• Nenhum resultado encontrado

Parecer sobre a Conta Geral do Estado

IV. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS

4.3 Fiscalização Sucessiva

4.3.2 Parecer sobre a Conta Geral do Estado

No âmbito do Parecer sobre o CGE, prevalece essencialmente, a função consultiva do TCCV numa perspectiva opinativa. De acordo com o artigo 94º da CRCV, incumbe a fiscalização da execução do OGE ao TCCV e a AN, cabendo a esta, no exercício da sua competência de fiscalização política, apreciar e votar a CGE ouvindo o TCCV após a emissão do Parecer.

Neste particular, importa referir que a alínea a) do artigo 178º da CRCV, reserva à Assembleia Nacional o poder para receber, submeter o parecer do TCCV e apreciar a CGE, a qual é apresentada 1 (um) ano após o final do exercício a que a conta diz respeito.

No que tange à preparação e apresentação da CGE, importa referir que é prerrogativa do Governo, na pessoa do Ministro responsável pela pasta das Finanças, em cumprimento, ao estipulado no art. 178.º

2 1 3 3 4 1

Alfândegas e suas Delegações aduaneiras Embaixadas e consulados Institutos Públicos Camaras Municipais Escolas Secundárias Partido Politico

Relatório Anual de Atividades do TCCV – 2015 Página | 29 alínea a) da CRCV, devendo a remessa ser efectuada à AN, que, por sua vez, a envia anualmente ao TCCV, para efeitos de emissão do Parecer supra-referido.

A CGE tem uma estrutura idêntica à do Orçamento do Estado, sendo elaborado com os mapas previstos nos artigos 34º e 36º e os elementos previstos nos artigos 17º, 18º, 19º de acordo com o disposto no artigo 33º da Lei Enquadramento Orçamental e compete ao TCCV no âmbito do Parecer a apreciação das seguintes matérias:

 As actividades financeiras do Estado no ano a que a conta se reporta, designadamente nos domínios do património, das receitas, das despesas, da tesouraria e do crédito público;

 O cumprimento da Lei de Enquadramento do Orçamento do Estado e legislação complementar;  O inventário do património do Estado;

 A movimentação de fundos por operações de tesouraria, discriminados por tipos de operações;  As responsabilidades, directas ou indirectas, do Estado, incluindo a concessão de avales;

 As subvenções, subsídios, benefícios fiscais, créditos e outras formas de apoio concedidas pelo Estado, directa ou indirectamente.

O TCCV não julga a CGE, apenas aprecia na base de critérios técnicos e de legalidade, sem formular juízos de natureza política. Para esse efeito o TCCV examina a forma como decorreu a execução orçamental, declarando se foram ou não integralmente cumpridas as leis em vigor e julgando autonomamente, se necessário, nos termos do n.º 2 do artigo 15º da Lei n.º 84/IV/93, de 12 de Julho, a responsabilidade financeira dos ordenadores da despesa pública por ilícitos financeiros praticados no decurso da execução orçamental.

4.3.2.1 Finalização do PCGE de 2012, apreciação pelo Plenário e entrega à Assembleia Nacional

O prazo médio para a emissão do PCGE tem variado de 11 a 12 meses. Porém, a curto prazo, a partir da emissão do PCGE de 2013 previu-se como meta a redução desse prazo, em parte justificada pelo facto da equipa técnica, desde 2013 ter implementado uma metodologia de trabalho tempestiva, realizada por fases, nomeadamente seguimento dos processos de orçamentação, de execução orçamental e de auditorias, visando acelerar a própria emissão do parecer. No entanto, tal pretensão pode não ser conseguida representando como principal factor de risco para o efeito, os sucessivos e cada vez maior atrasos registados na recepção pelo TCCV da CGE.

Na emissão do PCGE de 2012 o prazo foi de 11,5 (onze meses e meio), tendo a equipa técnica iniciado o processo a 6 de Agosto de 2014, data da entrada da conta no TCCV e a Plenária do TCCV aprovado o Parecer a 30 de Julho de 2015.

