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Para os Apostólicos de Baturitc

Mártires da Castidade

Ainda em consideração ao Ceará e uoa Missio­ nários Jesuítas vão mencionados aqui os nomes de duas índias cearenses, mártires da castidade, per­ tencentes às Missõei dos Filhos de St.° Inácio, men­ cionadas igualmente pelo Sr. Dr. Barão de Studart. Na época em que os Jesuítas missionavam na aldeia de Ibiapaba, vivia na mesma serra uma índia

casada por nome Joana Nhanupatiba. Um índio

procurava abalar a sua virtude com afagos, promes­ sas e ameaças. Vendo, porém, que não conseguia triunfar daquele coração temente a Deus, a foi es­ perar num bosque, e colocando-lhe a faca no peito quis rendê-la ao seu apetite desordenado. “ A va­ lorosa e casta matrona, mostrou tão pouco temor da ameaça que com heróico valor lhe ofereceu o peito dizendo: que nele livremente podia empregar seus golpes, porque de nenhuma sorte consentiria ação cm que pudesse ofender a Deus e a seu marido. Cego o índio como o fumo que exalava o fogo sen­ sual, em que ardia seu coração torpe, lhe tirou a vida com muitas e penetrantes facadas, e com fim tão glorioso passou a sua bendita alma desta vida mortal a coroar-se na eterna.”

Passou-se êste fato a 5 de agòsto de 1753, festa de N.* Sra. das Neves.

No ano seguinte ganhou igual coroa de glória na mesma serra, uma outra índia, de dezessete anos de idade, chamada Catarina. Era tão exemplar esta donzela desde a infância que se tornara no­ tável entre as suas patrícias pela sua vida virtuosa.

BRASIL NO TEMPO DE POMBAL 183

Depois de casada padeceu muito do seu ma­ rido, pela sua vida escandalosa. Ela, porém, levava tudo com paciência, mas procurando ao mesmo tem­ po, com brandura, trazê-lo ao bom caminho.

Mas êste cansado das suas admoestações, ma­ tou-a com uma facada e fugiu.

Cta. Loureto Couto “ Desagravos do Brasil e Glórias de Pernambuco” págs. 484 e 485. Barão de Studart “ Notas para a História do Ceará", 1892,

pág. 205.

Podia-se aumentar esta lista com outros nomes. E’ pena que ainda não tenha sido publicado o riquíssimo Martirológio, composto para o Brasil, pelo santo e pacientíssimo investigador, Pe. Mário Arcioni.

Já publiquei um artiguinho no "Legionário de Maria” do Pará sôbre uma índia do Rio-Grande- do-Sul, também mártir da Castidade, mencionada pelo Pe. Schirmbeck S. J. “ Messis Paraquariensis Apud, Teschauer, “ História do Rlo-Grande-do-Sul. I, 101.

Era uma íudia viúva, chamada também Cata­ rina. Achava-se ela uma vez no campo com seu filhinho. Eis quando se lhe apresenta um homem para a tentar e vendo frustrado os seus protestos de amor, recorre às ameaças e à força. Mas Cata­ rina não era do estilo daqueles que se alimentam todos os dias do Pão dos fortes, e permanecem eter­

namente fracos. Segura com a mão esquerda o

menino, e com a direita repele valorosamente a

agressão acrescentando: “ Antes os tigres e mil

pestes ataquem o meu corpo do que eu o prostitua a um devasso. Podes matar-me mas nunca hás de conseguir que, por amor de ti ou da minha vida, eu manche a memória do meu marido, e. multo me­ nos, que, admitida ontem à mesa de Deus, profane

184 MISSIONÁRIOS JESUÍTAS NO

tão santa hospitalidade com um sacrilégio tão grande.”

Metamorfoseado então o amor em ódio, o bár­ baro tentador toma um cipó e estrangula a vítima junto com o menino, que a mãe, no último instante, estreitara ao peito.

Os Missionários Jesuítas fizeram com que o enterro dos Mártires revestisse a forma de um triunfo. Os morubixabas conduziram sôbre os seus ombros o esquife para a Igreja, onde um dos Pa­ dres fez um panegírico celebrando a castidade da heroína com tanta eloqüência que em todos aumen­ tou imensamente a estima e o amor à virtude an­ gélica.

Houve além desta, muitos outros homens e mu­ lheres índias que nos legaram exemplos heróicos

de amor à mesma virtude. Mas digno de eterna

memória é o caso dum jovem que renovou a faça­ nha do Múcio Scevola da Roma Lendária. Sentin- do-se o seu coração abrasado das chamas imundas, resolveu apagar um fogo com outro fogo, e meteu a mão na fogueira até se extingir de todo ardor da paixão.

