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ORGANIZAÇÃO E PLANIFICAÇÃO DO ESTUDO

No documento Avaliação da aptidão física em idosos (páginas 80-85)

Neste capítulo apresentamos os objetivos do estudo, a justificação e enunciado do problema da investigação e para finalizar formulamos as variáveis e respetivas hipóteses.

3.1. Objetivo geral

Segundo Matsudo (2006), para garantir um envelhecimento natural e bem- sucedido, é necessário manter um estilo de vida ativo, desta forma, os programas de promoção de atividade física para indivíduos com idades superiores a 50 anos têm vindo a aumentar nos últimos anos. A atividade física e um estilo de vida ativo regular proporcionam uma diminuição da velocidade de declínio da mobilidade, independentemente da presença ou não de doenças crônicas. A atividade física é fundamental para o processo do envelhecimento, o tipo de atividade deve ir ao encontro das necessidades do organismo e da vontade de cada indivíduo para que o mesmo se sinta motivado.

Na revisão da literatura, pudemos comprovar a importância da prática de atividade física organizada na idade adulta avançada, assim, observou-se que o exercício físico é uma experiência necessária e fulcral na qualidade de vida na maioria dos idosos.

O objetivo geral do nosso estudo foi conhecer a aptidão física funcional dos idosos do concelho da Pampilhosa da Serra e, saber se há diferenças ao nível da aptidão física entre um grupo que praticou atividade física organizada durante 9 meses (2xsemana) e um grupo que não praticou e ainda saber se há diferenças ao nível da aptidão física entre os grupos de ginástica sénior das diferentes freguesias.

3.2. Objetivos específicos

Para ajudar na interpretação e realização da presente investigação, dividimos o objetivo geral em 4 objetivos específicos. Assim pretendemos:

· Objetivo 1: Avaliar a aptidão física de um grupo de idosos submetidos à prática de atividade física organizada do concelho de Pampilhosa da Serra. · Objetivo 2: Avaliar a aptidão física de um grupo de idosos não submetidos à

prática de atividade física organizada do concelho de Pampilhosa da Serra. · Objetivo 3: Comparar a aptidão física funcional de um grupo de idosos

praticantes e de um grupo de idosos não praticantes de atividade física organizada, do concelho de Pampilhosa da Serra para verificar se existem diferenças significativas entre eles.

· Objetivo 4: Comparar os resultados da aptidão física funcional do grupo de idosos praticantes de atividade física organizada das diferentes freguesias de Pampilhosa da Serra, para saber se existem diferenças significativas nos resultados.

3.3. Justificação e enunciado do problema

Todas as investigações iniciam com a escolha de um domínio particular de interesse para uma questão de investigação que poderá ser estudada (Fortin, 2009).

Tendo em conta os vários pressupostos e as várias opções de pesquisa, a nossa decisão acerca do problema de estudo versa sobre o processo do envelhecimento e os impactos da prática de atividade física organizada sobre a aptidão física do idoso associado à saúde.

O envelhecimento, processo inexorável aos seres vivos, conduz a uma perda progressiva das aptidões funcionais do organismo, aumentando o risco do sedentarismo (Kallinen et al., 1995).

Essas alterações, nos domínios biopsicossociais, põem em risco a qualidade de vida do idoso, por limitar a sua capacidade para realizar, com vigor, as suas atividades do quotidiano e colocar em maior vulnerabilidade a sua saúde (Spirduso, 1995).

O sedentarismo, que tende a acompanhar o envelhecimento e vem sofrendo importante pressão do avanço tecnológico ocorrido nas últimas décadas, é um importante fator de risco para as doenças crónico-degenerativas, especialmente as de foro cardiovascular, que são a principal causa de morte nos idosos (Kalache & Coombes, 1995) e (Pate et al., 1995).

A prática de exercício físico, além de combater o sedentarismo, contribui de maneira significativa para a manutenção da aptidão física do idoso, seja na sua vertente da saúde como nas capacidades funcionais (Vuori, 1995).

Fischer (2005) diz que de todos os grupos etários, as pessoas idosas são as que mais beneficiam com os exercícios. O risco de muitas doenças e problemas de saúde comuns na velhice (ex. doenças cardiovasculares, cancro, hipertensão arterial, depressão, osteoporose, fraturas ósseas e diabetes) diminui com a prática de atividade física regular.

De acordo com Okuma (1998), evidências mostraram que mais da metade do declínio da capacidade física dos idosos se deve à depressão, inatividade e expetativa de doenças, que a atividade física regular e sistémica aumenta ou mantém a aptidão física da população idosa, tendo o potencial de melhorar o bem-estar funcional e, assim, diminuir a taxa de mortalidade dessa população.

