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1 CONTRIBUIÇÕES DOS ESTUDOS SOBRE SAÚDE NA ESCOLA E EDUCAÇÃO

3.2 OS REFERENCIAIS CITADOS NOS ARTIGOS SELECIONADOS

A Educação em Saúde representa um novo olhar em âmbito escolar, que busca considerar a Saúde além do que a simples ausência de doenças. “A identidade do conceito pode ser uma oportunidade para relançar a própria sociedade para novos patamares de bem- estar e estilos de vida saudáveis” (SABOGA-NUNES, et al, 2016, p. 62). Ainda, a Educação em Saúde contribui para a construção e consolidação da cidadania, de conhecimentos e práticas relacionadas aos modos como cada cultura concebe os modos de vida saudáveis. Corroborando com essa ideia, procuramos identificar os autores e edições dos eventos analisados para compreender a Educação em/na/para Saúde tratada na educação formal.

Na tabela 3, é apresentada a distribuição de 26 pesquisadores com quatro ou mais trabalhos, publicados nos eventos analisados. Este critério foi estabelecido com o intuito de identificar os pesquisadores participantes dos eventos, com história de participação e publicação no campo. Por meio dessa classificação, foi possível perceber que a maioria deles apresentaram trabalhos em mais de dois eventos (ENPEC e ENEC). O número expressivo de

Sudeste Sul

Centro oeste norte

trabalhos apresentados no ENPEC pode estar relacionado à presença de um eixo temático chamado Educação em Saúde e a Educação Científica, fazendo com que os pesquisadores procurem essa linha para dialogar sobre seus estudos na área. E, o ENEC possui uma linha temática chamada Educação e Saúde.

A partir dos dados construídos, é possível identificar diferentes Estilos de Pensamento preocupados em discutir a Educação em Saúde.

Tabela 3 - Distribuição dos pesquisadores com 04 ou mais trabalhos sobre Educação em Saúde, por evento e instituição, nos anos de 1997 a 2015.

Autor Instituição Evento Total

Sheila Soares de Assis FIOCRUZ G,K,L,M,N,O,Q, S 9

Virgínia Torres Schall FIOCRUZ C,L,M,O 8

Victoria Maria Brant Oliveira UFRJ H,J,M 7

Miriam Struchiner UFRJ C,F,N,O,R,S 7

Mariana de Senzi Zancul UnB G,J,L,N,O,P,S 7

Rosana Moreira Silva Meirelles UniFOA F,H,J,O,R,S 7

Grasiele Nespoli FIOCRUZ H,J,N 6

Vera Helena Ferraz de Siqueira UFRJ C,H,J,K 6

Tania C. de Araújo- Jorge FIOCRUZ H,Q,R,S 5

Liziane Martins UNEB J,Q,S 5

Julio Cesar Bresolin Marinho FURG M,N,O,R,S 5

Elisete Cosotti UFRJ H,J 4

Karoline Goulart Lanes UFSM M,N,O 4

Robson Luiz Puntel UNIPAMPA M,N,O 4

Rogério Dias Renovato UEMS S 4

Paula Regina Costa Ribeiro UFRG D,H,J 4

Márcia Regina Pfuelzenreiter UFSC C,D,F,H 4

Renata do Nascimento Jucá UFBA H,J,L 4

Grégory Alves Dionan UNEB Q,S 4

Adriana Mohr UFSC B,D,M,S 4

Tiago Venturi UFSC M,Q,R,S 4

Denise Nauf Pimenta FIOCRUZ L,M,O 4

Gerlinde A. P. Brasil Teixeira UFF G,K,N 4

Fernanda de Jesus Costa PUC Minas N 4

João Alberto da Silva FURG M,N,O,R 4

Graça Simões de Carvalho UM M,O,S 4

Total 132

LEGENDA: 1997: A: I ENPEC; 1999: B: II ENPEC; 2001: C: III ENPEC; 2003: D: IV ENPEC; 2005: E: I ENEBIO; F: V ENPEC; 2007: G: II ENEBIO; H: VI ENPEC; 2008: I: I ENEC; 2009: J: VII ENPEC; 2010: K: II ENEC; L: III ENEBIO; 2011: M: VIII ENPEC; 2012: N: III ENEC; O: IX ENPEC; 2013: P: IV ENEBIO; 2014: Q: V ENEBIO; R: IV ENEC; 2015: S: X ENPEC;

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Vinte quatro autores publicaram em mais de duas edições dos eventos (ENPEC, ENEC): Sheila Soares de Assis, Virgínia Torres Schall, Victoria Maria Brant Oliveira, Miriam Struchiner, Mariana de Senzi Zancul, Rosana Moreira Silva Meirelles, Grasiele Nespoli, Vera Helena Ferraz de Siqueira, Tania C. de Araújo- Jorge, Liziane Martins, Julio

Cesar Bresolin Marinho, Elisete Cosotti, Karoline Goulart Lanes, Robson Luiz Puntel, Paula Regina Costa Ribeiro, Márcia Regina Pfuelzenreiter, Renata do Nascimento Jucá, Grégory Alves Dionan, Adriana Mohr, Tiago Venturi, Denise Nauf Pimenta, Gerlinde Agate Ptalais Brasil Teixeira, João Alberto da Silva e Graça Simões de Carvalho. Seis autores publicaram pelo menos três trabalhos nos eventos analisados, sendo eles: Isabel Martins, Miriam Pacheco Silva, Fernando Barcellos Razuck, Nelio Bizzo, Joseana Stecca Farezim Knapp e Scheila Soares de Assis.

Ademais, entendemos que conhecendo os autores trilhamos um caminho para compreender a discussão da área, pois, Valadão (2004) pontua que a Educação em Saúde é entendida como as experiências educativas organizadas em diferentes ambientes educativos, com o intuito de promover a construção de conhecimentos teóricos e práticos em prol da saúde individual e coletiva. Nesse sentido, é necessário conhecer os coletivos e estilos de pensamento que vigoram nas pesquisas brasileiras, conforme os eventos analisados. O mapeamento das principais referências citadas pode demonstrar como o Ensino da Educação em Saúde está sendo trabalhado nas escolas do Brasil. Um total de sete documentos e 29 autores isoladamente ou em colaboração foram citados mais de três vezes, nas referências dos trabalhos selecionados, repetidas em alguns anos de edições, em que 37 foram citadas mais de três vezes, conforme a tabela 4. Cabe salientar que as referências mais citadas foram publicadas a partir do ano de 1985, como por exemplo: Collares, Mohr, Venturi, PCN, OMS, Freitas e Martins, Schall, Carvalho, Candeias, Monteiro, Bizzo e Westphal.

Tabela 4 - Autores e Documentos referenciados nos artigos sobre Educação em Saúde publicados os eventos: ENPEC, ENEC e ENEBIO, no período de 1997 a 2014.

Nº Ordem Referência

D*1 BRASIL, PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Fundamental e Ensino Médio (1995, 1997, 1998, 2000, 2006)

75

A**01 Schall e Struchiner ; Boruchovitch, Felix-Sousa, Schall; França, Margonari, Schall; Santos, Moreira, Malaquias, Schall; Alves e Schall; Schall, et al; Pimenta, Leandro, Schall; Rosa, Schall, Lemos; Diniz, Oliveira, Schall; Luz, Schall, Rabello; Nogueira, Modena, Schall (1987,1991, 1992, 1993, 1999, 2005, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011)

39

A02 Mohr; Venturi e Mohr; Mohr e Schall; Mohr et al (1992, 1994, 1995, 2000, 2002, 2011)

27

D2 Organização Mundial de Saúde (1975, 1976, 1986, 1998, 2001, 2012) 22

D3 Ministério da Saúde (1999, 2002, 2007, 2009) 16

A03 Freire (1989, 1991, 1996, 1997, 2001, 2005) 16

A04 Freitas e I. Martins, Cohen e Martins; Martins; Martins e Nascimento (2002, 2004, 2006, 2008, 2009, 2011)

14

Gonçalves; Baptista, El-Hani, Carvalho; Carvalho, Gonçalves (1993, 1996, 2003, 2004, 2006, 2007, 2008, 2011, 2012;

A06 Mortimer; Santos e Mortimer (1996, 1998, 2000, 2001, 2002) 11

A07 Candeias; Rice, Marilyn, Candeias (1989,1997) 9

A08 Delizoicov; Delizoicov et al; Delizoicov, Angotti, Pernambuco; Slongo, Delizoicov (1999, 2001, 2002, 2006, 2009)