Para a elaboração do parecer em apreço foi realizada uma análise preliminar, no âmbito da análise do Orçamento de Funcionamento, a habitual Missão de Verificação e Certificação in loco (MVCIL) realizou-se de 23 a 27 de Março com objetivo fundamental de analisar a conformidade legal e regularidade financeira das operações orçamentais (recebimentos e pagamentos) tendo em conta a legislação em vigor, bem como o esclarecimento de alguns aspetos levantados na análise preliminar e bem assim de verificação do grau de cumprimento das recomendações formuladas pelo TCCV no PCGE de 2011 e anteriores.

Foi ainda realizada uma auditoria ao INPS, de 8 a 10 de Abril, com propósito de efetuar a verificação dos dados desta Instituição constantes da CGE, bem como o esclarecimento de algumas questões levantadas na auditoria orientada ao Sistema de Controlo Interno daquela entidade efetuada em 2011.

O resultado, tanto da missão junto MFP como da auditoria ao INPS, ficou explanado nos respetivos relatórios produzidos pela Equipa do PCGE, tendo sido submetidos para exercício do contraditório e, posteriormente, feitura do relatório final.

Para o processo de revisão, a prática continua a demonstrar que, em média é preciso 3 a 4 meses para que o mesmo seja concluído em equipa e posteriormente a revisão final pelo Juiz Conselheiro.

Relatório Anual de Atividades do TCCV – 2015 Página | 30 O TCCV reunido em Sessão Plenária de 30 de Julho de 2015, ao abrigo da alínea a), artigo 19º da LOF do TCCV, após discussão na generalidade e especialidade da proposta do PCGE de 2012, sob a responsabilidade do Juiz Conselheiro Relator, aprovou por unanimidade, via Resolução N.º 08/TC/2015 o parecer em causa. O PCGE de 2012 constitui um documento de 278 páginas, estruturado por 8 Capítulos que sustenta 84 constatações e 38 recomendações formuladas pelo TCCV ao Governo, tendo sido destacadas na nota de imprensa as seguintes:

 Melhorar a previsão do Subsector Fundos e Serviços Autónomos e Institutos Públicos de forma a ter no processo de orçamentação dados mais realistas, considerando no OGE as Transferências Correntes da Administração Central e a inscrição da totalidade das receitas próprias a arrecadar pelas diversas entidades e estruturas do Estado;

 Zelar pelo cumprimento da Lei do Enquadramento Orçamental em matéria de procedimentos a seguir e de prazos para a comunicação atempada à AN das alterações orçamentais no âmbito do Programa de Investimento Público;

 Zelar pelo cumprimento da lei, transferindo nos prazos e para as entidades previamente determinadas, o respetivo montante referente às receitas consignadas;

 Melhorar o processo de apuramento da dívida fiscal, de forma a ter dados mais realistas na Conta Geral do Estado, eliminando os casos de subavaliação ou sobreavaliação e considerando para efeito de consolidação os dados definitivos e não provisórios das Repartições de Finanças;

 Que o Ministério das Finanças e do Planeamento acione os mecanismos previstos na lei para que os sectores reportem as informações referentes à execução orçamental e enviem os relatórios de execução trimestral nos prazos estipulados na lei;

 Que todos os contratos-programa sejam sujeitos ao visto prévio do Tribunal de Contas, salvo as exceções previstas na lei;

 Que se proceda a um controlo mais eficaz na concessão de incentivos fiscais, e se garanta que os benefícios atribuídos sirvam os fins para que foram criados, evitando-se a fuga e a evasão fiscais;  Que seja aprovada uma lei-quadro orientadora do crédito público, que defina, com clareza e por

natureza, as condições gerais de contratualização da Dívida e os respetivos limites a partir dos quais só pode ser autorizada por lei da Assembleia Nacional;

 Que sejam regulamentados os princípios e metodologias de inventariação do património financeiro do Estado, em conformidade com o n.º 2 do artigo 7º do Decreto-Regulamentar n.º 6/98, de 7 de Dezembro;

 Que sejam criadas condições para colmatar as insuficiências de controlo interno apontadas, em sintonia com a supervisão da IGF, que deverá passar a efetuar inspeções regulares às operações de tesouraria geridas pela Direção Geral do Tesouro, bem como, a todos os serviços simples da administração pública, como emana o artigo 11º do Decreto-Lei n.º 29/98, de 3 de Agosto;

