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De forma a auxiliar os cálculos e as conversões das unidades utilizadas (insumos em US$/ton e produtos em US$/bbl), outras premissas como densidade dos insumos e produtos, conversores de volume e poder calorífico do gás natural foram necessários, a saber.

Conversores Valor bbl/m3 6,2891 MMBTU/m3 24,814 Gal/m3 264,172 MMBTU/ton 50,84 ton/bbl 0,148 m3/l 0,001 Densidades ton/m3 Gás Natural 0,000791 Petróleo Marlin 0,93 Nafta 0,70 Diesel 0,82 Parafinas 0,81 Lubrificantes 0,91

Tabela 14 - Conversores de unidades e densidades

Neste capítulo final serão apresentados os resultados das simulações realizadas baseados nas premissas que foram apresentadas no capítulo cinco. Todos os cálculos foram executados através da planilha eletrônica FLEX XTL.xls e da plataforma de simulação estatística @RISK.

É importante lembrar que os resultados obtidos neste estudo foram baseados nas premissas apresentadas e podem ser diferentes da realidade.

Ao final deste capítulo, serão fornecidas sugestões para futuros estudos em torno do assunto abordado.

6.1.

Apresentação dos resultados

Ambas as plantas apresentaram viabilidade econômica medida através da metodologia do fluxo de caixa descontado (VPL > 0). No entanto, a flexibilidade operacional para a geração do gás de síntese não foi capturada.

Min Média Max

A: Gás Natural (42.751.000) 205.688 8.081.523

B: Óleo Pesado (20.113.460) (2.474.177) 4.743.721

Valor Presente Líquido (US$ mil) Planta sem flexibilidade

Tabela 15 - Valor Presente Líquido das plantas A e B sem flexibilidade Opção de Input

Com a utilização da metodologia de opções reais, é possível quantificar o valor desta flexibilidade operacional.

Os resultados encontrados são:

Min Média Max

VPL Flex Input (6.929.425) 1.500.644 8.306.715

Valor da Opção 35.821.575 1.294.956 225.192

Planta Flex Input Valor Presente Líquido (US$ mil)

Tabela 16 - Valor Presente Líquido da planta com flexibilidade de input

O valor da opção de conversão foi calculado através da diferença entre o valor presente líquido da planta Flex Input e o da planta A.

Uma importante análise a ser considerada é a influência da correlação entre os preços do gás natural e do óleo pesado. Através das séries de preços históricas, foi o encontrado o valor de 0,836 entre os preços dos inputs considerados.

O gráfico abaixo ilustra o efeito da correlação dos preços no valor de cada planta. Observe como o valor da opção diminui à medida que o fator de correlação aumenta.

Planta Flex Input x Correlação

(3.500) (2.500) (1.500) (500) 500 1.500 2.500 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Correlação entre os preços do gás natural e óleo pesado (%)

V P L ( M M U S $)

VPL - Gás Natural VPL - Óleo Pesado VPL EXP INPUT

Figura 22 - Valor da opção em função do fator de correlação

Opção de Output

A fração de produção de cada cenário utilizado para a precificação da opção de output foi escolhida aleatoriamente e os cenários escolhidos foram:

Tipo de Produto

(Output) Alpha 1 = 0,89 Alpha 2 = 0,92 Alpha 3 = 0,90

Nafta 29% 19,4% 26,0%

Diesel 25% 20,7% 23,9%

Parafinas 31% 39,0% 34,3%

Lubrificantes 5% 15,4% 7,7%

Cenários

Tabela 17 - Perfis de produção por cenário

Da mesma forma que na entrada do sistema, foram calculados os valores de todos os cenários individualmente, sem considerar a flexibilidade de conversão entre cenários. Os resultados obtidos são:

Min Média Max

Cenário Alpha 1 (45.430.660) (1.770.475) 7.109.747

Cenário Alpha 2 (42.751.000) 205.688 8.081.523

Cenário Alpha 3 (44.692.210) (1.195.451) 7.338.469

Planta sem flexibilidade Valor Presente Líquido (US$ mil)

Tabela 18 - Valor Presente Líquido dos diferentes perfis de produção

Pode-se observar que alguns dos cenários propostos não são viáveis economicamente (VPL<0), enquanto que o cenário alpha 2 apresenta resultado igual à planta de gás natural (as premissas utilizadas nas duas plantas são as mesmas).