Refere ainda o mesmo Pe. Teschauer outros exemplos de meninos e meninas, que provocadas ao mal responderam como responderia um Anjo se estivesse revestido de carne mortal: “ Hoje aca­ bei de comungar, não permitirei de forma alguma profanar o meu corpo consagrado.”

E no vol. II, pág. 159, apresenta-nos o belÍBsi-

mo quadro de uma jovem índia a quem um libertino no meio da fome geral, oferece o alimento em troca da castidade, mas a Heroína Rio-Grandense, sem a menor hesitação, rejeita a impudica oferta protestando que antes queria morrer do que dever a vida a um crime!

nUASIL NO TEMPO PE POMBAL 1 8 5

Ü Pe. Galantl menciona outra heroína, Maria Bárbara, mameluca da capitania de Grão Pará, casa­ da com um soldado. “ Sendo um dia, perto da fonte do Marco de meia légua, tentada por um devasso, ela resisto com todas as fôrças, e, a ser infiel ao seu marido, prefere morrer. E’ portanto bàrbara- monte assassinda.” (Biografia de Brasileiros ilus­

tres, pág. 85).

Mas já vejo que estou saindo fora do meu tema,

e maçando os meus leitores. Vou, pois, concluir

pedindo licença para esta última advertência. Há ainda outros Filhos de St.° Inácio, naturais do Brasil, notáveis, uns pelo seu grande saber, ou­ tros pelas suas virtudes heróicas e milagres po­ dendo ser elevados às honras dos altares, p. ex. Pe. Alexandre Gusmão, Pe. Belchior Pontes, etc. Cabe aos Brasileiros o gratíssimo e honroso dever de estudar a sua vida, coligir os documentos e pro­ m over o processo da beatificação.

Fortaleza, 2 de fevereiro do 1928.

Í N D I C E

P r e f á c i o d e T r i a t á o d ' A t a l d e ... I

P R I M E I R A 8 É R I R

I — B a l e ... j| I I — Pernambuco, Paraíba, Itlo-Grunde-do-Norte, Ceará 41 I I I — R i o - d o - J a n e l r o ... 7 2 E s p l r l t o - S u n t o e S a n t o s ... 8 7 -8 9 8 A o - P a u lo ... 90 M a t o - G r o s s o o R i o - P a r d o — A » s a l t o « á v o c a ç f t o o d c p o r t a ç A u ... 104 SEGUNDA SÉRIE I — M i s s i o n á r i o » J e a u lt a a m o r t o s e m d d i o d a F é o u d a V o c a ç ã o n o B r a a l l ... l t S I I — M la a lo n á r lo a J e s u í t a s , p e r t e n c e n t e * à P r o v í n c i a d o B r u a ll e V l c e - P r o v l n c l a d o M a r a n h á o , m o r t o s f o r a d o B r a s i l n a p e r s e g u l ç A o p o m b a l i n a ... 135 I I I — M i s s i o n á r i o s J e s u ít a s , M á r t i r e s d a F é o u d a V o ­ c a ç ã o n a Í n d i a ... 139 I V — M i s s i o n á r i o s J e s u í t a s d a P r o v í n c i a d e G o a , m o r ­ t o s e m t e r r a s e s t r a n h a s à Í n d i a ... 146 M á r t i r e s d a C o m p a n h i a d e J e s ú a , d i s t r i b u í d o s s e ­ g u n d o a s c l a s s e s e p a ís e s e m q u e n a s c e r a m ... ISO M á r t lr e a , 8 . J ., d i s t r i b u í d o s p e la s t e r r a s e m q u e m o r r e r a m . ... 1 6 J S a n t o s • B e a t o s . 8 . J ., a t é 1 9 3 0 ... 154 A p ê n d i c e — F é r a l s e m B a t u r l t é ... 1 6 $

188 ÍNDICE TERCEIRA SÉRIE

Para os Apostólicos de. llalurité

I — Antiga» Missões doa Jesuíta» no Ceará... 169 II — Missionários Jesuítas relacionados com a “Terra

do Sol” ... 176

III — Mártires da Castidade ... 182

E D IÇ ÃO N. 803

r»r» pedido» telegráfico» d o t e livro, ba»la indicar o numero JJQ3

a n le fo m d a s c o e numero i quantidade.

Exemplo: para pedir 10 exemplares do presente livro basta indicar: GLOBO — Porto Alegre — 10803.

l l l s T r t I M A E H O M A N P E

T H A N U A HO K f.C I'1 .0

A S O V E I . i m M A I X EH.

