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OS PRINCIPAIS CONFLITOS DA GUERRA FRIA

Mapa 1- OTAN e Pacto de Varsóvia

3.3 OS PRINCIPAIS CONFLITOS DA GUERRA FRIA

Alguns conflitos marcaram a Guerra Fria, durantes eles o clima entre os Estados Unidos e a União Soviética ficaram mais tenso que o habitual e o mundo se sentiu em maior risco. A seguir serão apresentados alguns dos maiores momentos de tensão entre os dois estados.

3.3.1 O Bloqueio de Berlim

O primeiro momento tenso apresentado é o bloqueio de Berlim. Após a Alemanha ser derrotada na Segunda Guerra Mundial e dividida entre os vencedores eles não conseguiram entrar em um acordo na melhor forma de administração.

Na tentativa de restabelecer instituições a um novo governo alemão, britânicos, franceses e norte-americanos criaram uma nova moeda alemã, o

Deutschmark, mas os soviéticos insistiram que apenas os marcos

aceitavam que o marco impresso pelos soviéticos pudesse ser usado juntamente com o Deutschmark nas zonas ocidentais de Berlim, mas os soviéticos recusaram e fecharam o comando de Berlim, tentando isolar a cidade. Foi o bloqueio de Berlim, iniciado em junho de 1948. Os aliados responderam com uma larga operação de ponte-aérea para conter a ação soviética. Durante quase onze meses um serviço aéreo sistemático de fornecimento de suprimentos garantiu a existência de dois milhões de pessoas nas zonas de Berlim Ocidental. Em maio de 1949, os soviéticos desistiram do bloqueio e permitiram a sua abertura. (LOHBAUER, 2005, p. 112, grifo do autor).

Outro ponto importante que levou ao bloqueio foi o Plano Marshall, a Alemanha foi uma das maiores beneficiadas com o dinheiro norte-americano para a recuperação financeira, mas não era do interesse soviético uma Alemanha reestruturada. Mesmo com o fim do bloqueio a cidade ainda ficou dividia entre as duas superpotências e em 1961 foi construído o Muro de Berlim, um dos símbolos da Guerra Fria. (HOBSBAWM, 1995).

3.3.2 A Guerra da Coreia

A Guerra da Coreia foi outro símbolo da Guerra Fria e o enfrentamento indireto entre os Estados Unidos e a União Soviética. Os soviéticos apoiaram o norte e os capitalistas o sul.

O último acontecimento relevante que consolidou o ambiente da Guerra Fria foi a Guerra da Coréia. Em 1949, o Partido Comunista Chinês, liderado por Mao Tsé-Tung, havia findado uma nova etapa na história da China com o estabelecimento da República Popular, que contava com apoio soviético. Desde o ano anterior, após a expulsão dos japoneses com o fim da II Guerra Mundial, a Coréia havia sido dividida em uma república ao sul do paralelo 38, apoiada pelos norte-americanos, e uma república popular ao norte, apoiada pelos soviéticos e comunistas chineses. Com a saída das forças americanas da Coréia em 1949, o exército norte-coreano realizou um ataque surpresa em 1950 e invadiu a Coréia do Sul. Forças sul-coreanas e norte-americanas tiveram que recuar até a região de Pusan, no sul do país. Na ausência temporária do representante soviético na ONU, o Conselho de Segurança solicitou aos membros da ONU assistência à Coréia do Sul. Em setembro de 1950, forças da ONU comandadas pelo General Douglas MacArthur lançaram uma contra-ofensiva que forçou a retirada dos norte- coreanos até o Rio Yalu, na divisa com a China. (LOHBAUER, 2005, p. 114- 115).

Essa guerra deixou bem evidente como a Guerra Fria tinha uma forte disputa ideológica e de controle pelo poder, pois os Estados Unidos decidiram

intervir no conflito para evitar a expansão do bloco comunista no território do seu aliado e assim evitar uma possível perda de poder na região. (HOSBAWM, 1995).

3.3.3 A questão cubana

Durante um período considerável de tempo o foco da Guerra Fria estava na Europa, principalmente por causa da Alemanha, mas foi a Revolução Cubana que chamou a atenção do mundo todo para a América Latina e mostrou que a União Soviética tinha influência em um país bem próximo geograficamente dos Estados Unidos.

Na década de 1950, Cuba vivia em um regime ditatorial comandado pelo general Fulgêncio Batista, claramente apoiado pelos Estados Unidos. O regime foi marcado pelo descaso do ditador com a população, a forma violenta como ele reprimia seus adversários e o contraste social muito evidente. Entre 1956 e 1959 forças contrárias à ditadura conseguiram derrubar o governante e tinham ideias de reforma agrária e estatização das empresas no país, o que desagradou os norte- americanos e causou o embargo econômico. Para poder manter a nova forma de governo Cuba se aproximou da União Soviética, que ofereceu apoio. (MAGNOLI, 2004).

Em outubro do mesmo ano a maior crise do período da Guerra Fria teria lugar em Cuba e por pouco um conflito nuclear não acontece entre as duas potências. A Revolução Cubana comandada por Fidel Castro em 1959 criou uma ameaça estratégica sem precedentes aos Estados Unidos. Um Estado a poucos quilômetros de suas fronteiras e em região de presença cativa de sua influência política adotou um regime alinhado aos comunistas. Houve uma tentativa de derrubar o recém-instaurado regime de Fidel Castro por forças da CIA apoiadas por emigrantes cubanos anti-Fidel em abril de 1961, na invasão da Baía dos Porcos. A operação foi um absoluto desastre para os invasores, gerou enorme desgaste ao novo governo norte-americano do Presidente John Kennedy e ainda provocou a reação de Khrushchev ao aumentar o suprimento de armamentos a Cuba. (LOHBAUER, 2005, p. 145).

A Crise dos Mísseis em Cuba provavelmente foi o momento mais tenso de toda a Guerra Fria devido ao risco eminente de um confronto nuclear ente as superpotências. O futuro da relação entre os dois países era incerto devido a esse acontecimento.

A tensão aumentou ainda mais quando uma grave crise se precipitou depois que os norte-americanos identificaram por fotos de satélite a instalação de mísseis nucleares em território cubano com capacidade de atingir os Estados Unidos. O Presidente Kennedy reforçou a base naval de Guantánamo, em território cubano, e ordenou um bloqueio naval contra suprimentos militares soviéticos a Cuba além de exigir a remoção de mísseis e bases da ilha. Durante uma semana as duas potências chegaram ao alerta máximo, e o perigo de confronto nuclear foi iminente. Navios mercantes soviéticos carregando mísseis receberam ordens de retirada de Khrushchev quando já se aproximavam do bloqueio naval norte-americano. Os soviéticos aceitaram as demandas de retirar os mísseis de Cuba, mas conseguiram a garantia de que os Estados Unidos não mais atacariam Cuba e que mísseis da Otan instalados na Turquia também deveriam ser retirados. Desde a crise, uma linha exclusiva de comunicação entre as duas potências foi criada para que casos de emergência pudessem ser tratados pelo presidente dos Estados Unidos e pelo líder soviético. A aparente vitória de Kennedy contou com a ajuda circunstancial da deterioração das relações entre soviéticos e chineses e da superioridade do arsenal de mísseis balísticos intercontinentais norte-americanos totalizando quinhentos contra 75 dos soviéticos. (LOHBAUER, 2005, p. 146).

Com todo esse conflito acontecendo em Cuba, país extremamente próximo do território norte-americano, foi possível ver que a União Soviética poderia ter influência nos países da América Latina, principalmente através dos partidos comunistas que ganhavam força nessa época. Todos esses acontecimentos forçaram os Estados Unidos a dar mais atenção pra uma região que ele considerava ter controle e começar o combate ao expansionismo vermelho.

4 AS TENSÕES QUE CONDUZIRAM À INSTALAÇÃO DO REGIME MILITAR NO BRASIL

Esse capítulo aborda as origens do golpe de 1964 e a influência norte- americana no Brasil que ocorreu nesse período. O mundo enfrentava a Guerra Fria, a disputa por zonas de influência ficava cada vez mais forte entre os Estados Unidos e a União Soviética. Com a Revolução Cubana e o novo alinhamento de Cuba, o governo americano sentiu a necessidade de dar mais atenção para a América Latina e assim manter a sua hegemonia na região.

4.1 AS ORIGENS DO GOLPE DE 1964

Vários fatores colaboraram para que o golpe ocorresse. Ele foi um reflexo dos posicionamentos políticos que o Brasil tomou ao longo dos anos, cada presidente com seus planos de governo e suas políticas externas cooperaram para essa parte da história do país.

Em sua carta-testamento (1954) o presidente Getúlio Vargas já falava sobre a manipulação externa que ocorria no país. Como dito anteriormente, vários pontos contribuíram para a instauração do golpe, mas a partir do segundo mandato de Vargas é possível começar a enxergar com maior clareza alguns fatos que levaram o país para essa tensão política.

O segundo governo de Getúlio começou no ano de 1951, seis anos depois de seu primeiro governo, que durou quinze anos, ele sucedeu o presidente Eurico Gaspar Dutra.