Com apenas poucos cenários favoráveis, o valor da opção na saída é muito menor quando comparado ao valor da flexibilidade na entrada.

Min Média Max

VPL Flex Output (42.751.000) 205.783 8.082.841

Valor da Opção - 96 1.318 Planta Flex Output Valor Presente Líquido (US$ mil)

Tabela 19 - Valor Presente Líquido da planta com flexibilidade de output

Por fim, foi analisada uma planta com flexibilidade na entrada e na saída do sistema produtivo. Os valores encontrados são:

Min Média Max

VPL Total Flex (6.929.425) 1.500.738 8.308.034

Valor da Opção 35.821.575 1.295.050 226.511

Planta Total Flex Valor Presente Líquido (US$ mil)

Tabela 20 - Valor Presente Líquido de uma planta Total Flex

Como se pode observar, a planta Total Flex é a que possui o maior valor econômico e isto se deve pelo fato da mesma possuir um número maior de flexibilidades operacionais.

A tabela 21 apresenta a consolidação dos resultados encontrados.

Min Média Max

A: Gás Natural (42.751.000) 205.688 8.081.523 B: Óleo Pesado (20.113.460) (2.474.177) 4.743.721 Cenário Alpha 1 (45.430.660) (1.770.475) 7.109.747 Cenário Alpha 2 (42.751.000) 205.688 8.081.523 Cenário Alpha 3 (44.692.210) (1.195.451) 7.338.469 VPL Flex Input (6.929.425) 1.500.644 8.306.715 VPL Flex Output (42.751.000) 205.783 8.082.841 VPL Total Flex (6.929.425) 1.500.738 8.308.034 Valor da Opção de Input 35.821.575 1.294.956 225.192 Valor da Opção de Output - 96 1.318 Valor da Opção Total Flex 35.821.575 1.295.050 226.511

Tipo de Planta Valor Presente Líquido (US$ mil)

Tabela 21 - Consolidação dos resultados

6.2.

Conclusões

Os resultados apresentados na seção anterior mostraram que é possível valorar as flexibilidades de uma planta XTL e algumas conclusões podem ser listadas:

i) A planta GTL é economicamente viável quando alimentada somente com gás natural para a produção do gás de síntese. Devido ao baixo rendimento e custo por tonelada relativamente mais caro, a planta alimentada somente com óleo pesado apresentou inviabilidade;

ii) Já a planta XTL com flexibilidade na entrada do sistema possui valor muito maior que a planta alimentada somente por gás natural, comprovando que a valoração de tal flexibilidade é extremamente importante na tomada de decisão do investimento;

iii) Foi possível avaliar o máximo de investimento (valor da opção de

input) que se pode gastar com a implantação de uma planta com

flexibilidade na entrada. A flexibilidade de operação gera mais valor, uma vez que o valor da opção é muito superior ao investimento de uma unidade de gaseificação de óleo pesado (unidade adicional para tornar a planta flexível);

iv) O valor da flexibilidade na saída do sistema é irrelevante frente ao valor da flexibilidade na entrada. Caso a flexibilidade de saída apresente custos de conversão altos, estes poderão “destruir” valor da planta sem flexibilidade (opção out-of-the-money); e

v) Uma importante consideração deste estudo é a possibilidade do aumento da produção de um determinado produto, em especial o diesel, já que é possível canalizar uma fração ∆ da produção (curvas do gráfico ASF) para a unidade de hidrocraqueamento. Desta forma, é possível aumentar a produção de diesel para valores superiores ao utilizado nesta pesquisa (20,7%).

6.3.

Sugestões para futuros trabalhos

Futuros estudos em torno do assunto apresentado nesta dissertação podem ser sugeridos, a saber:

1) Um estudo mais apurado do cálculo da flexibilidade na saída do sistema através de informações técnicas mais relevantes. A opção de output teria mais valor caso fosse possível concentrar a produção para apenas um tipo de produto a cada período, isto é, produzir apenas o produto que se obtém o maior fluxo de caixa;

2) Uma estrutura de custos operacionais e de conversão aberta poderá tornar a análise da função lucro mais correta, obtendo-se assim valores econômicos mais próximos da realidade; e

3) Um estudo considerando as correlações entre os diversos tipos de produtos poderá trazer resultados interessantes para a análise econômico-financeira, uma vez que o efeito da alta correlação impacta diretamente nos valores das plantas.

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