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Foto 12:Agroindústria do Leite N Sra da Glória/SE

1.4 Organização e relevância do estudo

Para fins de sistematização este estudo encontra-se disposto em duas partes: Na primeira parte sistematizamos a Introdução, (Capítulo I), no qual situamos os antecedentes da pesquisa, a contextualização, o problema, seguido da organização e relevância. No segundo capítulo resgatamos o debate clássico europeu acerca do processo de expansão capitalista na agricultura. Em seguida particularizamos as discussões da questão agrária no Brasil.

No terceiro capítulo apresentamos o trato ao enfrentamento à questão agrária e à reforma agrária no Brasil. Para isso, discorremos em três momentos: da Velha República à década de 60 (desenvolvimentismo e modernização); do período inicial da ditadura militar a 1985 (modernização conservadora) e o terceiro momento figuramos a partir dos marcos democráticos da Constituição de 1988 aos dias atuais em tempos de globalização sob a lógica de mercado e políticas com enfoque no território;

Na segunda parte trabalhamos os capitulos, 4, 5, 6 e as conclusões. Passamos a discutir no quarto capítulo a emergência da expansão capitalista e a questão agrária em Sergipe. Em seguida destacamos a chamada nova reforma agrária, focalizando o crédito fundiário e o desenvolvimento territorial. Na sequência, perqueremos a caracterização da área de pesquisa.

sobre a relação crédito fundiário e desenvolvimento territorial salientando que o pano de fundo é o interesse em consolidar a agricultura familiar.

No sexto capítulo prosseguimos à responder às questões de pesquisa considerando os objetivos propostos na perspectiva da participação social e protagonismo no território do Alto Sertão de Sergipe.

Nessa direção, chegamos às conclusões apresentando compreensões críticas acerca do objeto e objetivos da pesquisa. Em síntese procuramos analisar o sentido e o significado da nova reforma agrária enquanto mecanismo de enfrentamento à questão agrária. Daí, trouxemos elementos que sintetizam o fetiche da nova reforma agrária em sua articulação com as políticas territoriais.

Do exposto acima podemos afirmar que este estudo traz para o debate elementos teóricos e empíricos explicativos acerca da refuncionalização da lógica hegemônica do capital que em seu atual estágio proclama uma alternativa no interior do capitalismo para enfrentar a questão social e suas expressões, em particular, a questão agrária.

Certamente, aprofundar o debate e análises dos determinantes desta pesquisa, hoje reformulados ou em processos de reformulação, se traduzem numa proposta de ruptura, resgate e superação dos fundamentos e pressupostos do atual paradigma agrário que vem norteando os rumos dessa política.

Por ser o II PNRA/IIPRRA/Crédito Fundiário (2004), instrumentos relativamente novos, e em processo de construção, entendemos ser grandes os desafios e a necessidade de novas descobertas na intenção de fortalecer os rumos da política do Estado. Por isso, acreditamos que os resultados dessa pesquisa poderão subsidiar novas perspectivas e abordagens para o planejamento das ações públicas ao trazer para o debate elementos acerca do que há de novo, dos desafios e tendências no que se manifestam na implantação de um novo modelo de reforma agrária, bem como, seus desdobramentos no processo de desenvolvimento territorial rural do Alto Sertão de Sergipe.

Acreditamos ainda que, no âmbito acadêmico, as informações e reflexões que emergiram desta pesquisa poderão fomentar novos debates e mediatizar antigas polêmicas sobre os mecanismos de enfrentamento às expressões da questão social, bem como, o sentido desta, à luz do modelo capitalista. No espaço dos trabalhadores rurais o estudo permitirá a consideração de duas questões que se mostram significativas nas discussões atuais: suas potencialidades na esfera da produção e a questão da participação social, envolvendo suas relações com o projeto societal capitalista.

aprofundamento das mais atuais discussões sobre a questão agrária no âmbito da pesquisa e produção do conhecimento nas diversas áreas, em particular no Serviço Social que, nas últimas décadas do século XX e XXI, ou seja quase 13 anos, reserva atualmente grandes espaços para investigação. Particularmente, trata de uma importante contribuição ao programa de Pós-Graduação em Serviço Social da UFPE por introduzir o debate da teoria crítica social na análise da reforma agrária de mercado focado no paradigma de desenvolvimento territorial num quadro conjuntural que traz graves implicações às políticas sociais, campo de nossa intervenção profissional.

Além disso, no quadro das novas demandas profissionais o Serviço Social passa a ser incorporado às equipes interprofissionais para efetivar ações em assentamentos rurais, comunidades rurais, projetos governamentais através de órgãos estatais. Sendo assim, os elementos informados nesta pesquisa possibilitarão uma resignificação do nosso pensar e fazer no interior de uma importante política pública, instrumento para enfrentar as expressões da questão social, e consequentemente efetivar o conjunto de direitos sociais. Na direção e importância que vem assumindo as discussões das políticas agrárias, acreditamos que teremos novos elementos para requalificar o debate no interior da categoria profissional, bem como, repensar os instrumentais-operativos utilizados em processos de trabalho no cotidiano do exercício profissional do assistente social. Observa Bourguignon,

é importante considerar que as pesquisas em Serviço Social têm contribuído para o avanço significativo em diferentes campos da ação profissional, no âmbito das políticas públicas, no enfrentamento das expressões da questão social em diferentes momentos históricos, na construção da proposta curricular e definição de seus fundamentos teóricos e metodológicos, na consolidação do projeto ético-político profissional, entre outros aspectos que poderíamos citar (2008,p.27). Desta forma, a pesquisa enquanto produção do conhecimento quando assumida numa postura ética e compromissada, traz em seus resultados conhecimento formal-abstrato os quais poderão favorecer as futuras intervenções na vida social. Nesse sentido, o estudo numa área temática alvo de intensas discussões, e elemento de formulação de políticas públicas para o enfrentamento da questão social, tende a contribuir com a contínua luta na consolidação de uma profissão nos diferentes campos, nele inclusa a sua dedicação a produção científica.