A r r .l l r a f r a n r r a n a fir m a

<inr iiuii4*ii a lllatA rla ar en- ■oii « A o hnrm onloanm eale ••oni o rom ance como nvatc ir n iid r lit r o Ar U I N A K A M I, earrltorn vleneune Ac fam a ninnillal. I'ni r e lr n lo vlito- riMo c lnra<|tirrfvrl An ro - tuAnlIca Cnlnrlnn da IIAaala.

TraAnçAo bra allclra An prof. M arina «;uaa«inrl H r o .h i 139 V IN T K i P B I .A P R I M E I R A V E * e m I.inova ronvvonRiA K a l h c r i u c M a n a flr ld —> c iia a ld c r a d a p o r I I . O , \\ c ila a m a e o c r l l o r a “ h o r a c o a . c o a r a " — « c m c m • • tll.la s " o a r a m e lh o r l i v r o Ar a o v e - la a . K r l r o V r r ia a lm o o I r a - A a a la c o m o « H a lo Ao K K - L I C 1 D A M 0 . H la lA rla a A elIra A a a , Ao f i ­ n a « r a m a p a lr o lA ã lr a . Lna II- t r o , le it o r , " A l f r r r a l e " Aoo «in r I r » IIAo a l é h o je . K a r a A i 179 E d ição Aa

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P rlle ln lm o , o anme 4 n l í livro. Hlm. l>an<r ratá vlvn dentro da obra dr Paplal. Palavraa d » autori " . . . é um livro vivo <1* Bm boaaraa 'vivo riu ttra e dum hoitrrm qoe drpola dr morto ja - maia rraaou dr viver. K’ o livro, antra de mala aada, dr um a r - tlata em tòrao dum artlata. dum rathollro rm tftruo dum r a - thullro e dum florrntlau rm têrao dum flo rrn tlao ” .

Tradualdo hahllmrate pelo Pr. Leonardo Maarrllo, u lla lla - ao In lfu i a a lr dr Paplal Iraaafuraauu-ar aum portuguta Igual* u r a l r flurnte c brllhaatr.

Prei.-o do vol. broeb.i 129, Preço do vol. cae.l 179,

K ftarro dr refarvaeiai 949

Edição da U V R A M A DO QLOBO

O u t r a v e z V a n L o o n l

H n rfrlk Vira l.ooa. H l w de o M IM in « KM 4 D B V1VRH OI e dr H 1 1 T M IU DA lirM A N IIIA D M m m i agora M k rt • « ■ - tla ra fr marner l e u * rom avaria a n ■ a a r lr fl garai al. a g r a iiv r t , l i l a r t a n , h a r a a r h lln r luairartlva.

U r “ i M I U l i r i ” i laaar a m vlaamrta raaraallkaaa, — aaf - do a wma waaaa dr Ckrtataaka nralaaaka a lerm laaado raaaaa aaaadar- aaa d lrig la rl de anaaai iftaa

Valaaar rkala dr IWaalra tl aa rna para«* • r a rirra , frllaa » » l a » r i p r la ajatrr. • Traadaaccde dra earai»«ara I.raria M igrai raaaJra.

IV aca dra arai. kvrark.i aofraôo d r rrfrrararbii «M

EdhçAo «ta UVrtARIA DO GLOBO

A M I S T E R I O S A R A I N H A H A S U É C I A E N C O N T R A O « E U I I I O t i K A E O O L I V R O H U M E S T E T A O tk a r v o » W f r l h f l n m a u - lo r de « C L E Ó P A T R A ” .»*- laoa num liv ra brilk n n ln n v id a r a alm n da Italu bn C rlatln a da Suaria. ao a n - mo tem po q a r rreo n afltu e m à c lin m r n lr o aua época. L iv r o f a r la n ir n lr d ocum en - tudo, r a r r llo d n ru a tr aete anoa d e r i n u a ll t a a pcaqut* aaa.

T ra d iu .ln b r a a llr lr a da p rof. M arina C u aap u ri KdlçAo rai pra n d « fo rm a to .

Vol, broebi ISA, p rovável C m a d r r a a d u i 20« E d lc â o da L I V R A R I A D O (aLO U U P O rto A l e g r a . K m - O E T E R N O E O E I É . M M K K O ” . o n o t á v e l r a c r l t o r f a r t o * M n g a l h A c a d e A a e r e - d o e n f e i t o u u a i p u u h a d o d e l i r l l k a n t r a c r A n i c a a e m t A r - n o d e b o t u r a a r r u u a a a d a « i d a a u o d e r a a . M a l a u m d r l l r i o a o l i v r o d o a u t o r d e A H 1A D N K . m e m b r o l l u a t r e d a A c a d e m i a l l r a a l - l e t r a d e I . e t r a a . V o l. broehi Hf V o l . e u c a d i 12« KdlcAo da L I V R A R I A D O f à L O R O P A r t o A l e g r e