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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.2. CONTEXTO DA PESQUISA

3.2.3. Os sujeitos participantes

Após a viabilidade da realização da pesquisa no local pretendido ter sido confirmada, iniciou-se, então, a etapa prática do estudo referente à coleta de dados.

Desse modo, tomando-se por base os objetivos apontados na introdução desta dissertação e o público para o qual a presente pesquisa está direcionada, a coleta de dados foi desenvolvida com estudantes que, no espaço não formal de ensino, encontravam-se matriculados na turma denominada de Grupo C. Essa turma, que frequentava o espaço nas segundas e nas quartas-feiras à tarde, compreendia alunos que se apresentavam regularmente matriculados no espaço formal de ensino que frequentavam no turno da manhã no 3º ano do Ensino Fundamental.

Inicialmente, quando se realizaram as primeiras conversas com as coordenadoras do espaço não formal de ensino, a turma com a qual se deu a coleta de dados registrava a matrícula de 11 alunos e, posteriormente, quando, de fato, se deu o início da prática de pesquisa, a turma registrava 13 alunos matriculados. Com idades compreendidas na faixa etária dos oito aos dez anos, desses 13 alunos matriculados no Grupo C, quatro deles possuíam oito anos, seis tinham nove e os outros três encontravam-se com dez anos. Porém, é importante observar que, apesar de a turma ter o registro de 13 alunos com matrículas formalizadas, somente oito frequentavam o espaço não formal de ensino regularmente (três alunos com oito anos e cinco alunos com nove anos de idade), uma vez que os outros cinco alunos não apareceram no local em nenhum dos encontros destinados ao desenvolvimento das atividades.

Ademais, ainda com relação à turma com a qual a prática da pesquisa foi realizada, é imprescindível destacar que, de acordo com a coordenadora do projeto de ensino, os oito alunos que estavam matriculados nessa turma e que frequentavam o espaço não formal de ensino regularmente encontravam-se em situação de vulnerabilidade de aprendizagem. Ou seja, os estudantes apresentavam dificuldades diante de questões relativas à aprendizagem e possuíam fraco desempenho no espaço formal, frequentando o espaço não formal com o objetivo de que seus rendimentos fossem melhorados. A afirmação feita pela coordenadora do projeto advém do fato de os estudantes terem apresentado fracos resultados após serem submetidos a um teste de alfabetização (ANEXO B), elaborado pelas coordenadoras do espaço não formal, logo após as atividades letivas terem iniciado.

O teste de alfabetização (ANEXO B) foi aplicado aos alunos pelos professores do espaço não formal de ensino nos primeiros dias do ano letivo. Respondido por seis dos oito estudantes que frequentavam o Grupo C, uma vez que dois alunos foram matriculados após o início das atividades e, consequentemente, após a aplicação do teste citado, o teste abrangia questões de português, matemática e desenho. A partir das respostas dadas pelos alunos a cada uma das questões presentes no teste, avaliava-se a fase de alfabetização em que cada

aluno se encontrava, o desenho da figura humana apresentado, a resolução de cálculos matemáticos referentes aos algoritmos da adição e da subtração e a capacidade de formular frases.

Desse modo, com relação à turma com a qual a prática da pesquisa foi desenvolvida, dos seis alunos que resolveram as questões que constavam no teste, três foram considerados alfabéticos, um foi classificado como pré-silábico e dois foram identificados como pré- silábicos com algum valor sonoro. Fazendo a análise da figura humana desenhada pelos seis alunos do Grupo C que desenvolveram o teste, um teve o desenho da figura humana considerada muito bom, três tiveram suas figuras humanas classificadas como boas, um foi classificado como podendo melhorar e um precisando melhorar. Por outro lado, ao analisar os resultados das questões matemáticas que integravam o teste, dos seis alunos somente dois receberam critério avaliativo intermediário para as questões relativas à adição, ou seja, dos quatro cálculos envolvendo o algoritmo da adição que constavam no teste de alfabetização, os dois alunos que foram avaliados como intermediários responderam duas questões de maneira correta e duas incorretamente, e o restante não conseguiu desenvolver essas operações. Além disso, para as questões relativas à subtração, nenhum aluno conseguiu chegar a algum resultado para os cálculos apresentados. Por fim, fazendo a análise da capacidade de formular frases, um aluno foi considerado capaz, um não conseguiu escrever, dois escreviam com dificuldade, um escrevia muito bem e um tentou escrever (ANEXO C).

Ainda com relação aos sujeitos que participaram da etapa de coleta de dados do presente estudo, além de já se ter mencionado a participação de oito alunos, é importante citar que a professora responsável pelo acompanhamento da turma também participou da prática de pesquisa. Presente em todos os encontros durante o período em que a coleta de dados estava sendo realizada, ela auxiliou a pesquisadora no apontamento das dificuldades bem como das estratégias apresentadas pelos estudantes quando colocados em situação de resolução de problemas.

É importante deixar claro e enfatizar que, para a realização da pesquisa aqui proposta, não se fez necessária a publicação da identidade de nenhum dos sujeitos que dela participaram. Assim, de modo que as idoneidades morais fossem preservadas, procurou-se manter o anonimato de cada um dos alunos e, também, da professora que integravam a turma com a qual a prática foi efetivada. Logo, para os alunos que participaram da etapa de coleta de dados dessa pesquisa utilizaram-se as denominações Sujeito A, Sujeito B, Sujeito C, Sujeito D, Sujeito E, Sujeito F, Sujeito G e Sujeito H e para a professora utilizou-se a denominação Professora P.

Sendo assim, uma vez que se acredita que todos os sujeitos aprendem a partir da interação com o outro, espera-se que a realização dessa intervenção pedagógica no espaço não formal de ensino tenha contribuído na possível melhora dos rendimentos escolares dos alunos com os quais foi realizada, complementando o trabalho desenvolvido nos espaços formais que os alunos frequentam no turno contrário ao do espaço não formal.