9

D4 Brasil - Diretrizes Curriculares Nacionais (1988, 1998, 2001, 2005, 2006) 7

A09 Krasilchik (1996, 1999, 2004, 2005, 2008) 7

A10 Suplicy, Suplicy et al. (1994, 1995,1998, 2000) 6

A11 Collares, Collares e Moysés (1985,1994) 6

A12 Santos-Gouw & Bizzo; N.Bizzo; Bizzo e Othero; Bizzo e Jordão (2000, 2005, 2006, 2009)

6

A13 Westphal; Santos, Westphal (1999, 2006) 6

A14 Precioso (1994, 2004, 2009) 6

A15 Zancul e Gomes; Zancul, Gomes, Costa; Zancul (2004, 2011, 2012) 6 D5 OPAS- Organização Pan-Americana da Saúde (1998, 2002, 2006, 2008) 6

A16 Buss (1999, 2000, 2008) 6

A17 Boog (1997, 1999, 2005) 5

D6 Carta de Ottawa (1986) 5

D7 LDB (1971,1997) 5

A18 Czeresnia (2003, 2008, 2009) 5

A19 Monteiro; Monteiro e Bizzo; Monteiro, Vargas, Cruz (2006, 2011, 2012) 4

A20 Marcondes (1972, 1979) 4

A21 Gavidia, (2001, 2003, 2009) 4

A22 Santos, El-Hani; Santos; Santos, Cicilliani; Martins, Santos e El Hani (2004, 2005, 2012)

4

A23 Ameida-Filho, Jucá, Richard; Jucá, Lira-da-silva (2002, 2008) 4 A24 Fraga, Cardoso, Pfuzenreiter; Pfuzenreiter (2009, 2010) 4

A25 Cruz; Cruz e Guareschi (2007,2011) 3

A26 Gazzinelli; Gazzinelli, Penna (2006) 3

A27 Valadão (2004) 3

A28 Venturi, Venturi e Mohr (2013) 3

A29 Cavalcanti (1993,2005) 3

A30 Araujo-Jorge; Araujo, Araujo-Jorge, Meirelles; Araujo-Jorge, Borges (2004, 2005)

3

TOTAL 374

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

**A: Autores referenciados nas pesquisas, no mínimo três vezes. *D: Documentos oficiais referenciados pelo menos cinco vezes.

As informações da tabela 4 revelam que o enfoque da Saúde e Educação em Saúde, no contexto da pesquisa em Ensino de Ciências no Brasil, tem como principais referências nos estudos os brasileiro (a)s: Virgínia Schall (39 citações), da FIOCRUZ e Adriana Mohr (27 citações), da UFSC; Paulo Freire (16 citações) e Isabel Martins (14 citações), do NUTES/UFRJ; e Graça Simões de Carvalho (13 citações), Universidade do Minho (UM) - Portugal.

Salientamos também o alto número de citações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que foram os mais referenciados (75 citações), indicando assim critérios que os autores utilizam para fundamentar/justificar o ensino de Saúde e Educação em/na/para Saúde no contexto brasileiro. Este documento foi criado pelo Governo Federal para ser um ponto de partida para o trabalho docente, norteando as atividades que precisam ser elaboradas e desenvolvidas em sala de aula. O documento define que os currículos não devem ser trabalhados em forma de transmissão de conhecimentos, mas sim por meio de atividades conducentes ao aprendizado dos alunos, e que esse aprendizado os torne cidadãos críticos e ativos na sociedade. Os PCN apontam que

[...] o ensino de saúde tem sido um desafio para a educação, no que se refere à possibilidade de garantir uma aprendizagem efetiva e transformadora de atitudes e hábitos de vida. As experiências mostram que transmitir informações a respeito do funcionamento do corpo e descrição das características das doenças, bem como um elenco de hábitos de higiene, não é suficiente para que os alunos desenvolvam atitudes de vida saudável. É preciso educar para a saúde levando em conta todos os aspectos envolvidos na formação de hábitos e atitudes que acontecem no dia-a-dia da escola. Por esta razão, a educação para a Saúde será tratada como tema transversal, permeando todas as áreas que compõem o currículo escolar (BRASIL, 1997, p.61).

