• Nenhum resultado encontrado

Os dados do atendimento às mulheres, na rede de atendimento estadual (por ex nas

CAPÍTULO

2- Os dados do atendimento às mulheres, na rede de atendimento estadual (por ex nas

delegacias) são computados num sistema geral, não tipificados, nem distribuídos por bairro.

Diante da existência de dificuldades de oferta de serviços específicos, a Coordenadoria de Políticas para Mulheres, elaborou o projeto de criação do Centro de Referência de Atenção às Mulheres Vítimas de Violência, de João Pessoa – Pb.

O Centro de Referência da Mulher inaugurado em 2007 é, portanto, um serviço municipal ligado à Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres e em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Governo federal. Tem como objetivo,

Acolher, orientar e apoiar as mulheres em situação de violência, com providências adequadas, visando à ruptura do ciclo e o fortalecimento da vítima. Oferecer atendimento psicológico, social e jurídico, visando resgatar a auto-estima da mulher que sofre violência e a conquista de sua cidadania. (IN CPPM, João Pessoa, maio de 2009).

O Centro de Referência da Mulher oferece serviços: de Justiça e Cidadania, de Geração de Emprego e Renda, de Educação e Cultura, de Saúde da Mulher, Direitos Sexuais e Reprodutivos, de Assistência Social e de Comunicação. Ainda, o serviço de telefone gratuito para atendimento imediato, com orientação e encaminhamento adequado às mulheres. O serviço funciona 24 horas, através do número 0800 283 3883.

Os dados de atendimento realizado pelo Centro de Referência no ano de 2007 apresentados pela Coordenadoria, compreenderam: 301 casos de Mulheres atendidas diretamente no centro, 181 encaminhamentos efetivados e 181 atendimentos telefônicos.

Após a criação do Centro de Referência, a Coordenadoria solicitou a inclusão imediata das mulheres vítimas de violência atendidas e acompanhadas pelo Centro de Referência da Mulher. Entre eles: 1) nos programas de assistência social, incluindo: cestas básicas, auxílio social para o apoio aluguel e outras despesas da família, passagens para outros municípios quando se tratar de mudança de endereço, passagem em João Pessoa para o acesso ao atendimento nos serviços da rede e cursos de qualificação para o mercado de trabalho; 2) nos programas habitacionais com relação a cotas preferenciais para as mulheres chefes de família.

Na rede de saúde pública, o hospital Instituto Cândida Vargas (ICV), disponibiliza de serviço de atendimento para mulheres em situação de violência doméstica e sexual, ou seja, atende às vítimas de violência sexual, instalado no serviço de saúde de âmbito regional, com equipe técnica formada por psicóloga,

médica, assistente social que preenchem o protocolo institucional e de atendimento, realizam o acolhimento da vítimas, encaminham a notificação compulsória, no caso de crianças e adolescentes também acionam o Conselho Tutelar.

Já, o Centro Atendimento às Vítimas de Crimes (CEAV), consiste num projeto de atuação municipal, com funcionamento provisório no CREAS (Sentinela), ligado à Secretaria Nacional de Direitos Humanos, com equipe formada de assistente social, psicóloga e advogado. O CEAV atua na prevenção, através de palestras nas escolas e acompanha vitimas e familiares de crimes hediondos. Era ligado à Secretaria de Cidadania do Estado e atendia qualquer vítima de violência. Atendeu o seguinte número de mulheres em situação de violência: período de janeiro de 2004: 44 casos; em janeiro de 2005: 57 casos; em janeiro de 2006: 70 casos (sendo, 21 ameaças, 18 lesões corporais, 03 tentativas de homicídios).

Na rede municipal de atendimento às mulheres vítimas de violência, João Pessoa ainda consta com o Centro de Referência Especializado da Assistência Social - CREAS (Sentinela)26 que presta atendimento às crianças e adolescentes vítimas do abuso e exploração sexual, registra/ notifica os casos de violência, realiza o acolhimento às vítimas, o estudo social e o acompanhamento psicossocial, promove a inserção das crianças e adolescentes em outros programas sociais e realiza o acompanhamento às famílias através de oficinas e grupos temáticos.

De acordo com os dados levantados pela Coordenadoria (Relatório 2005-2008) sobre os tipos de violência praticados contra a criança e o adolescente através dos atendimentos realizados pelo CREAS (Serviço Sentinela), no período de janeiro a dezembro de 2007, verificou-se que:

26

O CREAS do município de João Pessoa – PB, funciona em sede própria, ligado a SEDES (Secretaria de Desenvolvimento Social) e a SEDH (Secretaria de Desenvolvimento Humano – Estado), possui equipe de educadores sociais, psicólogas e assistentes sociais.

Tabela 01 – Dados relacionados à distribuição do atendimento no Serviço Sentinela por tipo de violência praticado contra criança e adolescente no município de João Pessoa, no período de janeiro a dezembro de 2007:

TIPOS DE VIOLÊNCIA QUANTIDADE %

ABUSO 54 73

EXPLORAÇÃO SEXUAL 14 19

OUTRAS VIOLÊNCIAS 06 8

TOTAL 74 100

* Fonte: Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres através do Registro Diário de Atendimento no Serviço Sentinela, de João Pessoa/PB. Ano 2007.

Os dados apresentados pelo Serviço Sentinela revela de forma significativa, 73% dos casos, que há a predominância da prática de abuso sexual nos tipos de violência. O âmbito privado (a família) ainda se constitui o principal espaço para a prática da violência sexual, onde as vítimas seguem submetidas à continuidade do convívio e do ciclo de violência.

O abuso sexual ocorre quando a criança ou o adolescente é envolvido em atividades sexuais impróprias para a sua idade e desenvolvimento psicossexual, as quais não tem maturidade para compreender ou dar consentimento pleno. Inclui desde a sedução, o voyerismo, a manipulação dos órgão genitais e partes íntimas do corpo e do ato sexual, com ou sem o uso da violência. (Santos, 1998, p. 12)27

No que se refere à distribuição do atendimento no Serviço Sentinela por gênero, no período de janeiro a dezembro de 2007, a Coordenadoria apresentou os seguintes dados:

27

Sugere-se aprofundar o assunto em SANTOS, Beatriz Camargo dos (Orgs.). Maus Tratos e Abuso Sexual Contra Crianças e Adolescentes:perfil da situação no Estado do Rio Grande do Sul, 1998.

Tabela 2 – Dados relacionados à distribuição do atendimento no Serviço Sentinela por Gênero, no período de janeiro a dezembro de 2007: