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2. ABORDAGEM METODOLÓGICA

2.6. PARTICIPANTES

No tocante do perfil dos sujeitos da pesquisa, os coordenadores pedagógicos, apresentamos uma análise minuciosa desses indivíduos, sua formação e atuação, dentre outros aspectos relevantes para a pesquisa. As unidades escolares as quais estão vinculados possuem um total de três coordenadores pedagógicos para trinta turmas. Porém, na URB1, uma das coordenadoras não participou da pesquisa por se encontrar de atestado médico. Inicialmente observamos, de grosso modo, que cada coordenador fica responsável por acompanhar um grupo de dez professores e suas demandas pedagógicas. Essa distribuição não é oficial, visto que, não existe uma distribuição e divisão do coordenador pedagógico dentro do seguimento.

De forma geral, as unidades possuem um quadro de servidores bem semelhante no que tange o quantitativo. Vale salientar que a função de supervisor fica a cargo da escolha dos diretores, onde eles escolhem um profissional, do grupo de servidores, para auxiliar no trabalho pedagógico, ou administrativo. Cabe aos gestores, no início de seu mandado, escolherem os profissionais para ocuparem uma dessas “funções”, isto se dá porque há a previsão de apenas de um desses profissionais para auxiliar o grupo gestor. A gestão escolhendo um profissional para auxiliar nas tarefas administrativas, eles podem ser oriundos da carreira assistência ou do magistério, no entanto se a gestão optar por um profissional para a supervisão ele, obrigatoriamente, deve ser da carreira magistério. Na escola URB1 a vice-diretora se encarre com o trabalho pedagógico da escola, por esse motivo, optaram por ter um profissional que as auxiliassem com os afazeres burocráticos administrativos. Enquanto, na URB2 a vice-diretora desempenha as funções administrativas, nesta unidade fizeram a opção por uma supervisora pedagógica a fim de auxiliar o trabalho pedagógico desta unidade de ensino. A tabela 6 apresenta, em números, o quantitativo dos profissionais das instituições aqui pesquisadas.

Tabela 6 – Quantitativo de profissionais das instituições pesquisadas

Instituição Instalações

URB1 URB2

Professores 30 30

Diretor 01 01 Vice-diretor 01 01 Supervisor Pedagógico * 01 Supervisor administrativo 01 * Secretario 01 01 Apoio direção 03 03

Fonte: da autora (2019) a partir da pesquisa de campo e do PPP (Distrito Federal, 2018)

Em relação aos coordenadores pedagógicos e seu quantitativo, encontram-se previsto na portaria nº 395 de 14/12/2018 (DISTRITO FEDERAL, 2018b), onde cita a previsão de um coordenador pedagógico para cada 15 turmas. Se, a unidade escolar possuir classes especiais, destinadas a atendimento de alunos especiais, terá direito a mais um coordenador pedagógico. As escolas analisadas possuem trinta turmas, o que lhes dão direito a dois CP’s, porém ambas possuem classes especiais, fator que lhes competem o direito a mais um profissional, totalizando três coordenadores pedagógicos em cada unidade escolar.

Os coordenadores que participaram efetivamente da pesquisa de campo, respondendo o questionário e participando do grupo focal, são do gênero feminino e se encontram na situação funcional de efetivos na SEEDF. Existem algumas especificações desses sujeitos que a Figura 9 retrata:

Figura 9: Contexto funcional dos coordenadores pedagógicos

Fonte: da autora (2019) a partir da pesquisa de campo.

Com estes dados observamos que as coordenadoras pedagógicas ouvidas possuem, em sua grande maioria, larga experiência na rede pública de ensino. No entanto, apenas uma permaneceu na função e/ou cargo mais de três anos sinalizando que foi de forma consecutiva.

As demais, ficaram, no máximo, três anos de modo descontinuo. Essa fragmentação no trabalho de coordenação pedagógica pode ser justificada pela sobrecarga de afazeres e pouco reconhecimento por seus pares e a não contemplação de aspectos políticos, administrativos e legais em sua atuação. Este ponto foi abordado no questionário (APÊNDICE B, p.133), onde solicitamos que pontuassem os motivos que as levaram a não permanecerem continuamente na função. As entrevistadas informaram que a sobrecarga de trabalho e a sua inserção excessiva nas salas de aula para substituir professores, fizeram-nas não desenvolver satisfatoriamente o trabalho de coordenação pedagógica, fator que as levaram a se sentirem mais seguras e reconhecidas em seu espaço de sala de aula, como professora regente e ainda acrescentaram que no espaço da docência se sentem mais confortáveis e reconhecidas, para tal afirmação acrescenta-se o discurso da CP Alice “ É estranho porque quando estamos dando aula, chegam na nossa porta na maior cerimonia, mas quando somos coordenadoras nos interrompem e nem se importam se estamos fazendo algo ou não”.

No que tange a formação acadêmica, todas as coordenadoras pedagógicas possuem licenciatura em Pedagogia, pós-graduação e apenas uma possui uma segunda especialização, específica, em Coordenação pedagógica. Está CP expressa, de forma clara, a sua falta de interesse em exercer a função novamente, nos enfatizando que nem sua formação especifica em coordenação pedagógica lhe fez querer continuar na função.

Para uma melhor análise e compreensão dos dados optamos por trata-las por pseudônimo dados pelas próprias pesquisadas. Na Tabela 7 constam os nomes e as unidades escolares de cada uma delas.

Tabela 7– Quantitativo de coordenadores pedagógicos ouvidos e os nomes fictícios por unidades escolares pesquisadas

URB1 URB2

Patrícia Luísa

Paula Alice

Ana

Fonte: da autora (2019) a partir da pesquisa de campo.

Com a escolha das unidades educacionais determinadas e delimitado os sujeitos da pesquisa, passamos para a organização das fases desse estudo. Dispusemo-nos a realizar a pesquisa de campo em dois momentos distintos. Um primeiro momento, aplicamos o

questionário aos coordenadores pedagógicos em suas escolas de lotação. No segundo, munidos desse questionário nos atemos ao desenvolvimento do Grupo focal, instrumento determinado para se alcançar os objetivos da pesquisa. Este momento único e coletivo, foi destinado ao grupo de coordenadores das escolas pesquisadas.

Portanto, o percurso metodológico navegado neste estudo vislumbra as águas que são atravessadas durante a execução da pesquisa de campo com os discursos analisados por meio dos dispositivos analíticos e teóricos bem como dos estudiosos aqui esboçados. Acreditamos, assim, ter contemplado a aproximação, negação e superação das barreiras que impedem o crescimento dos indivíduos rumo a um horizonte crítico e emancipatório por meio da educação pública.

3. ASPECTOS HISTÓRICOS E POLÍTICOS DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DO