 Que os Fundos e Serviços Autónomos e Institutos Públicos, que ainda não o fizeram, procedam, o mais breve possível, ao fecho das contas bancárias detidas nos bancos comerciais, procedendo à transferência das disponibilidades para a conta do Tesouro, incluindo as receitas próprias;

 Que sejam criadas os mecanismos para a consolidação das receitas e despesas da Segurança Social numa única e verdadeira Conta da Segurança Social;

 Que seja efetuada a reforma do sistema de segurança social no sentido de garantir a sua sustentabilidade bem como o equilíbrio entre gerações e minimização do risco para as finanças públicas.

Relatório Anual de Atividades do TCCV – 2015 Página | 31 4.3.2.2 Entrega do PCG à Assembleia Nacional e Audição Parlamentar

O Presidente do TCCV, Dr. José Carlos Delgado, procedeu à entrega do referido parecer na AN a 6 de Outubro de 2015 salientando no comunicado à imprensa, que a estrutura do PCGE de 2012 não divergiu da dos anos anteriores, pelo que as principais inovações podem ser constatadas no seu conteúdo, e demonstram o aprofundamento das questões levantadas e o alargamento das matérias objeto de análise e apreciação, e das Missões de Verificações e Certificações in loco realizadas pela Equipa Técnica do PCGE junto do MFP (DNOCP, DGCI, DGPCP e DGT) e INPS.

A 1 de Dezembro, o Juiz Conselheiro, Dr. Horácio Fernandes, na qualidade de Relator, e acompanhado da equipa técnica de emissão do PCGE tomou parte na Comissão Especializada de Finanças e Orçamento da AN, em sede de audição parlamentar prévia à discussão do PCGE.

Todas as questões colocadas pela Presidente da Comissão e pelos deputados que igualmente fazem parte da Comissão foram devidamente respondidas pelo Juiz Conselheiro apoiado pela Equipa dos Auditores, nomeadamente sobre as seguintes matérias:

 Destino dos lucros provenientes da aplicação do Trust Fund;

 Explicação para o elevado crescimento das despesas com as pensões do Estado;  Qual o tratamento que o PCGE tem dado ao contraditório exercido pelo MFP;

 Se a desatualização da lei de funcionamento do TCCV tem condicionado, ou não, a metodologia de trabalho para emissão do Parecer;

4.3.2.3 Análise Preliminar da CGE de 2013

Esta análise, cuja conclusão estava prevista para finais de Novembro, não foi concluída dado a envolvência dos auditores da Equipa do PCGE em outras actividades igualmente importantes para o desempenho Institucional pelo que o remanescente dos trabalhos preparatórios necessários à emissão desse parecer ficou pendente de realização em 2016.

Importa referir que a CGE de 2013 deu entrada no TCCV a 22 de Julho de 2015, por conseguinte com aproximadamente 7 meses de atraso uma vez que devia ser apresentada 1 (um) ano após o final do exercício a que a mesma diz respeito.

4.3.2.4 Acompanhamento da execução da CGE de 2015 e análise à Conta Provisória do 4º trimestre de 2014

À semelhança do ano anterior, o processo de acompanhamento da execução orçamental de 2015 foi garantido pela equipa do PCGE ao longo da execução da MVCIL ao MFP, sendo os principais resultados reproduzidos no respectivo relato e relatório tendo ainda efectuado o seguimento das informações veiculadas na Comunicação social.

Quanto à análise da conta provisória do 4º trimestre de 2014 e estudo da LOE e do DLEOE para o ano objecto do relatório, os resultados foram registados no Team Mate, entretanto a saída de um dos elementos da equipa condicionou a consolidação dos trabalhos concluindo-se apenas os trabalhos gerais.

Relatório Anual de Atividades do TCCV – 2015 Página | 32 Entretanto a falta de acesso à base de dados SIGOF constitui um dos principais constrangimentos à realização tanto do acompanhamento da execução do Orçamento como da análise das contas provisórias.

Documentos relacionados