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4.3 CATEGORIA PAÍSES EMERGENTES

4.3.1 Os países emergentes e a economia global

As economias caracterizadas como emergentes são aqueles que passaram por um rápido e severo crescimento socioeconômico nas últimas décadas causado pela consolidação de sua industrialização e abertura econômica. Este aumento no potencial produtivo e econômico destas economias refletiu em um crescimento considerável também do PIB de cada um destes países. A Figura 24 evidencia a crescente participação do PIB dos países emergentes em relação ao PIB mundial entre os anos de 2006 e 2015.

Figura 24 - Evolução do PIB do grupo emergentes versus PIB global.

Fonte: Elaboração própria a partir de Banco Mundial (2016)

A partir das informações do Banco Mundial (2016) é possível notar que, cada vez mais, os mercados emergentes em questão estão gradativamente ocupando um maior espaço na economia global, visto o aumento de mais de US$ 10 trilhões no PIB do grupo em pouco menos de dez anos analisados. Isto se justifica, majoritariamente, ao forte crescimento das economias Chinesa e Indiana sustentadas pelo seu consistente e forte mercado interno.

Conforme descrito na subseção anterior, enquanto as economias desenvolvidas apresentam crescimentos moderados, quando não nulos, as economias emergentes apresentam graus de crescimentos constantes e significativos. Desta forma, os países emergentes passaram a ocupar parte da representatividade sob o PIB global antes pertencente aos países desenvolvidos. Enquanto em 2006 os cinco países emergentes representavam, juntos, 11,6% do PIB global, em 2015 este número saltou para 21,8%, não apresentando queda em nenhum um ano da série histórica, mesmo em 2009 em meio à crise econômica global no auge naquele período.

Este aumento no PIB das economias emergentes está relacionado a participação cada vez maior de produtos manufaturados nas suas exportações, um dos resultados das mencionadas recente consolidação da industrialização e abertura comercial. Além disso, a capacidade de produção destes países aumentou

consideravelmente refletindo também no volume das exportações. Este aumento mencionado é evidenciado na Figura 25 com o exemplo da economia Chinesa, país que mais cresceu no planeta nos anos analisados.

Figura 25 - Evolução das exportações globais de mercadorias pelos representantes emergentes por valor agregado em US$ trilhões/FOB.

Fonte: Elaboração própria a partir de OMC (2017)

Por meio da análise da Figura 25, percebe-se a enorme disparidade existente nos valores de exportações de bens existentes entre a economia Chinesa e as demais durante todo o período. Entre 2006 e 2016 os números chineses mais que dobraram, e, mesmo apresentando queda durante dois anos consecutivos, a China ainda é o país que mais exporta bens para o resto do mundo, sendo a única a ultrapassar a casa dos US$ 2 trilhões.

O comportamento das demais economias emergentes mostrou-se equilibrado. Todas as quatro economias apresentaram constante crescimento nas exportações até os últimos anos da pesquisa, quando países como a Rússia voltaram à estaca zero. De maneira geral, todas as cinco economias apresentaram danos aos números das exportações causados pela crise econômica do final da década passada. Enquanto as exportações da China recuperaram-se de imediato e alcançaram marcas históricas nos anos seguintes, as demais economias não

conseguiram repetir o feito chinês, apresentando crescimentos ocasionais em suas exportações.

A disparidade apresentada pelas exportações de mercadorias chinesas contra as demais do grupo, no entanto, não se repete com a comercialização de serviços conforme disposto na Figura 26:

Figura 26 - Evolução das exportações globais de serviços pelos representantes emergentes por valor agregado em US$ trilhões/FOB.

Fonte: Elaboração própria a partir de OMC (2017)

A Figura 26 mostra a grande força da balança comercial indiana: a prestação de serviços. Por mais que em nenhum ano analisado a Índia tenha ameaçado assumir a liderança do grupo neste aspecto, o país terminou o período com sólidos US$ 150 bilhões em exportações de serviços na segunda colocação do grupo, não podendo ser igualado pelo somatório dos demais três países superados e apresntando um crescimento real de mais de 270%. Situação esta muito diferente da analisada anteriormente quanto a exportação de bens e mercadorias.

Novamente a China apresentou-se como liderança nas exportações do grupo analisado, Mesmo não sendo o líder global neste quesito, ao contrário das exportações de bens, anualmente o país apresentou números muito representativos quanto valores de serviços. No período analisado a venda de serviços chineses

apresentou uma variação positiva superior a 320%. Desta forma, os valores chineses neste quesito sempre representaram pelo menos um terço do subtotal do grupo e , quando somado aos valores indianos, ultrapassam os dois terços.

