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CAPÍ TULO

PRONAF 1.000,00 2001 21.000,00 2002 Paraná 12 Meses geração de renda, hab e saneamento 5.000,00 1998 e

* Grupo do tanque de expansão para o leite. ** Integrante do Grupo das Codornas

*** Integrante do Grupo do tanque de expansão, mas não fez financiamento do PRONAF Fonte: Dados coletados no trabalho de campo (Março/03).

PRONAF têm algumas facilidades que os atraem, como o longo prazo, a carência, os baixos juros e os descontos para aqueles que pagam em dia, possibilitando custear a produção ou de fazer investimentos na unidade produtiva.

Quanto aos valores dos recursos, nota-se nos Quadros 10 e 11, que para a modalidade investimento, estes foram maiores no ano de 2001 (R$ 4.000,00) do que em 2003 (R$ 3.000,00), ocorrendo uma redução dos recursos disponíveis. Para o custeio, no ano de 2003 estes foram mais significativos (R$ 1.500,00) em relação a 2001 (R$ 1.000,00).

A aplicação dos recursos por parte dos produtores das duas comunidades rurais, destinaram-se para a reforma de pastos (tanto no plantio de gramínea como para a reforma de cercas), na construção de estábulo (mangueira), na compra de animais (especialmente novilhas, com o intuito de substituir as vacas de leite com pouca produção), como para o custeio da produção agrícola e para a compra de um tanque resfriador, que foi efetivada por um grupo de produtores na comunidade de Vila Rica.

O resfriador de leite da comunidade de Vila Rica foi adquirido por um grupo de sete produtores, sendo que seis deles o fizeram com recursos do PRONAF Investimento (conforme Quadro 11) e um com recursos próprios.

No que tange à avaliação deste Programa, 83,0% dos produtores da Vila Rica e 62,0% de Pinhalzinho consideraram-no bom, devido ao longo prazo de carência para o pagamento, os juros baixos e pelos descontos para o pagamento em dia. No entanto, reclamam do fato dos recursos serem poucos e das dificuldades burocráticas em conseguí-lo. Para os produtores da comunidade de Pinhalzinho, a burocracia imposta pelos bancos para a liberação dos recursos do PRONAF também é um ponto de reclamação: “O Banco do Brasil de

Telemâco [Borba - Pr] não mexe com agricultor, muita burocracia, muita papelada para liberar o recurso e falta de atenção com o agricultor” (J. B. M, 50 anos, Pinhalzinho,

30/08/02).

Além disso, eles reclamam dos descontos com seguro de vida, seguro para caso o empréstimo não seja pago, sindicato e transações bancárias. Entretanto, mesmo com as críticas, há uma certa unanimidade em relação aos pontos favoráveis, como os baixos juros, a carência e os descontos obtidos com o pagamento em dia.

Embora o Programa apresente alguns pontos negativos, especialmente na forma de sua implementação pelas agências bancárias, não se pode negar que este possibilita aos produtores familiares custear a produção agrícola de modo que possam adquirir sementes melhoradas; fertilizantes (herbicidas); equipamentos para o plantio (a plantadeira manual é a

de pastos (pastagem e cercas), construção de estábulos, renovação e /ou aumento do rebanho leiteiro com vacas de melhor qualidade (embora não especializadas na produção como a holandesa e a girolanda); melhoria também no armazenamento do produto, com a aquisição do tanque resfriador, possibilitando assim, o aumento da renda.

Um outro ponto positivo é que nenhum produtor se endividou com o financiamento, isso porque, ou está na carência, como é o caso da maioria dos produtores da Vila Rica, ou porque conseguiram se programar financeiramente para quitar a dívida. Neste caso, muitos relatam que no momento de pagar o financiamento já tinham reservado “algum

gado para prá pagar a dívida”. Isso vale principalmente para os recursos tomados no ano de

2001.

Nessa mesma linha de melhoria da qualidade de vida dos produtores familiares através do desenvolvimento local e da intervenção no processo de empobrecimento das unidades produtoras, tem-se o Programa Estadual Paraná 12 Meses. Este é um projeto do Governo do Estado do Paraná (custeando 50,0%), em parceria com o Banco Mundial (disponibilizando outros 50,0%), dirigido, entre outras finalidades, para reduzir a situação de pobreza no meio rural e o manejo e conservação dos recursos naturais.

