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CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

1.4 Setor Calçadista e Justificativas de Sua Escolha para Realização do Survey

1.4.2 Pólos Calçadistas brasileiros

Os dados apresentados nesta seção sobre os pólos calçadistas do país baseiam- se nas informações da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (ABICALÇADOS, 2005).

No estado do Rio Grande do Sul destaca-se o Pólo do Vale dos Sinos. Este é o maior cluster de calçados do mundo. Abrange 26 municípios e os principais são Novo Hamburgo, Campo Bom, Parobé, Igrejinha e Sapiranga. Nessa região, onde também se somam os Vales do Paranhana e do Caí, estão concentradas as instituições de ensino técnico e os centros de pesquisa e assistência tecnológica do Rio Grande do Sul. Este pólo detém em torno de 60% da indústria de componentes e 80% da indústria brasileira de máquinas para couros e calçados. O Vale dos Sinos é especializado na fabricação de calçados femininos de couro, mas também é importante na fabricação de calçados de materiais alternativos, como sintéticos e injetados. Também é o Pólo calçadista exportador mais importante e o que concentra as maiores empresas do País.

O município de São João Batista é o principal fabricante de calçados do Estado de Santa Catarina. São 130 empresas e cinco mil empregos diretos, que representam mais de 60% da indústria de calçados de Santa Catarina; é especializado em calçados femininos e, em 2003, produziu 14 milhões de pares de calçados e faturou R$ 330 milhões O segundo município mais importante do Pólo de São João Batista, é o de Nova Trento, com 8 empresas e mais de 600 empregos diretos.

Os pólos calçadistas de Franca, Birigui e Jaú, localizados no estado de São Paulo, se destacam. Franca é o maior pólo produtor de calçados masculinos do Brasil, sendo

integrado por 500 empresas de calçados que geram cerca de 22,6 mil empregos diretos. Cinqüenta países importam os calçados de Franca, resultando em US$ 116,5 milhões arrecadados pelas organizações deste pólo em 2003. O pólo de Birigui é constituído por 166 empresas e é considerado o maior produtor de calçados infantis do país. Emprega cerca de 18 mil pessoas e exporta sete milhões de pares/ano. Jaú é um pólo especializado na produção de calçados femininos de couro, e apresenta um faturamento das exportações em 2003 de US$ 11,5 milhões. Possui 182 empresas de calçados que geram 13 mil empregos diretos e cerca de sete mil indiretos.

No estado de Minas Gerais estão situados os pólos de Nova Serrana, Belo Horizonte, Uberaba e Uberlândia:

• O município de Nova Serrana é o principal pólo calçadista de Minas Gerais. O

Sindicato das Indústrias de Calçados (Sindinova) estima que Nova Serrana abriga 824 empresas, a maioria de pequeno e micro porte, que empregam diretamente cerca de 23 mil pessoas. Em 2004, foram produzidos 77 milhões de pares de calçados, gerando uma receita de 600 milhões. O pólo calçadista de Nova Serrana responde por 55% da produção nacional de calçados esportivos.

• O pólo calçadista de Belo Horizonte contempla, além de empresas estabelecidas na cidade também indústrias instaladas na sua região metropolitana e em cidades no Triângulo Mineiro, Zona da mata e Sul de Minas Gerais. Em 2003, este pólo contabilizou a atividade de 800 empresas de calçados. Há ainda uma acentuada produção de bolsas e acessórios, que somam outras 200 empresas. O total de empregos diretos gerados em todo o pólo é de 32,1 mil e outros 30 mil indiretos. A produção é bastante diversificada, atendendo a todos os públicos consumidores, mas há uma predominância para calçados femininos de design arrojado.

• O pólo de Uberaba é responsável por 20% da produção calçadista de Minas Gerais. São cerca de 40 empresas dos mais variados portes, que produzem em média 20 mil pares/dia, gerando cerca de 1.500 empregos diretos e 1.500 indiretos. A produção é diversificada, fabricando calçados masculinos, femininos, esportivos e infantis, além de acessórios e botas estilo country.

• Uberlândia abriga 57 fábricas de calçados, que produzem seis mil pares/dia. A

produção deste pólo é voltada ao público feminino e feita ainda de modo basicamente artesanal. O setor calçadista de Uberlândia gera cerca de três mil empregos.

Em todo o estado de Goiás há em torno de 200 empresas, que produzem em torno de 12 milhões de pares por ano. As fábricas empregam diretamente três mil pessoas e indiretamente, 1,5 mil. Está em fase de implantação um pólo calçadista na cidade de Goianira, que compreende dez fábricas de calçados, com possibilidade de ampliação para 20 unidades produtivas. O calçado produzido no pólo de Goiás é considerado de alta qualidade e design, uma vez as empresas, de pequeno e médio porte, buscam no valor agregado o seu diferencial competitivo.

Os pólos de Itapetinga, Jequié e Juazeiro destacam-se no estado da Bahia. Itapetinga possui cinco empresas com 2.535 empregados e representa 51% da indústria estadual. Jequié tem 10 empresas com 742 empregados e representa 15% da indústria estadual. O pólo de Juazeiro emprega 476 pessoas nas suas 2 empresas e representa 9,6% da indústria estadual.

No estado da Paraíba estão os pólos de Santa Rita e Campina Grande. Na região leste do estado encontra-se a maior parcela da indústria de calçados. Quanto ao pólo de Santa Rita, este possui cinco estabelecimentos e 1.825 empregados; a capital João Pessoa tem três estabelecimentos e 776 empregados e no município de Bayeux tem uma empresa com

695 empregados. O pólo de Campina Grande possui 35 empresas com 2.291 empregados, o que representa 30% da indústria estadual.

Os pólos de Sobral, da região de Fortaleza e da região do Cariri pertencem ao estado do Ceará. Com apenas dois estabelecimentos, empregando diretamente 8.451 pessoas, Sobral já é o município maior produtor de calçados do Nordeste. No Pólo da Região de Fortaleza destacam-se os municípios de Maranguape e Horizonte, além da capital, em termos de emprego de mão-de-obra. Estes três municípios têm 63 estabelecimentos e empregam 7.408 pessoas. O Pólo da Região do Cariri abrange os municípios de Barbalho, Crato e Juazeiro do Norte, sendo este o principal. O Pólo do Cariri é especializado na produção de sandálias de material sintético (EVA e PVC) destinadas principalmente para o mercado interno. O Pólo do Cariri possui 66 estabelecimentos e emprega 1.759 pessoas.

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