Os outros países-membros deste grupo apresentaram uma curva de crescimento muito mais discreta em comparação à chinesa e indiana. Destacando as exportações mexicanas que, quanto mercadorias, terminaram o período na segunda colocação do grupo, mas quando observada a venda de serviços, evidencia-se uma importância muito menor na balança comercial do país.

Quando analisados os valores das importações, a supremacia chinesa sob o grupo destaca-se ainda mais.

Figura 27 - Evolução das importações globais de mercadorias pelos representantes emergentes por valor agregado em US$ trilhões/FOB

Fonte: Elaboração própria a partir de OMC (2017)

Assim como evidenciado com as exportações, os valores a respeito da importação de mercadorias, novamente, apresentam a China como grande soberana da balança comercial do período analisado, representando em todos os anos do período mais de 50% das importações do grupo.

Assim como observado com os parceiros comerciais desenvolvidos, as exportações e importações de bens dos países emergentes apresentaram um

comportamento semelhante quanto a sua curva de crescimento. Os valores dos países estiveram em sintonia quanto a queda apresentada em 2009, os significativos crescimentos nos cinco anos seguintes, e nova significativa queda nos dois últimos anos do estudo. Por mais que os valores dos outros quatro membros do grupo aparentam pouco significativos perto da participação colossal da economia chinesa, todos os quatro países apresentam números relevantes para a balança comercial global e, desta forma, são caracterizados como economias importantes a nível regional e global atualmente.

Em sua totalidade, as importações de bens realizadas pelo grupo caracterizam-se como predominantemente compras de produtos manufaturados ou semimanufaturados oriundos de, majoritariamente, economias desenvolvidas ou parceiros emergentes. Situação inversa à observada anteriormente com as economias desenvolvidas. Desta forma, as importações destes países emergentes são consideradas complementares à sua economia, importando produtos manufaturados para melhorar a indústria de países desenvolvidos, e produtos básicos cuja matéria-prima não exista em abundância no país ou não seja vantagem quando comparado os empreendimentos.

A Figura 28 revela, por sua vez, valores mais discretos quanto a importação de serviços.

Figura 28 - Evolução das importações globais de serviços pelos representantes emergentes por valor agregado em US$ trilhões/FOB.

Fonte: Elaboração própria a partir de OMC (2017)

A Figura 28 expõe mais uma soberania chinesa sob a operação comercial exposta. No entanto, desta vez a representatividade das atividades do país sob o total geral é de representatividade inferior, representando mais de 50% de todo o total apenas na segunda metade do período analisado, apresentando novamente um crescimento constante nos valores de comercialização de serviços pós-2009 assim como ocorrido nas exportações exposto na Figura 27.

Ainda comparando com a Figura 27, é possível evidenciar um déficit comercial de serviços em praticamente todo o período ao analisar os números mais discretos das exportações em comparação com as importações dos países- membros do grupo em estudo.

A partir das informações disponibilizadas pela Organização Mundial do Comércio nas figuras anteriores, é possível estabelecer os valores totais das operações de comércio exterior, das economias emergentes selecionadas, para análise dinâmica.

Figura 29 - Evolução das exportações, importações, corrente e saldo comercial dos países emergentes selecionados em US$ trilhões/FOB.

Fonte: Elaboração própria a partir de OMC (2017).

A Figura 29 nos mostra que, diferentemente do ocorrido com os países desenvolvidos, os parceiros emergentes do Brasil apresentaram superávit comercial em todos os anos entre 2006 e 2015, ou seja, no período analisado as exportações sempre superaram as importações em valor agregado em dólares.

Sobre este saldo positivo, o momento em que o mesmo foi o menor registrado foi em 2008, quando ficou em US$10 bilhões. O maior valor, por sua vez, foi no ano seguinte, em 2009, quando registrou um superávit de US$ 610 bilhões. Interessante notar que 2015 foi o único ano que registrou queda nos valores de exportação/importação. As exportações apresentaram queda em apenas outros dois anos além de 2015: 2008 e 2014, com reduções de US$ 60 bilhões e US$ 90 bilhões respectivamente. As importações, por sua vez, só registraram queda em em 2009, além do último ano analisado, quando reduziu-se em US$ 430 bilhões, permitindo o maior saldo superavitário naquele ano.