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CAPÍTULO III. CONCLUSÕES

1. Revisitando o processo – balanço do trabalho realizado

1.2. Os contributos da assessoria

Para melhor me pronunciar sobre o balanço do trabalho de assessoria que realizei no TEIP, optei por realizar a entrevista à coordenadora do TEIP e que pode ser consultada em anexo (ANEXO VIII) a partir da qual pude identificar algumas questões e percepcionar a sua visão, com intenção de não me basear apenas na minha visão do trabalho, mas também no balanço feito pela coordenadora.

O balanço realizado pela coordenadora vai ao encontro das percepções e reflexões que construí, salientando-se uma visão extremamente positiva. Vi confirmados, na entrevista, embora de modo muito genérico, os factos que já afirmei

Assessoria e Auto--Avaliação: uma experiência de intervenção em contexto TEIP

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vezes, é um pouco confuso...» e com muito «Questionamento, inquietação…» (ANEXO VIII – Entrevista à Coordenadora TEIP). Mas identificaram-se, também, aspectos positivos que apontam para a evolução do trabalho, como aliás é referido pela coordenadora

«…o processo tem sido muito construtivo, reflexivo e em crescimento»; tem havido muita reflexão de todos os docentes, nomeadamente ao nível da …reflexão sobre as práticas, da consciência de termos melhores resultados, da emergência e aferição de acertos nos próprios registos e consequentemente em práticas» (ANEXO VIII – Entrevista à Coordenadora TEIP).

«…tem sido, de facto, muito positivo» (ANEXO VIII – Entrevista à Coordenadora TEIP).

Efectivamente, lembrando a origem da equipa: a desorientação, uma certa desmotivação dos elementos da equipa face ao processo, a constantemente falada sobrecarga de tarefas e falta de tempo, e a falta de conhecimentos sobre a questão da auto-avaliação, e comparando-a com a equipa que observei no final do estágio, um grupo de pessoas que passou várias reuniões num processo de “partir pedra”, que discutiu questões importantes e questões irrelevantes, que debateu versões de instrumentos de recolha de informação e componentes dos mesmos, que formou duplas ou pequenos grupos de trabalho, que dividiu tarefas e as executou, e que procurou perceber as lógicas das constantes solicitações que iam sendo feitas ao TEIP, que participou em acções que lhes permitissem melhor e maior entendimento sobre o processo, e mesmo quando ainda nem tudo estava claro, procuraram fazer o melhor trabalho possível, não posso negar que assisti a uma grande evolução. Não posso negar ainda que a equipa, que no início me pareceu apenas um grupo de pessoas que não estavam preparados para a complexidade do trabalho que os esperava, por ainda possuírem uma visão demasiado individualista do trabalho, por ainda estarem presos a um conceito de avaliação limitador, e que se deseja ultrapassar, e por ainda não serem capazes de perceber a dinâmica do trabalho em conjunto como momentos em que a diferença é e deve ser tida em conta, onde as vozes dissonantes devem ser ouvidas e tidas em consideração e onde na discussão e reflexão conjunta dos vários temas se chegou a consensos, percorreu um caminho com altos e baixos, com obstáculos e

dificuldades, que os transformou positivamente num órgão dinâmico, com identidade e autonomia.

E, neste processo, reconheço que a minha presença, a minha intervenção, a minha participação e o meu trabalho contribuíram para este caminho evolutivo percorrido pela equipa. Em todo o processo procurei ter uma postura de “amiga crítica”, de alguém que está presente, ouve os sujeitos, participa activamente chamando a atenção para factos, opções, elementos, situações e ideias, que procurou fomentar a discussão com perguntas simples, mas estratégicas, colocadas de modo subtil mas suficiente para criar reflexão e troca de ideias, e que procurou fornecer as informações e “conhecimentos”, tais como diferentes perspectivas de avaliação, modos de recolha de informação e modos de tratamento da informação recolhida. Ao mesmo tempo, também procurei realizar as actividades que me foram solicitadas ao longo do tempo, possivelmente porque os meus conhecimentos académicos me tornaram o elemento mais familiarizado com os objectivos dessas tarefas, e esse trabalho surgiu como um exemplo, apesar da equipa não ter contactado directamente com o processo, mas ter ouvido a sua descrição e ter trabalhado com os seus resultados.

A verdade é que um dos objectivos de quem faz assessoria é, precisamente, promover a autonomia dos sujeitos que assessora, é ser um apoio e auxilio nos momentos do processo, mas conseguir que o seu trabalho não usurpe a centralidade do processo, centralidade essa que deve ser dos sujeitos, sendo o seu trabalho tão subtil quanto possível. Penso que o modo como me posicionei ao longo de todo o processo foi efectivamente subtil, mas se revestiu de importância, porquanto considero que contribuiu para que o grupo de pessoas se transformasse ”em mais equipa”.

No entanto, apesar da já enaltecida evolução da equipa, a mesma ainda fica aquém do desejável, sendo que continuam a ser sentidas várias dificuldades e constrangimentos na sua dinâmica e organização de trabalho, tal como referido pela coordenadora na entrevista

«… ainda sentimos alguns constrangimentos, principalmente na gestão do tempo e na correspondência harmoniosa entre o que nos pedem (externa - DREN, DGIDC, POPH) e as necessidades internas»

que não deixam de ser naturais e espectáveis num grupo que começou a trabalhar há cerca de 9 meses atrás.

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cumpri os objectivos a que me propus sentindo-me parte integrante do processo de auto- avaliação do TEIP e reconhecendo que assessorei a equipa sempre que me foi possível, de todas as formas possíveis, incluindo quando me mantinha na sombra, ou me abstinha de participar.

Em suma, olhando todo o processo, e revendo o meu trabalho: revendo as reuniões, as dinâmicas e lembrando a origem da equipa de Auto-avaliação e o patamar onde a mesma se encontrava na fase final do ano lectivo, o balanço que faço é, de facto, reafirmo-o, muito positivo.