[...] Pela primeira vez, Vargas ascendia à presidência da República pelo voto direto. Aparentemente, esse fato era um acréscimo à sua legitimidade, mas ele teria de governar num quadro complicado por vários fatores. Entre eles, a crescente divisão ideológica nas Forças Armadas entre “entreguistas” e nacionalistas, agravada pelo início da Guerra da Coréia, em junho de 1950; e a oposição implacável da UDN, que, por um artificio jurídico, tentara impugnar a validade do resultado das eleições. Acrescentem-se ainda, as dificuldades de Vargas em lidar com os conflitos característicos de um regime democrático. (FAUSTO, 2013, p. 112).

Vargas entrou no poder durante um dos vários momentos de conflito entre as superpotências mundiais, a Guerra da Coreia, mas outros motivos internos e mais graves no momento desencadearam a crise para seu suicídio, as greves em seu governo foram um episódio bastante relevante. Segundo Fausto (2013, p. 112-113):

[...] Uma série de greves explodiu em 1953, entre as quais se destacaram a chamada greve dos 300 mil em São Paulo e dos marítimos, abrangendo os portos do Rio de Janeiro, Santos e Belém. [...] A paralisação durou 24 dias, entremeada de choques entre a polícia e os grevistas, e terminou com uma vitória parcial dos trabalhadores. Do ponto de vista político, o movimento representou uma derrota para o getulismo e os dirigentes sindicais fiéis a ele. Isso porque os sindicais ligados ao PC, na ilegalidade, tiveram o papel principal na condução da greve, numa época em que o partido denunciava o governo Vargas como “lacaio do imperialismo”.

A Greve dos 300 mil teve dois fortes motivos para a mobilização, um deles era que as greves e organizações sindicais eram proibidas durante o governo do general Dutra. Com o retorno de Getúlio e seu alinhamento aos direitos trabalhistas, a população sentiu que a paralização era necessária para chamar atenção para outro ponto de seu interesse, que era o fato da perda do poder de compra dos trabalhadores, já que o salário mínimo não estava sendo ajustado conforme a inflação.

Além do problema popular, era de conhecimento amplo a inimizade do presidente com o jornalista Carlos Lacerda, figura marcante da oposição que escrevia criticas diárias ao governo. A situação entre os dois ficava cada vez mais tensa conforme Lacerda publicava seu jornal.

Numa situação de equilíbrio precário, o “círculo dos íntimos”, numa ação criminosa desastrada, proporcionou um excelente pretexto para a deposição do presidente. A tentativa de assassinar o jornalista Carlos Lacerda, em 5 de agosto, na porta do prédio em que residia, resultou em um completo fracasso, tanto mais que a vítima não foi Lacerda e sim o major da Aeronáutica Rubens Vaz, seu acompanhante. O atentado fez com que a Aeronáutica entrasse em rebelião, aumentando as pressões pela renúncia, que vinham agora acompanhadas de denúncias de atos de corrupção praticados por membros do governo, transformado num “mar de lama”, segundo as acusações. (FAUSTO, 2013, p. 113).

Esse atentado piorou ainda mais a crise do governo Vargas, até que no dia 24 de agosto de 1954 ocorreu o suicídio.

[...] Na manhã de 24 de agosto de 1954, em seus aposentos no Palácio do Catete, suicidou-se desferindo um tiro certeiro no coração. O gesto era,

antes de tudo, a expressão de seu desespero, mas tinha também um sentido político, logo percebido por seus adversários. [...] O presidente deixou uma mensagem aos brasileiros, conhecida como carta-testamento, na qual, entre outros pontos, denunciou seus inimigos externos e internos como responsáveis por sua morte, por ele sempre defender a manutenção e extensão dos direitos sociais, o controle estatal das forças de energia, assim como o corte dos lucros extraordinários das grandes empresas. [...]. (FAUSTO, 2013, p. 113-114).

A carta-testamento é um documento muito importante que o presidente deixou para a história do Brasil. Nela é possível ver que Getúlio se sentiu injustiçado por acreditar que combatia as forças maléficas ao país e defendia os interesses nacionais, porém não havia o reconhecimento e seus inimigos eram os maiores culpados por isso.

Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam sobre mim.

Não me acusam, me insultam; não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive que renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário-mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.

Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.

Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação. Meu sacrifício nos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse

povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.

Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia, não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história. (VARGAS, 1954 apud RIO DE JANEIRO, 2015).

Os Estados Unidos mantinham-se muito bem informados do que acontecia no país nas questões econômicas e políticas, que em sua opinião iam contra as necessidades e interesses nacionais.

