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Paisagem típica no meio rural, com pastagens, matas em topos de morros e a serra ao fundo.

Quanto à vegetação, de acordo com RIBON (2005), o município situa-se no Domínio da Mata Atlântica, sendo recoberto originalmente pela Floresta Estacional Semidecidual Submontana e Campos de Altitude; estão em bom estágio de conservação. As áreas de várzeas, nas partes mais baixas, utilizadas para a agricultura e pecuária, apresentam ainda algumas manchas florestais.

Fervedouro tem clima agradável, com médias anuais de 15 0C. A precipitação média anual varia em torno de 1500 mm. O período seco dura aproximadamente três meses, coincidindo com os meses mais frios (RIBON, 2005). As principais atividades

econômicas são a cafeicultura e a bovinocultura de corte, além da agroindústria, tendo potencial para o turismo. Suas altitudes são privilegiadas, variando de 700 a 1985 m, tendo como municípios limítrofes: Araponga, Divino, Carangola, São Francisco do Glória, Miradouro, Abre Campo e Pedra Bonita.

Quanto à geologia, a área pertence à Unidade Complexo de Juiz de Fora, que é considerado de idade arqueana precoce. O complexo estende-se desde Volta Redonda - RJ, no médio vale do Paraíba do Sul, até entre Raul Soares e Manhuaçu, no vale do Rio Doce, numa extensão aproximada de 360 km (RIBON, 2005).

O relevo é pertencente ao complexo da Serra da Mantiqueira, que se caracteriza por apresentar formas alongadas, tipo cristas e linhas de cumeada, com áreas muito declivosas, atingindo declives maiores que 55%, característica esta de maior restrição de uso. O solo tem baixa fertilidade e acidez elevada (RIBON, 2005). Quanto aos recursos hídricos, o município é servido por inúmeros cursos d’água, sendo que 98 desses nascem no PESB, inclusive o Rio Glória; o qual faz parte da Bacia do Rio Paraíba do Sul.

A característica efervescente das águas de alguns de seus mananciais, que borbulham pela vibração provocada pelo simples ato de conversar às suas margens inspirou o nome do Município: Fervedouro.

A água que serve a área urbana é tratada, os principais cursos d’água são o Córrego Rosa Verde (que abastece a cidade) e o Córrego Turvo (ou Ribeirão do Jorge). No meio rural, são usados mananciais próprios e poços artesianos. O esgoto doméstico não é tratado, é todo canalizado, mas destinado aos cursos d’água, como ocorre na maioria das cidades brasileiras. Foi feita, no meio rural, uma campanha para instalação de fossas sépticas. Segundo informações obtidas no escritório do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), a atual administração já solicitou um projeto para a instalação de uma estação de tratamento de esgoto, devendo a construção ser iniciada em breve. O lixo não recebe tratamento, a coleta é diária e todo material é destinado para um ‘lixão’.

Na área urbana do município, há escassez em áreas verdes; existe apenas uma pequena praça central, as ruas são pouco arborizadas, as poucas árvores existentes foram plantadas por iniciativas próprias da comunidade. Com isso, erros comuns são notados, como espécies de grande porte sob fiação elétrica, falta de espaço apropriado para o desenvolvimento das plantas, entre outros. Não há também áreas para lazer de crianças, apenas um campo de futebol que é usado em finais de semana (Fotos 6 e 7).

Foto 6: Vista da área urbana de Fervedouro, localizada às margens da BR-116.

Foto 7: Única praça pública da cidade de Fervedouro, com a Igreja matriz ao fundo. Por ser uma cidade relativamente nova (foi emancipada do município de Carangola em 1992), Fervedouro quase não possui patrimônio histórico, salvo algumas sedes de

fazendas do século passado. A maior parte das construções é do período atual e exercem pouco impacto ao meio.

Os atrativos naturais são sua grande riqueza. São diversas cachoeiras, a piscina de água natural que ‘ferve’, as matas e sua rica fauna e flora, o PESB e o ambiente rural. Desde 1998, o município vem desenvolvendo um programa de turismo denominado Programa de Desenvolvimento Sustentável do agro e ecoturismo do município de Fervedouro (FERVETUR), e tem como objetivos gerais sensibilizar a comunidade e

desenvolver o potencial turístico da região, através da criação de postos de trabalho, de geração e complementação de emprego; e em conseqüência, renda para as famílias que vivem da agricultura familiar por meio do Agroturismo e do Ecoturismo e acelerar o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Município. A partir destes trabalhos, dois produtores rurais iniciaram atividades no ramo de turismo, os quais serão descritos mais adiante.

Os principais atrativos culturais são: a Festa do Café, onde são realizados concursos de qualidade de café e leite, a festa da Padroeira Santa Bárbara, o Jubileu do distrito de Bom Jesus do Madeira e as festas juninas que são comemoradas em diversos locais (tanto na área rural como urbana) atraindo inúmeros visitantes da região.

Nas escolas, um trabalho com educação ambiental é desenvolvido com atividades como visitas ao PESB, comemoração do dia do meio ambiente, palestras e cursos.

A área urbana, mesmo sendo pequena, oferece uma boa infra-estrutura. São dois postos de gasolina, duas agências bancárias, uma agência dos Correios, três restaurantes, academia de ginástica e dois locais de acesso à internet. No entanto, falta um espaço para comercializarão do artesanato e produtos caseiros (agroindústria), pois a cidade possui muitos produtores e artesãos no meio rural e a comercialização dos produtos fica restrita.

As áreas rurais e nas proximidades dos distritos, são os locais onde se encontram a maior parte das belezas naturais e as fazendas antigas com seu patrimônio histórico e sua cultura. Este fato chama a atenção para um turismo voltado para esse tema, onde além dos atrativos acima citados, ainda é comum vivenciar hábitos e costumes diferenciados (Foto 8).

A água abundante e os terrenos ondulados e acidentados compõem a paisagem característica de Fervedouro que, em vários pontos, são um convite ao lazer e ao turismo.

Foto 8: Vista de uma das ruas do distrito de Bom Jesus do Madeira, com destaque