Ainda sobre os PCN, cabe dizer que os objetivos para o Ensino Fundamental são conscientizar os alunos para o direito à Saúde, sensibilizá-los para utilizarem atitudes que promovam a Saúde e a proteção. Os documentos OMS, OPAS e PCN constituem o ver formativo, pois foram usados como justificativa do estudo da Educação em Saúde. Percebemos, que de uma maneira geral esses documentos servem de base para trabalhar a Educação em Saúde, ou seja, constituem um alicerce importante para os professores da área de Ciências da Natureza, principalmente.

As contribuições desses autores Virgínia Schall, Adriana Mohr, Paulo Freire, Isabel Martins, Graça Simões de Carvalho sobre o tema Saúde, ou Educação em Saúde podem ser evidenciadas no quadro 1, a partir dos artigos selecionados. Dentre os autores citados, podemos identificar o que apresentaram trabalhos e referenciam uma ou mais vezes, constituindo assim o coletivo de pensamento.

Os excertos do quadro 1 apresenta os excertos dos documentos oficiais e trabalhos referenciados, afim de discutir os círculos esotérico e exotérico existentes, e mostram as contribuições e características desse enfoque no ensino brasileiro, para assim promover, analisar e fundamentar conceitos clássicos ou novos que definem a Educação em Saúde, constituindo assim os círculos esotéricos definidos por Fleck (2010).

Identificamos esses autores do quadro 1, como pertencentes ao círculo esotérico, ou seja, são considerados especialistas da área. Este círculo é formado pela vanguarda dos pesquisadores, que segundo Fleck (2010) são o grupo de pesquisadores detentores de todo o saber recente sobre o estudo de determinada área, nesta pesquisa a Educação em Saúde.

A medida que os conceitos sobre Saúde vão se desenvolvendo e evoluindo, o grupo de especialistas discute e disponibiliza informações para serem aprendidas por diferentes grupos os leigos, ou também chamados de círculo exotérico por meio do ensino de Ciências nas escolas, ou por artigos científicos disponíveis em diferentes meios de comunicação. Compreendemos que o ensino tem um papel fundamental, principalmente no que tange o conhecimento de fatos e saberes essenciais para a atuação como cidadão ativos na sociedade.

Autores como Pfuetzenreiter afirmam que

O que se observa é que os avanços da ciência produzidos pelos círculos esotéricos são acompanhados pelos círculos mais externos (exotéricos) de forma lenta e gradual, e a escola através do ensino de ciências seria o local de eleição para que essa lacuna fosse preenchida para que o conhecimento chegue de forma mais rápida e mais compreensível para a população (PFUETZENREITER , 2007, p. 10). Os autores referenciados formam o círculo esotérico (especialistas) que se inserem em um coletivo de pensamento, movimentando e construindo diferentes terias, os estilos de pensamento. Desta maneira, os autores dos trabalhos passam a ser seguidores do círculo esotérico. Esses autores formam o círculo exotérico.

O ensino de Saúde é trabalhado há muito tempo, como já mencionado no capítulo 1 desta dissertação, mas cabe ressaltar que a pesquisa sobre Educação em Saúde é bem mais recente, começou por volta de 1985 e vem sendo aprofundada, refletida e promovendo novas possibilidades de pensar a Saúde no contexto escolar. Ademais, identificamos um número relevante de autores que pesquisam o tema, e que constituem os estilos de pensamento da área. Ressaltamos ainda que os alunos de graduação, mestrandos e doutorandos autores dos trabalhos seguem de alguma maneira as ideias de seus orientadores, fortalecendo assim cada vez mais seu grupo de estudo. Nas palavras de Fleck (2010, p.150), “em cada estilo de pensamento há sempre traços da descendência de muitos elementos da história evolutiva.” O autor afirma ainda que existem muitos coletivos de pensamento, e que cada um possui um estilo de pensamento não individualista, promovendo assim a discussão e aprofundamento dos conhecimentos cien+tíficos. Muitos dos autores referenciados no quadro 1 pertencem a distintos coletivos de pensamento e atuam como disseminadores de ideias.

Referência Síntese

BRASIL. Ministério da

Educação. Parâmetros

Curriculares Nacionais: Meio

Ambiente e Saúde. Brasília; 1998.

