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Os Tablets : o caso particular do estudo

2 Enquadramento teórico

2.1 Dispositivos móveis

2.1.1 Os Tablets : o caso particular do estudo

Os princípios tecnológicos assentes e presentes nestes dispositivos, têm raízes históricas que remetem aos finais do séc. XIX inícios do séc. XX. Nesta época, foram dados os primeiros passos na concetualização e desenvolvimento de um conjunto de sistemas elétricos (input/output sobre um visor e reconhecimento de escrita manual) que viriam a integrar e a definir atualmente este dispositivo (Dimond, 1958; Park, 2013).

4Malware é um software utilizado para prejudicar o funcionamento de um computador ou sistema informático, mas

também reunir informação sensível ou garantir o acesso a redes privadas de computadores.

5Software Development Kits

6 The European App Economy - http://www.visionmobile.com/product/the-european-app-economy/ 7 Mercado de aplicações iOS - https://www.apple.com/itunes/

Este conceito, introduzido por Alan Kay9,deu origem ao longo do séc. XX a vários protótipos

e produtos comerciais, muito graças às investigações académicas ou corporativas que se realizaram nesses anos. Ao mesmo tempo, a alusão a estes dispositivos começou também a ser projetada em filmes de ficção científica, como é o caso de 2001: A Space Odyssey, antevendo uma realidade cada vez mais próxima (Brown, 2011; Knight, 2011).

Na década de 80 entraram os primeiros dispositivos no mercado do consumo, registando-se nas décadas seguintes uma vaga de outros dispositivos com diferentes características tecnológicas. No entanto, a visão existente nesta altura sobre este dispositivo, era sempre baseada numa perspetiva de os encarar como computadores pessoais. Um marco desses anos e dessa abordagem é o surgimento em 2002 do Microsoft Tablet PC pela Microsoft, numa tentativa de definir e reposicionar o que se entende nos dias de hoje como tablet. Este dispositivo tinha como objetivo a sua utilização em diferentes contextos, no entanto, o seu preço mas acima de tudo a sua falta de usabilidade, fez com que nunca chegasse ao mercado de grande consumo (Bright, 2010; Olavsrud, 2002).

Posteriormente, várias marcas continuaram a investir nestes dispositivos com diversos tamanhos, pesos, caraterísticas, entre outros, embora nunca havendo uma preocupação em termos de Graphical User Interface (GUI) de forma a tornar estes dispositivos mais usáveis, interessantes e úteis (Bright, 2010).

Foi apenas em 2010 que surgiu uma nova geração de dispositivos que viria a revolucionar todo este mercado de consumo, alterando radicalmente a visão que se tinha até então destes, com a introdução do iPad da Apple (Gruman, 2011). Esta nova geração caraterizava-se por uma abordagem completamente diferente das existentes no mercado, procurando distanciar-se dos computadores pessoais e smartphones, assumindo uma posição única dentro da esfera dos dispositivos e equipamentos existentes. O que foi procurado através deste dispositivo foi sim destacar-se através das suas próprias caraterísticas singulares: tamanho, portabilidade, GUI adaptado ao sistema de interação do dispositivo (multitouch), autonomia, acesso à internet, consumo de vários tipos de média, enviar e receber e-mails e jogar, entre outros (Bright, 2010);

Esta nova geração de dispositivos pode ser categorizada e definida através das suas funcionalidades, SO e, acima de tudo, pelo seu tamanho (Ogg, 2010). Atualmente e em termos de dimensão, são considerados tablet os dispositivos com 7 ou mais polegadas onde se encontram as seguintes subcategorias de dispositivos: slates, minitablets, convertibles, hybrids e booklets10. Esta subcategorização é definida também pelo tamanho mas também pelos próprios sistemas de input

como é o caso do teclado, ou docking station11 amovível (Kendrick, 2012).

Ao mesmo tempo, estes dispositivos podem ser também caraterizados tendo em conta as seguintes componentes:

9 Cf. How Tablets Work - http://computer.howstuffworks.com/tablets/tablet3.htm

10 Tipos de tablets - https://www.tabletninja.com/tablet-buying-guide-part-2-types-of-tablets/ 11 Periféricos que se ligam a computadores, smartphones ou tablets

12 | Mestrado em Comunicação Multimédia – DeCA/UA, 2013

Hardware: Elevadas resoluções dos visores aliada a uma também alta densidade de pixéis por polegada com sistemas de antirreflexo; conectividade via Wi-Fi, 3G e/ou Bluetooth; G.P.S.; câmaras frontais e por trás do dispositivo; sensores (luz,

acelerómetro, giroscópio); sendo também dispositivos mais leves e com maior autonomia;

Software: Browser; leitor de e-books; download de aplicações de várias naturezas através dos mercados de aplicações; reprodução de vários tipos de média; e-mail;

social media; comunicações de voz ou serviços de SMS; videoconferência, entre outros;

 Memória: on-board memória flash; suporte para extensão de memória via cartão e/ou armazenamento via Cloud;

 Outros mecanismos de input adicionais: reconhecimento de voz e gestos (Wallen, 2013).

Estas são algumas das caraterísticas que estes dispositivos apresentam atualmente, sendo que algumas das componentes integradas e adaptadas nestes equipamentos derivam dos avanços realizados na área dos smartphones.

Atualmente, estes dispositivos suportam diferentes SO onde se destacam o iOS, Android e Windows. Já existem, inclusivamente, no mercado soluções que suportam mais do que um SO, não sendo necessário reiniciar o dispositivo para alternar entre SO (Cha, 2013).

Em termos de quotas de mercado de SO (e segundo os dados existentes até ao momento, que se referem ao 3º trimestre de 2012), apesar de o iOS liderar com 57%, existe uma tendência de crescimento do Android, podendo inclusivamente, a curto prazo, ultrapassar mesmo o iOS. Por sua vez, o Windows também apresenta uma tendência de crescimento embora ainda muito distante dos restantes concorrentes, como se verifica no Gráfico 1.

Por sua vez, ao nível de quotas de mercado dos fabricantes destes dispositivos, a Apple continua a ocupar uma posição de destaque com os dispositivos iPad, iPad Mini e, mais recentemente, o iPad Air. A Samsung encontra-se um pouco mais abaixo, também esta com tendência de crescimento, com cerca de 22% de quota de mercado, seguida pela Asus (7.2%), Lenovo (4.8%) e Acer (1.9%). De destacar também a grande posição que outros fabricantes ocupam neste mercado, com uma quota de 34% devido sobretudo à diversidade de equipamentos existentes e possíveis através do SO Open Source Android.

Gráfico 2 - Tablets - Quota de mercado de marcas - Q3 2013 (adaptado de Whitney, 2013)

Esta nova geração de dispositivos não pretende substituir necessariamente outras tecnologias já existentes, devendo ser encarada como algo incremental à panóplia de dispositivos disponíveis atualmente (Huberty et al., 2011).

A tendência futura leva a crer que estes equipamentos vão-se disseminar mais rapidamente do que anteriormente os smartphones, encontrando o seu espaço tanto numa esfera pessoal bem como pública, proporcionando um acesso mais rápido e individualizado à informação (Park, 2013).

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