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2.1. GESTÃO DE PROGRAMAS E DE PROJETOS

2.1.5. Padronização do Gerenciamento de Programas e Projetos

O PMI, além de ser uma instituição sem fins lucrativos e conduzir mundialmente as certificações em gerenciamento de projetos, é responsável pelo desenvolvimento, disseminação e atualização do Project Management Body of Knowledge, mais conhecido como PMBOK (PMI, 2019).

O PMBOK é um guia de conhecimento em gerenciamento de projetos consolidado e muito necessário para o bom desempenho da gestão de projetos a partir de processos e melhores práticas. Dentre seus propósitos, o PMBOK identifica e descreve boas práticas na gestão de projetos, padroniza a linguagem no contexto da profissão, constitui-se como uma referência básica na gerência de projetos e oferece um arcabouço consistente para os programas de desenvolvimento profissional e certificações do PMI (PMI, 2019).

O PMBOK não é uma metodologia, e sim um documento com a função de orientar e contribuir na compreensão dos processos necessários para o gerenciamento eficiente e eficaz de projetos. Desse modo, não demonstra “como fazer”, “quando fazer” e “quanto fazer”, mas sim “o que fazer”. Assim, tem por finalidade orientar e instruir as melhores práticas em gerenciamento de projetos a partir de dez áreas do conhecimento (PMBOK, 2017; ALMEIDA e NETO, 2015). A partir da quinta edição do PMBOK (2013) o guia sinaliza sua intenção de não se tratar de uma metodologia quando descreve que é “um conjunto de boas práticas que podem ser utilizadas na maioria dos projetos na maior parte do

tempo”. Todavia, pode ser considerado um excelente ponto de partida e uma base de fundamentos para a construção de uma metodologia em gerenciamento de projetos.

A quinta edição do PMBOK (2013) apresenta uma padronização de boas práticas em gerenciamento de projetos através de cinco grupos de processos: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento. Em cada um desses grupos de processo alojam-se as seções das áreas do conhecimento, que são no total de dez áreas: gerenciamento de integração, escopo, tempo, custo, qualidade, recursos humanos, comunicações, riscos, aquisições e partes interessadas do projeto.

A edição mais atualizada do PMBOK (2017), sexta edição, promoveu duas mudanças nos nomes das seções das áreas do conhecimento, sendo que a seção gerenciamento de tempo foi renomeada para gerenciamento de cronograma, visto que os gerentes de projetos gerenciam o cronograma do projeto em vez do tempo do projeto; e a seção gerenciamento de recursos humanos modificou-se para gerenciamento de recursos, pois foi reconhecido que existem outros recursos além dos recursos humanos a serem gerenciados. A seguir são expostas as dez áreas do conhecimento do PMBOK, segundo Xavier et al. (2014, p. 11) e PMBOK (2017, p. 23-24):

a) gerenciamento de integração do projeto: compõe processos

que integram os vários elementos do gerenciamento de projetos, que são denominados, definidos, acordados, unificados e coordenados dentro dos grupos de processos de gerenciamento de projetos.

b) gerenciamento do escopo do projeto: envolve os processos de

verificação para assegurar que o projeto contemple todo o trabalho necessário para obter êxito no encerramento, filtra somente o que realmente é trabalho necessário.

c) gerenciamento do cronograma do projeto: são processos

imprescindíveis que asseguram o gerenciamento do término preciso do projeto.

d) gerenciamento dos custos do projeto: envolve processos

destinados ao planejamento, estimativas, orçamentos, financiamentos, gerenciamento e controle dos custos, de maneira que o projeto seja terminado dentro do orçamento acordado.

e) gerenciamento da qualidade do projeto: processos que se

destinam a incorporar a política de qualidade da organização, a fim de garantir que o projeto satisfaça os objetivos para os quais foi realizado, tanto para o projeto como para as partes interessadas.

f) gerenciamento dos recursos do projeto: engloba os processos

que constata, adquire e gerencia os recursos indispensáveis para a conclusão bem-sucedida do projeto.

g) gerenciamento das comunicações do projeto: inclui todos os

processos necessários para assegurar que as informações do projeto de maneira oportuna e apropriada, sejam trabalhadas nos mais diversos contextos das fases de um projeto.

h) gerenciamento dos riscos do projeto: são os processos

destinados à realização do gerenciamento das ameaças e oportunidades em um projeto.

i) gerenciamento das aquisições do projeto: são os processos

essenciais para comprar ou obter produtos, serviços ou resultados externos à equipe do projeto, ou seja, além dos recursos necessários ao gerenciamento de contratos.

j) gerenciamento das partes interessadas do projeto: envolve os

processos exigidos para identificar todos que de alguma forma impactam ou são impactados pelo projeto. Ademais, são processos que analisam as expectativas das partes interessadas e desenvolvem estratégias de gerenciamento apropriadas para o seu engajamento eficaz nas decisões e execução do projeto. Em cada uma das dez áreas de conhecimento do PMBOK (2017, p. 61) existe um conjunto de subprocessos. Cabe ressaltar que, dependendo das características do projeto, ocorre a necessidade de adicionar mais áreas de conhecimento, como exemplo o gerenciamento financeiro ou a subtração de alguma área de conhecimento.

Em relação à padronização em gerenciamento de programas de projetos, a padronização realizada pelo PMI é descrita no livro The Standard for Program Management (GP-SPM), quarta edição, o qual prevê três grupos de processos distintos do gerenciamento de projetos, sendo esses: definição, entrada de benefícios e encerramento. Em cada grupo de processos alojam-se as mesmas dez sessões das áreas de conhecimento descritas em

gerenciamento de projetos. O Anexo B apresenta o fluxo de processos em gerenciamento de programas, adaptado por Maxsen e Vargas (2014) do The Standard for Program

Management, terceira edição. Esses fluxos foram utilizados na metodologia desta pesquisa, a

fim de permitir uma avaliação do gerenciamento de programa.

Cabe destacar que, com a publicação da quarta edição do The Standard for

Program Management, ocorreram alterações. Sendo assim, a quarta edição baseia-se em

princípios, em vez de processos como descrito na terceira edição. Logo, as alterações mais pertinentes referem-se aos “processos de apoio” que foram modificados para “atividades do programa de apoio” e as atividades de programa foram realinhadas para as fases do ciclo de vida do programa, em vez de tópicos.