[...] incluem especificamente, por meio da educação, da adoção de estilos de vida saudáveis, do desenvolvimento de aptidões e capacidades individuais, da produção de um ambiente saudável, da eficácia da sociedade na garantia de implantação de políticas públicas voltadas para a saúde. [...] Sua inclusão no currículo responde a uma forte demanda social, num contexto em que a tradução da proposta constitucional em prática requer o desenvolvimento da consciência sanitária da população e dos governantes para que o direito à saúde seja encarado como prioridade. [...] Os valores, recursos e estilos de vida que contextualizam e compõem a situação de saúde de pessoas e grupos em diferentes épocas e formações sociais se expressam por meio de seus recursos para a valorização da vida, de seus sistemas de cura, assim como das políticas públicas que revelam as prioridades estabelecidas.

BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Meio

Ambiente e Saúde. Brasília; 1997.

A despeito de que educar para a saúde seja responsabilidade de muitas outras instâncias, em especial dos próprios serviços de saúde, a escola ainda é a instituição que, privilegiadamente, pode se transformar num espaço genuíno de promoção da saúde.

SCHALL, V.T. Saúde e afetividade na infância: o que as crianças revelam e a sua importância na escola. Tese de Doutorado. Departamento de Educação, PUC/RJ. 1996.

E mesmo para a vida, a qual requer cidadãos participativos, reflexivos e críticos, no sentido de contribuir para um questionamento ativo dos rumos da nossa sociedade, cujos modelos de desenvolvimento carecem de propostas e novas experiências, uma vez que o cenário atual exibe desigualdades brutais e formas pré-históricas de resolução de conflitos.

SCHALL, V. T.;

STRUCHINER, M. Educação

em Saúde: novas perspectivas. Cadernos de Saúde Pública, Vol. 15. Supl. 2. 1999.

[...] diferentes concepções de mundo e de homem estão relacionadas, com distintas posições político-filosóficas, e nesta perspectiva, o tema em questão torna-se complexo e multifacetado.

MOHR, A.; SCHALL,V.T. Ru

mos da Educação em Saúde no B rasil e sua Relação com a Educaç ão Ambiental. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 8(2):

199-203, abr/jun, 1992.

(...) a educação ambiental e a educação em saúde assumem um caráter muito mais amplo do que a mera (mas importante e indispensável) aquisição de conhecimentos, passando a ser um momento de reflexão e questionamento das condições de vida, suas causas e consequências, e se tornando um instrumento para a construção e consolidação da cidadania.

VENTURI e MOHR (2011) [...] a ES encontra-se historicamente conectada com o Ensino de Ciências através dos Programas de Saúde e mais antigamente com a Educação Sanitária, de onde se originaram as atividades de ES atualmente propostas na escola pelo PCN. No entanto, a ES tem sido um tema pouco explorado pela pesquisa no ensino de ciências.

MOHR, A. A natureza da

Educação em Saúde no ensino fundamental e os professores de ciências. 2002. 406 f. Tese Doutorado (Educação). Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, SC, 2002.

[...]a expressão ES sinaliza, com muito mais propriedade, um campo de trabalho e exercício propriamente pedagógicos. Tendo-se em vista que o objetivo das Licenciaturas Ciências Biológicas é formar professores que atuarão na educação básica no ensino de Ciências e Biologia, acreditamos ser imprescindível que a abordagem da saúde na formação destes professores seja forjada por um trabalho pedagógico e não como meras definições conceituais próprias do campo da saúde, retirando assim o caráter reduzido que historicamente orientou a abordagem do tema saúde nestes espaços educacionais.

MOHR, et al (1992) A atuação do professor nos domínios da educação em saúde é deficiente, embora com gradações nesta falta de preparo, de maneira geral pode-se verificá-la tanto no professor oriundo das escolas de formação de professores (nível de ensino médio) quanto nos que possuem formação universitária.

OMS. Organização Mundial da

Saúde. Constituição da

Organização Mundial da Saúde. 1946.

Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças.

FREIRE, P. A Educação na

cidade. São Paulo: Cortez, 1991.

