear. "As seguintes recomendações são restritas a TNCS e são baseados em uma abordagem de análise de risco associado com os animais derivados da biotecnologia categorizados por ciclo de vida abordagem que consiste em: i) embriões, ii) os destinatários, iii) filhos e iv) a progenitura de clones animais. 107

A OIE já produziu documentos potencialmente aplicáveis aos transgênicos como os padrões comerciais e biológicos, que, em linhas gerais estabelecem, nos Códigos Sanitários para Animais Terrestres e Aquáticos, diretrizes para assegurar condições sanitárias mínimas na comercialização internacional de animais e produtos de origem animal, aí incluídos os geneticamente modificados. Orienta serviços veterinários dos países membros para que se evite a transferência de agentes patogênicos para os consumidores e rebanhos dos países importadores, sem que se valha de tais medidas como medidas protecionistas. Embora os Códigos mencionados não sejam destinados especificamente aos animais transgênicos, possuem medidas relativas aos riscos, identificação, transporte e rastreamento de animais

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OIE. Código Sanitário para Animais Terrestres. Disponível em: http://www.oie.int/fileadmin/Home/esp/Health_standards/tahc/2010/es_chapitre_1.4.11.htm Acesso em 14.09.2013.

que podem ser eventualmente aplicadas. 108

Nota-se que a OIE está voltada para a aplicação da biotecnologia na produção de vacinas e medicamentos, cujo processo envolva animais terrestres ou aquáticos, não cuidado especificamente da comercialização dos alimentos transgênicos. Por isso, ressalta-se a necessidade de colaboração com a Comissão da Codex Alimentarius na perspectiva regulatória da cadeia alimentar, que vai desde a produção até o consumo. A OIE e a Codex Alimentarius, prosseguem uma definição comum de rastreabilidade dos animais e propõem diretrizes para o desenvolvimento de sistemas de identificação e rastreabilidade apropriadas para os riscos de saúde para alcançar o objetivo desejado. 109

O posicionamento da organização quanto à comercialização de animais transgênicos e seus derivados pode ser extraído da Resolução n. XXVIII, sobre aplicação da engenheira genética aos animais de criação aos produtos das biotecnologias, que diz:

Considerando que

O desenvolvimento de aplicações da biotecnologia de saúde animal está se acelerando rapidamente e pode produzir avanços significativos para a saúde animal e saúde pública veterinária.

Em uma pesquisa realizada em 2005, entre os 167 países membros da OIE mostra que existem vários aplicativos potencialmente benéficos da tecnologia, mas não há regras uniformes ou normas internacionais de avaliação.

As respostas a esta pesquisa de países membros da OIE indicam um amplo consenso em torno da ideia de que é necessário ter os controles regulatórios globais e as questões sociais e éticas devem ser tratadas para obter a responsabilização começou e aceitação social dessas tecnologias. Para obter as maiores vantagens e desvantagens devem ser invocada sob a transparência e um compromisso internacional para garantir que o

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OIE. Códigos Sanitários para Animais Terrestres e Aquáticos. Disponíveis em: http://www.oie.int/es/quienes-somos/oficina-del-director-general/plan-estrategico/ Acesso em: 14.09.2013

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OIE. Resolución n. XXX Adoptada por el Comité Internacional de la OIE el 27 de mayo de 2004. Disponível em: http://www.oie.int/es/quienes-somos/textos-principales/textos-fundamentales/nuevos- mandatos/ Acesso em 14.09.2013.

desenvolvimento de normas baseadas na ciência para orientar a aplicação de novas tecnologias para proteger a saúde pública e da saúde animal. 110

Em referida resolução, aponta a OIE para diretrizes e padrões internacionais uniformes na análise de segurança de biotecnologias, que devem estar amparados pelo conhecimento científico sólido a fim de proteger a saúde pública e animal.

Por fim, no Quinto Plano Estratégico (2011-2015) consta como atividade continuar o trabalho do grupo anterior ad hoc sobre Biotecnologia por dois grupos separados: um focado em vacinologia e os outros testes de diagnóstico molecular.