Entre os objetivos do Programa Paraná 12 Meses, destacam-se: melhoria das condições de habitação e de saneamento básico da família rural; recuperação e preservação do solo agrícola e do meio ambiente, para a sustentabilidade da atividade agropecuária e promoção de agregação de renda à família rural, bem como a sua regularidade dentro dos 12 meses do ano. Assim, destaca-se, entre outras, como atividades desenvolvidas pelo Programa a fundo perdido: pequenas construções rurais para uso coletivo dos beneficiários; estímulo à geração de projetos municipais ou regionais de alternativas econômicas da produção agropecuária; e, promoção do aperfeiçoamento profissional dos agricultores e trabalhadores rurais através de treinamentos (PARANÁ, 2000).

A atuação do Paraná 12 Meses nas comunidades rurais estudadas se dá principalmente na modalidade de reforma de habitação e saneamento e, na geração de renda, sendo que 26,0% dos produtores do Pinhalzinho e 13,0% da Vila Rica já foram beneficiados com recursos deste (conforme se observou nos Quadros 10 e 11).

Tomando como base o universo das unidades produtivas beneficiadas com os recursos a fundo perdido do Paraná 12 Meses, constata-se que no Pinhalzinho estes são menos expressivos para a submodalidade habitação e saneamento, pois do número de unidades produtivas beneficiadas, 25,0% destas foram contempladas com recursos para melhoria da

estavam na submodalidade geração de renda. Na Vila Rica, do número de unidades beneficiadas, 67,0% foram com recursos para habitação/saneamento e 33,0% para geração de renda.

Os recursos destinados à habitação e saneamento possibilitaram que as famílias beneficiadas tivessem melhores condições de moradia, uma vez que em alguns casos, estas moravam em casas de pau-a-pique, de chão bruto, sem saneamento e energia elétrica, como ainda se observa na localidade. E, com as reformas e/ou construções realizadas nas casas, identifica-se uma melhoria na qualidade de vida dessas famílias, que conforme pode-se constatar num dos sítios visitados, como se observa nas Fotos 10 e 11, a partir dos recursos obtidos com o Programa Paraná 12 Meses, o produtor conseguiu, juntamente com recursos próprios, construir uma casa de madeira mais ampla (a antiga era de pau-a-pique), com quartos para os filhos e para o casal, sem infiltração (goteiras), com energia elétrica, piso frio (de cerâmica) e de madeira, com banheiro interno e com fosse séptica.

Quanto à submodalidade do Paraná 12 Meses para a geração de renda e combate a pobreza em comunidades carentes, no Pinhalzinho há um projeto de criação e postura de codornas, gerenciado por um grupo de seis produtores desta comunidade e por um da Vila Rica. Este grupo de sete produtores, alguns deles mais envolvidos politicamente com o Conselho de Desenvolvimento Rural do município de Ortigueira, juntamente com o engenheiro da EMATER local, elaboraram um projeto direcionado para a produção e a venda de ovos de codorna, de modo a captar recursos a fundo perdido deste Programa Estadual. Com a aprovação do projeto, foram liberados R$ 13.000,00 no início do ano de 2002, com o qual, se construiu um barracão de 72m2 com capacidade para 6.000 aves. Atualmente, eles recebem assistência do SEBRAE.

O grupo iniciou com 4.500 aves, mantendo uma produção de 4.000 ovos dia, eqüivalendo a 147 caixas (50 dúzias a caixa), as quais foram comercializadas no momento do trabalho de campo (março de 2003) a R$ 18,00 a caixa. A comercialização da produção ocorre com uma empresa de conservas de Curitiba e, em menor escala, no próprio município, para comerciantes e restaurantes.

Como o projeto é recente, os produtores ainda não têm uma renda mensal, pois as sobras são reinvestidas no custeio e na ampliação do número de aves, bem como para repor as que morreram108. Em março do ano de 2003 foram compradas mais 2.000 aves.

108 Devido a uma tentativa de redução dos custos, os produtores trocaram a ração das aves, o que acabou gerando