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2.6 Pós-Graduação em Educação

As informações relacionadas com a pós-graduação brasileira mostram que houve expansão dos programas. No período de 1996 a 2006, os dados da Tabela 10 permitem expressar que o crescimento foi superior a 87%, o que representa uma taxa de expansão anual de 6,5%. Conforme Oliveira Filho (2005, p.36):

a pós-graduação se constitui numa das realizações mais bem- sucedidas no conjunto do sistema de ensino existente no país. Deve- se ressaltar que o seu desenvolvimento não derivou de um processo espontâneo do aumento da pesquisa científica e do aperfeiçoamento da formação de quadros, mas foi produto de uma deliberada política indutiva, em grande medida concebida, conduzida e apoiada pelo Estado.

Vivencia-se a expansão da pós-graduação, conforme Tabela 10, também no nível de doutorado, o que indica uma elevação das possibilidades de formação de pesquisadores.

TABELA 10 – Evolução dos Programas de Pós-Graduação Número de programas de pós-graduação, por nível.

Ano Total Mestrado Doutorado Mest./Dout.

1996 1.209 579 22 608

2004 1.898 910 36 952

2006 2.266 1.039 34 1.193

Fonte: CAPES (www.capes.gov.br).

No País, é no ambiente de pós-graduação que principalmente são desenvolvidas as pesquisas. “Os dados disponíveis demonstram, sobremaneira, que é no interior do Sistema Nacional de Pós-Graduação que, basicamente, ocorre a atividade da pesquisa científica e tecnológica brasileira” (BRASIL, 2004d, p.8). Para Ferraro (2005, p.2):

em vez de ter emergido de uma prática consolidada de pesquisa, a pós-graduação foi criada com o propósito explícito de promover a pesquisa na ainda principiante universidade brasileira. Dessa forma, a pesquisa, em vez de função básica da universidade e condição preliminar do próprio ensino universitário enquanto tal − de graduação e, com maior razão, de pós-graduação − passou a ser vista e tratada como função da pós-graduação, e esta, por sua vez, como o locus da produção do conhecimento.

Para realizar o trabalho de orientação de dissertações e teses de qualidade, nos programas de pós-graduação, o Brasil possui uma comunidade científica e tecnológica “que é a maior e a mais qualificada da América Latina” (REZENDE, 2006, P.56).

Estudos desenvolvidos demonstram o aumento de discentes e docentes, contudo, com elevação no número de orientados, por professor, no decorrer dos anos e que em diferentes campos do saber se vivencia ampliação dos cursos de pós-graduação. Para Oliveira Filho (2005, p.38) “os dados da pós-graduação brasileira indicam que todas as áreas do conhecimento apresentaram crescimento

expressivo ao longo dos anos, com algumas oscilações, e que a tendência vem sendo nitidamente positiva”.

Conforme Nunes et al (2003, p. 137)

os programas de pós-graduação em Educação no Brasil iniciaram-se em meados dos anos 60 e na década seguinte ocorreu um considerável crescimento, acompanhando a tendência observada em outras áreas do conhecimento. Os programas de doutorado, no entanto, só emergiram a partir de 1976.

Saviani (2000) divide a pós-graduação em Educação em três estágios: o período heróico; a fase de consolidação e de expansão; e situação atual. No período heróico, houve o surgimento do mestrado em Educação, em 1965, quando não havia uma estrutura para funcionamento dos cursos. Os docentes haviam finalizado o curso de doutorado no exterior, ou defendido a tese no Brasil, por meio do doutorado direto, ou eram mestres titulados fora do País, ou também egressos dos Programas de Mestrado recentemente implantados. Com muita dedicação, criatividade e colaboração da CAPES, muitos programas entraram em funcionamento e progrediram. Cabrero, Costa e Hayashi (2006a, p.260) expressam que “com o passar dos anos houve avanços e as lacunas foram paulatinamente preenchidas”. No ano de 1976, inicia-se a fase de consolidação com a implantação de Programas de doutorado, enquanto avança a criação de mestrados. Esta fase se integraliza no princípio da década de 1980 (SAVIANI, 2000).

Para Severino (2001, p.62) “a necessidade de consolidar a tradição de pesquisa já instaurada no campo educacional legitima a manutenção dos cursos de programas de pós-graduação em Educação”.

O crescimento da pesquisa brasileira foi estimulado com investimentos do CNPq, que no ano de 2006, em bolsas no país, chegou a R$ 636,2 milhões, e a área de Educação ficou com R$18,7 milhões. Foram direcionados para bolsas no exterior, R$ 25,3 milhões, sendo R$ 460 mil para Educação. Para fomento à pesquisa houve

destinação de R$ 219,1 milhões e a área de Educação recebeu R$ 4,9 milhões (BRASIL, 2007b). Esses investimentos fortaleceram os Programas de Mestrado e Doutorado. Por outro lado, foi registrada a “pouca importância atribuída pelas próprias agências às áreas das ciências humanas, entre elas, a educação” (BUENO, 2005, p.12).

