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Capítulo 2 – A educação como estratégia para a manutenção da paz e reconstrução

2.6. O papel da família na educação

Quando se fala em educação, não se pode apenas falar do trabalho que é exercido pelas escolas, ou seja, estariamos a falar de ensino em particular e não de educação em geral.

A educação de um ser humano deve-se, em grande parte aos conhecimentos que adquire ao longo da sua vida escolar, junto de formadores, professores, educadores e material didáctico. No entanto, educar representa muito mais do que ensinar conteúdos de um conjunto de disciplinas. Educar é rodear a criança, um jovem, um adulto, de uma quantidade de normas, regras e valores que lhe facilitam a sua convivência em sociedade.

O papel dos professores e educadores é fundamental mas, este só se torna útil quando é devidamente acompanhado pelo papel social que os pais e encarregados de educação devem desempenhar no desenvolvimento dos seus educandos, especialmente em idade escolar e até aos 18 anos, quando atingem a maioridade.

Os autores84 mostram nos Cadernos de Apoio à Formação, Relação Escola-Aluno-Família que é possível “executar formas mais eficazes de integrar as diferentes vivências sócio-culturais”. Quer-se com isto mostrar que a família deve ter um papel fundamental na educação dos seus educandos e contribuir para a preparação do ser humano para viver em sociedade.

81 Angola O futuro é possível, Felix Miranda, página 52

82 Angola O futuro é possível, Felix Miranda, página 53, Cit. Lévi-Strauss. 83 Angola O futuro é possível, Felix Miranda, página 54

84 De Jesus, Helena e Neves, Ana Luísa, “02 Cadernos de Apoio à Formação, Relação Escola-Aluno-Família, Educação Intercultural

uma Perspectiva Sistémica”, página 7, consultado em 12 de Março de 2012, disponível em http://pt.scribd.com/doc/73507225/RELACAO-

Trabalho realizado por Rita Mafalda Cavaco Simões Bourguignon Silva 31 “Quando a família dispõe de meios efectivos de participação ativa e regular na vida da escola, gradativamente constroi a consciência de que a escola é um bem público que também é seu85”.

Este contributo passa por envolver as crianças e jovens em projectos, proporcionar-lhes responsabilidades, ajudá-los a resolver situações de conflito, aceitando e aprendendo a conviver com as diferenças sociais, culturais e de capacidade de cada indivíduo86.

Estes cadernos87 mostram como é importante que a escola e a família estejam juntos na educação dos alunos. Só esta relação pode permitir um “maior sucesso educativo (…) Sendo esta uma abordagem sistémica, a escola, o aluno e a família têm de ser vistos como sistemas abertos sendo que, as trocas entre si e o sucesso das mesmas, dependem irremediavelmente da relação dinâmica que estabelecem88”.

O que pretendemos demonstrar é que o papel dos pais, das famílias é muito importante quer na integração do indivíduo, quer na sua aceitação dos outros em sociedade. É notável, em alguns casos testemunhados pessoalmente que, muitas crianças e jovens não têm o devido acompanhamento a partir de casa e que essa lacuna se reflete na escola, quer no seu comportamento individual, quer na sua conduta perante os outros ou mesmo na aquisição de conhecimentos.

“A responsabilização, ao contrário da culpabilização, torna os sistemas competentes e vai condicionar a comunicação/informação (…) Na família pontua-se a aprendizagem da gestão afectivo-emocional, enquanto na escola se canaliza o processo no sentido de adquirir competências específicas, com conteúdo intelectualizado (…) estas diferenças de papeis têm de ser respeitadas e as intervenções de cada um dos subsistemas devem ser complementares89”.

Esta relação é denominada, segundo citação dos autores90 pelo termo Go-between91, ou seja uma espécie de mediador entre os pais e os professores. Esta é a relação mais saudável para permitir ao aluno um melhor desempenho como pessoa e como estudante.

“E se a educação é uma tarefa eminentemente social, nela reside também a responsabilidade de criar cidadãos intelectualmente válidos, mas nem por isso acríticos às noções de justiça social e de respeito pelos valores fundamentais de uma sociedade democrática. Só a aposta e

85 Aranha, 2004 cit in Alves, Graziela, A construção de uma escola inclusiva, em www.monografias.com

86 De Jesus, Helena e Neves, Ana Luísa, “02 Cadernos de Apoio à Formação, Relação Escola-Aluno-Família, Educação Intercultural

uma Perspectiva Sistémica”, página 11, consultado em 12 de Março de 2012, disponível em http://pt.scribd.com/doc/73507225/RELACAO-

ESCOLA-ALUNO-FAMILIA-EDUCACAO-INTERCULTURAL-%E2%80%93-UMA-PERSPECTIVA-SISTEMICA

87 De Jesus, Helena e Neves, Ana Luísa, “02 Cadernos de Apoio à Formação, Relação Escola-Aluno-Família, Educação Intercultural

uma Perspectiva Sistémica”, página 21, consultado em 12 de Março de 2012, disponível em http://pt.scribd.com/doc/73507225/RELACAO-

ESCOLA-ALUNO-FAMILIA-EDUCACAO-INTERCULTURAL-%E2%80%93-UMA-PERSPECTIVA-SISTEMICA

88 De Jesus, Helena e Neves, Ana Luísa, “02 Cadernos de Apoio à Formação, Relação Escola-Aluno-Família, Educação Intercultural

uma Perspectiva Sistémica”, página 21, consultado em 12 de Março de 2012, disponível em http://pt.scribd.com/doc/73507225/RELACAO-

ESCOLA-ALUNO-FAMILIA-EDUCACAO-INTERCULTURAL-%E2%80%93-UMA-PERSPECTIVA-SISTEMICA

89 De Jesus, Helena e Neves, Ana Luísa, “02 Cadernos de Apoio à Formação, Relação Escola-Aluno-Família, Educação Intercultural

uma Perspectiva Sistémica”, página 25, consultado em 12 de Março de 2012, disponível em http://pt.scribd.com/doc/73507225/RELACAO-

ESCOLA-ALUNO-FAMILIA-EDUCACAO-INTERCULTURAL-%E2%80%93-UMA-PERSPECTIVA-SISTEMICA 90 De Jesus, Helena e Neves, Ana Luísa

91 (…) é o que define o aluno através do qual estes dois sistemas se comunicam (família e escola) In De Jesus, Helena e Neves, Ana Luísa,

“02 Cadernos de Apoio à Formação, Relação Escola-Aluno-Família, Educação Intercultural uma Perspetiva Sistémica”, página 26,

consultado em 12 de Março de 2012, disponível em http://pt.scribd.com/doc/73507225/RELACAO-ESCOLA-ALUNO-FAMILIA- EDUCACAO-INTERCULTURAL-%E2%80%93-UMA-PERSPECTIVA-SISTEMICA

Trabalho realizado por Rita Mafalda Cavaco Simões Bourguignon Silva 32 o reforço nas capacidades dos indivíduos, nas noções de cooperação e de solidariedade poderão combater as desigualdades92”.