Segundo Rikli e Jones (1999) a aptidão física é considerada como a capacidade que um determinado indivíduo possui para executar as atividades normais diárias sem auxílio e com segurança, sem induzir fadiga. Quando nos referimos à população idosa referimo-nos a aspetos relacionados com a saúde e autonomia para o dia-a-dia sem dar tanta importância à alta performance. Segundo as mesmas autoras, os componentes da aptidão física que envolvem a saúde, estão relacionados com aspetos de prevenção e redução dos riscos de doenças, com o estado de saúde e maior disponibilidade para a realização das atividades do quotidiano.

Tendo em conta os dados apresentados anteriormente, pode-se referir que, no que diz respeito à estrutura etária do concelho de Pampilhosa da Serra é fortemente marcado pelo envelhecimento da sua população, motivado por diversos fatores, nomeadamente o efeito da intensa mobilidade espacial que envolveu a população ativa mais jovem e as mudanças de comportamento social em matéria de natalidade.

Desta forma, a pertinência para o estudo desta temática tem subjacente a questão do envelhecimento populacional referido anteriormente, assim parece adequada neste contexto populacional a avaliação da aptidão física funcional (ApF) em vários grupos de idosos, uns submetidos à prática de atividade física organizada (AFO), que são divididos em subgrupos (grupos de ginástica sénior) e outro grupo de idosos não praticantes de atividade física organizada. Esta questão deriva do contributo de diversas áreas científicas, que tendem a procurar e desenvolver recursos que contribuam para o aumento da longevidade e qualidade de vida.

A temática referida, insere-se na linha de investigação que apresenta uma procura em estabelecer e desenvolver paralelamente o domínio do bem-estar biopsicossocial ao longo do contínuo desenvolvimento humano com atividade física (Fernandes et al., 2009).

A Atividade Física pode proporcionar benefícios fisiológicos no envelhecimento, no entanto, Gobbi et al. (2005) e Spirduso, et al. (2005) mencionam que os poucos estudos que abordam a relação entre condicionamento físico e bem-estar psicológico não têm oferecido suporte suficiente para a área da Educação Física.

Devido ao envelhecimento acentuado da população no concelho onde o autor pratica a sua atividade profissional, surge a necessidade de avaliar se a atividade física organizada tem um impacto substancial, por forma a melhorar os níveis de aptidão física dos idosos, com isto consideramos pertinente fazer uma comparação entre os grupos de idosos praticantes de atividade física organizada (utentes da ginástica sénior) e, por sua vez, uma comparação entre estes e os que não praticam atividade física organizada.

Tendo por base a reflexão anterior o problema do nosso estudo é o seguinte: Como é a aptidão física dos idosos praticantes e não praticantes do concelho de Pampilhosa da Serra? Haverá diferenças na aptidão física funcional entre um grupo de idosos praticantes e um grupo de idosos não praticantes de atividade física organizada? Haverá diferenças na aptidão física funcional dos praticantes de atividade física organizada entre as diferentes freguesias do concelho de Pampilhosa da Serra?

3.4. Variáveis do estudo

Na realização de um trabalho científico é necessário fazer a identificação e operacionalização das variáveis, bem como estabelecer as relações entre as mesmas.

Fortin (1999, p.36) refere que «(…) as variáveis são qualidades, propriedades ou características de objetos, de pessoas ou de situações que são estudadas numa investigação».

Na opinião de Cervo e Bervian (1983) a variável independente (x) é o fator, causa ou antecedente que determina a ocorrência de outro fenómeno, efeito ou consequente; a variável dependente (y) é o fator, propriedade, efeito resultado decorrente da ação da variável independente”. No nosso estudo estabelecemos as seguintes variáveis independentes:

· Idosos da Pampilhosa da Serra (praticantes/não praticantes de AFO); · Freguesia onde os idosos praticam AFO.

A variável dependente é considerada, por Fortin (1999, p.37), como «(…) a que sofre o efeito esperado da variável independente: é o comportamento, a resposta ou resultado observado que é devido à presença da variável independente». No nosso estudo definimos como variáveis dependentes:

3.5. Hipóteses do estudo

Lakatos e Marconi (1990) referem que se as hipóteses são colocações presumíveis da relação entre duas ou mais variáveis, então devem conduzir a implicações claras para o teste da relação estabelecida, ou seja, as variáveis devem ser passíveis de mensuração ou potencialmente mensuráveis, especificando, a hipótese como as variáveis que estão relacionadas.

A formulação de hipóteses é um processo essencial na elaboração de uma investigação, sendo que todos os resultados obtidos vão depender diretamente da forma como estas foram elaboradas. Atendendo ao problema de investigação e aos objetivos definidos para o presente estudo foram formuladas as seguintes hipóteses:

· H1: Há diferenças estatisticamente significativas na aptidão física funcional entre o grupo de idosos praticantes de atividade física organizada e o grupo de idosos não praticantes de atividade física organizada.

· H2: Há diferenças estatisticamente significativas na aptidão física funcional dos praticantes de atividade física organizada entre as diferentes freguesias do concelho de Pampilhosa da Serra.

No documento Avaliação da aptidão física em idosos (páginas 80-85)