Observa-se na Tabela 11 a expansão da pós-graduação em Educação que no ano de 1996 possui 44 programas, sendo 25 de mestrado e 19 de mestrado e doutorado. Em 2006, são 73 programas de Educação, com 41 no nível de mestrado e 32 de mestrado e doutorado. Entre 1996 a 2006 o aumento ficou próximo a 66%. O crescimento da pós-graduação tem que ser fundamentado na formação de massa crítica e desenvolvimento de pesquisas. Durham (1994, p.38) aponta que “a criação de programas de pós-graduação deve ser a conseqüência da institucionalização da pesquisa”.

TABELA 11 – Evolução dos Programas de Pós-Graduação em Educação Programas de Pós-Graduação

Área:

Educação Total Mestrado Mest. e Dout.

Ano: 1996 44 25 19

Ano: 2004 73 45 28

Ano 2006 73 41 32

Para Guimarães e Gomes (2000) a área de Educação possui uma das melhores proporções de número de Grupos de Pesquisa em relação aos Programas de Pós-Graduação, entretanto, na análise qualitativa, fundamentada em dois parâmetros: presença dos integrantes das equipes de investigação nos Programas de Pós-Graduação, conforme classificação da CAPES; e enquadramentos dos respectivos cientistas nas bolsas de produtividade em pesquisa do CNPq, revelaram que nestes aspectos essa área precisa avançar. Guimarães e Gomes (2000, p. 15) dizem que certos campos do conhecimento, entre eles a área de Educação, “deveriam, primeiramente, buscar consolidar um nível de desempenho qualificado para estabelecer referenciais de desempenho qualitativo”.

O número de cientistas, no País, na área de educação tem aumentado. Na coleta de dados de 1997, há 550 mestres e 622 doutores cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa, em 2004, são 2.382 mestres e 3.262 doutores. O número de grupos de pesquisa, da área de educação passa de 201, no Censo de 1993, para 1.194, em 2004, segundo dados do Diretório dos Grupos de Pesquisa (BRASIL, 2004c).

É importante observar os dados da Tabela 12 que demonstram a evolução do número de alunos matriculados, nos Programas de Mestrado e Doutorado na área de Educação, no início de 1996, 2000, no final de 2004 e em 2006. Consta, ainda, a elevação do quantitativo titulado no nível de mestrado e doutorado. No início de 1996, conforme a Tabela 12, havia 2.871 estudantes de mestrado e 963 de doutorado. Ingressaram 922 mestrandos e 237 doutorandos, que somados aos matriculados chega-se a 3.793 mestrandos e 1.200 doutorandos. No ano 2000, foram admitidos no mestrado 1.547 discentes e no doutorado 529. Em 2004, são matriculados no mestrado 2.433 alunos novos e no doutorado 698. Em 2006,

percebe-se uma continuidade da evolução na matrícula dos cursos de mestrado e uma pequena redução no doutorado, em relação a 2004.

TABELA 12 – Evolução da Matrícula e Titulação em Educação Matriculados no início do ano

/ Ingressos e Total Titulados

Área: Educação

Mestrado Doutorado Mestrado/TMT* Doutorado/TMT*

Ano: 1996 2.871 + 922 = 3.793 963 + 237 = 1.200 726 (45) 146 (56) Ano: 2000 3.345 + 1547 = 4.892 1.378 + 529 = 1.907 1.195 (35) 285 (51) Ano: 2004 4.814** 2.338** 1.946 (31) 414 (46) Ano: 2006 5.101 + 2507 = 7.608 2.295 + 684 = 2.979 2.057 (30) 459 (49) Notas: *Tempo Médio de Titulação (TMT) em meses. **Matriculados ao final do ano.

Em 1996, houve 6 mudanças de nível (mestrado para doutorado). Abandonaram os cursos 206 alunos de mestrado e 77 de doutorado. Em 2000, 22 mudaram de nível e abandonaram/foram desligados 142 mestrandos e 28 doutorandos. Em 2004, ingressaram no mestrado 2.433 alunos e 698 no doutorado, abandonaram/foram desligados 126 mestrandos e 35 doutorandos. Em 2006, abandonaram/foram desligados 176 mestrandos e 60 doutorandos.

Somando o número de alunos matriculados no início do ano, com os que ingressaram e subtraindo os que se titularam, os que abandonaram ou foram desligados do curso, os que mudaram de nível – no caso do doutorado somam-se estes estudantes – chega-se ao número de discentes matriculados ao final do ano.

Fonte: CAPES (www.capes.gov.br).

A situação apresentada no Brasil, de expansão da pós-graduação, repete-se na área de Educação, criando expectativas para avanços neste campo do conhecimento, produzidos por pesquisadores com formação de alto nível. Durham (1994, p.38) comenta que no Brasil “há uma enorme carência de pesquisadores altamente qualificados”. Esses pesquisadores, na área de Educação, conforme Tabela 12, estão sendo formados nos cursos de Mestrado e Doutorado, em menor espaço de tempo. No entanto, no nível de doutorado, entre 2004/2006, houve aumento no número de meses empregados para se alcançar o título de doutor.