[...]a Educação é sempre um ato político e, portanto, não redutível à reprodução do status quo, começam a influenciar alguns trabalhos na área da saúde, calcados nas ideias de conscientização e libertação[...] não devemos chamar o povo à escola para receber instruções, postulados, receitas, ameaças, repreensões e punições, mas para participar coletivamente da construção de um saber, que vai além do saber de pura experiência feito, que leve em conta as suas necessidades e o torne instrumento de luta, possibilitando-lhe transformar-se em sujeito de sua própria história.

FREITAS, E.O.; MARTINS, I.

Concepções de saúde no livro didático de ciências. Ensaio, Belo Horizonte, v.10, n.2, p.222- 248, 2008.

o conceito de Promoção da Saúde é mais abrangente [...], por considerar que o fator adoecimento não está ligado apenas às práticas e comportamentos individuais e, também, não é condicionado apenas pelo determinante biológico.

MARTINS, SANTOS e EL- HANI (2012)

as discussões a respeito da saúde foram inseridas ao Parâmetro Curricular Nacional nas matérias de Higiene, Nutrição, Educação Física etc., com o objetivo de “levar a criança e o adolescente ao desenvolvimento de hábitos saudáveis quanto à higiene pessoal, alimentação, prática desportiva, ao trabalho e ao lazer, permitindo-lhes a sua utilização imediata no sentido de preservar a saúde pessoal e a dos outros”.

FREITAS, E.O.; MARTINS, I.

Concepções de saúde no livro didático de ciências. In: VII Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, Florianópolis, 2009. Anais VII ENPEC, Belo Horizonte: ABRAPEC, 2009.

[...] observaram a existência de uma ênfase maior nos condicionantes biológicos relacionados à saúde o que leva ao aluno a ter um aprendizado pautado na retenção de fatos, faltando uma abordagem relacionando as causas do processo saúde/doença que aproxime mais o conteúdo ao cotidiano do aluno.

COHEN, M.C.R.; MARTINS, I. "Movimentos enunciativos em

projetos de educação em saúde: lugar das determinações sociais nos discursos dos professores". Atas do 4º Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências/ ENPEC – ABRAPEC. Bauru. SP. Novembro. (2003)

[...] educação como compromisso ético e político emancipatório, bem como prática social, reflexiva, crítica, interativa e dialógica, com valorização do diálogo entre os diferentes saberes. São considerados essenciais nesses estudos, a superação da dicotomia entre políticas curriculares oficiais e as condições concretas de formação profissional para que sujeitos compromissados com a educação possam realizar uma prática reflexiva. [...] o discurso sobre educação em saúde no espaço escolar não pode estar voltado somente para a responsabilização do indivíduo; mas principalmente, priorizar a conscientização de seu papel transformador, tendo clareza das responsabilidades e funções do Estado, ao pleitear e assegurar seus direitos à saúde.

CARVALHO, G. S.; CARVALHO, A. A. S.

Educação para a saúde: Conceitos, práticas e necessidades de formação. Um estudo sobre as práticas de educação para a saúde, dos enfermeiros. Lisboa: Editora: Lusociencia, 2006.

Avanços na conceituação da saúde passam a relacionar aspectos psicológicos, ambientais e sociais, que então não eram considerados como condicionantes de saúde.

CARVALHO et al. (2007) O modelo biomédico leva em consideração apenas os fatores biológicos como sendo a causa das doenças, o que por sua vez determina os modos de tratamento.

MORTIMER, E.F. Linguagem

e formação de conceitos no ensino de ciências. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000. 383p.

O ensino efetivo em sala de aula, depende de um elemento facilitador representado pelo professor. Neste caso, ele propicia à seus alunos situações sobre o conteúdo, em que possam utilizar as suas concepções alternativas, não havendo a necessidade de abandoná-las, já que são muito importantes para a construção do conhecimento do aluno.

SANTOS, W. L. P.; MORTIMER, E. F. Uma análise de pressupostos teóricos da abordagem CTS (Ciência –

[...]se a escola se preocupasse mais com os problemas reais da comunidade dedicando parte das atividades do ensino das disciplinas científicas à identificação, diagnóstico e solução de problemas da comunidade, poderiam surgir respostas atuais

Tecnologia – Sociedade) no contexto da educação brasileira. Ensaio –Pesquisa em Educação em Ciências, v. 2, n. 2, 2002.

aos importantes problemas de pesquisa.

CANDEIAS, N. M. F.

Conceitos de educação e promoção em saúde. Revista de

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