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4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

4.1. Área 1 Organização e gestão do ensino e da aprendizagem

4.1.1. Os primeiros contatos: as primeiras aulas

Chegou o ambicionado momento de dar a primeira aula, de ter o primeiro contato com os alunos. Antes de chegar este momento, eu, juntamente com os meus colegas de núcleo, haveríamos já tido três reuniões com o professor Eduardo para, para além de conhecermos a escola, os espaços de aula e fazermos as devidas apresentações, discutirmos a forma como iria decorrer o estágio e discutir a forma como deveriam decorrer as aulas na primeira semana. Assim, foi-nos indicado pelo professor Eduardo que esta semana deveria de servir para conhecer os alunos e para nos darmos a conhecer. Na primeira aula – de 50 minutos – apenas faríamos uma breve apresentação nossa e explicaríamos o funcionamento das aulas. E assim foi. Confesso que este dia chegou mais rápido que o que imaginava e um turbilhão de pensamentos e de emoções passavam em mim. Era uma mistura de excitamento e de ansiedade por querer conhecer os alunos, começar a desenvolver o trabalho com eles, de querer começar logo a enfrentar esta etapa, misturado com o receio do “desconhecido”, de não saber como seriam os meus alunos, se seriam uma turma fácil de trabalhar, se iria conseguir cumprir o propósito de ensinar e, principalmente, se iria conseguir ser bem- sucedida nesta etapa de estágio profissional. Mas a meta para a primeira

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semana estava traçada: conhecer os alunos e dar-me a conhecer. E, excitamentos e receios à parte, tinha de cumprir aquele objetivo. E cumpri.

Na primeira aula, embora gostasse de ter ficado a conhecer melhor os meus alunos, devido ao pouco tempo que tinha disponível para o efeito e sabendo que na aula seguinte estes iriam preencher os inquéritos com os dados sobre eles, decidi que o mais importante era dar a conhecer as regras de funcionamento das aulas – “as regras do jogo” – e dar-me a conhecer.

“Expliquei aos alunos a minha situação de professora estagiária e o contexto da minha formação dando-lhes a perceber o porquê de ser uma professora tão jovem. Achei importante este aspeto ficar bem esclarecido uma vez que verifiquei a visível surpresa deles quando me apresentei à sua frente como professora da disciplina.”

Reflexão aula nº1 - 16/09/2014

Por este excerto, pode-se verificar que para mim este foi um dos pontos mais marcantes da primeira aula. O dar-me a conhecer. Sinceramente, não pensei dedicar muito tempo a esta tarefa, mas face à visível surpresa deles achei que tinha de dedicar algum tempo a esta tarefa. Este dar-me a conhecer passou por explicar-lhe como me chamava, o meu percurso académico, a forma como encarava esta etapa que era minha mas no qual eles iriam fazer parte, dando a conhecer a forma como pretendia trabalhar e, principalmente, o que expectava deles.

Findas as apresentações, faltava-me conhecê-los. Isto só foi possível nas aulas seguintes. Através do preenchimento dos inquéritos individuais foi-me possível saber um pouco mais sobre eles a nível pessoal mas faltava-me conhecê-los a nível motor para saber se eram alunos com grande predisposição motora ou não. Este era um dos pontos nos quais o professor Eduardo nos tinha alertado que era preciso tocar: conhecer os alunos a nível motor. E o objetivo de conhecê-los passava por isso também. Desta forma, naquela primeira semana, decidi estabelecer um conjunto de atividades que me permitissem conhecê-los nesse domínio. Estas atividades foram jogos pré-

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desportivos que eu achava que me permitiriam conhecer a turma e ao mesmo tempo abrir canais de comunicação e de relacionamento que eu achava que eram necessários por, à partida, eu saber que a turma era nova e a maior parte dos alunos não se conhecerem uns aos outros. De facto, com estas atividades eu consegui conhecer melhor a turma, porém, devido à má escolha dos jogos, estes não permitiram abrir canais de comunicação tão bem como gostaria e não me permitiu “traçar” o panorama geral da turma a nível das suas competências nas diferentes modalidades. Apenas consegui identificar os alunos com maior e menor predisposição motora. Precisava de saber mais. Precisava de saber as competências deles nos diferentes tipos de desporto para conseguir planear todo o trabalho que era necessário ser desenvolvido.

Desta forma, entramos na segunda semana de lecionação. Novamente, antes de começarmos, tivemos nova reunião com o professor Eduardo. Nesta, este alertou-nos para a necessidade de nesta semana de trabalho precisarmos de conhecer os alunos a nível das suas competências motoras. Era necessário aplicar a bateria de teste do protocolo Fitnessgram para além de começarmos com as avaliações diagnósticas necessárias à planificação do trabalho. E assim foi. Nas aulas desta semana realizei os testes inerentes a esse protocolo e como precisava urgentemente de saber as competência dos alunos não a nível da sua predisposição geral, mas sim nas diferentes modalidades, apliquei um conjunto de atividades que me permitiriam chegar a esse objetivo:

“(…) foi realizado a avaliação inicial dos alunos onde estes realizaram um pouco de várias modalidades: futsal, andebol, basquetebol e voleibol. A escolha destas modalidades prendeu-se com o facto de cada uma delas representar um tipo de desporto diferente – modalidade invasiva de controlo pedal, modalidade invasiva de controlo manual e modalidade não invasiva – e, assim, permitir percecionar o “panorama” geral da turma em vários tipos de desportos.”

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Desta forma, consegui traçar um panorama geral da turma de forma mais concreta para conseguir planificar todo o trabalho que era necessário ser desenvolvido, em função das necessidades deles.

A partir daqui estava pronta para entrar na fase seguinte: começar a planear a lecionação.

4.1.2 As conceções e os planeamentos