Na sequência, imagem do velório de Getúlio Vargas. Imagem 2- Velório de Getúlio Vargas.

Fonte: VELÓRIO de Getúlio Vargas. 11 out 2007. Disponível em: <http://nucleodememoria.vrac.puc-

rio.br/70anos/sites/default/files/imagens/Gege%203.jpg>. Acesso em: 14 out 2015. Após a morte de Vargas, quem assumiu o poder foi o vice-presidente Café Filho. Segundo Fausto (2013, p. 114-115):

Desse modo, tomou posse da presidência da República o vice-presidente Café Filho, um político do Nordeste do país, com um passado esquerdista, mas que se aproximara da oposição a Getúlio, no ano de 1954. Não obstante, ele garantiu a realização das eleições de outubro de 1955, que ocorreram normalmente. [...] Uma aliança do PSD com o PTB indicou o nome de Juscelino Kubitschek, [...], que fizera carreira no estado de Minas Gerais e chegara a governador daquele estado. [...] Não faltaram jogadas sujas na campanha e a maior delas foi a divulgação de uma carta falsa, que teria sido enviada pelo deputado argentino Antonio Jesus Brandi ao ex- ministro João Goulart, em 1953, referindo-se a articulações entre este e o general Perón, para desfechar um movimento armado no Brasil, a fim de instalar a sempre citada “república sindicalista”.

Juscelino venceu nas eleições de 1955 e João Goulart foi seu vice- presidente. Já nessa época era possível ver que Jango enfrentava problemas devido as suas convicções políticas nacionalistas mal interpretadas.

Logo após a eleição, círculos militares começaram a promover um movimento destinado a impedir a posse do presidente eleito. [...] Em 11 de novembro, o general Henrique Teixeira Lott, que se demitira do cargo de ministro da Guerra, desfechou uma intervenção militar, conhecida como o golpe preventivo do general Lott. Ele era um membro da cúpula do Exército, que se alinhava com os nacionalistas, sem prejuízo de sua postura anticomunista. Lott mobilizou tropas do Exército do Rio de Janeiro, as quais ocuparam edifícios governamentais, rádios e jornais. [...] os comandantes do Exército se colocaram ao lado de Lott. O presidente da Câmara dos Deputados [...] foi imediatamente deposto e substituído pelo senador Nereu Ramos, presidente do Senado. A pedido dos ministros militares, que queriam garantir a posse de Juscelino, o Congresso decretou estado de sítio por trinta dias, medida excepcional prorrogada por igual período. Por fim, Juscelino Kubitschek tomou posse na presidência da República, em 31 de janeiro de 1956. (FAUSTO, 2013, p. 115).

Depois desse contratempo Juscelino conseguiu assumir o poder e os anos JK foram otimistas, com a entrada de capital estrangeiro, a construção de Brasília e novas mudanças. Seu slogan era “avançar cinquenta anos em cinco”. (FAUSTO, 2013).

regime castrista. Um ano após, já na presidência, fez um gesto simbólico que acentuou suspeitas nos meios conservadores quanto aos rumos da política externa do país. Na passagem de Che Guevara pelo Brasil, [...], o presidente brasileiro decidiu condecora-lo com a Ordem do Cruzeiro do Sul, [...]. (FAUSTO, 2013, p. 122).

Em relação à renúncia do presidente, que ocorreu em agosto de 1961, fica claro em seu livro publicado juntamente com o ex-ministro Afonso Arinos que havia uma intenção de golpe militar para mais tarde ele mesmo retomar o poder e tudo foi articulado com os militares. Segundo Quadros e Franco (1967, p. 241-242):

Seu raciocínio foi o seguinte: primeiro, operar-se-ia a renúncia; segundo, abrir-se-ia o vazio sucessório – visto que João Goulart, distante na China, não permitiriam as fôrças militares a posse, e destarte, ficaria o país acéfalo; terceiro, ou bem se passaria a uma fórmula, em conseqüência da qual êle mesmo emergisse como primeiro mandatário, mas já dentro do nôvo regime institucional, ou bem, sem êle, as fôrças armadas se encarregariam de montar êsse nôvo regime, cabendo, em conseqüência, depois a um outro cidadão – escolhido por qualquer via – presidir ao país sob o nôvo esquema viável e operativo: como, em tudo, o que importava era a reforma institucional, não o indivíduo ou os indivíduos que a promovessem, sacrificando-se êle, ou não se sacrificando, o essencial iria ser atingido.

Na mesma obra, os autores afirmam que o plano não deu certo por falha dos chefes militares, mas não especificam quais foram essas falhas e nem seus motivos.

Com a renúncia de Jânio, o presidente da Câmara dos Deputados,

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